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sábado, 3 de junho de 2017

#Brasil

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Mega-Sena acumula e pode pagar até R$ 6,5 milhões

Posted: 03 Jun 2017 05:59 PM PDT

A loteria pode pagar até R$ 6.500.000,00 no próximo sorteio Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

Ninguém acertou as seis dezenas sorteadas do concurso 1936 na noite deste sábado (3) em Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro. Desta forma, a Mega-Sena acumulou e pode pagar até R$ 6.500.000,00 na quarta-feira (7).

Os números sorteados foram: 03 – 12 – 24 – 40 – 51 – 52.

De acordo com a Caixa Econômica Federal, 43 pessoas fizeram a Quina e ganharam R$ 38.440,62 cada. Outras 2686 apostas acertaram quatro números e cada uma vai levar R$ 879,13.

Como jogar

Cada apostador pode marcar de 6 a 15 números do volante, podendo deixar que o sistema escolha os números para você (Surpresinha) e/ou concorrer com a mesma aposta por 2, 4 ou 8 concursos consecutivos (Teimosinha).

Quanto mais números marcar, maior o preço da aposta e maiores as chances de faturar o prêmio mais cobiçado do País.

Outra opção é o Bolão Caixa, que permite ao apostador fazer apostas em grupo. Basta preencher o campo próprio no volante ou solicitar ao atendente da lotérica. Você também pode comprar cotas de bolões organizados pelas lotéricas.

Nesse caso, poderá ser cobrada uma Tarifa de Serviço adicional de até 35% do valor da cota. Na Mega-Sena, os bolões têm preço mínimo de R$ 10. Porém, cada cota não pode ser inferior a R$ 4. É possível realizar um bolão de no mínimo 2 e no máximo 100 cotas.

Com dois gols de Cristiano Ronaldo, Real Madrid é campeão europeu mais uma vez

Posted: 03 Jun 2017 04:37 PM PDT

Por Simon Evans

CARDIFF (Reuters) - Cristiano Ronaldo marcou dois gols e ajudou o Real Madrid a se tornar mais uma vez campeão europeu com a vitória por 4 x 1 sobre a Juventus na final da Liga dos Campeões da Europa neste sábado, o terceiro triunfo do time espanhol em quatro anos.

O Real, que agora tem 12 títulos europeus, um recorde, abriu o placar aos 20 minutos através de Ronaldo, que finalizou no canto após passe inteligente de Dani Carvajal em contra-ataque.

Mas a determinada campeã italiana Juve empatou sete minutos depois, com um dos gols mais bonitos da história das finais de Liga dos Campeões: o atacante croata Mario Mandzukic encobriu o goleiro do Real Keylor Navas com um perfeito chute sem-pulo de costas.

Os campeões espanhóis retomaram a vantagem após o intervalo, por meio de um chute de longa distância do brasileiro Casemiro que contou com desvio, aos 16 minutos do segundo tempo, antes que Cristiano Ronaldo marcasse novamente em bom trabalho de linha de fundo de Luka Modric. Foi o gol de número 600 do português na carreira.

A Juve terminou com 10 homens depois que Juan Cuadrado foi expulso no 39 minutos do segundo tempo por um segundo cartão amarelo após empurrar Sergio Ramos. No minuto final do tempo normal ainda houve tempo para o reserva Marco Asensio fechar a goleada após falha defensiva dos italianos.

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(Reportagem de Eduardo Simões)

Defesa de Temer diz que Janot age com 'nítido viés político'

Posted: 03 Jun 2017 03:36 PM PDT

Rocha Loures foi detido na manhã deste sábado (3) Dida Sampaio/ Estadão Conteúdo

O criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira declarou neste sábado (3), que o procurador-geral da República Rodrigo Janot age movido por "nítido viés politico". Mariz ficou indignado com afirmação do chefe do Ministério Público Federal de que o ex-deputado e ex-assessor do presidente Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, é "um verdadeiro longa manus de Temer", ou seja, executor de crime ordenado pelo presidente.

— Dizer que o senhor Rocha Loures é longa manus do presidente constitui mais uma assertiva do procurador-geral desprovida de qualquer apoio nos fatos e, portanto, é uma afirmação fruto do seu desejo de pura e simplesmente acusar o presidente da República dentro de um quadro meramente ficcional.

Na avaliação de Mariz, o procurador-geral tenta impressionar a opinião pública com uma afirmação que apresenta-se não como uma declaração jurídica, mas com nítido viés político.

Segundo o defensor do presidente, Janot não poderia proceder assim "porque o procurador é o fiscal do cumprimento da lei que tem o compromisso com a verdade dos fatos e com o ideal da Justiça".

Rocha Loures só deve ser transferido para presídio na segunda-feira

Palácio acusa Janot

Assessores próximos de Michel Temer acusam o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de "irresponsabilidade jurídica e intelectual" ao afirmar que o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), preso neste sábado (3), pela Polícia Federal, é o "verdadeiro longa manus" do presidente. A estratégia do Palácio do Planalto, agora, será enfrentar o Ministério Público e o relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin.

Para embasar a crítica a Janot, auxiliares de Temer usam uma degravação feita pelo Palácio do Planalto da conversa entre o presidente e o empresário Joesley Batista, dono da JBS.

Segundo eles, a Procuradoria-Geral da República escondeu um trecho da conversa na qual Temer faz a seguinte afirmação a Joesley: "Pode passar pro e-mail dele (Loures); é da minha mais estreita confiança." Nas versões da conversa que têm sido divulgadas até agora, a palavra "e-mail" aparece como "inaudível".

Na avaliação do Planalto, Temer não pediria para Joesley enviar um e-mail a Loures para tratar de assuntos impróprios. "Só uma pessoa com irresponsabilidade jurídica e intelectual poderia fazer uma afirmação dessas", disse um assessor próximo do presidente.

Ao reapresentar no STF o pedido de prisão preventiva de Rocha Loures, Janot o classificou como "homem de total confiança, verdadeiro longa manus do presidente da República, Michel Miguel Elias Temer Lulia". A expressão em latim significa executor de tarefas.

A prisão de Rocha Loures provocou muita preocupação no Palácio do Planalto. Nos bastidores, a avaliação do governo é a de que há uma parceria entre Janot e Fachin para desgastar o presidente.

Em conversas reservadas, assessores do Planalto dizem não acreditar que Rocha Loures incriminará o presidente simplesmente porque "não tem o que delatar".

Afirmam, porém, que tudo está sendo feito pela Procuradoria para pressionar Rocha Loures e "arrancar" uma delação contra Temer.

Manicure sofre racismo e desabafa em vídeo na internet

Posted: 03 Jun 2017 02:59 PM PDT

Flavia gravou vídeo após ser vítima de racismo em salão Reprodução

Uma manicure de São Carlos, no interior de São Paulo, foi vítima de racismo na manhã de quarta-feira (31), de uma possível cliente quando ia atendê-la em um salão de beleza da cidade. Após o ocorrido, Flavia Abreu fez um vídeo relatando o caso.

Na publicação, Flavia diz que foi procurada pela mulher após a indicação de uma cliente. Ela teria gostado do serviço feito pela manicure e pediu o contato para fazer as unhas com ele. O horário foi marcado para às 9h do dia seguinte.

"Quando eu abri o portão, ela me mediu de cima a baixo e falou para mim: 'eu tenho horário com a manicure'. Eu disse 'a manicure sou eu'. Aí ela falou assim 'eu sou a moça que te ligou ontem e que foi indicação da moça que eu encontrei no supermercado, mas ela não me falou um pequeno detalhe'. Aí eu perguntei 'qual o pequeno detalhe? '. Aí ela fez isso aqui para mim [diz esfregando o dedo na mão, em referência à cor da pele]."

Ainda no vídeo, Flavia diz que respirou fundo e questionou a mulher:

"A senhora não vai querer que eu faça a sua unha porque eu sou negra?'. Ela respondeu para mim: 'Eu prefiro não ter contato' e foi virando as costas."

Professora de inglês faz ataque racista em supermercado na zona Norte de SP

Flavia diz que tentou pegar o celular para tirar foto da placa do carro da mulher, mas ela já havia ido embora. A manicure ainda desabafa:

"Quero que fique bem claro para você que acham que o racismo não existe. Que fique claro para vocês que acham que São Carlos não é uma cidade racista. É sim, e eu sei do que estou falando. Eu não trabalho com estatística. Eu trabalho com a realidade do mundo do qual nós vivemos. Estou brava pelo aconteceu e é uma pena que não tinha ninguém aqui para me ajudar. E não vou chorar, não, minha senhora, porque pessoas racistas como você eu quero longe. Não preciso de clientes assim".

"Você volta para o tronco", diz negra que perdeu vaga de medicina para branco que fraudou cotas

Seguidores apoiaram Flavia e fizeram comentários positivos para ela. Até as 18h30 deste sábado (3), a publicação tinha mais de 920 mil visualizações e 15 mil curtidas.

Confira o relato na íntegra:

 

 

Gleisi Hoffmann é eleita presidente do PT

Posted: 03 Jun 2017 01:51 PM PDT

Gleisi Hoffmann era a candidata favorita para assumir o cargo Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O PT elegeu neste sábado (3) a senadora Gleisi Hoffman como presidente do partido, em substituição a Rui Falcão, com 367 votos, contra 226 do senador Lindbergh Farias.

Indicada pela corrente Construindo um Novo Brasil, a mesma do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gleisi, que vai comandar o partido pelos próximos dois anos, era a favorita para assumir a direção do partido.

Em seu discurso, Gleisi disse que não iria ficar apontando os erros do PT para que "a burguesia e a direita se aproveitem disso".

— Nós não somos uma organização religiosa, não fazemos profissão de culpa nem tampouco nos açoitamos. Nós reconhecemos nossos erros na prática. Mas não teve, na história de 500 anos de país, governos melhores que os do PT.

Gleisi é ré no Supremo Tribunal Federal em investigação da operação Lava Jato, acusada de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por pedir e receber, segundo o Ministério Público, R$ 1 milhão desviados do esquema na Petrobras.

O Congresso, batizado com o nome da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, serviu como mais um momento de apoio ao ex-presidente, que tem cinco inquéritos na operação Lava Jato, neste sábado, Lula teve sua condenação pedida pelo Ministério Público por supostamente ter recebido um apartamento triplex como propina da empreiteira OAS.

Lula fez o último discurso do Congresso.

— Muita gente aposta todo dia que o PT acabou. Mas esse partido volta mais forte a cada ataque que recebe.

Lula voltou a atacar os procuradores da Lava Jato. Afirmou que não tem nada contra a Justiça ou o Ministério Público, mas contra as "meninices dos procuradores".

— O máximo que eles conseguiram até agora foi alguém dizendo 'eu acho que ele sabia'. Se tudo isso é para evitar que o Lula seja candidato, deviam primeiro perguntar para o PT se o PT vai deixar.

O discurso foi acompanhado de gritos de resposta "Lula Lá".

— Eles vão ter que pedir desculpas, se não eu vou continuar encrencando com eles. Só tem um jeito de eles me derrubarem: é um dia vocês, os sindicatos, me disserem que não me querem mais.

Chegou a se falar que Lula lançaria sua candidatura à presidência neste Congresso, mas isso não aconteceu. Ao contrário, o ex-presidente foi até mesmo mais comedido que em falas anteriores. Afirmou que será "um bom candidato ou um bom cabo eleitoral".

49% dos brasileiros acham que Lula será preso e ficará fora da disputa de 2018

Posted: 03 Jun 2017 01:11 PM PDT

Os ex-presidente Lula e Dilma no Congresso Nacional do PT que acontece desde quinta-feira (1) em Brasília Lula Marques/Agência PT

Metade dos brasileiros, ou 49,6%, acha que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabará sendo preso nas investigações da Lava Jato ficando, portanto, fora das eleições de 2018. Outros 44,8% acham que o petista não será preso e poderá entrar na disputa, e 5,6% não sabem ou não responderam. O resultado é de uma pesquisa de opinião feita pelo Instituto Paraná obtida com exclusividade pelo R7. O levantamento foi feito dias antes do pedido de prisão contra o ex-presidente, feito nesta sexta (2) pelo MPF (Ministério Público Federal). 

Apesar da divisão da opinião dos brasileiros detectada na pesquisa, metade acreditando na prisão e a outra metade não acreditando, houve um aumento do número dos que acreditam que Lula será preso e essa é a primeira vez que pesquisas detectam que o número de pessoas que acreditam que Lula será preso supera os que acham que ele ficará em liberdade. Em abril do ano passado, há pouco mais de um ano portanto, ao serem questionados sobre uma possível prisão de Lula, apenas 31,2% disseram acreditar que o ex-presidente seria preso. Os que acreditavam que Lula não seria preso era 54,7% na época. Outros 12,6% disseram que ele talvez seja preso e 1,5% não sabem ou não responderam.

Em outra pesquisa, de março do ano passado, mês que Lula foi conduzido coercitivamente para depor em São Paulo, a maior parte dos entrevistados, 68,2%, disseram acreditar serem verdadeiras as denúncias que recaem sobre Lula — de obtenção de vantagens indevidas de empresas que mantinham negócios com o governo. Outros 18,1% acreditavam se tratar de perseguição e 13,7% não souberam ou não responderam.

De um ano para cá, o ex-presidente prestou o primeiro depoimento para o juiz Sergio Moro, no mês passado, e nesta sexta-feira (2), o MPF (Ministério Público Federal) pediu a prisão do ex-presidente no processo que ele responde em Curitiba sobre o tríplex no Guarujá. A decisão de pedir a prisão do ex-presidente está nas mãos do juiz Sergio Moro. No pedido, o MPF diz ter concluído que o apartamento tríplex na cidade do Guarujá, no litoral Paulista, teria sido entregue ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como contrapartida por contratos que a OAS fechou com a Petrobras.

A defesa do ex-presidente afirma que a denúncia do MPF é uma perseguição ao ex-presidente.

Neste final de semana, Lula está em Brasília para o Congresso Nacional do partido. A ex-presidente Dilma Rousseff também está no encontro. A pesquisa do Paraná Pesquisas perguntou ainda aos eleitores se acreditam que Dilma pode ser presa. Ao contrário do resultado com Lula, na pesquisa sobre Dilma a maioria dos entrevistados, 55,3%, acham que a ex-presidente não será presa. Outros 38,7% acham que ela será presa e 6% não sabem ou não responderam. 

84% dos brasileiros desaprovam o governo Temer

46% dos brasileiros não votariam em Lula de jeito nenhum se eleições fossem hoje

O instituto ouviu 2.022 eleitores por meio de entrevistas pessoais com eleitores de 26 Estados e Distrito Federal em 164 municípios entre os dias 25 e 29 de maio de 2017, sendo auditadas simultaneamente à sua realização, 20% das entrevistas. A amostra tem grau de confiança de 95% para uma margem de erro que varia entre as regiões, de dois a seis pontos percentuais.

Mandado de prisão de Rocha Loures pedia discrição

Posted: 03 Jun 2017 10:58 AM PDT

Rocha Loures foi preso na manhã deste sábado (3) em Brasília Dida Sampaio/Estadão Conteúdo – 18.5.2017

O homem da mala, ex-assessor especial do presidente Michel Temer, foi preso neste sábado (3), por ordem do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. O mandado de prisão de Rodrigo Santos da Rocha Loures, brasileiro, divorciado, administrador de empresas foi cumprido pela Polícia Federal.

Fachin orientou discrição na ação policial que culminou com a captura de Loures, flagrado em abril correndo por uma rua dos Jardins, em São Paulo, carregando uma mala estufada de propinas da JBS — 10 mil notas de R$ 50, comando R$ 500 mil.

"O cumprimento do mandado deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade", determinou o ministro.

"Deverá a autoridade policial responsável pelo cumprimento da medida tomar as cautelas apropriadas para preservar a imagem do preso, evitando qualquer exposição pública."

"Não se tratando a pessoa em desfavor de quem se impõe a presente medida de indivíduo perigoso, no sentido físico, deve ser evitado o uso de algemas."

Loures usou "métodos nefastos", diz Fachin

Rocha Loures só deve ser transferido para presídio na segunda-feira

Lula teria comprado apoio da base, diz Lava Jato

Posted: 03 Jun 2017 10:43 AM PDT

Ex-presidente Lula durante depoimento ao juiz Sérgio Moro BBC Brasil

No primeiro pedido de condenação — com pena de prisão — do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, afirmou que o governo petista trocou a busca de apoio político por "alinhamento ideológico" pela compra de "apoio parlamentar de outros políticos e partidos" para permanecer no poder.

A Procuradoria da República pediu em alegações finais no processo do tríplex do Guarujá (SP), na sexta-feira (2), a condenação de Lula, por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção, no esquema de cartel e propinas descoberto na Petrobras.

"Em vez de buscar apoio político por intermédio do alinhamento ideológico, Lula comandou a formação de um esquema criminoso de desvio de recursos públicos destinados a comprar apoio parlamentar de outros políticos e partidos, enriquecer ilicitamente os envolvidos e financiar caras campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores em prol de uma permanência no poder assentada em recursos públicos desviados", afirma o Ministério Público Federal.

O documento foi entregue ao juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Lava Jato em primeira instância, em Curitiba. Será o primeiro processo criminal contra Lula a ser julgado na 13ª Vara Federal, na capital paranaense — origem do escândalo Petrobras, que derrubou a ex-presidente Dilma Rousseff, de forma indireta, e colocou o ex-presidente no banco dos réus.

Nas alegações finais do processo, a força-tarefa afirma ainda que Lula subverteu a prática de distribuição de cargos no governo entre partidos da base por alinhamento político.

"A motivação da distribuição de altos cargos na Administração Pública Federal excedeu a simples disposição de cargos estratégicos a agremiações políticas alinhadas ao plano de governo. Ela passou a visar à geração e à arrecadação de propina em contratos públicos."

Em três anos de Lava Jato, a força-tarefa mapeou pelo menos R$ 40 bilhões de desvios, dos quais R$ 6,2 bilhões para pagamentos de propinas para agentes públicos e seus padrinhos políticos, em especial do PT, PMDB e PP — que comandavam as três diretorias estratégicas da estatal, Serviços, Internacional e Abastecimento respectivamente.

Polícia Federal prende ex-deputado Rocha Loures

Lula responde a dois outros processos em Curitiba, um sobre o recebimento de propinas da Odebrecht na compra de um terreno para o Instituto Lula e por recebimento de propinas da Odebrecht OAS e Schahin na reforma do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). A Lava Jato diz que o tríplex e o sítio são propriedades ocultas do petista — que nega.

"O esquema criminoso, por meio do qual foram desviados recursos da Petrobras, envolveu, primordialmente, a atuação de Lula", escreveu Moro, ao abrir um dos processos contra o ex-presidente.

Apesar de os processos em Curitiba não imputarem participação em organização criminosa — ele é réu por esse crime, em ação aberta em Brasília —, o papel do ex-presidente é relatado como contexto das acusações.

"Pelo menos entre 2003 e 2010, na condição de presidente da República, e depois na condição de líder partidário com influência no governo vinculado ao seu partido e de ex-presidente em cujo mandato haviam sido assinados contratos e aditivos que tiveram sua execução e pagamento prolongados no tempo, ele agiu para que Renato Duque, Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Jorge Zelada fossem nomeados e mantidos em altos cargos da estatal", sustentam as acusações. "Isso foi feito com o intuito de que tais funcionários permanecessem comprometidos com a arrecadação de vantagens indevidas decorrentes de contratos entre a Petrobras e empreiteiras, como a OAS e a Odebrecht."

Lula prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro, no dia 10, no processo do tríplex, e negou qualquer relação com a gerência da Petrobrás.

Nesse processo, o Ministério Público Federal acusa Lula de receber R$ 3,7 milhões em benefício próprio — de um valor de R$ 87 milhões de corrupção — da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012, por contratos na Petrobras.

A denúncia aponta que Lula recebeu propinas da OAS por meio da ampliação, reforma e compra de equipamentos para o apartamento 164-A, no edifício Solaris, do Guarujá, e do custeio do armazenamento de bens do acervo presidencial, de 2011 a 2016, pela empreiteira.

O documento tem 334 páginas. A previsão é que Moro julgue o caso entre o final do mês e início de julho.

MPF pede a prisão de Lula em regime fechado e multa de mais de R$ 87 milhões no caso do triplex

Além de Lula, são réus os empreiteiros José Adelmário Pinheiro, Léo Pinheiro, da OAS, os executivos da empresa Agenor Franklin Martins, Paulo Gordilho, Fábio Yonamine, Roberto Ferreira e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.

Se for condenado por Moro e a sentença mantida na segunda instância, no caso, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre (RS), Lula pode até ser preso.

Nas alegações finais, a Procuradoria pediu a prisão em regime fechado de Lula. "Em decorrência do quantum de pena a ser fixado aos réus Luiz Inácio Lula da Silva, José Adelmário Pinheiro Filho, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Paulo Roberto Valente Gordilho, Fábio Hori Yonamine, Roberto Moreira Ferreira e Paulo Okamotto, requer-se seja determinado o regime fechado como o regime inicial de cumprimento da pena."

Lula pode ainda ter que pagar R$ 87,6 milhões, pelos supostos crimes praticados. "Também se requer, em relação a Luiz Inácio Lula da Silva, o arbitramento cumulativo do dano mínimo, a ser revertido em favor da Petrobrás (…), no montante de R$ 87.624.971,26, correspondente ao valor total da porcentagem da propina paga pela OAS em razão das contratações dos Consórcios Conpar e Conest pela Petrobras, considerando-se a participação societária da OAS em cada um deles (respectivamente 24% e 50%)."

Sete adolescentes morreram em unidade de internação da Paraíba após rebelião

Posted: 03 Jun 2017 10:12 AM PDT

Uma rebelião resultou na morte de sete jovens e na fuga de, pelo menos, 27 internos do Lar do Garoto Otavio Santos, uma unidade de internação de adolescentes para medidas socioeducativas determinadas pela Justiça, na cidade de Lagoa Seca, a 140 km da capital João Pessoa, na Paraíba.

Segundo a instituição, as fugas e a rebelião começaram na madrugada e a polícia foi acionada. Facções rivais de jovens infratores teriam então entrado em conflito. Os adolescentes assassinados tiveram os corpos carbonizados e esquartejados. 

O Lar do Garoto tem, atualmente, 44 vagas e abrigava 218 adolescentes. No ano passado, um comissão do Conselho Estadual de Direitos Humanos da Paraíba esteve no local para uma vistoria e constatou maus tratos e superlotação. Os adolescentes eram confinados em "celas" sem banheiro. Segundo o relatório, "os adolescente urinavam em garrafas pet e tomavam banho em um pátio, utilizando água recolhida em um tambor".  Na época em que foi elaborado o documento, em junho de 2016, a instituição tinha 150 internos. 

Mães e parentes dos adolescentes internados no Lar do Garotos foram para a porta da instituição em busca de informações. Não há dados oficiais sobre o total de fugitivos e tão pouco o nome e as idades das sete vítimas. A lotação na unidade estava 495% acima da capacidade máxima do Lar do Garoto. 

 

Partido Conservador britânico perde espaço, mas ainda mantém liderança, diz pesquisa

Posted: 03 Jun 2017 09:10 AM PDT

LONDRES (Reuters) - A liderança do partido conservador da primeira-ministra britânica Theresa May sobre o partido trabalhista, de oposição, caiu para seis pontos percentuais, de acordo com pesquisa publicada neste sábado pelo jornal The Observer.

As eleições nacionais britânicas acontecem na próxima quinta-feira.

Apesar da queda, a pesquisa aponta que May ainda deve obter uma maioria significativa no Parlamento. Na pesquisa anterior, a liderança do partido conservador era de 10 pontos percentuais.

Nesse momento, o partido conservador tem 43 por cento das intenções de voto, enquanto o partido trabalhista alcança 37 por cento.

Loures usou "métodos nefastos", diz Fachin

Posted: 03 Jun 2017 08:25 AM PDT

Edson Fachin apontou para "conduta gravíssima" do ex-deputado Carlos Moura/SCO/STF

O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, disse que o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB/PR) e ex-assessor do presidente Michel Temer usou "métodos nefastos". "O agente aqui envolvido teria encontrado lassidão em seus freios inibitórios e prosseguiria aprofundando métodos nefastos de autofinanciamento em troca de algo que não lhe pertence, que é o patrimônio público", assinalou o ministro. Ao decretar a prisão preventiva de Loures — detido na manhã deste sábado (3) em Brasília —, Fachin apontou para "conduta gravíssima" do ex-deputado. O ministro considerou que Loures em liberdade representa "um risco para a investigação".

Loures foi flagrado em abril correndo por uma rua de São Paulo carregando uma mala estufada de propinas da JBS - R$ 10 mil notas de R$ 50, somando R$ 500 mil. Ao requerer a prisão de Loures, o procurador-geral da República Rodrigo Janot atribuiu a ele o papel de "homem de total confiança" do presidente. Segundo Janot, o ex-assessor é "um verdadeiro longa manus de Temer" — termo comumente usado na relação hierárquica de organização criminosa, o longa manus executa ordens do topo.

Loures foi gravado e filmado por agentes da Polícia Federal em procedimento de ação controlada autorizada por Fachin. Em áudio ele aparece negociando propinas da JBS, supostamente destinadas a Temer. O presidente nega taxativamente envolvimento em atos ilícitos.

Nesta sexta-feira (2) Fachin acolheu novo pedido de prisão de Loures apresentado por Janot. O argumento central do procurador ao reiterar a necessidade de custódia preventiva de Loures é que ele perdeu a imunidade parlamentar. Com o retorno do deputado Osmar Serraglio (PMDB/PR) à Câmara, após ser demitido do cargo de ministro da Justiça, Loures ficou vulnerável — perdeu a cadeira de parlamentar e o foro privilegiado.

Rocha Loures só deve ser transferido para presídio na segunda-feira

PF prende Rocha Loures, o empresário flagrado com mala que pode virar 'homem-bomba' do governo Temer

Ao mandar prender o ex-assessor de Temer, o ministro do Supremo anotou: "Sob essa ótica, é gravíssima a conduta narrada na inicial, considerando-se os valores em pauta e o poder de influência das autoridades envolvidas", seguiu o ministro. "Tratando-se o deputado federal Rodrigo Santos da Rocha Loures de político com influência no cenário nacional, até pouco tempo assessor do presidente Michel Temer, pessoa de sua mais estrita confiança, como declarado em áudio captado por Joesley (Batista, da JBS), revelam-se insuficientes para a neutralização de suas ações medidas diversas da prisão. Não se deixa, sem embargo, de lamentar que se chegue a esse ponto."

Para Fachin, "o teor dos indícios colhidos demonstra efetivas providências voltadas ao embaraço das investigações, de modo que não é difícil deduzir que a liberdade do representado põe em risco, igualmente, a apuração completa dos fatos".

França e Índia irão cooperar em acordo sobre mudanças climáticas

Posted: 03 Jun 2017 08:02 AM PDT

Por Geert De Clercq

PARIS (Reuters) - O presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi afirmaram, neste sábado, que seus países irão cooperar na luta contra as mudanças climáticas, apenas dias depois de os Estados Unidos se retirarem do acordo de Paris.

Modi, cujo país é o terceiro maior emissor do mundo, disse, na Rússia, na sexta-feira, que continuará a apoiar o acordo de Paris, e Macron afirmou que ele é irreversível, apesar da retirada dos EUA, anunciada pelo presidente Donald Trump. 

"A proteção do meio-ambiente e da mãe natureza é um artigo de fé", disse Modi, em uma entrevista coletiva conjunta com Macron, em Paris.

"Estamos os dois convencidos que nossos países têm muito a fazer para a transição ecológica e ambiental e na luta contra o aquecimento global", disse Macron, acrescentando que a França irá além dos seus compromissos com o acordo de Paris.

Macron afirmou ainda que a aliança levará a medidas concretas a favor da energia solar e compromissos de empresas das duas nações.

A aliança busca mobilizar mais de um trilhão de dólares até 2030 e reunir até 100 países ricos em energia solar para entregá-la a algumas das nações mais pobres do planeta. 

 

(Reportagem adicional de John Irish)

Rocha Loures só deve ser transferido para presídio na segunda-feira

Posted: 03 Jun 2017 07:52 AM PDT

Rocha Loures só deve ser transferido para presídio na segunda-feira Reprodução/Câmara dos Deputados

O ex-deputado federal Rodrigo da Rocha Loures, que ficou conhecido como 'deputado da mala', só deve ser transferido para um presídio, possivelmente o Complexo da Papuda, em Brasília, na segunda-feira (5), de acordo com a Polícia Federal.

Loures foi preso na manhã deste sábado (3) em sua residência em Brasília e está nesse momento em uma cela na superintendência da PF na capital federal, onde irá passar o final de semana. O ex-parlamentar já recebeu a visita da sua equipe de advogados, auxiliares de Cezar Bitencourt, titular da defesa e que está a caminho de Brasília.Na saída da superintendência, os auxiliares de Bitencourt não falaram com a imprensa. 

O ex-deputado é ex-assessor especial do presidente Michel Temer e foi flagrado saindo de um restaurante em São Paulo com uma mala de R$ 500 mil, dinheiro que seria propina, de acordo com a delação do empresário Joesley Batista, dono da JBS.

Até esta quinta-feira (1), Rocha Loures era deputado federal, suplente do ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR). Ele perdeu a prerrogativa de foro privilegiado assim que Serraglio deixou a pasta da Justiça e recusou o Ministério da Transparência, oferecido por Temer e reassumiu o mandato na Câmara. 

O advogado de Rodrigo Rocha Loures, Cezar Bitencourt, argumentou em sua defesa ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal) e que determinou a prisão do ex-parlamentar, que a Procuradoria-Geral da República solicitou a prisão de seu cliente com objetivo "forçar delação" premiada. Bitencourt já se manifestou contra a delação de Loures. 

 

Reforma trabalhista elevará produtividade, diz governo

Posted: 03 Jun 2017 07:11 AM PDT

Um ranking sobre a produção de riqueza por trabalhador mostra que o Brasil ocupa a 43ª posição entre 47 países estudados Marcello Casal Jr/ABr

A produtividade do País pode dar um salto de 1,5% a 2,0% ao ano durante os próximos dez anos com a aprovação da reforma trabalhista. O cálculo é do Ministério do Planejamento, que faz uma avaliação positiva do impacto da mudança na legislação para a economia no momento em que o governo busca apoio para votar a proposta no Senado.

A produtividade, em trajetória decrescente há quase 40 anos, é apontada como um dos entraves para o crescimento sustentável do País. Além da reforma trabalhista, uma agenda de medidas microeconômicas está em elaboração para tirar esse indicador da paralisia.

As estimativas dos efeitos da reforma sobre a produtividade são do assessor especial do Ministério do Planejamento, Arnaldo Lima Junior, que trabalhou na proposta de reforma e participou das negociações no Congresso. O governo tenta retomar a agenda de reformas, mas não tem sido fácil: a votação do parecer da reforma trabalhista prevista para a última terça-feira (30) foi adiada para a próxima semana.

Desde a década de 80, quando o índice de produtividade teve seu auge, com alta de 4,8% na década, houve perda de ritmo, com retração de 1,4% em média ao longo dos anos 90 e alta cada vez menos intensa nas décadas seguintes. Em 2016, o avanço foi de apenas 0,9%.

Dados internacionais evidenciam o problema. Na década de 50, um brasileiro produzia quase o mesmo que três pessoas da Coreia do Sul. Hoje, produz apenas metade do que produz um único sul-coreano. No mesmo período, o trabalhador brasileiro, que produzia o equivalente a 73,9% de um alemão, passou a entregar só 25,7% - é preciso quatro brasileiros para atingir a produtividade de um alemão.

Um ranking sobre a produção de riqueza por trabalhador da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mostra que o Brasil tem um dos piores indicadores: entre os 47 países estudados, a economia brasileira ocupa a 43ª posição. Em 2015, cada brasileiro empregado produziu uma média de US$ 30,7 mil. Na liderança está a Irlanda, onde cada empregado gerou US$ 159,7 mil.

Economistas dizem que a baixa produtividade é um dos fatores para o País não conseguir ter crescimento sustentável com baixa inflação e aumento de emprego. "Quanto mais produtivos são os trabalhadores, maior é o crescimento do País, o que tende a gerar mais arrecadação", explica Lima Junior.

O governo argumenta que a proposta de que o negociado possa prevalecer sobre o legislado em determinados casos, como na jornada de trabalho, é um dos caminhos para elevar a produtividade. De acordo com o estudo do Planejamento, os trabalhadores incluídos em negociações coletivas em outros países costumam ser "mais protegidos" do que os demais, que dependem da legislação.

Segundo Lima Junior, as empresas concedem essa maior proteção porque têm a contrapartida em produtividade. É o que ocorre, por exemplo, com a redução da jornada. "Você tem direitos e incentivos. Quem produz mais, ganha mais", explica.

A aposta do governo é que os trabalhadores, ao perceberem os benefícios, se tornem adeptos da negociação coletiva. Críticos da ideia, porém, dizem que ela poderá impor a vontade do patrão sobre os empregados.

Entre 2012 e 2014, as negociações coletivas abrangeram apenas 0,12% dos empregados com carteira assinada no País. A taxa de cobertura dos acordos coletivos é de 13% nos Estados Unidos, 35% no Reino Unido, 62% em Portugal e 95% na França.

O governo também quer democratizar o regime parcial de trabalho, com jornada de até 25 horas. Segundo dados do governo, o salário por hora pago ao trabalhador nesse regime é de R$ 24,48, mais que o dobro do verificado no integral (R$ 11,67).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Planalto não se manifestará oficialmente sobre a prisão de Rocha Loures

Posted: 03 Jun 2017 06:45 AM PDT

Rocha Loures é considerado pelos investigadores da Operação Lava Jato como o "homem de confiança" de Temer Marcos Corrêa/PR

O Palácio do Planalto não vai se manifestar oficialmente sobre a prisão de Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor oficial do presidente da República, Michel Temer. O peemedebista foi preso na manhã desta sábado (3) em Brasília, e é considerado pelos investigadores da Operação Lava Jato como o "homem de confiança" de Temer.

O presidente, que inicialmente passaria o fim de semana em São Paulo, retornou a Brasília na noite de sexta-feira (2) logo após começar a surgir os primeiros sinais de que Rocha Loures seria preso. Após a prisão, às 10h30 o presidente embarcou novamente para São Paulo, onde deve se reunir com interlocutores de confiança. Nesta sexta (2) o presidente se reuniu com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), em uma tentativa de evitar o desembarque dos tucanos da base aliada. 

Amigo de longa data de Temer, Rocha Loures foi preso depois de o presidente decidir retirar Osmar Serraglio (PMDB-PR) do Ministério da Justiça. Rocha Loures era suplente de Serraglio na Câmara e acabou perdendo a prerrogativa de foro após o peemedebista reassumir o mandato parlamentar.

Quando foi deflagrada a Operação Patmos, em 18 de maio, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), havia alegado a imunidade parlamentar de Rocha Loures para não autorizar a prisão.

PF prende Rocha Loures, o empresário flagrado com mala que pode virar 'homem-bomba' do governo Temer

Sem a prerrogativa de foro, o procurador-geral da Republica, Rodrigo Janot, voltou a pedir a medida cautelar contra o aliado de Temer. Fachin assinou o despacho autorizando a prisão ainda na sexta-feira.

PF prende Rocha Loures, o empresário flagrado com mala que pode virar 'homem-bomba' do governo Temer

Posted: 03 Jun 2017 05:49 AM PDT

Ex-deputado Rocha Loures foi detido em Brasília neste sábado Dida Sampaio/Estadão Conteúdo – 18.5.2017

A prisão, nesta manhã (3), do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, aumenta a expectativa de que ele venha a se tornar uma espécie de "homem-bomba" para o governo do presidente Michel Temer. Ele foi detido em Brasília por determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, que também é o relator do processo da Operação Lava Jato.

Desde a delação premiada da JBS, a vida de Loures deu uma reviravolta. Logo ele ficou conhecido como o "homem da mala" por ter recebido, da empresa, dentro de uma mala, uma quantia de R$ 500 mil em propina.

O potencial explosivo de uma eventual delação por parte de Loures — que poderia revelar o destino final do dinheiro recebido pela JBS — fez com que ele passasse a ser chamado de "homem-bomba" em Brasília. Isso porque, segundo os delatores, os recursos seriam destinados ao próprio presidente da República.

Até então, os últimos 12 meses haviam sido bons para Rodrigo Rocha Loures. Com a ascensão de Michel Temer à Presidência, o aliado ganhou, em setembro passado, uma sala no mesmo andar do presidente, atuando como assessor especial de Temer. Na mesma época, sua mulher engravidou. Poucos meses depois, Rocha Loures voltou à Câmara dos Deputados, assumindo, por ser suplente, a vaga de Osmar Serraglio quando este foi nomeado para o Ministério da Justiça.

Com o retorno de Serraglio à sua cadeira na Câmara, na quinta-feira (1), Rocha Loures perdeu o foro privilegiado que tinha como deputado. A perda da imunidade parlamentar e sua situação familiar — e a gravidez da companheira, que já soma 8 meses — alimentam a expectativa de que o ex-assessor de Temer venha a falar.

Do smoking aos gritos de 'ladrão'

A maré virou na noite em que o escândalo das delações da JBS explodiu no Brasil. Rocha Loures estava longe, em Nova York. Na véspera, vestira smoking para prestigiar João Doria, no jantar de gala em que o prefeito de São Paulo recebeu o prêmio de Personalidade do Ano pela Câmara do Comércio Brasil-EUA.

Na volta da viagem, em que aconselhou potenciais investidores americanos sobre as reformas no Congresso, Rocha Loures desembarcou em Guarulhos sob gritos de "ladrão", já afastado da Câmara por decisão do Supremo Tribunal Federal.

A alcunha de "homem-bomba" está muito distante do apelido de vida toda, o de Rodriguinho — filho de "Rodrigão", o conhecido empresário paranaense Rodrigo Costa da Rocha Loures, fundador da Nutrimental e presidente do Conselho Superior de Inovação e Competitividade, na Fiesp.

A empresa, que teve faturamento de R$ 400 milhões em 2014, é pioneira das barrinhas de cereais no Brasil, que começou a desenvolver ao ser procurada por Amyr Klink nos anos 1980. O ilustre navegador buscava opções de alimentação saudável para abastecer suas longas travessias marítimas.

Hoje, é mais conhecida pela marca que nasceu dessa história, a Nutry — que Rodrigo, o filho, ajudou a desenvolver nos anos que passou à frente da empresa, antes de enveredar pela política.

'Choque' entre conhecidos

Quem acompanhou a trajetória do político e administrador de empresas nascido em 1966 entre os Rocha Loures — uma tradicional família do Paraná — diz que foi um "choque", uma "surpresa", ver e rever as imagens do ex-deputado saindo da pizzaria Camelo, em São Paulo, com a mala de R$ 500 mil.

Semanas antes disso, Rocha Loures fora indicado pelo presidente Michel Temer ao empresário Joesley Batista — quanto este lhe perguntou quem poderia lhe ajudar a resolver um problema da empresa.

"No Paraná, todos tinham uma boa impressão do Rodrigo", diz o deputado federal João Arruda, que pertence à bancada do PMDB do Estado na Câmara.

"Todos foram pegos de surpresa. Ninguém poderia imaginar que o Rodrigo estaria envolvido... Não estou fazendo aqui um pré-julgamento, ainda temos esperar até que ele se defenda. Mas o flagrante coloca ele em uma situação muito difícil."

Arruda, sobrinho do senador Roberto Requião (PMDB), conviveu com Rocha Loures quando ele iniciava sua trajetória política, em 2002.
Na época, o ex-assessor de Temer participou ativamente da campanha de Requião ao governo do Paraná. Com sua vitória, tornou-se chefe de gabinete do então governador em 2003 e lá permaneceu até 2005.

'Persona non grata'

Quando o escândalo veio à tona, Requião falou no Twitter sobre a decepção com o antigo protegido. O senador apoiara a primeira candidatura de Rocha Loures, ajudando-o a obter o cargo de deputado federal, que assumiu em 2007.

"Rodrigo Rocha Loures, idealista, meu amigo. O que fizeram de você, Rodrigo Rocha Loures? Vejo tudo com indignação e muita tristeza. CANALHAS!", escreveu o senador.

A decepção foi expressa também por estudantes da FGV (Fundação Getúlio Vargas), em São Paulo. Foi lá que Rocha Loures se formou, em 1988, em administração de empresas; e presidiu o diretório acadêmico do curso (DAGV) durante um ano. Agora, a atual gestão do diretório publicou uma carta declarando-o persona non grata.  "Mais novo, era como qualquer aluno da Fundação. Hoje tornou-se um criminoso nacionalmente conhecido", diz a carta.

"A grande pergunta é: o que separa o nosso futuro, hoje alunos e alunas, do que foi o futuro para Rodrigo Rocha Loures, aluno ontem?"
O DAGV afirma que "apenas a moral" poderia impedir os estudantes de hoje a se tornarem também "um criminoso."

"Rodrigo fez uma opção. Pelo poder se corrompeu, ou por ele mostrou o que realmente era. Em tempos de crise e fora dela, tomaremos decisões que influenciarão o nosso futuro e o futuro de outros. Que nenhuma delas seja como as de Rodrigo Rocha Loures", declarou o DAGV.

Advogado contrário a delações

Rocha Loures está sendo investigado por ter negociado, de acordo com delatores da JBS, o pagamento de propinas semanais por até 25 anos em troca da intermediação de um acordo em benefício ao grupo J&F com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Seu advogado anterior teria buscado informações junto à Procuradoria-Geral da República sobre uma eventual delação premiada. No início desta semana, entretanto, Rocha Loures contratou um novo advogado, Cezar Roberto Bitencourt, que tem posição contrária ao instrumento da delação.

À Folha de S. Paulo, o criminalista disse nesta semana, antes de ser preso, que negociar um acordo de colaboração premiada seria a "última opção", e que o flagrante com a mala teria sido provocado deliberadamente, o que seria ilegal. "Criaram uma armadilha, uma situação fantasiosa para incriminar alguém", afirmou.

Procurado pela BBC Brasil, o advogado não quis conceder entrevista. Sua assessoria de imprensa afirmou que ele está focado na defesa do cliente.

'Belíssima figura da vida pública'

Rocha Loures nasceu em Curitiba dois anos antes de seu pai fundar a Nutrimental, em 1968. Passou a infância com a família em São Paulo, estudando na escola de elite Dante Alighieri e formando-se depois na FGV.

Após obter o diploma da faculdade de administração, em 1988, voltou ao Paraná e assumiu a empresa do pai em São José dos Pinhais, ficando na direção da empresa até 2002, período marcado pela expansão de produtos da marca Nutry.

No primeiro mandato na Câmara dos Deputados, entre 2007 a 2010, teve atuação nas áreas ambiental, de energias renováveis e de educação, entre outras. Habilidoso em articulações políticas, tornou-se vice-líder do PMDB na Câmara.

Foi nesta época que começou a se aproximar de Michel Temer — então presidente da casa.

Quando Temer foi eleito vice-presidente na chapa com Dilma Rousseff, Rocha Loures foi chamado para trabalhar como chefe de Relações Institucionais da Vice-presidência, em 2011.

Em 2014, tentou se eleger novamente para a Câmara dos Deputados, mas só conseguiu 58 mil votos, 30 mil a menos que na primeira candidatura; o suficiente, entretanto, para ficar como suplente.

Mas ele contou com apoio de peso. Dos R$ 3 milhões que arrecadou para a campanha, R$ 200 mil foram doados pelo então vice-presidente, Michel Temer; e R$ 50 mil pelo prefeito de São Paulo João Doria, de acordo com registros do TSE.

Temer chegou a gravar um depoimento em vídeo para a campanha de Rocha Loures, elogiando sua atuação como deputado federal e afirmando que, em seu gabinete, ele o "ajudou enormemente".

"É com muito gosto que eu cumprimento os paranaenses e dou este depoimento verdadeiro, real, em relação a esta belíssima figura da vida pública brasileira, que é o Rodrigo Rocha Loures", conclui Temer no vídeo de campanha, de 2014.

Ascensão após impeachment

Apesar da proximidade do presidente, Rocha Loures é descrito como um aliado conhecido mais pela fidelidade do que pela influência nos bastidores. "Ele acompanhou a ascensão do presidente Michel Temer, fazia parte do grupo de pessoas que acompanhavam o presidente já há algum tempo", diz o deputado João Arruda.

"Mas nunca foi cotado para ser ministro pelo PMDB, nunca teve espaços importantes. Nunca imaginamos que tivesse grande influência nas decisões do presidente e sua equipe", considera Arruda. "Não consigo ver nele um negociante nem um intermediário para fazer esse jogo para alguém. Para mim o que aconteceu foi chocante, para mim e para todos nós do Paraná, porque eu imaginava que ele não
tinha esse perfil."

Outro político que trabalhou com Rocha Loures no Paraná e conviveu com ele "socialmente", mas prefere não se identificar, diz que Rocha Loures foi ganhando espaço à medida que outros articuladores de peso foram derrubados pelas investigações da Lava Jato - como o ex-assessor José Yunes e o ex-ministro do Planejamento Romero Jucá.

"Ultimamente ele andava por ministérios e pelo Congresso falando em nome do presidente. Mas nunca teve atuação muito expressiva", considera.

"Ele não um grande quadro do PMDB. Era uma pessoa meio inocentona. Queria estar sempre perto das pessoas certas, sempre aparecer nas imagens", diz.

"Sinceramente? Ele é um deslumbrado. Vendia uma coisa que não entregava, um prestígio que não tinha", afirma o antigo colega.
Ainda assim, o conterrâneo diz que o flagrante da mala foi "uma absurda surpresa." "Para mim ele podia ser todas essas coisas, mas picareta ele não era."

Um conhecido em Brasília afirma que Rocha Loures vinha dando sinais de cansaço com a vida política. "Ele falava em fazer um mestrado no exterior, ir para algum lugar como Harvard", lembra o conhecido, que diz ter ficado chocado ao vê-lo envolvido no escândalo.

'Tradicional família paranaense'

A família Rocha Loures é uma das mais antigas do Paraná, de acordo com o sociólogo Ricardo Costa de Oliveira, professor e coordenador do NEP (Núcleo de Estudos Paranaenses), da UFPR (Universidade Federal do Paraná).

Estudos traçando a genealogia da família indica que ela remonta aos clãs patriarcais fundadores de Curitiba, há mais de 300 anos, e faz parte da elite dominante do Estado desde o século 17, aliando poder econômico e político - como constata o artigo "Um exemplo de 'Old money' no Paraná: a família Rocha Loures", de Ana Vanali e Katiano Miguel Cruz, publicado na revista do NEP.

"O Rodrigo representa essa oligarquia familiar tradicional de Curitiba, com o pai empresário, parentes com cargos no Legislativo, no Judiciário, donos de cartórios, boa circulação entre a elite", afirma Oliveira.

Ele diz que esse entrelaçamento entre poder econômico, político e conexões sociais contribui para que elas se mantenham no topo do estrato social ao longo de gerações - assim como ocorre com dezenas de famílias oligárquicas brasileiras.

Agora com o escândalo enfrentado por Rocha Loures, Oliveira diz que a reação em Curitiba é de "silêncio", diferente da reação "de ódio" que, acredita, seria vista se a acusação fosse contra o PT.

"As pessoas não querem comentar, procuram invisibilizar e seguir adiante. É um mal-estar, mas o fato é silenciado", afirma. "Não teve protesto, ninguém bateu panela, querem superar esse assunto o mais rápido possível."

"Mas não há uma reação de indignação com o escândalo, nem de exigir uma atitude ou uma renúncia. Não, as pessoas apenas batem a mão na cabeça, como quem diz, 'ele fez algo errado'", diz o sociólogo.

Prisão de Loures é para forçar delação, diz advogado

Posted: 03 Jun 2017 05:21 AM PDT

Loures é ex-assessor especial do presidente Michel Temer e foi flagrado saindo de um restaurante com uma mala de R$ 500 mil Dida Sampaio/ Estadão Conteúdo

O advogado de Rodrigo Rocha Loures, Cezar Bitencourt, argumentou em sua defesa ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), que a Procuradoria-Geral da República solicitou a prisão de seu cliente com objetivo "forçar delação" premiada, como publicado na edição deste sábado (3) no Estado. O ex-deputado foi preso nesta manhã pela Polícia Federal.

Loures é ex-assessor especial do presidente Michel Temer e foi flagrado saindo de um restaurante em São Paulo com uma mala de R$ 500 mil, dinheiro que seria propina, de acordo com a delação do empresário Joesley Batista, dono da JBS.

"Há três anos assiste-se os espetáculos lamentáveis e totalmente desnecessários, transformando a prisão em regra, quando deveria ser exceção", escreveu Cezar Bitencourt nas alegações da defesa. "Prende-se para investigar, para descobrir provas, para forçar delações, por precisar de tempo para produzir provas, mas não por necessidade da prisão", diz o advogado, que cita no documento o editorial do Estado de anteontem, "É isto a Justiça?".

Bitencourt, que criticou o que chamou de "espetacularização" das prisões da Operação Lava Jato, afirmou ainda que o Ministério Público "confessou" na imprensa que prende para "forçar deleção e facilitar as delações"

Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a prisão de Loures é "imprescindível" para garantia da ordem pública e instrução criminal, diante de fatos gravíssimos que teriam sido cometidos pelos parlamentares.

O advogado afirma também que foi a mídia que "insistiu" que Loures poderia ser preso após o ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR) não aceitar o Ministério da Transparência. O ex-assessor especial da Presidência da República perdeu prerrogativa de foro após o ex-ministro do PMDB voltar à ocupar o mandato na Câmara. Loures era suplente de Serraglio na Câmara.

Gravação. A defesa de Loures também critica na peça de defesa a gravação entre Temer e Joesey Batista. Bitencourt considera ilegal a gravação feita pelo dono da JBS no Pálácio do Jaburu, no dia 7 de março passado.

"As gravações ardilosas contra o presidente, colhidas pelo delator, com o fim exclusivo de incriminá-lo, foram a única e exclusiva causa de investigação, interceptações, gravações e filmagens de Rodrigo Rocha Loures. Sem aquela prova ilícita originária, Rodrigo Rocha Loures não estaria sendo investigado, dessa forma."

Cezar Bitencourt solicitou ainda o acesso da íntegra do inquérito de Loures e de todas as diligências já realizadas pelo Ministério Público.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Verba para tratamento de drogas no Brasil está em queda

Posted: 03 Jun 2017 05:06 AM PDT

Alameda Dino Bueno, uma das mais movimentadas da cracolândia BBC Brasil

Embora problemas relacionados ao consumo de drogas estejam aumentando no Brasil e no mundo, o orçamento do Ministério da Saúde para manter a rede de tratamento de dependência é expressivamente menor do que o registrada em 2014. Este ano, a União reservou R$ 1,2 bilhão para a área de saúde mental - responsável tanto pelo atendimento de dependentes de crack quanto de álcool e outras drogas. Há três anos, era R$ 1,37 bilhão.

A restrição do orçamento traz reflexos nos indicadores. Em 2015, o Sistema Único de Saúde relatou 3.819.947 atendimentos especializados. Ano passado, o número caiu 5%, para 3.627.826. No Estado de São Paulo, a queda foi mais expressiva: de 1.856.369 procedimentos para 1.571.491 no mesmo período.

Com menos recursos, a rede também não cresce. Consultórios de rua, considerados uma ferramenta importante para ter acesso a dependentes, não tiveram a expansão desejada. Atualmente, existem no País 104 unidades em funcionamento - 2 a menos do que em 2016.

"O plano brasileiro para saúde mental não conseguiu ser ainda implementado nos municípios de forma plena", afirma o consultor de saúde mental da Organização Pan-Americana de Saúde Daniel Elia. "Há ainda um longo caminho a percorrer." Nesta semana, a Opas e o Centro das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodoc) divulgaram um documento em que criticam a proposta da Prefeitura de São Paulo de internar de forma compulsória usuários de drogas mas ofereceram auxílio para que o País encontre outras estratégias.

Apesar da oferta, Elia reconhece que o modelo brasileiro, na teoria, é um exemplo no cenário internacional e não deve ser deixado de lado. Para a ONU, uma das melhores estratégias é a que oferece para dependentes de drogas um cuidado permanente, sem fragmentação. Uma política, completa, que está presente nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Ele elogia ainda as Unidades de Acolhimento para adultos, serviços que oferecem residência temporária para dependentes em situação de rua.

"O sistema brasileiro em saúde mental é internacionalmente reconhecido como um dos modelos mais avançados que existem", avalia o consultor. Ele completa, no entanto, dizendo que, como o programa ainda não foi totalmente implantado, não há como se avaliar o alcance real da estratégia. O Ministério da Saúde foi procurado pelo Estado, mas não se pronunciou sobre os dados oficiais.

Para Elia, a ideia de que a internação pode resolver os problemas é em parte reflexo de um sistema de atendimento ainda frágil. "Na medida em que não há uma plena assistência, a internação pode parecer a solução mais fácil." Ele observa, no entanto, que a medida não resolve. "A internação tem função dentro do tratamento. Mas não vai ser uma opção de salvação."

O consultor observa haver determinantes sociais importantes, como pobreza e violência, que dificultam o trabalho. Elia está convicto, no entanto, que mesmo com o sistema de saúde mental em pleno funcionamento, com número adequado de centros de atendimento, a solução não virá em um curto espaço de tempo. "É necessário um esforço intersetorial. Não apenas políticas de saúde, assistência social, moradia, trabalho", completou.

Números

Estudo divulgado ano passado pelo Unodoc mostra que 1 a cada 20 pessoas entre 15 e 64 anos fez uso de pelo menos algum tipo de droga no mundo em 2014. Embora significativo, o número é semelhante ao apresentado em 2010. Apesar de o consumo não ter se alterado, a pesquisa mostrou que a população que sofre com transtornos relacionados ao consumo de drogas aumentou de forma surpreendente. De acordo com o trabalho, há 29 milhões de pessoas dentro dessa categoria - em comparação aos 27 milhões relatados anteriormente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Loures é ‘homem de total confiança’ de Temer, diz PGR

Posted: 03 Jun 2017 04:57 AM PDT

Janot reafirmou que Loures "aceitou e recebeu com naturalidade, em nome de Michel Temer", oferta de propina de Joesley Batista Rosinei Coutinho/08.03.2017/STF

Ao reapresentar no STF (Supremo Tribunal Federal) pedido de prisão preventiva do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o classificou como "homem de total confiança, verdadeiro 'longa manus' do presidente da República Michel Temer". 'Longa manus' quer dizer executor de crime premeditado por outro. Loures foi detido pela PF na manhã deste sábado (3), em Brasília

Janot insistiu na prisão de Loures tão logo ele perdeu a imunidade parlamentar — com o retorno do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) à Câmara após ser demitido do cargo de ministro da Justiça.

No início da Operação Patmos, em 18 de maio, Janot havia pedido a prisão preventiva do então assessor de Temer, mas o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, rejeitou a medida e apenas limitou-se a afastá-lo do mandato.

Loures foi flagrado correndo por uma rua de São Paulo, em abril, carregando uma mala com R$ 500 mil divididos em 10 mil notas de R$ 50. O dinheiro, segundo ação controlada da Polícia Federal, veio da JBS. Ele e Temer são alvo de um mesmo inquérito sob condução de Fachin. A Procuradoria suspeita da prática de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução à investigação. Temer nega ter cometido ilícitos.

Janot reafirmou que o ex-assessor especial do presidente "aceitou e recebeu com naturalidade, em nome de Michel Temer", oferta de propina de Joesley Batista, acionista da JBS.

O procurador se refere a uma propina de 5% que teria sido acertada com Loures sobre o benefício econômico a ser auferido pelo grupo J&F, especificamente em favor da EPE (Empresa Produtora de Energia) Cuiabá. O então assessor especial de Temer teria, em contrapartida, de interceder em favor do grupo em processo administrativo no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão antitruste do governo federal.

"Após esse acordo inicial, momento em que o crime de corrupção se consumara, o deputado federal ainda recebeu os valores da propina acertada do também colaborador Ricardo Saud (diretor de Relações Institucionais da J&F, controladora da JBS)", disse o procurador.

Ao citar a ligação entre Loures e Temer, Janot afirmou ainda que "este último permanece detentor de foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal". O procurador-geral apontou ainda "evidente conexão intersubjetiva e instrumental das condutas em tese praticadas por Rodrigo Loures e Michel Temer".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Temer duvida de colaboração de ex-assessor Rocha Loures

Posted: 03 Jun 2017 04:46 AM PDT

"Duvido que ele faça uma delação", disse Temer Ueslei Marcelino/14.07.2016/Reuters

O presidente Michel Temer (PMDB) disse, em entrevista à revista IstoÉ publicada ontem, que não tem medo e duvida de uma eventual delação do seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, flagrado em vídeo correndo com uma mala com R$500 mil. Na avaliação do presidente, o ex-deputado - que perdeu o mandato na Câmara após o retorno do ex-ministro Osmar Serraglio - é "uma pessoa decente".

"Duvido que ele faça uma delação. E duvido que ele vá me denunciar. Primeiro, porque não seria verdade. Segundo, conhecendo-o, acho difícil que ele faça isso", afirmou Temer, que ponderou em seguida: "Agora, nunca posso prever o que pode acontecer se eventualmente ele tiver um problema maior, e se as pessoas disserem para ele, como chegaram para o outro menino, o grampeador (Joesley): 'Olha, você terá vantagens tais e tais se você disser isso e aquilo'."

Questionado sobre a mala de dinheiro que seu ex-assessor carregava, Temer considerou "surpreendente" e até uma "ingenuidade suprema". "Não sei a que atribuir isso, se atribuo à ingenuidade suprema, porque o sujeito pegou uma mala numa pizzaria", afirmou o presidente.