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quarta-feira, 31 de maio de 2017

#Conspiração

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Respeita as mina!

Posted: 31 May 2017 04:00 PM PDT

Mulher-síntese, Elza Soares fornece a poderosa imagem final do videoclipe "Respeita", da compositora, cantora e atriz paulistana Ana Cañas. Mulher do princípio do mundo, Elza oferece os lábios marcados para pronunciar a última palavra dos dizeres finais da canção: "Respeita as mina, porra!". Publicado no YouTube em 13 de maio, dia de abolições, "Respeita" nasce como um marco da música brasileira moderna que tem o que dizer e sabe como fazê-lo. "Você que pensa que pode dizer o que quiser/ respeita aí, eu sou mulher", canta Ana, de 36 anos, em algum ponto entre o rock'n'roll, a dance music anos 1990 de Fernanda Abreu e o hip-hop no feminino. "Desrespeitada, ignorada, assediada, explorada/ mutilada, destratada, reprimida, explorada/ mas a luz não se apaga/ digo o que sinto/ ninguém me cala", elas afirmam. São elas que dizem, e não apenas Ana solitariamente, porque o vídeo dirigido por Isadora Brant e João Wainer reúne nada menos que 86 convidadas, desde a emblemática Maria da Penha, que originou e deu nome à lei de combate à violência doméstica contra a mulher, e passando por Carmen Silva e sua filha Preta Ferreira (da Frente de Luta por Moradia), Eliane Dias (esposa e empresária de Mano Brown), as compositoras e cantoras Karina Buhr, Zélia Duncan e Naná Rizinni, a cacique Márcia Djeramirim, a psicanalista Maria Rita Kehl, a cineasta Vera Egito, as atrizes Júlia Lemmertz e Mariana Lima, a apresentadora de TV Roberta Martinelli… "Levei 20 anos para conseguir falar sobre isso de forma direta, exorcizando mesmo", conta Ana, que diz ter se inspirado no hip-hop e no que representasse aquela que foi desde sempre sua própria "quebrada": a questão do assédio. "Sou vítima de assédio, e essa dor permeou toda a minha vida, desde então", afirma. A artista e os diretores propuseram às participantes um exercício em que elas fechassem os olhos e puxassem da memória situações em que foram vítimas de machismo, assédio ou inferiorização por ser mulher. Quando se sentissem prontas, deveriam "acordar" e tentar comunicar o que sentiam para a câmera, apenas com o olhar. Diversas aparecem no vídeo com o rosto livre para as lágrimas, como a rapper Jackie Brown, a ativista Monique Evelle (do movimento Desabafo Social) ou a atriz Nathália Dill. Outras cantam os versos fortes de "Respeita" ("ninguém viu, ninguém vê, ninguém quer saber/ a dor é sua, a culpa não é sua/ mas ninguém vai te dizer"), num grito grupal de que é coletiva e uníssona a voz levantada de Ana Cañas. "Ana pagou do próprio bolso o que ela podia para a gente viabilizar e fazer acontecer", narra o codiretor João Wainer. "Esse assunto está à flor da pele, então as pessoas foram percebendo que é um momento importante e que todo mundo precisa se posicionar. Muita gente legal foi comprando a briga, tanto mulheres quanto homens, e chegando junto para fazer um clipe que também fosse um manifesto." Ele narra o poder transformador que um trabalho de afirmação feminina como "Respeita" pode exercer sobre os domínios do masculino: "Durante o processo eu aprendi a enxergar de forma mais nítida a dor que as mulheres sentem. Como pai de duas filhas, Maria Clara, de 18 anos, e Helena, de 13, acho que tenho a obrigação de fazer o que estiver ao meu alcance para tentar mudar isso, por menor que seja." Ana resume, em uma frase, a necessidade e a urgência que geraram Respeita: "É  preciso, cada vez mais, abordarmos com franqueza e clareza nossos monstros, enxergar as hipocrisias, exorcizar os medos, jogar luz à igualdade e ao respeito, que são a base e o alicerce de toda – e, ultimamente, urgente – democracia". Segue a íntegra de entrevista concedida por Ana, que gerou a reportagem acima, originalmente publicada na edição 954 da revista CartaCapital. Pedro Alexandre Sanches: Qual o contexto de criação de "Respeita"? A canção deve entrar em um álbum cheio seu? Ana Cañas: Pois é, ela aconteceu acontecendo. Não foi algo que eu previ, nem arquitetei. Assisti a uma série do Netflix chamada Hip-Hop Evolution e fiquei intrigada com o processo de criação das letras no rap, com a exclusão total da melodia. Fiquei tocada com a história dos caras no Bronx, primórdios, e me perguntei: se eu fosse escrever uma canção sem considerar uma melodia (algo inédito pra mim, até então), sem dúvida teria que falar sobre a minha quebrada, que sempre foi a questão do assédio. Levei 20 anos para conseguir falar sobre isso de forma direta, exorcizando mesmo. Acho que foi a ideia de excluir a melodia (imagine pensar em uma para essa dor) que possibilitou que ela viesse à tona, ainda que tanto tempo depois. PAS: As reivindicações feministas estão presentes historicamente em muitas canções brasileiras, mas penso que poucas vezes de um modo tão direto, reto e cortante como na sua canção (aliás, é composição sua?). Por que você decidiu encampar esse desafio? AC: Porque é uma questão muito pessoal pra mim. Sou vítima de assédio, e essa dor permeou toda a minha vida, desde então. Você aprende a conviver e sobreviver a ela, mas dificilmente pode falar ou abordar o assunto no convívio social. Eu estava de saco cheio desse silêncio opressor, que corrobora com os agressores, de certa maneira. Estava cansada de guardar isso pra mim, sabendo que tantas mulheres passaram e passam pelo mesmo, infelizmente. É uma hipocrisia muito grande, um tabu equivocado e os estigmas em relação às vítimas são completamente injustos. PAS: Gostaria de saber também sobre o videoclipe. Deve ter sido uma odisseia juntar e gravar tanta gente bacana para um só trabalho. Pode contar um pouco a respeito? AC: Foi muito bonito e transformador. Cada mulher no clipe é ligada a algum movimento social e/ou feminista. Conhecê-las foi uma experiência profunda e maravilhosa. Juntamos uma equipe incrível – trabalhando na raça (o clipe e a música são independentes) -, que abraçou a idéia com força e trouxe para o clipe o seu grupo de mulheres que representa essa resistência e militância. Um detalhe importante é que pedíamos, durante as filmagens, que cada uma delas fechasse os olhos, se lembrasse de algum assédio, abuso[+] Também já escrevemos sobre: Um relato humano sobre uma tragédia nacional 10 de dezembro de 2015 Eliane Caffé: cineasta, mulher, militante 17 de março de 2017 Leia, se for macho 23 de fevereiro de 2016 Ava Patrya Yndia Yracema Gaitán Rocha Pedra Brasil 8 de fevereiro de 2017

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