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sábado, 10 de setembro de 2016

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França já prendeu quase 300 neste ano por vínculos com o terror

Posted: 10 Sep 2016 09:49 AM PDT

Quase 300 pessoas foram detidas na França desde janeiro por vínculos com “redes terroristas”, declarou neste sábado o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, que elogiou os resultados obtidos pelas forças de segurança ante a ameaça extremista. Dois dias depois da detenção de mulheres jihadistas que, segundo as autoridades, preparavam um novo atentado na França, o ministro informou que “293 indivíduos, envolvidos em redes terroristas, foram detidos desde o início do ano”.

“São tantas redes desmanteladas como atentados evitados”, disse em Chateauroux, sem informar se as detenções foram acompanhadas por indiciamentos, prisões ou libertações. A menos de oito meses da eleição presidencial na França, parte da oposição de direita e extrema-direita acusa o governo socialista de ser muito frágil nas questões de segurança e defendem mudanças na lei para, por exemplo, deter sem julgamento pessoas radicalizadas.

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Na quinta-feira o presidente francês François Hollande – que ainda não anunciou se será candidato à reeleição – defendeu seu balanço na área de segurança, ao mesmo tempo que se apresentou como um avalista do Estado de direito. A França sofreu desde janeiro de 2015 uma série de atentados violentos, a maioria reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI), que mataram quase 240 pessoas.

(Com agência France-Presse)


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Explosão em fábrica de Bangladesh mata mais de 20 pessoas

Posted: 10 Sep 2016 09:41 AM PDT

Uma explosão seguida de um incêndio em uma fábrica de empacotamento de alimentos e cigarros em Bangladesh matou pelo menos 23 pessoas e feriu dezenas neste sábado, no pior acidente industrial do país desde o colapso de um edifício em 2013, no qual mais de 1.100 pessoas morreram.

Representantes de equipes de emergência temem que o número de mortos possa aumentar, após um incêndio irromper na zona industrial de Tongi, a cerca de 20 quilômetros ao norte da capital Daca. Autoridades disseram que a explosão de uma caldeira desencadeou as chamas durante a manhã (horário local), num momento no qual trabalhadores se preparavam para mudar de turno. “Havia cerca de 100 pessoas dentro do edifício quando o fogo irrompeu”, disse a repórteres Mohammad Nayan, um trabalhador que ajudava nos esforços de resgate.

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Mais de 20 equipes da brigada de incêndio trabalhavam para apagar o fogo na fábrica da Tampaco Foils. As chamas causaram o colapso parcial do prédio. “Não podemos confirmar se há pessoas dentro ou não, mas nossa prioridade é resgatá-las se houver alguém dentro”, disse à agência Reuters por telefone Mohammad Akhtaruzzaman, um bombeiro no local. Outro bombeiro disse que o fogo estava controlado, mas ainda havia chamas no prédio, o que impossibilitava as buscas.

Um gerente da Tampaco Foils disse não saber quantas pessoas estavam dentro da fábrica quando o fogo começou. “Agora meu único foco é em meus trabalhadores que estão feridos e naqueles que morreram. Vamos tomar conta deles”, disse Syed Mokbul Hossain, presidente da Tampaco e ex-congressista.

(Com agência Reuters)


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Jogador marroquino paralímpico é suspeito de enxergar

Posted: 10 Sep 2016 09:06 AM PDT

Apesar de o placar ter terminado positivo para a equipe brasileira, com uma vitória de 3 a 1 sobre o Marrocos no futebol de 5, torcida e jogadores falavam sobre o jogo “diferente” do número nove do time adversário. Durante a partida deste sábado, Abderrazak Hattab fez o gol da equipe marroquina e levantou suspeitas por, supostamente, enxergar pelas frestas da venda que todos os jogadores usam.

O futebol de cinco é praticado por atletas parcial ou totalmente cegos, com exceção dos goleiros. Como há atletas que possuem o chamado “resíduo visual” e enxergam vultos, a venda é usada pelos jogadores de linha para equiparar as condições de visão e garantir a isonomia entre os praticantes. O guizo colocado dentro da bola é a única forma de orientação do jogo – o que demanda silêncio completo durante as partidas.

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Ainda que estas sejam as regras, a torcida não conteve as reações contra o jogador da seleção de Marrocos. O próprio goleiro do Brasil, Luan, comentou que Hattab joga muito diferente dos deficiente. “Ele dá chutes para frente, sai correndo e acerta a bola de primeira”, explicou. O técnico da seleção brasileira, Fábio Vasconcelos, concordou: “dizem que ele enxerga um pouco, sim. Prefiro olhar pelo lado de que é um bom atleta. Mas faz umas coisas diferentes. Não entendo.”

O atleta marroquino chegou a ser reprovado em um exame oftalmológico, mas um recurso fez com que ele fosse reavaliado e, desta vez, aprovado. Apesar da desconfiança, Hattab nunca foi denunciado ao Comitê Paralímpico Internacional. O próximo jogo do Brasil no futebol de 5 é neste domingo, dia 11, às 16h.


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Brasileiro de 12 anos está detido há 4 meses nos EUA

Posted: 10 Sep 2016 08:53 AM PDT

Rhian, de apenas 12 anos, tentou entrar nos Estados Unidos em 11 de maio acompanhado de seu pai, Alécio Soares de Paulo. Ambos foram barrados pela imigração. Seu pai foi deportado em agosto, mas o filho continua em um abrigo para menores em Chicago, reporta a TV Gazeta, afiliada da TV Globo no Espírito Santo.

Em entrevista, os pais de Rhian afirmaram que seu filho está sendo bem tratado e que falam com ele por telefone duas vezes por semana. Alécio Soares de Paulo é lavrador em Barra de São Francisco, no Noroeste do Espírito Santo, e tentou entrar nos EUA para trabalhar e enviar dinheiro à família. Ele já tinha tentado entra no país em 2003, mas foi barrado e deportado.

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“O que me deu esse impulso [para Alécio tentar a sorte nos EUA] foi olhar a geladeira e não ter nada dentro de casa. Depender da minha sogra para comer e para beber. É muita saudade, porque essa semana já faz quatro meses. Me arrependo muito de ter permitido que tudo isso acontecesse. Não aconselho ninguém que faça”, declarou a mãe Elizângela Fagundes Viana.

"O café estava todo morrendo. Eu investi dinheiro, peguei empréstimo no banco [para a viagem]. Quando a gente chegou lá, me separaram do meu filho e disseram que tinha problema para a gente entrar nos Estados Unidos. E nisso eu fiquei dois meses e 20 dias esperando por ele”.

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O Ministério das Relações Exteriores, através de um comunicado, informou que a Justiça dos EUA já autorizou o retorno de Rhian ao Brasil, mas que a data da viagem ainda não foi marcada.

(Da redação)


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EUA aprovam lei para que vítimas do 11/9 processem sauditas

Posted: 10 Sep 2016 08:07 AM PDT

A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou nesta sexta-feira um projeto de lei para que as vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001 possam processar à Arábia Saudita por seus alegados vínculos com o terrorismo, um texto que já tinha recebido sinal verde no Senado. Os congressistas aprovaram por unanimidade esta iniciativa, que a Casa Branca não vê com bons olhos, apenas dois dias antes do 15º aniversário dos atentados que mataram quase 3.000 pessoas em Nova York e Washington.

O presidente americano, Barack Obama, tem agora 10 dias para vetar a controvertida iniciativa se considerar oportuno. Esse não seria um movimento surpreendente, já que a Casa Branca alertou sobre as consequências diplomáticas que acarretaria para as relações com um país que é um dos principais aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio.

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Mas o veto seria também uma jogada muito impopular que poderia ter consequências políticas para os democratas a menos de dois meses dos pleitos presidenciais de 8 de novembro. Quando a iniciativa foi aprovada no Senado, em maio, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que considerava “difícil” que Obama respaldasse a norma e anunciou gestões – que não tiveram êxito – para frear seu avanço na Câmara dos Representantes.

O projeto de lei permitiria à Justiça americana omitir a imunidade de jurisdição (o dever dos Estados de não denunciar judicialmente nações estrangeiras) em casos de ataques terroristas em suas próprias fronteiras, como no caso do 11 de setembro. São muitos os que defendem que esses atentados foram orquestrados com apoio de funcionários sauditas aos terroristas da Al Qaeda, embora essa conexão nunca tenha sido provada.

A Arábia Saudita, em retaliação, ameaçou vender os ativos americanos no país, fundos no valor de 750 bilhões de dólares, se o projeto finalmente for aprovado. O representante republicano Bob Goodlatte, presidente do Comitê Judicial da Câmara, disse que os Estados Unidos não podem permitir “que quem mata americanos se esconda por trás de vazios legais, negando a justiça às vítimas do terrorismo”.

O senador democrata Chuck Schumer, um dos impulsores do projeto, admitiu que “há considerações diplomáticas” por trás de sua aprovação, mas afirmou que a Arábia Saudita “deve prestar contas” caso que algum tribunal demonstre sua cumplicidade com os atentados. “Se não fizeram nada errado, não têm que preocupar-se”, acrescentou o nova-iorquino Schumer, que impulsionou o projeto junto ao senador republicano pelo Texas, John Cornyn.

(Com agência EFE)


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Rosa Weber mantém exercício de funções públicas de Dilma

Posted: 10 Sep 2016 07:51 AM PDT

Em mais um capítulo da novela do impeachment, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber negou nesta sexta-feira quatro pedidos de medida liminar que queriam suspender a habilitação da ex-presidente Dilma Rousseff para o exercício de funções públicas. Os pedidos haviam sido feitos em mandados de segurança ingressados pelo PMDB, PSDB, DEM, PPS e Solidariedade, pelos senadores José Medeiros (PSD-MT) e Álvaro Dias (PV-PR) e pelo PSL.

Os partidos alegam que a votação fatiada ocorrida no plenário do Senado, que livrou Dilma Rousseff da inabilitação para assumir cargos públicos por oito anos, contraria o texto expresso na Constituição. A realização de duas votações criou um racha na base aliada do presidente Michel Temer, apesar da participação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na costura da estratégia que suavizou a pena de Dilma.

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PMDB, PSDB, DEM, PPS e Solidariedade alegam que foi inconstitucional a segunda votação do impeachment realizada como destaque, tendo em vista que, a partir do momento em que o resultado da primeira votação – pela cassação de Dilma – reconhece a existência de crime de responsabilidade, a pena de inabilitação para o exercício de funções públicas “é vinculada e não pode ser afastada”.

As siglas ressaltam que não pretendem “rever, anular ou suspender o julgamento concluído pelo Senado, mas de garantir que a aplicação da pena incida de forma vinculada a partir do julgamento que concluiu que a então presidente cometeu crimes de responsabilidade”. A votação fatiada provocou a reação de ministros da Suprema Corte, sendo considerada algo “no mínimo, bizarro” pelo ministro Gilmar Mendes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Antes de indeferir os pedidos de medida liminar, a ministra Rosa Weber já havia decidido negar a continuidade de mandados de segurança propostos por cidadãos comuns e associações.

Manifestação — A votação fatiada do processo de impeachment que resultou na cassação de Dilma Rousseff foi defendida pela Advocacia do Senado Federal, em manifestação enviada ao STF. “O plenário foi exaustivamente instruído quanto às normas regimentais e constitucionais pertinentes e, ao final, tomou uma decisão soberana”, sustenta o parecer da Advocacia do Senado Federal. De acordo com o órgão, não se pode agora questionar a votação fatiada “por mera insatisfação com o resultado do julgamento”.

“Diversamente do que defendem as impetrações, o destaque para votação em separado não foi um expediente astucioso, engendrado para fraudar a aplicação da pena de inabilitação. Os senadores que entendiam impossível cindir as duas penas não tiveram seu direito de se manifestar em sentido contrário violado, pois puderam votar livremente pela aplicação de ambas as penas”, conclui o parecer.

(Com Estadão Conteúdo)


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A alergia de Hillary Clinton às entrevistas coletivas

Posted: 10 Sep 2016 07:41 AM PDT

Hillary Clinton, uma das figuras políticas mais investigadas de sua geração, desenvolveu uma alergia às entrevistas coletivas que agrava a já complicada relação com os veículos de comunicação, mas que provavelmente não fará tanto prejuízo nas urnas como gostaria seu rival republicano, Donald Trump.

Na última vez que candidata democrata concedeu uma entrevista coletiva formal, as ruas dos Estados Unidos começavam a se preparar para o Natal, as eleições primárias ainda nem tinham começado e o consenso entre os analistas era de que Trump levaria a pior na tentativa de conseguir a indicação republicana. Foi em 5 de dezembro de 2015, há 277 dias, números que Trump e o Partido Republicano se encarregam de atualizar diariamente em e-mails enviados aos jornalistas.

A candidata democrata, que traz na bagagem uma difícil relação com a imprensa desde que era primeira-dama, desenvolveu uma sofisticada estratégia midiática que a permite controlar ao máximo a mensagem e se esquivar do fator da imprevisibilidade das perguntas dos repórteres. Hillary concedeu 350 entrevistas neste ano, embora a maioria tenha sido tão curta — entre três e oito minutos que era impossível se aprofundar em qualquer tema. Além disso, muitas foram feitas por simpatizantes ou humoristas, não jornalistas, segundo uma análise da emissora de rádio pública americana NPR.

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A ex-secretária de Estado também respondeu a perguntas de jornalistas em poucos atos de campanha, como fez em agosto durante a conferência das associações de jornalistas negros e hispânicos, mas apenas três repórteres que tinham sido pré-selecionados puderam questioná-la. “Parece que a campanha de Hillary não vê benefícios em convocar uma entrevista coletiva”, disse à Agência Efe um especialista em comunicação política da Universidade de Dayton, em Ohio, Daniel Birdsong.

“Hoje em dia, os candidatos podem expressar suas mensagens com seus próprios meios – anúncios de televisão, YouTube, Facebook, Twitter e sites oficiais – e se esquivar dos veículos de comunicação mais facilmente do que antes, então há poucos incentivos para que Hillary convoque uma entrevista coletiva”, acrescentou.

Podcast — Há algumas semanas, a campanha da democrata estreou um podcast, chamado “With her” (com ela, em inglês) e dirigido por um de seus apoiadores, Max Linsky, que no primeiro episódio esclareceu que não era “jornalista nem imparcial” e perguntou à candidata coisas como o horário em que acordava a cada dia e em que pensava antes de dormir. O jeito de Hillary Clinton lidar com a imprensa pode parecer o suficientemente correto em comparação com o de Trump, que tem uma lista negra de veículos vetados em seus atos e frequentemente incentiva o público de seus comícios vaiar os jornalistas “desonestos” presentes.

Mas o magnata concede entrevistas coletivas frequentemente e, para muitos jornalistas, a reticência da rival em fazer o mesmo é grave devido aos escândalos de seus e-mails e da Fundação Clinton, o que gera desconfiança entre muitos eleitores. Cerca de 56% dos americanos tem uma imagem negativa de Hillary, segundo uma pesquisa divulgada pelo jornal The Washington Post na semana passada, ao mesmo tempo em que Trump encurtava distâncias nas pesquisas de intenções de voto.

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“Evitar a imprensa quando parece que você vai ganhar as eleições pode te dar uma vantagem tática, mas também significa que o público está menos informado, e pode fazer com que o candidato em questão esteja menos preparado para responder a perguntas difíceis”, afirmou Kathleen Hall Jamieson, professora de comunicação política na Universidade da Pensilvânia, à revista The Atlantic.

Para Robert Lehrman, professor de comunicação pública na American University, a questão é que a candidata democrata não “ganharia” nada se desse entrevistas coletivas. “Por acaso ela perdeu ponto em alguma pesquisa por evitá-las? Vai custá-la algum estado que necessite para ganhar? Seu índice de “confiança” seria melhor se tivesse dado entrevistas coletivas? Certamente que não. Se não convocar nenhuma antes de 8 de novembro [dia da eleição], isso pode prejudicá-la um pouco, mas atualmente não. Vale mais a pena se dedicar a outras coisas”, considerou Lehrman.

De qualquer forma, o receio de Hillary Clinton parece ter algo a ver com seu problema histórico com a imprensa, a qual acusou de alimentar um “duplo padrão” misógino a respeito dela e de outras mulheres poderosas em sua época de primeira-dama (1993-2001). Antes de iniciar sua segunda corrida presidencial, em março de 2015, Hillary disse a um grupo de jornalistas que queria “uma nova relação com a imprensa”, com a qual tinha tido uma interação “às vezes, digamos, complicada”.

(Com agência EFE)


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Suicídio poderia ser evitado se sinais não fossem banalizados

Posted: 10 Sep 2016 07:25 AM PDT

Mais de 800.000 pessoas cometem suicídio a cada ano no mundo. No Brasil, o último dado do Ministério da Saúde mostra que em 2014 foram mais de 10.600 casos no país. Segundo a coordenadora da Comissão de Combate ao Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria, Alexandrina Meleiros, 98% desses indivíduos tinham transtornos mentais, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, dependência de drogas. Neste sábado, é considerado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Dificuldades como as que vêm com a velhice, crises financeiras, solidão, fim de relacionamentos amorosos são considerados fatores de risco para o suicídio, já que funcionam como gatilho para desencadear crises dos transtornos. “Mas isso não quer dizer que quem tem transtorno vai se matar. Essa é uma condição necessária para o suicídio, mas não suficiente”, ressaltou Alexandrina.

Para a especialista, de cada dez suicídios, nove poderiam ter sido evitados com diagnóstico e tratamento corretos dos transtornos. “A maioria das pessoas, cerca de 70% delas, dá algum tipo de sinal [de que pensa em tirar a própria vida], mas muitas vezes os sinais são banalizados. Frases como: a vida não vale mais a pena; melhor morrer; queria desaparecer são sinais de alerta. Esse alerta é um pedido de ajuda comum, pois todo suicida tem uma ambivalência: ele quer morrer porque quer fugir dos problemas, mas também quer ajuda”, explicou a psiquiatra.

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De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, a maior parte das pessoas que pensa em cometer suicídio enfrenta uma doença mental que altera, de forma radical, a percepção da realidade e interfere no livre arbítrio. O tratamento da doença é a melhor forma de prevenir.

Quem convive com essas pessoas, como colegas de trabalho, parentes e amigos, são os que mais podem perceber os sinais de que alguém pensa em desistir da própria vida. “A pessoa mudou o comportamento, ficou mais triste, mais desanimado, passou a faltar o trabalho, não rende do mesmo jeito. São vários os indícios de reações depressivas ou quadros depressivos de maior severidade, que podem levar ao suicídio”, disse a psiquiatra. Ela aconselha que quem perceber esses sinais dê atenção, se disponha a ouvir e sugerir acompanhamento especializado, caso necessário.

Idosos — A mortalidade por suicídio é maior entre os idosos. As limitações físicas, perda de autonomia, morte de entes queridos são fatores relacionados aos casos nesta faixa etária, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), José Elias Pinheiro.

“A depressão no idoso é o maior fator de risco daqueles que tentam contra vida e o diagnóstico não é fácil, não existe um exame sorológico que diga que o paciente tem depressão. Muitos sinais como ausência do convívio social, o recolhimento, podem ser vistos como algo que faz parte do processo natural de envelhecimento, porém, se esse comportamento for diferente da rotina anterior da pessoa, pode ser um sinai de alerta para procurar ajuda profissional”, ressaltou o profissional.

De acordo com o geriatra Ulisses Cunha, 70% dos casos de suicídio nesta fase da vida podem ser atribuídos à depressão, além de psicoses, demências e abuso de drogas, como álcool. As estatísticas apontam o maior número de suicídios ocorre entre os 65 e 70 anos de idade. Os especialistas recomendam que os idosos não fiquem sozinhos em datas marcantes, como morte de um ente familiar ou aniversário, pois são momentos que servir de gatilho para pensamentos destrutivos.

A sociedade médica também alerta para o “suicídio passivo-crônico” – ou seja, um suicídio lento, não claramente manifesto. Pinheiro explica que geralmente esse tipo de suicídio ocorre quando o idoso recebe o diagnóstico de alguma doença crônica, muitas vezes progressiva, mas que não tira a capacidade cognitiva. “Nesse processo progressivo de perda da independência, o indivíduo mantém o grau de lucidez, e vê a independência comprometida, precisa deixar de fazer atividades diárias, como fazer asseio, ir ao banco. Ele começa uma recusa a se alimentar, a usar medicamentos, deixa de ter atitudes que o põem em risco, como provocar quedas. O indivíduo vai negando as funções básicas, como ingerir alimento e água”, descreve Pinheiro.

Adolescentes — Enquanto o maior índice de suicídio está entre os idosos, a faixa etária entre 15 e 19 anos registrou o maior aumento de mortes. A alta de casos nesta faixa etária chegou a 30%, superior a 10,8% na média nacional entre 2000 e 2012. “Vários fatores estão levando nossos jovens a se matarem mais. Lares desfeitos, aumento do abuso de drogas, aumento do alcoolismo, os jovens perderem o sentido do verbo ser e passaram a valorizar o verbo ter. É o imediatismo, o consumismo, fatores que fazem com que os jovens não desenvolvam tolerância para frustrações e diante delas, acabam optando por tirar a própria vida”, disse a psiquiatra Alexandrina Meleiro.

Fatores de proteção — Profissionais preparados para lidar com essas situações, informar população, reduzir o acesso aos meios de execução e acompanhamento profissional podem evitar as mortes. “A espiritualidade também é considerada um fator de proteção. E não estamos falando em religião, e sim em crença, até ser ateu. Ter uma crença afasta a possibilidade de pensamentos suicidas”, acrescentou Alexandrina.

Para a especialista, a atenção básica de saúde deveria estar preparada para identificar sinais de alerta, ter familiaridade com o assunto e encaminhar o paciente para o serviço especializado, mas essa não é a realidade no sistema de saúde brasileiro. “O paciente com perfil suicida precisa de pessoas com familiaridade com o assunto. Muitas vezes uma palavra não positiva pode detonar o gesto suicida, cada vez mais o profissional tem que estar familiarizado com o assunto para ter a possibilidade de mudar um destino que poderia ser trágico daquele paciente”.

Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2014 foram registrados 10.653 óbitos por suicídio no Sistema de Informação de Mortalidade, taxa média de 5,2 por 100 mil habitantes, praticamente metade da média mundial (11,4 por 100 mil). Na Argentina, a taxa é de 10,3 por 100 mil habitantes; Bolívia (12,2), Equador (9,2), Uruguai (12,1) e Chile (12,2).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% dos suicídios no mundo ocorrem por envenenamento com pesticidas, a maioria é registrado em zonas rurais de países com baixa e média renda. Outros métodos recorrentes são enforcamento e uso de armas de fogo. O conhecimento dos métodos de suicídio mais utilizados é importante para a elaboração de estratégias de prevenção que têm se mostrado eficazes, como a restrição de acesso aos meios de suicídio.

(Com agência Brasil)


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Espetáculo expõe relatos reais da rotina na prostituição

Posted: 10 Sep 2016 07:23 AM PDT

Ninguém imagina, mas uma senhora simpática, sem brincos ou qualquer maquiagem, trabalha das 2h até às 17h com prostituição, na região da Luz. Nesse sábado, 10, esse e outros relatos poderão ser conhecidos em Do Outro Lado da Rua, espetáculo dirigido por Herbert Bianchi que estreia no Núcleo Experimental.

A montagem concebida pela técnica verbatim – bastante rara no Brasil – reúne relatos de mulheres envolvidas com prostituição na cidade. No palco, os atores ouvem esses relatos por meio de fones de ouvido e os reproduzem, simultaneamente, para o público. Na prática, o elenco e diretor foram a campo “como os jornalistas”, explica Bianchi e entrevistaram diversas pessoas para conhecer os aspectos da profissão, como elas começaram e detalhes das rotinas. “Para quem desconhece a prostituição, sempre há um olhar preconceituoso. O que sabemos é muito pouco.” Ele conta que os contatos também se deram por conhecidos em comum. “Tentamos entrevistar mulheres de diversas idades, que trabalhassem em lugares diferentes e outras que também abandonaram a profissão.”

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A missão, entretanto, não é tarefa fácil. As atrizes foram em busca das figuras que iriam encarnar no palco, e ouvir “não” foi muito comum, ressalta Deborah Graça. “É preciso explicar o que queríamos fazer com muito cuidado, porque o objetivo é a força do depoimento e não revelar a identidade delas.” Entre as personagens dessa vida real, estão uma mulher trans que concluiu o mestrado com o salário de prostituta, uma divorciada que começou a trabalhar para sustentar os filhos, e a senhora que abre o texto, e que é mãe e avó.

Temas como esse são um prato cheio para o estilo verbatim. Sua primeira experimentação se deu na montagem norte-americana Fires In The Mirror, em 1992. Na peça, a atriz Anna Deavere Smith trazia as memórias de protagonistas de um conflito entre negros e judeus, em Crow Heights, Nova York. No Brasil, o diretor Zé Henrique de Paula, do Núcleo Experimental, estreou no ano passado Ao Pé do Ouvido, um retrato de nordestinos que se mudaram para São Paulo.

No palco, Deborah afirma que é preciso ouvir com atenção o relato enquanto repete palavra por palavra para o público. “Cada mulher tem um modo de falar, as pausas e o timbre de voz. É um caminho que vai na contramão da criação de personagem. A gente brinca: parece uma possessão.”

O espetáculo acontece no Núcleo Experimental, que fica na Rua Barra Funda, número 637,  até o dia 23 de outubro. As apresentações são aos sábados, às 21 horas e aos domingos, às 19 horas. 

(Com Estadão Conteúdo)


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Guardiola vence Mourinho e City derrota United

Posted: 10 Sep 2016 07:08 AM PDT

A rivalidade entre Joseph Guardiola e José Mourinho ganhou novo capítulo neste sábado. E, como acontecia no futebol espanhol, o primeiro levou a melhor sobre o português, desta vez na Inglaterra. O mais recente triunfo de Guardiola aconteceu na vitória do Manchester City sobre o Manchester United, num dos clássicos do Campeonato Inglês mais aguardados dos últimos anos. Jogando no Old Trafford, o City venceu por 2 a 1, com gols de De Bruyne e Iheanacho.

Em 18 jogos entre eles, Guardiola tem agora nove triunfos, contra apenas três de Mourinho. Há ainda seis empates entre os dois, que iniciaram a rivalidade como treinadores de Barcelona e Real Madrid, respectivamente, no início da década.

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Na prática, o resultado fez Mourinho sofrer sua primeira derrota à frente do United. Guardiola, por sua vez, segue com aproveitamento de 100% no Inglês. Com 12 pontos, ocupa a liderança – ainda pode ser alcançado pelo Chelsea no domingo. O United estacionou nos nove pontos, podendo se afastar das primeiras colocações no decorrer da rodada.

No jogo mais caro da história do Campeonato Inglês, por causa das estrelas em campo, o City dominou na maior parte do tempo. Mesmo com Ibrahimovic e Pogba, reforços milionários para a temporada, o United pouco ameaçou o visitante, ainda que contasse com a “ajuda” do goleiro Claudio Bravo.

Contratado para substituir Joe Hart, criticado pela irregularidade debaixo das traves, Bravo fez uma estreia que assustou a torcida. Foi num erro seu que o United marcou seu gol, na etapa inicial, com o sueco Ibrahimovic. No segundo tempo, cometeu outros deslizes que quase custaram a vitória do City.

(Com Estadão Conteúdo)


Arquivado em:Esporte

Brasileiro promove no surfe mensagem de paz no Islã

Posted: 10 Sep 2016 06:59 AM PDT

Para o surfista muçulmano Jihad Khodr, as etapas do Campeonato Paulista Profissional não representam apenas a busca por vitórias para voltar ao Circuito Mundial. Elas são também a oportunidade de levar uma mensagem de paz do Islamismo, lutando contra o preconceito.

Neste sábado, o brasileiro de 32 anos participa de uma ação da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras) chamada “Islã é paz”. Uma garrafa gigante, que contém uma mensagem com a palavra “paz” escrita em diversos idiomas em seu interior, será instalada na praia de Maresias, local da disputa. Jihad, patrocinado pela entidade, é o rosto do Islamismo no surfe.

Jihad é o único muçulmano a participar da elite do surfe. Entre 2008 e 2009, ele participou da WQS, divisão que dá acesso à elite do surfe mundial, e da própria WCT (World Championship Tour). “Quero mostrar a verdadeira face do povo muçulmano, um rosto de amor e de amizade. Não estou falando apenas de doutrina. Estamos falando de olho no olho, um aperto de mão”, afirma.

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Para a Fambras, o esporte está diretamente alinhado aos preceitos do Islamismo. “O esporte representa a diversidade e a união entre os povos. O surfe, mais especificamente, representa a harmonia com a natureza”, afirma Ali El Zoghbi, vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil.

Após perder um campeonato de surfe por problemas ligados à dependência química, no auge de sua carreira anos atrás, Jihad reencontrou seu equilíbrio e voltou a ser um nome promissor.

Seu sonho é voltar ao Circuito Mundial e, para isso, busca patrocinadores. Seu último título no exterior foi em 2013, no WQS de Mar del Plata, na Argentina. “Sou brincalhão, sorridente, mas também fico bravo. Para conhecer a luz, temos de saber bem onde estão nossas sombras”, diz.

(Com Estadão Conteúdo)


Arquivado em:Esporte

Aliados já articulam recurso para Eduardo Cunha

Posted: 10 Sep 2016 06:55 AM PDT

Apoiados pelo regimento interno da Câmara, aliados do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pretendem pedir efeito suspensivo do processo de cassação, caso não consigam abrandar a pena do peemedebista. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem afirmado nos últimos dias que só colocará em votação o processo de perda de mandato, previsto para ocorrer na segunda-feira, se atingir um quórum de no mínimo 420 deputados. Para que o peemedebista seja cassado é necessário ao menos 257 votos a favor do parecer proferido pelo Conselho de Ética da Casa.

Uma das estratégias do grupo de Cunha consiste em apresentar no início da sessão uma questão de ordem pedindo para que seja votado, ao invés do parecer, um projeto de resolução. Dessa forma, haveria a possibilidade de se apresentar emendas, cujo o conteúdo estabeleça uma pena que não fosse a cassação. Maia tem indicado, contundo, que deverá indeferir a questão de ordem com base no histórico de julgamentos proferidos no plenário sobre o tema.

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O deputado tem sido orientado a seguir a mesma decisão tomada pelo ex-presidente da Câmara Ibsen Pinheiro, que em 1991, indeferiu emenda ao projeto de resolução destinado a formalizar a perda de mandato do deputado Jabes Rabelo.

De acordo com assessoria técnica da Casa, para que o recurso seja apresentado em plenário, é necessário o apoio de 1/3 dos presentes. E para aprová-lo, maioria dos que estiverem na sessão. Se aprovado, o recurso é encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça e Cunha poderá permanecer no cargo, até nova posição do colegiado.

Infográfico
O destino político de Eduardo Cunha

(Com Estadão Conteúdo)


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Após tropeços, governo Temer rediscute política de comunicação

Posted: 10 Sep 2016 06:46 AM PDT

O presidente Michel Temer reavalia sua política de comunicação e analisa formas de compensar os tropeços do início da gestão, marcada por declarações desastradas de ministros e anúncios de reformas trabalhistas e previdenciárias que tiveram repercussão negativa nas redes sociais. O debate interno no Palácio do Planalto coincide com a abertura, nos próximos dias, de licitação para contratar as agências que farão as campanhas publicitárias do governo.

No dia 20, a Secretaria de Comunicação realiza a primeira audiência pública para apresentar o edital de licitação de publicidade, com orçamento previsto de cerca de 150 milhões de reais por ano. Atualmente, o governo realiza suas campanhas por meio das agências Leo Burnett Tailor Made, Propeg e Nova/SB, contratadas ainda em 2012 pelo governo Dilma Rousseff.

Ao assumir o poder, em maio, Temer teve de resolver uma crise provocada por aliados que disputavam o comando da Secretaria de Comunicação. Ele decidiu que o antigo assessor, o jornalista Márcio de Freitas, ocuparia o órgão. De lá para cá, Freitas estabilizou a área. Uma reviravolta na comunicação, porém, vai além da secretaria, avaliam interlocutores do governo. Isso porque, segundo eles, a maioria dos erros seguiu uma estratégia do núcleo político do Palácio do Planalto, que aposta em “balões de ensaios” – testes públicos para avaliar a reação a medidas duras.

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No mês passado, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou a proposta de um sistema de Previdência único, de civis e militares. A caserna reagiu e o governo, então, acabou abandonando a ideia.

Anteontem, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, defendeu o aumento da jornada de trabalho de 8 para 12 horas. No mesmo dia, Temer telefonou cobrando explicações. O ministro disse, em nova entrevista, que havia sido mal interpretado, mas manteve a essência do que declarou.

Redes — Preocupado com a repercussão negativa, o governo lançou campanha nas redes sociais para negar a perda de direitos trabalhistas. “Ministério do Trabalho garante que a atualização da legislação trabalhista manterá todos os direitos dos trabalhadores brasileiros. Portanto, #FGTS, 13.º salário, fatiamento das férias e jornada semanal seguirão em vigor. A medida não prevê o aumento da jornada de trabalho”, diz mensagem no perfil de Temer no Facebook. Um vídeo também foi publicado.

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Nogueira já tinha sido pivô de outro desgaste. Ele anunciou, em agosto, que o Planalto enviaria ao Congresso nova proposta de trabalho terceirizado. O projeto era mais restrito que um outro já aprovado pela Câmara. A reação negativa, no caso, partiu do empresariado.

‘Media training’ — No Planalto se discutem até questões básicas de comunicação, como “media training” para ministros que estão na vida pública há anos, um curso rápido para falar a jornalistas. É o caso de Ricardo Barros, da Saúde, que, entre outras frases de efeito negativo, declarou que homens trabalham mais que as mulheres e, por isso, não procuram com tanta frequência serviços de saúde.

Nos bastidores, auxiliares de Temer citam até um episódio envolvendo o presidente, que, no dia 3, na China, se deixou fotografar numa loja de sapatos, onde comprou um par por 388 reais. Com a indústria brasileira em guerra contra os fabricantes chineses, Temer foi criticado. A Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados) mandou um par de sapatos de graça para o presidente.

Na sequência, Temer minimizou protestos contra o governo. No dia seguinte à declaração, estavam previstos atos pelo País. A reação contrária que mais o incomodou aconteceu no Maracanã. Durante a abertura da Paralimpíada, ele foi vaiado pelo público. A interlocutores, Temer lembrou que tinha liberado 130 milhões de reais para garantir a realização do evento, um dinheiro que não estava previsto.

(Com Estadão Conteúdo)


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Biografia de Bukowski busca aparar vãos entre realidade e ficção

Posted: 10 Sep 2016 06:17 AM PDT

Um belo dia, o jovem Charles Bukowski entrou na Biblioteca Pública de Los Angeles – “um edifício grandioso e abundantemente ornamentado, com todos os livros que Bukowski poderia querer ler”, como escreve Howard Sounes – e se deparou com Arturo Bandini. A leitura de “Pergunte ao Pó”, de John Fante, naquele dia do fim dos anos 1930, fez sua vida mudar: e ele então encontrou na literatura um motivo para seguir em frente. A vida de Bukowski, nascido em Andernach, na Alemanha, em 1920, mas identificada totalmente com a cultura norte-americana, é o objeto de “Bukowski – Vida e Loucuras de Um Velho Safado”, livro do jornalista inglês que a Editora Veneta põe novamente em circulação no Brasil.

Bukowski é conhecido por usar sem rodeios os acontecimentos e aspectos da sua vida na ficção e nos milhares de poemas que produziu – fazer uma biografia sua foi, então, aparar os vãos entre realidade e literatura, nas palavras de Sounes. “Ele mudava as histórias de uns jeitos ridículos. Num sentido cômico, era o ultraje que ele trazia para os livros. As pessoas estavam ansiosas para contar o que realmente aconteceu. Isso, é claro, é um bom material para um livro”, diz o jornalista inglês – essa foi a primeira biografia publicado por Sounes, em 1998. Foram outros oito livros de não ficção até hoje.

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Jornalista de formação, Sounes tem um gosto pelo “furo” (a notícia que ainda não foi publicada por ninguém), e ele dá alguns no livro: como mostrar a primeira foto conhecida de Jane Cooney Baker, o primeiro amor da vida de Bukowski e a pessoa que ele mais transformou em ficção, atrás apenas de si mesmo (com o alter ego Henry Chinaski) e de seu pai. Jane morreu antes de Bukowski alcançar a fama, nunca foi entrevistada, e só era conhecida pelos detalhes que o escritor fornecia em entrevistas. Segundo Sounes, “uma história pitoresca inteiramente ficcional”. Ele foi atrás da família dela no Novo México e rastreou cartas, informações escolares e hospitais para tentar se aproximar do que de fato aconteceu.

Outra descoberta diz respeito aos anos em que Bukowski, supostamente, passou bêbado e vagabundeando por aí. “Fui à Alemanha e encontrei um primo dele com muitas imagens, algumas delas estão no livro”, conta Sounes. “São fotos enviadas pelos pais de Bukowski da América e todas têm referências de datas no verso. Por causa disso, pude desmascarar algumas das histórias. Em uma das fotos, ele está com um terno, parecendo bastante esperto, com gravata, como se estivesse indo a uma entrevista de emprego. Foi tirada naquele período em que ele diz que estava zanzando pela América como um mendigo. Esse tipo de coisa ajuda muito. Dá para ver como ele exagerou a história de algum jeito.”

Dois mitos entre os muitos que cercam a vida de Bukowski – grande parte dos quais ele mesmo criou usando suas dezenas e dezenas de livros – também ganham alguma contestação na biografia: o problema com a bebida e a sexualidade. “A bebida com ele é exagerada. Quer dizer, ele era alcoólatra, mas é uma situação trágica de se estar. Não tem nada divertido sobre isso”, conta Sounes. O biógrafo sublinha que, perto do fim da vida, Bukowski parou de beber e conseguia escrever do mesmo jeito. “Se criou uma espécie de mito feliz com Notas de Um Velho Safado, com Bukowski sendo esse bad boy, esse bêbado perseguidor de mulheres, mas ele era muito mais sofisticado do que isso. Mais sutil, intelectual. Mas essa não é uma imagem fácil de vender…”

Mas ele bebia de fato e, de acordo com o poeta Harold Norse – amigo que depois rompeu com Bukowski, ainda em vida -, quando isso acontecia, ele se transformava num “exibicionista egocêntrico e homofóbico”. “Ele teria lhe dado um murro”, revela Norse, no livro, sobre a possibilidade de considerar Bukowski qualquer coisa que não um completo heterossexual, “o que prova que estava tentando esconder algo”. Ele também diz que quando estava “animado”, Bukowski mostrava o pênis e pedia para ver o dele. Não havia contato físico (Norse rejeitava a ideia de fazer sexo com aquele homem “horrível, com um rosto marcado e roxo, como o Fantasma da Ópera, e a barriga de baleia caindo por cima do cinto”) – mas não deixa de ser uma história curiosa sobre um homem que escreveu tanto sobre as mulheres.

Outsider — Longe de ser uma unanimidade de crítica, Bukowski criou um séquito de leitores ao longo dos anos. “Ele é muito do seu tempo, claro, dos anos 1930-1980. Mas acho que ele não é datado. O estilo simples e engraçado permanece”, opina Sounes. Para o biógrafo, existe um tipo de paradoxo no fato de Bukowski ter escrito tanto sobre a vida difícil da classe trabalhadora, mas ser lido por “pessoas que vivem em casas legais, de classe média”.

“Ele não é mainstream, não é para todo mundo. É um escritor cult, embora essa palavra seja usada demais. Frequentemente, quem lê são os mais jovens e os que estão começando na vida, Bukowski era um outsider, e acho que eles simpatizam com isso, com esse cara que batalhou na vida. As pessoas dizem que suas histórias dão conforto em tempos difíceis. Nunca pensei nisso, mas as pessoas me escrevem, dizendo que a leitura ajudou de alguma forma. Parece, pelos textos, que ele sofreu e se machucou. Ele também é um escritor muito bom. Tem um estilo muito legal”, especula Sounes.

Uma das histórias do livro fala da noite que ele fez uma leitura pública no clube adequadamente chamado Baudelaire, em Santa Barbara (algumas leituras de Bukowski estão disponíveis no YouTube e são impagáveis). A confusão era geral – bêbados inconvenientes gritavam da plateia, houve uma briga e o escritor, rabugento, xingava todo mundo. “Vocês me dão nojo.” A certa altura, ele levantou, mandou todo mundo para aquele lugar e foi embora. Claire Rabe, a dona do estabelecimento, assistia à exibição e acabou se interessando por Bukowski, fornecendo a Sounes uma frase que, num universo paralelo, poderia servir igualmente a um crítico literário, talvez. “Ele era incrivelmente sem graça, impressionantemente feio. Eu o achei muito atraente.”

(Com Estadão Conteúdo)


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Reforma trabalhista terá trâmite difícil no Congresso

Posted: 10 Sep 2016 05:58 AM PDT

s diretrizes de uma reforma trabalhista levantadas pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, exigiriam mudanças na Constituição e teriam tramitação muito difícil no Congresso, dizem analistas ouvidos pelo Grupo Estado. Mesmo que essas propostas fossem aprovadas, a regulamentação também seria bastante complexa, até para não haver brecha para a precarização das condições de trabalho temida pelos sindicatos.

Nogueira comentou nesta semana, em evento da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), que a reforma trabalhista que o governo de Michel Temer pretende apresentar ainda este ano prevê uma flexibilização da jornada diária para até 12 horas, ante o limite atual de 8 horas, desde que mantido o teto da jornada semanal, que é de 48 horas (44 horas mais 4 horas extras). Além disso, seriam criadas duas modalidades de contrato, com remuneração por hora trabalhada e por produtividade.

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Escravidão — Ontem, em entrevista à Rádio Estadão, Nogueira disse ter apenas citado um exemplo e garantiu que a jornada de trabalho não será ampliada. “Citei o exemplo dos hospitais, que têm a jornada 12 x 36 feita mediante convenção coletiva”, disse. “Doze horas é voltar ao tempo da escravidão”, complementou. “Direito você mantém, não retira.”

Mesmo com a mudança no discurso, a polêmica se manteve. O advogado Guilherme Gantus, especialista em direito trabalhista do escritório Gantus Advogados, aponta que o limite de 8 horas diárias consta do artigo 7, parágrafo 13 da Constituição.

Assim, qualquer alteração precisa ser feita por meio de uma proposta de emenda constitucional (PEC). “Não há dúvida que poderia haver uma série de questionamentos jurídicos. Se isso não for definido por PEC, o Judiciário trabalhista pode entender que se criou uma possibilidade que não tem valor jurídico. Haveria uma insegurança muito grande para quem fosse optar por esse tipo de contrato”, disse.

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(Com Estadão Conteúdo)


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Subsídios agrícolas provocam rombo nas contas públicas

Posted: 10 Sep 2016 05:52 AM PDT

Apesar do discurso de que a competitividade da agropecuária brasileira justificaria cortes de subsídios, na prática o governo tenta, com a diminuição desses benefícios, reduzir o rombo do setor nas contas públicas, no processo de ajuste fiscal. Relatório do Tesouro obtido pelo Grupo Estado, aponta que, entre janeiro de 2015 e julho de 2016, o Tesouro gastou 14,3 bilhões de reais somente para cobrir o déficit gerado pela postergação de repasses a bancos financiadores de operações do crédito rural – os chamados “restos a pagar” na rubrica orçamentária.

O período coincide com as “despedaladas” fiscais e o acerto de contas com instituições financeiras feito pelo governo. O rombo no Tesouro chegou a 11,6 bilhões de reais no ano passado e, entre janeiro e julho de 2016, atingia 2,73 bilhões de reais. Em 2015, o governo registrou a execução de um orçamento de 7,8 bilhões de reais com subsídios. Os gastos com operações financeiras bancárias de subvenção ao setor agrícola, no entanto, somaram 19,5 bilhões de reais. Segundo o Tesouro, a diferença entre as cifras refere-se à quitação dos restos a pagar, ou seja, são de operações antigas.

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De janeiro a julho deste ano, 8,6 bilhões de reais estavam previstos no orçamento com subsídios. O que foi pago no total, porém, chegou a 11,3 bilhões de reais. Ou seja, o resultado foi um rombo de 2,6 bilhões de reais no período. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, expõe abertamente que não há recursos em caixa que sustentem subsídios como os concedidos no passado. O Ministério da Fazenda não quis comentar mudanças na política adotada pelo governo nos últimos anos para estimular o setor.

Mas, de acordo com fontes do governo, a revisão de programas agrícolas é necessária diante da recessão vivida pelo País, que apresenta déficit primário por anos consecutivos. Para o governo, a revisão de grande parte dos benefícios concedidos ocorre porque o setor agrícola, além de “caminhar sozinho”, é o que mais recebe ajuda. Além da competitividade ampliada com os subsídios, o governo cita o resultado positivo do setor entre os fatores que justificam este “caminhar sozinho” e a redução de benefícios, que já ocorre.

A agricultura ainda é um dos poucos segmentos que segue contratando mais do que demitindo. No acumulado de 2016, o saldo do setor é positivo em 96.000 postos formais de trabalho, de acordo com dados do Ministério do Trabalho.

(Com Estadão Conteúdo)


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Crise nas pesquisas: prever eleições está cada vez mais difícil

Posted: 10 Sep 2016 05:21 AM PDT

A campanha eleitoral nos Estados Unidos está entrando em sua reta final para decidir sobre quem irá ocupar o lugar de Barack Obama na Casa Branca. Os prognósticos  sobre o futuro vencedor mudam ao sabor dos ventos. Na mesma semana, é possível encontrar pesquisas com números tão diferentes que é difícil saber quem estará certo em 8 de novembro. Desde o início do ano, tanto Hillary Clinton quanto Donald Trump já ocuparam o topo na preferência popular e, em certas ocasiões, apareceram virtualmente empatados. A imprevisibilidade trouxe à tona uma nova questão: ainda é possível confiar nas pesquisas eleitorais?

“Sim, está cada vez mais difícil prever uma eleição”, confirma Clifford Young, presidente do Instituto Ipsos nos Estados Unidos, que conduz uma das pesquisas eleitorais mais importantes do país, em parceria com a agência Reuters. Segundo Young, a crise nas pesquisas não é apenas americana, mas mundial, e tem origem em uma série de fatores que exigem cada vez mais esforço (e dinheiro) para prever resultados. Os motivos vão desde a transição de métodos tradicionais para versões on-line, até o cenário de incerteza política que cresce no país, com candidatos fora do padrão político tradicional, como Trump, ganhando espaço.

Pelos menos nos últimos 30 anos, de acordo com Young, o telefone fixo era o “padrão de ouro” das pesquisas eleitorais. Era a forma mais óbvia e conveniente de comunicação, além de permitir encontrar quase qualquer pessoa nos Estados Unidos — país de dimensões continentais que já chegou a ter, na década de 90 e anos 2000, cerca de 90% de seus lares com uma ou mais linhas de telefone fixo. Nos últimos anos, porém, cresce o número de casas que não possuem uma linha fixa — hoje cerca de 50% das casas possuem telefone fixo, mas o número está em queda vertiginosa desde 2004.

Para dificultar, uma lei americana de Proteção ao Consumidor de Telefonia proíbe que sejam feitas ligações “automáticas”, por meio de robôs e gravações, para telefones celulares. Ou seja, um levantamento apenas com chamadas para celular exige gastos astronômicos com funcionários, do contrário, atinge um número menor de pessoas, não acompanha a rápida mudança no cenário eleitoral e não reflete a realidade do país.

Mesmo duvidosas, por ainda não terem sido muito testadas e estudadas, as pesquisas on-line ganharam espaço. As vantagens incluem o gasto reduzido, de cinco a sete vezes menor, e amostras maiores, que ajudam a prever como os candidatos se sairão em cada Estado, importante para o sistema de voto proporcional dos Estados Unidos. Por outro lado, ainda se sabe pouco sobre a sua eficácia e como o método afeta os resultados. “Está ficando quase inviável fazer uma pesquisa eleitoral”, afirma Young. Há um impasse: pesquisas caras e difíceis, ou baratas e incertas.

No referendo para decidir se o Reino Unido sairia da União Europeia, de acordo com o site especializado YouGov, os levantamentos por telefone mostravam um empate, enquanto as pesquisas virtuais davam vantagem de 15% para a permanência. “As pesquisas telefônicas tendem um público diferente, com alta presença de minorias e idosos. Já os levantamentos on-line pegam mais jovens e trabalhadores que passam o dia fora de suas casas”, explica Young. “Todo o esforço nos institutos de pesquisa é para tentar corrigir esse viés de cobertura”.

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Incerteza política

A crise nas pesquisas é ainda mais complexa do que uma questão técnica: é cada vez mais difícil encontrar alguém para respondê-las. Um relatório do instituto Pew Research Center mostra que a taxa de resposta nas pequisas realizadas pela empresa era de 8% em 2014, quase nada se comparado aos quase 80% nos anos 1970. “Não está claro ainda se isso diminui a qualidade das pesquisas, mas com certeza mostra que é cada vez mais difícil fazê-las”, afirma o representante da Ipsos. Um sinal da dúvida é que as principais empresas americanas preferiram nem mesmo divulgar esses valores durante a corrida eleitoral.

Para Young, a mudança constante nos números é, também, o reflexo da incerteza política mundial. “Estamos vivendo um cenário de descontinuidade, descrença, no qual as pessoas não sabem em quem votar. Isso contribui para a volatilidade das pesquisas”, afirma. Uma das principais evidências é o número de indecisos, cruciais para Hillary e Trump. Em 2012, quando Obama concorreu contra o republicano Mitt Romney, a média de indecisos nas pesquisas nacionais era de 5,1% no início de setembro. Hoje, este número está em 9,9%, de acordo com o agregador de levamentos HuffPost Pollster.

Apesar de não serem exclusividade americana, a descrença nas pesquisas parece mais grave no país. Segundo Young, o excesso de informações contribuiu para essa impressão. Em 2012, quase 12.000 pesquisas eleitorais foram realizadas nos Estados Unidos, um número que deve quase dobrar neste ano. Já no Brasil, há cerca de 80 ou 90 levantamentos em ano eleitoral. “Quase todo dia há uma pesquisa nacional nos Estados Unidos. Mesmo que estejam na margem de erro, as pessoas desconfiam dos resultados se veem pesquisas um pouco diferentes todos os dias”, afirma o pesquisador.

Em quem acreditar?

Afinal, as pesquisas ainda refletem a realidade? Provavelmente, desde sejam observadas com cuidado. O importante é não dar tanto valor para dados isolados, mas sim para o todo, explica Young. Há diversos sites americanos, como o RealClearPolitics e o HuffPost Pollster, que desenvolveram métodos para avaliar as melhores levantamentos e combinar seus resultados, de forma a dar um cenário mais completo. O PollingData faz um trabalho semelhante em português, avaliando as eleições americanas e também as brasileiras.

Além de fazerem a média das pesquisas nacionais, que são feitas como no Brasil, o site FiveThirtyEight e o New York Times avaliam a probabilidade de um candidato vencer. Na maioria das vezes, as pesquisas de voto popular refletem sim o vencedor, mas podem dar uma ideia distorcida sobre o quão acirrada está a corrida eleitoral. Como os Estados Unidos trabalham com o voto proporcional, não necessariamente ganha quem for votado por mais da metade da população, o que já aconteceu quatro vezes na história do país.

Para aqueles que desejam ir ainda mais fundo na investigação das pesquisas, é importante ficar de olho nas manipulações: confira o método, a margem de erro e a reputação do instituto de pesquisa – o FiveThirtyEight faz um ranking  dos principais levantamentos americanos. Se não for bem trabalhado, o método pode influenciar quem responde e isso pode ou não ser intencional. Além disso, estar três ou quatro pontos porcentuais à frente pode não significar muito, caso a margem de erro seja alta.


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Na crise, brasileiro gasta mais com água e luz – e corta o resto

Posted: 10 Sep 2016 04:49 AM PDT

No último ano, os brasileiros apertaram o orçamento familiar para passar pela crise. Entre julho de 2015 e julho de 2016, os gastos com cuidados pessoais, que incluem as despesas com salão de beleza, itens de farmácia e academia, foram cortados pela metade. O consumo em bares e restaurantes caiu 30% e os gastos com lazer, como viagens, cinema e teatro, caíram 18%. Até mesmo as contas de internet, celular e TV à cabo passaram pela navalha: queda de 20% no período. A única categoria de despesa que não sofreu diminuição foi a das contas domésticas, como água, luz e gás, que aumentaram 29%.

Os dados são de levantamento realizado pelo aplicativo de finanças GuiaBolso e obtido com exclusividade pelo site de VEJA. A pesquisa foi feita com base nas informações de 88.280 usuários do GuiaBolso, com renda média de 2.182,74 reais. O aplicativo tem quase 3 milhões de downloads e analisa automaticamente todas as despesas e receitas do usuário por meio de uma conexão direta com as informações de lançamentos na conta corrente bancária e cartões de crédito.

Apesar da queda expressiva nos gastos pessoais, o estudo revela um aspecto positivo: a renda do usuário está menos comprometida. Em julho de 2015, 102% do salário era consumido até o fim do mês. Isso significa que, na média, as pessoas estavam entrando no cheque especial ou em outra forma de financiamento para cobrir as despesas que ultrapassavam o total do orçamento. Já em julho de 2016, as despesas somaram 91% da renda.

Essa "sobra" tem incentivado também um aumento em aplicações. Do total ganho, os usuários investiram cerca de 2% da renda. "Ainda é pouco. Recomendamos que as pessoas guardem pelo menos 15% do salário para investimentos ou para pagar dívidas antigas", afirma Benjamin Gleason, fundador do GuiaBolso e ex-diretor financeiro do Groupon no Brasil. Ele conta que há pouco incentivo no Brasil para que as pessoas poupem uma fatia do salário, e que a aplicação mais comum ainda é a caderneta de poupança. "Nossas pesquisas mostram que o usuário sabe que a poupança é um investimento com baixíssimo retorno, mas que não busca outras formas de aplicações porque as desconhece ou porque acha complicado demais".

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O ajuste feito nos lares brasileiros é um dos fatores que mais contribuíram para a queda na atividade econômica. Os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2016, quando comparados com o mesmo trimestre do ano passado, mostram que o consumo das famílias caiu 5% – somente os investimentos tiveram pior desempenho no mesmo período. O setor de serviços, altamente influenciado pelo poder de compra das famílias, contraiu-se 3,3%, puxado principalmente pelo comércio, que encolheu 7,4%.

A boa notícia é que, agora que o orçamento foi achatado pelo corte de gastos, o endividamento dos brasileiros também deve começar a diminuir. "Os números mostram que, provavelmente, a maior parte do rearranjo das contas ficou para trás e que, agora, há uma maior consciência sobre a necessidade de equilíbrio do orçamento", diz Gleason, do GuiaBolso. Dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) mostram que o número de inadimplentes já começou a cair, embora ainda haja quase 59 milhões de pessoas nessa situação. É um respiro para as famílias brasileiras, mas ainda há um longo caminho de recuperação a ser percorrido.


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Haj, a peregrinação muçulmana

Posted: 10 Sep 2016 04:39 AM PDT

 


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O que sabemos sobre o programa nuclear da Coreia do Norte

Posted: 10 Sep 2016 04:18 AM PDT

Na última sexta-feira, o regime norte-coreano anunciou a realização do quinto e maior teste nuclear de sua história. A explosão marcou as comemorações pelos 68 anos da fundação da Coreia do Norte e foi mais poderosa que a bomba detonada em Hiroshima, de acordo com estimativas do Ministério de Defesa da Coreia do Sul.

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A insistência de Kim Jong-un em dizer que já domina tecnologias nucleares avançadas tem aumentado cada vez mais a tensão e a instabilidade no continente asiático, além de provocar a condenação dos Estados Unidos e da Organização das Nações Unidas (ONU). Mas, apesar de todo o temor, os testes norte-coreanos também despertam muitas dúvidas e são cercados de contradições.

Pouco se sabe sobre a verdadeira potência das bombas desenvolvidas por Pyongyang ou sobre as matérias-primas utilizadas em sua construção, por exemplo. Listamos alguns dos fatos principais já conhecidos sobre o programa nuclear norte-coreano e algumas das maiores dúvidas que ainda pairam ao seu redor.

O tamanho da explosão

A grande dúvida da comunidade internacional sobre o quinto teste nuclear realizado pela Coreia do Norte está no poder explosivo da nova bomba. As primeiras estimativas apontam que a explosão alcançou uma potência de 20 quilotons (um quiloton equivale à potência explosiva de mil quilos de TNT). As autoridades sul-coreanas, no entanto, afirmam que a explosão foi de 10 quilotons.

De qualquer forma, a explosão causada por esse teste foi muito maior do que as anteriores no regime de Kim Jong-un. O seu impacto foi tão forte que provocou um terremoto artificial de 5 graus na escala Richter no nordeste da Coreia do Norte, local do teste.

Kim Jong-un comemora teste com míssil

Kim Jong-un comemora teste com míssil (KCNA/Reuters/Reuters)

Os testes anteriores

O primeiro teste com bombas nucleares da Coreia do Norte foi anunciado em outubro de 2006. Como todos os outros que viriam a seguir, foi feito em nível subterrâneo, e a principal matéria-prima utilizada nesse dispositivo foi o plutônio. A comunidade internacional acredita que a explosão gerou uma descarga de energia de cerca de 1 quiloton, menos de um décimo do tamanho da bomba lançada sobre Hiroshima em 1945.

O segundo teste aconteceu em maio de 2009 e sua explosão alcançou potência entre 2 e 8 quilotons. A experiência seguinte só foi registrada em fevereiro de 2013 e gerou uma série de especulações sobre a capacidade do regime de Kim Jong-un de enriquecer urânio.

Em janeiro deste ano, mais um teste foi anunciado. Desta vez, o regime de Kim assegurava se tratar de uma bomba de hidrogênio. Alguns meses depois, o ditador divulgou que seus cientistas foram capazes de desenvolver uma ogiva nuclear pequena o suficiente para caber em um míssil, notícia que a comunidade internacional recebeu com desconfiança.

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A Coreia do Norte tem, de fato, uma bomba nuclear?

Tecnicamente, sim. A Coreia do Norte realizou vários testes com bombas nucleares. No entanto, para lançar um ataque nuclear contra seus vizinhos é necessário fazer com que a ogiva nuclear seja pequena o suficiente para caber em um míssil.

Kim Jong-un alega que seus cientistas conseguiram desenvolver essas ogivas em 'miniatura', mas o feito nunca foi comprovado, e muitos especialistas duvidam da reivindicação.

E uma bomba de hidrogênio?

A outra grande dúvida é se os dispositivos nucleares que estão sendo testados são bombas atômicas ou bombas de hidrogênio, que são muito mais poderosas. As bombas de hidrogênio usam a fusão de átomos para liberar enorme quantidade de energia, enquanto o dispositivo nuclear usa a fissão nuclear, ou a divisão de átomos.

Os testes de 2006, 2009 e 2013 foram todos testes com bombas atômicas. A Coreia do Norte alega que o teste de janeiro 2016 era de uma bomba de hidrogênio. Entretanto, especialistas questionam a informação, pois o tamanho da explosão registado foi muito menor do que o estimado para uma bomba de hidrogênio.

Um míssil é lançado de um submarino durante testes em Pyongyang, na Coreia do Norte

Um míssil é lançado de um submarino durante testes em Pyongyang, na Coreia do Norte (KCNA/Reuters)

Plutônio ou urânio?

Outra questão muito discutida pelos especialistas é a matéria prima utilizada na fabricação das bombas. A maioria acredita que os dois primeiros testes usaram plutônio, mas essa informação nunca pode ser confirmada.

O fato é que um teste bem sucedido com uma bomba desenvolvida com urânio marcaria um salto significativo no programa nuclear da Coreia do Norte. As reservas de plutônio no país são finitas, mas se os cientistas locais dominarem a técnica de enriquecimento de urânio, o país estaria muito próximo de construir um arsenal nuclear. Além disso, enriquecer plutônio exige grande maquinário e instalações, enquanto o enriquecimento de urânio é um processo muito mais discreto, que pode ser realizado em segredo.

As intenções de Kim Jong-un

Em 2016, além dos testes de armas nucleares, a Coreia do Norte realizou um lançamento de satélite, que a comunidade internacional suspeita ter se tratado de um teste de míssil balístico intercontinental. O país também lançou mais de 30 mísseis balísticos de 200 quilômetros de alcance – foram mais testes de mísseis neste ano do que em toda a história norte-coreana.

Por outro lado, é consenso no cenário internacional que Kim Jong-un usa as ameaças, os lançamentos de mísseis e os testes nucleares para desviar a atenção dos fracassos de seu governo e de sua fraca liderança. Ele busca assegurar seu apoio militar e impedir que seus 'inimigos' tomem qualquer ação contra seu regime.

O que a comunidade internacional está fazendo a respeito?

Estados Unidos, Rússia, China, Japão e Coreia do Sul já se engajaram em várias rodadas de negociações com a Coreia do Norte, mas nenhuma resultou em um acordo concreto de desarmamento. Em 2005, a Coreia do Norte concordou com um acordo histórico para desistir de suas ambições nucleares em troca de ajuda econômica e concessões políticas. A implementação do acordo se revelou complicado e as negociações foram paralisadas em 2009. Outros pactos com os Estados Unidos também nunca alcançaram resultados práticos.

A China ainda é o principal parceiro comercial da Coreia do Norte, e seu único aliado. Pequim também se juntou ao coro de nações que condenaram os testes de 2016, mas não tem se mostrado muito ativa nas negociações para frear seu vizinho ameaçador.


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