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domingo, 3 de dezembro de 2017

#Brasil

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Temer pede apoio à reforma da Previdência durante jantar

Posted: 03 Dec 2017 08:58 PM PST

O presidente Michel Temer reuniu-se na noite deste domingo (03) com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com presidentes de partidos da base governista para tratar da votação da reforma da Previdência.

Durante a reunião, o presidente Temer pediu apoio aos presidentes e lideranças partidárias para aprovação da reforma em análise na Câmara dos Deputados. De acordo com o vice-líder do governo, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), o presidente foi claro ao afirmar que, se a reforma não for aprovada, pode estancar e prejudicar a retomada do crescimento econômico do Brasil.

O presidente da Câmara disse que a reunião foi muito proveitosa e serviu para uma avaliação da votação da proposta com a maioria dos presidentes de partidos da base aliada.

"A gente sai da reunião de hoje (ontem) com a expectativa muito grande de conseguir reunir os votos dos partidos da base, que somam mais de 320 votos [na votação da reforma da previdência]. Acho que podemos, de forma organizada, ter condições de trabalhar a votação da previdência", disse Rodrigo Maia.

Segundo o presidente da Câmara, os presidentes e líderes partidários tiveram a oportunidade de falar sobre a votação e alguns chegaram a levantar a possibilidade de fechar questão a favor da aprovação da matéria.

"A gente conseguiu organizar a base para construir nessa semana as condições necessárias para votar a reforma da Previdência. Acho que o compromisso de todos os partidos é trabalhar suas bancadas, alguns fechando questão, outros no convencimento, mas com a certeza de que todos trabalharãi de hoje até quarta ou quinta-feira próximas para votar a proposta".

De acordo com o deputado Rodrigo Maia, já há um ambiente das principais lideranças e presidências dos partidos da base sobre a importância e urgência de votar a reforma. "Com essa consciência, nosso trabalho ficará mais fácil. Farei o que estiver ao meu alcance para aprová-la."

Maia afirmou disse acreditar em condições favoráveis para aprovar a reforma previdenciária ainda este ano. A intenção das lideranças governistas e do próprio presidente da Câmara é votar a matéria durante a semana.

O vice-líder Perondi informou que compareceram à reunião, seguida de jantar na residência oficial da presidência da Câmara, 11 presidnetes de partidos da base governista, líderes aliados, ministros, técnicos da Previdência, deputados e senadores.

Conforme Perondi, o governo ainda não tem os votos suficientes para aprovar a reforma, mas disse acreditar que os votos estão aumentando. São necessários 308 votos para aprovar a reforma.

Temer traça estratégias para 2018 em almoço com Maia e aliados

Posted: 03 Dec 2017 02:58 PM PST

Michel Temer em entrega do Minha Casa, Minha Vida em Limeira
Michel Temer em entrega do Minha Casa, Minha Vida em Limeira Marlene Bergamo/Folhapress - 2.12.2017

O presidente Michel Temer começou a traçar neste domingo (3) a estratégia política para unir o chamado "centro" nas eleições de 2018. Em almoço com ministros e dirigentes de partidos aliados, no Palácio da Alvorada, Temer iniciou as negociações para organizar a candidatura à sua sucessão e disse que apoiará quem estiver disposto a defender o seu "legado".

Até agora, líderes da coalizão governista trabalham com duas possibilidades: o respaldo à possível candidatura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), ou do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao Palácio do Planalto. Há também os que defendem uma campanha de Temer à reeleição, dependendo do cenário.

Alckmin seria o preferido, mas, ao que tudo indica, o aval ao nome dele dependerá muito mais de suas atitudes daqui para a frente. O governo não quer que tucanos saiam da equipe como se fossem adversários de Temer e exige o apoio do PSDB à reforma da Previdência.

"Nós fizemos uma avaliação do quadro político com o objetivo de começar a definir os caminhos para 2018", afirmou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, que participou da conversa no Alvorada, onde também estava o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). "Se ontem o diálogo foi de silenciosos, hoje foi uma conversa de quem domina a língua portuguesa", completou o ministro, em uma referência à frase usada por ele, no dia anterior, para definir a falta de prosa entre Temer e Alckmin.

Na avaliação de Moreira, embora os partidos da coalizão já estejam se articulando para formar uma ampla frente em 2018, que vá além da "massa parlamentar" para garantir estabilidade ao governo, o momento ainda não é de ungir o candidato.

"A aliança para o ano que vem vai se dar em termos de compromissos e metas a serem alcançados do ponto de vista social, do ambiente de negócios e do esforço de equilíbrio fiscal para que haja cada vez mais investimentos e geração de empregos", argumentou o ministro. "Temos consciência de que, embora a situação econômica tenha melhorado muito, ainda precisa se consolidar."

O PMDB avalia se lançará candidatura própria ou apoiará algum concorrente da base aliada. "A ideia é construirmos um compromisso conjunto com esses pressupostos da estabilidade", insistiu Moreira.

É nesse páreo que aparecem, por enquanto, Meirelles e Alckmin. Um protagonista muito importante — que pode atuar tanto como fiador quanto candidato em alguma chapa governista ao Planalto — é Rodrigo Maia. Nos bastidores, Maia tem feito movimentos na direção de Meirelles.

Não por acaso, Temer chamou o ministro da Fazenda para participar neste sábado, ao lado dele e do governador, da entrega de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, em Limeira (SP) e em Americana (SP). Quis dar um sinal a Alckmin de que o PMDB pode muito bem ir de Meirelles, caso o PSDB lhe dê as costas.

Temer e Alckmin iriam conversar após a agenda popular deste sábado (2), mas isso não ocorreu. A convenção do PSDB que elegerá o governador, por aclamação, para presidir o partido será realizada no próximo dia 9, em Brasília. É também nesse dia que a sigla deve bater o martelo sobre o desembarque da equipe de Temer.

Com a ameaça de rompimento dos tucanos e a melhoria de indicadores econômicos, dirigentes do PMDB voltaram a discutir a possibilidade de uma candidatura do presidente a um segundo mandato.

O plano havia sido aposentado após as delações da JBS e ainda é visto como "loucura" por muitos aliados, diante da baixíssima popularidade de Temer, mas a avaliação no Planalto é a de que o quadro pode mudar em meados do ano que vem, quando se estima que a população sentirá "no bolso" o impacto positivo das medidas de ajuste. Além disso, auxiliares do presidente lembram que pesquisas de intenção de voto também mostram Meirelles oscilando entre 1% e 2% de aprovação, um índice ainda menor do que o de Temer.

Temer tem reuniões com Maia e Meirelles por Previdência

Posted: 03 Dec 2017 12:20 PM PST

Presidente articula votos para reforma
Presidente articula votos para reforma Alan Santos/Presidência da República - 23.11.2017

O presidente da República, Michel Temer, reúne-se hoje (3), às 19h, com líderes da base aliada, em jantar na residência do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. A assessoria do Palácio do Planalto também confirmou um almoço, no Palácio da Alvorada, às 14h.

Antes de se reunir com Maia, o presidente se reúne com o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que chegou por volta das 17h30 ao Palácio da Alvorada e não falou com jornalistas.

A começar por hoje, a semana será de encontros e articulações da base para reunir os 308 votos de parlamentares necessários para aprovar a reforma da Previdência, na Câmara. Será uma semana de "mobilização total".

O governo precisa trabalhar rápido, porque o último dia de atividades no Congresso, antes do recesso parlamentar, é 22 de dezembro.

O presidente de Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou, na semana passada, que faltam "muitos votos" para que seja possível aprovar a reforma da Previdência. "Estamos tentando construir o texto em cima dos 308 votos [apoio necessário para aprovação]. Mas a gente sabe que está muito longe disso ainda, muito longe mesmo", disse Maia após evento, na última quinta-feira (30).

Para o jantar, são esperados os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles; do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira; da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab; da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marco Pereira; dos Transportes, Maurício Quintella; das Cidades, Alexandre Baldy; e da Casa Civil, Eliseu Padilha. O secretário da Previdência Social, Marcelo Caetano, também participará do almoço, segundo o Palácio do Planalto.

Entre os presidentes de partidos, são aguardados no encontro os dirigentes do PMDB, PP, PSD, DEM, PRB, PTB, Solidariedade e PSC. O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), também estão na lista de convidados.

Suicídio de reitor da UFSC põe Polícia Federal sob suspeita

Posted: 03 Dec 2017 07:31 AM PST

Alguém devia ter caluniado Luiz Carlos Cancellier de Olivo, porque foi preso uma manhã, sem que houvesse feito alguma coisa de mal. O início de 'O Processo' é lembrado pelo desembargador Lédio Andrade, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, ao comentar, ainda cheio de dor, o suicídio do reitor da UFSC (Universidade Federal da Santa Catarina), que completou dois meses neste sábado (2).

"Nem Kafka pensou que uma sucessão de arbitrariedades pudesse levar a algo tão brutal", disse Andrade, também professor da UFSC.

Cancellier, o Cau, seu amigo desde os nove anos, foi preso pela Polícia Federal, na chamada Operação Ouvidos Moucos, na manhã de 14 de setembro. Estava sendo investigado, sem saber, pela delegada Érika Mialik Marena, ex-coordenadora da Operação Lava Jato, em Curitiba, e depois, da Ouvidos Moucos, em Florianópolis.

A suspeita sobre o reitor de 59 anos, de nenhum antecedente criminal, era a suposta tentativa de obstruir uma investigação sobre desvios no programa de educação a distância - feita, principalmente, por um declarado desafeto do reitor, o corregedor-geral da UFSC, Rodolfo Hickel do Prado, integrante da Advocacia-Geral da União em Santa Catarina.

No depoimento que prestou no inquérito da PF, o próprio Prado contou sua contrariedade por Cancellier, em medida administrativa de redução de custos, ter cortado uma gratificação de R$ 1 mil. A delegada nem sequer cogitou que poderia haver possibilidade de retaliação pessoal. Prado não atendeu ao celular indicado como dele pela UFSC.

A prisão foi desnecessariamente espetaculosa, como costuma e continua a acontecer: segundo a própria PF, 115 policiais foram mobilizados para prender Cancellier e outros seis professores da UFSC. No dia da prisão, a PF manchetou, em seu site, em um erro cavalar, que a Ouvidos Moucos combatia "desvio de mais de R$ 80 milhões".

Esse valor, como depois explicou a delegada Érika, sem mais aquela, era o total de repasses do Ministério da Educação para o programa de ensino a distância ao longo de dez anos, 2005 a 2015, quando Cancellier não era o reitor (só o foi a partir de maio de 2016).

No mesmo dia 14 de setembro, depois de depor na PF, o reitor, sem que até agora ninguém tenha explicado o motivo, foi levado, como se condenado, para a penitenciária de Florianópolis. Teve os pés acorrentados, as mãos algemadas, foi submetido, nu, à revista íntima, vestiu o uniforme de presidiário e ficou em uma cela na ala de segurança máxima. Cardiopata, passou mal, e foi examinado e medicado por seu cardiologista. Trinta horas depois, a pedido do advogado Hélio Rubens Brasil, uma juíza federal relaxou a prisão.

Dezoito dias depois, 2 de outubro, Cancellier se matou, com 59 anos, atirando-se do sétimo andar de um shopping de Florianópolis. "A minha morte foi decretada quando fui banido da universidade!!!", escreveu Cancellier em um bilhete que deixou. Cinco dias antes da tragédia, o próprio reitor descreveu, em O Globo, a revolta que o dominava: "A humilhação e o vexame a que fomos submetidos há uma semana - eu e outros colegas da Universidade Federal de Santa Catarina - não tem precedentes na história da instituição", escreveu.

Andrade, que lembrou Kafka, o viu pela última vez, em 13 de agosto - bem antes da prisão, portanto - quando ambos, amantes do xadrez, foram a Blumenau, no interior de Santa Catarina, participar de um partida simultânea contra a campeã brasileira juvenil Gabriella Feller. O evento arrecadou uns trocados para Gabriella poder participar do campeonato mundial que em breve se realizaria no Uruguai. Dos doze adversários, a enxadrista derrotou onze, até mesmo o reitor.

O único a vencer foi Andrade. "Ele ainda me criticou por isso", contou. Depois da prisão, recebeu-o em casa, para um jantar de levantamento de ânimo entre poucos amigos. Cau estava sob efeito de remédios psiquiátricos. O pouco que falou foi para narrar o que passou na penitenciária. "Ele foi vítima de um sistema que condena sem defesa, clamorosamente contrário à Constituição", disse o desembargador do TJ-SC.

Notícia-crime

Catarinense de Tubarão, filho de operário e costureira, Cancellier foi liderança do movimento estudantil contra a ditadura, ligado ao chamado Partidão, o PCB (Partido Comunista Brasileiro). Depois foi jornalista. Assessorou o senador Nelson Wedekin, em Brasília, durante a Constituinte de 1987/1988. Nos anos 1990, de volta a Florianópolis, concluiu o curso de Direito e seguiu a carreira acadêmica.

Deixou três parentes diretos: o matemático Acioli Antônio, irmão mais velho; o jornalista Júlio César, irmão mais novo, e o filho Mikhail, doutor em Direito, como o pai, e também professor da UFSC. Em 31 de outubro, Acioli Antônio e o advogado Hélio Rubens Brasil estiveram com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, a quem entregaram uma petição de seis páginas pedindo a instauração de "procedimento administrativo para apurar a responsabilidade da delegada Érika Mialik Marena pelos abusos e excessos cometidos na denominada Operação Ouvidos Moucos".

A assessoria de imprensa do ministério informou ao jornal O Estado de S. Paulo que a petição foi processada e tramita na forma de processo administrativo, atualmente na Polícia Federal. Na PF, segundo o Ministério da Justiça, a corregedoria abriu procedimento para verificar a notícia-crime descrita na petição da família. O procedimento está sendo analisado pelo Núcleo de Polícia Judiciária. Ao fim da análise, que está em fase de execução, haverá um parecer sobre a existência do crime. A depender do que diga o parecer, abre-se um inquérito sobre a delegada.

Prisão

A prisão temporária do reitor e de seus colegas da UFSC foi pedida pela delegada Érika à juíza federal Juliana Cassol. Ouvido o MPF (Ministério Público Federal) - onde o procurador da República André Bertuol deu parecer favorável - Juliana autorizou, concordando com o argumento de risco à investigação, entre outros. A prisão foi relaxada pela juíza federal Marjorie Freiberguer, em momento que Juliana estava de licença médica. Quando retornou, ela criticou o relaxamento. O jornal 'O Estado de S. Paulo' tentou falar com a delegada Érika, com as duas juízas e com o procurador Bertuol. Nenhum quis falar.

"Queremos urgência na apuração das responsabilidades de todos os responsáveis pela prisão que resultou na morte do Cau, incluindo a decisiva pressão do algoz (o corregedor Hickel do Prado)", diz o outro irmão, Júlio Cesar Olivo. Prado é citado no documento entregue ao ministro da Justiça como "um subordinado e oposicionista político". Na semana imediatamente anterior à prisão, Cancellier esteve em Portugal, participando de um seminário. Ao voltar, em 13 de setembro, autorizou seu chefe de gabinete, Aureo Moraes, a abrir um processo administrativo-disciplinar contra o corregedor, pedido pelo professor Gerson Rizzatti. Prado ainda tentou uma liminar contra a portaria que abria o processo, e o afastava até a conclusão, mas o juiz federal Osny Cardoso Filho não a concedeu. Cancellier foi preso no dia seguinte.

No dia 23 de outubro, a vice-reitora Alacoque Erdmann, que o sucedeu, recebeu a visita do superintendente regional da CGU, Orlando Vieira de Castro, e do procurador da República André Bertuol. "Eles pressionaram a reitora, e ela revogou a portaria", disse Moraes ao jornal O Estado de S. Paulo. Dias depois a vice-reitora pediu para afastar-se do cargo - e Prado pediu licença médica. Castro, Bertuol e a vice-reitora não quiseram falar. Depois da morte do reitor, o site Jornalistas Livres levantou uma série de procedimentos judiciais contra Prado, incluindo uma sentença por calúnia, violências contra sua ex-mulher e contra moradores de um prédio em que era o síndico.

Novo reitor

Assumiu a reitoria da UFSC o professor-doutor Ubaldo Cesar Baltazar, amigo antigo de Cancellier, e, como ele, ex-diretor do Centro de Ciências Jurídicas. Baltazar despacha na mesma cadeira onde há não muito atuava Cau. "Tive uma boa conversinha com ele antes de sentar aqui", disse ao jornal O Estado de S. Paulo, revelando sua forte formação espírita. "A prisão foi arbitrária e desnecessária", disse o reitor. "Queremos a apuração das responsabilidades."

Na terça-feira passada, o juiz Marcelo Volpato de Souza mandou arquivar o inquérito que apurou a morte do reitor, concluindo por suicídio. No despacho, o juiz cita trechos do parecer do promotor Andrey Cunha Amorim, da 37.ª Promotoria de Justiça da Capital. Diz Amorim: "(...) dias antes do seu suicídio, a vítima foi presa provisoriamente, permaneceu encarcerada por um ou dois dias e teve sua prisão revogada judicialmente. Do ponto de vista psíquico, tais fatos, evidentemente, podem ter contribuído para o agravamento do quadro de depressão do ofendido, levando-o ao ato extremo de ceifar a sua própria vida". 

'Consultoria de Trump' negocia com candidatos no Brasil

Posted: 03 Dec 2017 05:52 AM PST

O presidente Donald Trump é muito ativo na redes sociais apesar das polêmicas
O presidente Donald Trump é muito ativo na redes sociais apesar das polêmicas REUTERS/Yuri Gripas 02.12.2017

Empresa de análise de dados que usou métodos controversos na vitoriosa campanha de Donald Trump, nos Estados Unidos, a consultoria britânica Cambridge Analytica, desembarcou no Brasil e negocia com dois potenciais pré-candidatos à Presidência para as eleições de 2018. O "braço" da Cambridge Analytica no País é a Ponte Estratégia, empresa que tenta ganhar espaço no mercado de marketing político nacional num cenário em que a disputa vai além das propagandas na televisão: a briga pelo eleitor se dará, em grande parte, nas redes sociais e nos aplicativos de conversa instantânea.

A disputa virtual ganhou ainda mais força após a reforma política — aprovada pelo Congresso e sancionada em outubro pelo presidente Michel Temer — liberar o chamado impulsionamento de conteúdo nas redes sociais e aplicativos 0151 por exemplo, propaganda em Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp.

Os métodos da Cambridge consistem em processar uma quantidade enorme de dados e informações que circulam nas redes para definir perfis de eleitores. É possível mapear grupos por desejos e sentimentos, e não apenas por regiões ou faixas etárias. Nos Estados Unidos, a Cambridge dizia ser capaz de ler a mente dos cerca de 200 milhões de americanos.

A Cambridge levou para a política a estratégia usada por empresas: o microtargeting. A ideia de produzir discursos eleitorais "on demand", porém, provocou um debate nos Estados Unidos sobre os dilemas éticos envolvidos na estratégia, como a possibilidade de manipular discursos para grupos específicos.

Nos Estados Unidos, a eleição de Trump virou motivo de investigação, pelo FBI, de interferência russa no resultado do pleito por meio da compra de publicidade em redes sociais e disseminação de notícias falsas favoráveis ao candidato republicano.

Franquia

O publicitário André Torretta, de 52 anos, é dono da Ponte Estratégia, a consultoria que abriu no País a franquia da Cambridge Analytica. Com experiência em marketing político brasileiro, Torretta refuta a acusação de manipulação de informações nas eleições americanas. Ele disse que a Cambridge não tem tecnologia nova, mas "metodologia" diferente.

"A gente usa o que já existe. Se você tiver um banco de dados comportamental, pode usá-lo. Pega todo mundo que gosta de arma, que tem interesse por esporte, por exemplo. Os Estados Unidos têm legislação que permite a confecção desses bancos de dados, a compra deles", afirmou.

Segundo Torretta, o método da empresa britânica será "tropicalizado". "Não temos banco de dados no Brasil para fazer microtargeting por pessoa, como nos Estados Unidos", afirmou. "Mas, se eu tenho uma comunicação endereçada, por que eu não endereço?"

O publicitário afirmou que um candidato a presidente em 2018 deverá desembolsar ao menos R$ 30 milhões com "impulsionamento" nas redes sociais — compra de mídia em redes e aplicativos de conversas. É um valor bem menor se comparado aos gastos que os candidatos tinham ao produzir programas para televisão durante as campanhas nacionais. Ele não revelou com quais presidenciáveis está negociando para a eleição do próximo ano.

Torretta disse também que cabe às autoridades combaterem a disseminação de fake news nas redes sociais durante a eleição. "O risco de fake news será total em 2018. É preciso ter controle das redes sociais. Tudo na rede é rastreável", disse. No Brasil, segundo ele, será a eleição do aplicativo WhatsApp em razão de o número de usuários ser maior do que o do Facebook, por exemplo. 

Alimentos têm maior queda de preço em 40 anos

Posted: 03 Dec 2017 03:27 AM PST

Consumidor mudou perfil e gasta menos durante a crise
Consumidor mudou perfil e gasta menos durante a crise Marlon Costa/Futura Press/Estadão Conteúdo

O preço dos alimentos nunca caiu tanto em um ano como em 2017. De janeiro a outubro, os itens usados para o preparo de refeições em casa caíram, em média, 4,57%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a medida oficial da inflação. O recorde se explica, em boa parte, pelo clima excepcional que levou o País a colher uma supersafra. Mas a crise também ajudou a derrubar a inflação da comida: com menos renda, o consumidor brecou aumentos.

Como a trajetória de queda deve persistir nos dados de novembro e dezembro, a previsão é de que o preço dos alimentos termine o ano com queda superior a 5%. Se as projeções de consultorias se confirmarem, 2017 deve registrar a maior retração de preços da comida no domicílio desde que o IPCA começou a ser apurado em 1980, afirma o economista da LCA Consultores, Fabio Romão. Até hoje, o único resultado anual negativo nesta categoria ocorreu em 2006, de - 0,13%, e beirou a estabilidade.

O recuo recorde registrado este ano tem aliviado especialmente o bolso das famílias de menor renda, que recebem até R$ 4.685 por mês e gastam 22% para preparar a refeição em casa. É uma fatia do orçamento muito maior do que nas famílias mais abastadas que empenham na alimentação no domicílio 16%, aponta a economista do IBGE, Denise Cordovil.

"A queda dos preços dos alimentos é um alívio para os mais pobres, mas muitos não conseguem perceber porque o desemprego está muito elevado", observa o economista Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, André Braz. De toda forma, ele pondera que a situação para esses brasileiros seria pior se a inflação estivesse em níveis mais elevados.

Feijão com arroz

"Muitos itens da alimentação básica do brasileiro caíram neste ano", diz Romão. O feijão recuou mais de 35%, de janeiro a outubro, depois de ter mais que dobrado de preço no mesmo período do ano passado. O arroz caiu quase 10% neste ano. De janeiro a outubro de 2016 tinha subido 16%, mostra o levantamento feito pelo economista da LCA.

Mais da metade dos 153 subitens que compõem o grupo alimentação no domicílio no IPCA tiveram queda de preço nesse período. As carnes ficaram 4% mais baratas neste ano até outubro. É um resultado importante comparado às altas de 9% e 2% registradas nos mesmos meses de 2015 e 2016, respectivamente, diz Romão.

Na avaliação de economistas, o movimento de queda no preço da comida, que é o grupo que mais pesa no IPCA, é decisivo para que o índice de inflação fique abaixo de 3% este ano.

Apesar do alívio provocado pela queda dos preços dos alimentos, Márcio Milan, economista da Tendências Consultoria Integrada, destaca que os reajustes dos combustíveis e da energia estão "comendo" uma parte desse ganho. Ele lembra que, depois da comida, gastos com tarifas são os que mais pesam no orçamento das famílias de menor renda.

"Se não fosse a alta dos preços administrados, a inflação geral seria menor ainda", afirma Milan. Para um IPCA de 3% previsto para este ano pela consultoria, os preços que não são regulados pelo governo devem subir 1,3% e as tarifas, 8,1%. Sem a forte pressão das tarifas, a inflação geral ficaria entre 1,5% e 2%, calcula o economista.

Varejo

A queda nos preços dos alimentos tem reflexos também para o comércio varejista. Na análise do economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio, Fabio Bentes, o recuo dos alimentos deverá garantir uma retomada mais vigorosa do comércio como um todo, uma vez que os hiper e supermercados respondem pela maior fatia anual das vendas do varejo brasileiro. "De cada R$100 faturados no varejo, R$30 advém dos hiper e supermercados" diz Bentes.

Para 2018, a expectativa é de que a queda nos preços dos alimentos não se repita com a mesma intensidade e as cotações voltem a subir, mas sem uma disparada. "Esse céu de brigadeiro não vai durar para sempre", diz Romão. Ele observa que os preços de produtos importantes, que recentemente atingiram valores mínimos históricos, estão aumentando e vão chegar ao consumidor.

Reforma da Previdência é o principal assunto da semana na Câmara

Posted: 03 Dec 2017 03:20 AM PST

Governo enfrenta dificuldades para aprovar a Reforma da Previdência
Governo enfrenta dificuldades para aprovar a Reforma da Previdência Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil

A reforma da Previdência é o principal tema em debate na Câmara dos Deputados nesta semana, uma das últimas da sessão legislativa. Enquanto os aliados do governo, favoráveis à aprovação da reforma neste ano, continuam insistindo no convencimento dos deputados para votar a favor da reforma, os contrários à proposta atuam em caminho diverso.

Mesmo os governistas têm afirmado que ainda não contam com os 308 votos necessários para aprovação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, que altera as regras do sistema previdenciário.

Na semana passada, o deputado Beto Mansur (PRB-SP), um dos principais articuladores do governo, montou uma estratégia envolvendo lideranças aliadas de mais de 20 estados para ajudá-lo no convencimento e, também, na contagem dos votos dos deputados que apoiam a aprovação da reforma. Os números deverão ser apresentados neste domingo (3) ao presidente da República, Michel Temer, e ministros envolvidos na aprovação da reforma.

Partidos de oposição e centrais sindicais contrárias à aprovação da reforma trabalham para a rejeição da matéria. Também na semana passada, os presidentes das principais centrais sindicais do país se reuniram com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, e pediram o adiamento da votação para o ano que vem. As centrais estão convocando os trabalhadores para uma greve geral no dia 5 de dezembro contra a reforma da Previdência.

O deputado Rodrigo Maia, responsável por pautar a votação da PEC, tem afirmado que só colocará a matéria em votação quando houver garantia de votos suficientes para aprová-la. Ele já admitiu que, se não for possível aprovar a PEC ainda este ano, a votação poderá ficar para depois do carnaval de 2018. Maia defende a aprovação da reforma para que o país volte a crescer.

Plenário

Nesta terça-feira (5), o plenário da Câmara dos Deputados volta a discutir a Medida Provisória 795/17, que cria um regime especial de importação de bens a serem usados na exploração, desenvolvimento e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos. Após sessão tumultuada e troca de insultos entre os parlamentares, o texto-base da matéria foi aprovado e  a votação das propostas que pretendem alterar o texto já aprovado ficou para esta semana.

A MP está em vigor desde agosto e precisa ser aprovada no Congresso até o dia 15 de dezembro para continuar valendo. A medida suspende os tributos cobrados a bens destinados às atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural que permanecerem no país de forma definitiva. O mesmo vale para a importação ou aquisição no mercado interno de matérias-primas e produtos intermediários destinados à atividade.

Orçamento

O presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Dário Berger (PMDB/SC), convocou reunião para a próxima segunda-feira, às 20h, para votação dos primeiros relatórios setoriais ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2018.

Ao todo, são 16 relatórios temáticos. Os relatórios, após serem aprovados pela CMO, serão encaminhados ao relator-geral do Orçamento, deputado Cacá Leão (PP-BA), para a elaboração do relatório final a ser votado pela comissão e pelo plenário do Congresso Nacional. A expectativa é que o Orçamento para 2018 seja aprovado antes do início do recesso parlamentar, previsto para iniciar em 22 de dezembro.