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sexta-feira, 19 de maio de 2017

#Brasil

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Acumulada, Mega-Sena promete sortear R$ 30 milhões hoje

Posted: 19 May 2017 08:03 PM PDT

Os números do último sorteio foram: 02 — 08 — 09 — 15 — 22 — 34 getty images

A Mega-Sena está acumulada e promete sortear bolada de R$ 30 milhões neste sábado (20). O valor foi estimado pela Caixa Econômica Federal. 

Na última edição do sorteio, realizada no Caminhão da Sorte em Pontes e Lacerda (MT) na quarta-feira (17), não houve acertador dos seis números do bilhete. No entanto, 131 apostas conseguiram acertar cinco números e faturam R$ 19.252,27 cada uma delas. Houve também 8.918 apostas que faturaram R$ 404,00 cada uma por acertarem a quadra. 

Veja quais foram os números sorteados na quarta para a edição 1.931 do concurso:

02 — 08 — 09 — 15 — 22 — 34

Para concorrer ao prêmio de R$ 24 milhões desta quarta, basta ir a uma casa lotérica e marcar de 6 a 15 números do volante, podendo deixar que o sistema escolha os números para você (Surpresinha) e/ou concorrer com a mesma aposta por 2, 4 ou 8 concursos consecutivos (Teimosinha).

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Cada jogo de seis números custa R$ 3,50. Quanto mais números marcar, maior o preço da aposta e maiores as chances de faturar o prêmio mais cobiçado do País.

Outra opção é o Bolão Caixa, que permite ao apostador fazer apostas em grupo. Basta preencher o campo próprio no volante ou solicitar ao atendente da lotérica. Você também pode comprar cotas de bolões organizados pelas lotéricas.

Nesse caso, poderá ser cobrada uma Tarifa de Serviço adicional de até 35% do valor da cota. Na Mega-Sena, os bolões têm preço mínimo de R$ 10. Porém, cada cota não pode ser inferior a R$ 4. É possível realizar um bolão de no mínimo 2 e no máximo 100 cotas.

Áudio de conversa entre Temer e dono da JBS foi editado, diz jornal

Posted: 19 May 2017 07:07 PM PDT

Joesley Batista gravou Michel Temer BBC Brasil

Pericia contratada pelo jornal Folha de S.Paulo indicou que há cortes no áudio da conversa entre o presidente Michel Temer e Joesley Batista, um dos donos da JBS.

De acordo com o perito Ricardo Caires dos Santos, do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) não é possível saber o propósito da edição, mas a suposta edição faz com que a gravação contém "vícios" jurídicos, podendo invalidar a prova.

De acordo com o perito, quando Joesley refere-se ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), há cortes em duas respostas de Temer.

A gravação, segundo a reportagem, não teve o acompanhamento da Polícia Federal, que só entrou no caso posteriormente.

Nesta sexta-feira, o presidente anunciou que pediria uma perícia na gravação.

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PPS não saiu do governo, apenas se afastou do ponto de vista político, diz Freire

Posted: 19 May 2017 04:39 PM PDT

Freire deixou o ministério da Cultura Elza Fiúza/25.05.2011/ABr

Um dia depois de deixar o Ministério da Cultura, o presidente licenciado do PPS, Roberto Freire (SP), disse que o partido não rompeu com o governo e vai continuar apoiando a aprovação das reformas no Congresso. Ele deve retomar a sua vaga como deputado federal na próxima semana.

O posicionamento de Freire vai de encontro com o teor da nota divulgada pelo partido na noite de quinta-feira, dizendo que, tendo em vista a "gravidade" das delações da JBS envolvendo o presidente Michel Temer, o PPS havia decido "deixar o governo federal".

— Houve o afastamento do governo do ponto de vista político, mas continua a sustentação, não houve a ruptura. Por quê? Porque a gente continua apoiando o governo de transição. 

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Segundo o dirigente, o PPS não vai se juntar à oposição ao governo Temer, pois vai continuar apoiando o avanço das reformas na Câmara.

— Nós não podemos nos confundir com aquelas forças que nós derrotamos no impeachment. 

Freire afirmou, porém, que não se arrepende de ter deixado o ministério, porque discorda da decisão de Temer de não renunciar ao cargo.

— Esse era talvez o grande gesto para a gente consolidar a governabilidade.

Ele também disse que entende a decisão do ministro Raul Jungmann, que também é do PPS, de permanecer à frente do Ministério da Defesa, pois a relação com as Forças Armadas é um tema muito sensível.

Câmara corta benefícios de Rocha Loures, mas adia decisão de salário e suplente

Posted: 19 May 2017 04:35 PM PDT

Peemedebista também deixará de receber os R$ 4.253,00 de auxílio-moradia Dida Sampaio/ Estadão Conteúdo

A direção da Câmara decidiu cortar alguns benefícios do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), afastado do cargo nesta sexta-feira (19) por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). A Casa deve decidir na próxima semana, em reunião da Mesa Diretora, se vai suspender também o salário de R$ 33.763,00 e se haverá convocação do suplente.

Rocha Loures perdeu o direito à cota para exercício da atividade parlamentar de R$ 38.871,86, uma vez que está fora do mandato. O chamado "cotão" é destinado ao pagamento de despesas como passagens aéreas, telefonia, serviços postais, manutenção de escritórios, alimentação, hospedagem, despesas com locomoção, consultoria técnica, segurança e participação em eventos ligados à atividade parlamentar. O valor do cotão varia de acordo com o Estado de origem do parlamentar.

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O peemedebista também deixará de receber os R$ 4.253,00 de auxílio-moradia. O gabinete do deputado no anexo 4 da Câmara será fechado.

O deputado estava no exercício do mandato desde março, quando assumiu a vaga de Osmar Serraglio (PMDB-PR), que foi nomeado ministro da Justiça. Rocha Loures vive agora situação semelhante a do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no ano passado: está fora do mandato, mas mantém o foro privilegiado. A diferença, no entanto, é que Cunha foi afastado durante exercício da presidência da Casa mas, por causa de sua influência política na época, conseguiu manter alguns benefícios, como o direito a ocupar um dos imóveis funcionais da Câmara mesmo sem poder atuar como parlamentar.

Cármen Lúcia rebate rumores sobre Presidência: na magistratura 'até o último dia'

Posted: 19 May 2017 04:11 PM PDT

Presidente do STF disse que está "o tempo todo" preocupada com os rumos do Brasil Carlos Moura/SCO/STF

Em uma conversa informal com jornalistas, a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, disse nesta sexta-feira (19) que o Brasil vai sobreviver ao conteúdo das delações da JBS, rebateu os rumores de que poderia eventualmente assumir a Presidência da República e afirmou que pretende continuar na magistratura "até o último dia".

— Estou no lugar que eu tenho a obrigação constitucional de estar e estarei com muito gosto.

Cármen fez uma visita-surpresa de 13 minutos aos repórteres que cobrem o STF para verificar as instalações do comitê de imprensa, que devem ser reformadas.

— Fui muito honrada de ter tido oportunidade de ser juíza, me sinto muito bem na magistratura e, se Deus quiser, até o último dia que eu estiver aqui, que eu tiver saúde, condições de estar aqui, eu vou estar cumprindo a minha função com o mesmo gosto que eu cumpro hoje. Ser juiz não é fácil, não é alegre, mas é a função que a gente exerce. 

Questionada se acompanha a crise política que se instalou no País nos últimos dias, a presidente do STF disse que está "o tempo todo" preocupada com os rumos do Brasil.

— Preocupada com o Brasil nós estamos o tempo todo. O papel do poder Judiciário, no que a democracia ajudar, nós estamos fazendo. As instituições estão funcionando, o Brasil está dando uma demonstração de maturidade democrática. Os percalços fazem parte das intempéries.

Na avaliação da presidente do STF, "o mundo inteiro está preocupante".

— Momento de grandes transformações, não tem modelo prévio. O mundo está girando e eu estou igual a roda viva.

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Indagada pelo Broadcast Político se o Brasil vai sobreviver às delações, respondeu: "O País sempre vai sobreviver, porque o País é o povo. E o povo, o ser humano, tem o instinto de vida muito mais forte que o de instinto de morte. As gerações, eu acredito muito que vão vir coisas e pessoas boas, depois que a gente já tiver ido embora."

Construção

Ao falar com uma repórter com cinco meses de gestação, Cármen brincou: "Ó, fala pra ele (o bebê) assim: nós estamos construindo outro Brasil, não se preocupa com isso, não. Na sua hora, nós vamos ter arrumado tudo".

Para a ministra, o Brasil "está aí para ser reconstruído a cada minuto". "Nós não temos escolha", disse.

Antes de se despedir dos repórteres, Cármen também informou que deve na próxima semana elaborar a pauta de julgamentos de junho e adiantou que vai priorizar processos de repercussão geral - casos em que a Corte analisa o mérito da questão e a decisão tem de ser aplicada depois pelas instâncias inferiores em ações similares.

— Estamos julgando normalmente. Está tudo andando porque tem de andar mesmo. 

Cassação, impeachment e inquérito no STF são as ameaças à Presidência de Temer

Posted: 19 May 2017 04:06 PM PDT

Manifestantes protestam em Manaus contra o presidente Temer 18.05.2017/REUTERS//Bruno kelly

Poucos dias após completar um ano de poder, o presidente Michel Temer enfrenta a mais dura crise em seu governo. Gravações divulgadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta-feira (18) revelam o interesse do presidente em manter um pagamento mensal ao ex-aliado e ex-deputado federal Eduardo Cunha, preso em Curitiba pela Operação Lava Jato. Minutos antes de o Supremo levantar o sigilo sobre os áudios, Temer disse em pronunciamento que não cometeu nenhuma irregularidade e que não irá renunciar.

Para se manter no posto, contudo, ele vai enfrentar pela frente uma pressão da oposição por seu impeachment — já foram protocolados ao menos oito pedidos . Ele também corre o risco de ser cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no mês que vem, ou então pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que abriu hoje um inquérito para investigá-lo por obstrução à Justiça. Entenda a seguir os desafios de Temer após as novas revelações de corrupção.

As acusações

O jornal O Globo revelou nesta quarta-feira (17) que o presidente Michel Temer foi gravado por um dos donos da JBS dando aval para pagamento de propina a Eduardo Cunha em troca do silêncio do ex-presidente da Câmara na Lava Jato.

A conversa foi gravada em março por Joesley Batista e faz parte do acordo de delação premiada que o empresário fez com o Ministério Público Federal. Na tarde de hoje, a JBS publicou uma carta em que pede desculpas ao povo brasileiro.

A conversa com Temer teria ocorrido no dia 7 de março deste ano, no Palácio do Jaburu, residência do presidente. No diálogo, Joesley teria dito ao peemedebista que estava pagando uma mesada a Cunha e a Lúcio Funaro, apontado como operador do ex-presidente da Câmara, também preso na Lava Jato, para que ambos ficassem em silêncio sobre irregularidades envolvendo aliados. "Tem que manter isso, viu?", disse Temer a Joesley.

"O Eduardo tentou me fustigar", afirma o presidente em outro momento da conversa. O áudio, de 38 minutos, foi tornado público após o ministro Edson Fachin retirar o sigilo das delações dos executivos. Ouça o arquivo completo e veja trechos transcritos.

Por volta do minuto 11, além de comentar que "está de bem" com Cunha, Joesley informa a Temer que conseguiu colocar um procurador de confiança nas investigações contra a J&F na Justiça. "Consegui um procurador dentro da força-tarefa que está me dando informação e que eu estou para dar conta de trocar o procurador que está atrás de mim". O presidente dá uma resposta inaudível. Em seguida, Joesley reafirma que está apenas se "defendendo". Temer diz: "É".

Temer foi informado em março sobre procurador infiltrado

Oito pedidos de impeachment

Partidos de oposição protocolaram na Câmara, no início da noite desta quinta, mais um pedido de impeachment contra Michel Temer. O documento foi assinado por PT, PDT, PCdoB, Rede, Psol e PSB. Até às 18h de hoje, havia oito pedidos de impeachment formalizados na Secretaria-Geral da Mesa desde a divulgação das novas denúncias contra Temer.

Na noite de quarta, dois pedidos já haviam sido apresentados — um pelo deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) e outro pelo deputado João Henrique Caldas (PSB-AL). Nesta quinta-feira, outros seis pedidos de impeachment foram protocolados: um segundo feito pelo deputado Alessandro Molon, outro pelo deputado João Gualberto (PSDB-BA) e mais sete parlamentares do PSDB; outro do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP); um do deputado Diego Garcia (PHS-PR); e outro apresentado por um deputado estadual. Caberá ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, analisar a admissibilidade dos pedidos. Como é aliado de Temer, a avaliação de momento é que os pedidos não devem sair da gaveta.

Segundo o líder do PSOL, Glauber Braga (RJ), o argumento principal do novo pedido da oposição será a tentativa do presidente da República de obstrução à Justiça. Os partidos também defendem eleições diretas para a substituição de Temer.

"Para que isso aconteça, é fundamental a aprovação Proposta de Emenda à Constituição 227/16", acrescentou Braga. A PEC, que será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania na próxima terça-feira (23), permite eleições diretas para a Presidência da República em caso de vacância do titular, exceto nos seis últimos meses de mandato.

Com impeachment ou renúncia (que seria uma saída mais rápida), caso Temer saia do poder, são realizadas eleições indiretas para a Presidência. O novo mandatário seria escolhido pelo Congresso.

Inquérito no STF

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, abriu um inquérito contra o presidente na tarde de hoje, a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). O processo é um desdobramento dos conteúdos apresentados pelos empresários Joesley e Wesley Batista em acordo de colaboração premiada homologado pelo ministro, por tentativa de obstrução das investigações na Operação Lava Jato.

Em nota na noite da quarta-feira, o Palácio do Planalto afirmou que "Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar". "O presidente defende ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias". Com abertura de inquérito, a PGR fica responsável agora por colher provas. Só aí decide se apresenta denúncia contra o presidente ou se pede arquivamento.

Julgamento no TSE

O PSDB moveu ações no TSE contra a chapa Dilma-Temer ainda em 2014. Nesses processos, o partido aponta supostos episódios de uso da máquina do governo na campanha petista, como participação indevida de ministros e envio de 4,8 milhões de folders pró-Dilma pelos Correios.

A principal acusação — baseada em revelações da Operação Lava Jato — era de que a campanha petista tinha recebido vultosas doações de empreiteiras clientes da Petrobras e que esses recursos seriam na verdade propinas pagas com recursos desviados da estatal.

"Os benefícios dos recursos ilícitos recebidos são imensuráveis e, a toda evidência, desequilibram o pleito e afetam a legitimidade e a normalidade das eleições", destacaram os advogados tucanos no pedido inicial.

Dilma nega as acusações e argumenta que a campanha do rival Aécio Neves (PSDB) recebeu recursos das mesmas empresas. A defesa de Temer sustenta que ele não tinha papel decisório na campanha e por isso não pode ser responsabilizado por eventuais ilegalidades.

O TSE marcou a retomada do julgamento da ação para o dia 6 de junho.

Além de decidir sobre a anulação ou não do pleito eleitoral, os ministros também vão analisar se Dilma e Temer tiveram responsabilidade direta em alguma ilegalidade e devem ficar inelegíveis por oito anos.

Nesse caso, pode haver separação das responsabilidades: a punição independe da cassação da chapa e pode ser aplicada a ambos, a apenas um deles ou a nenhum dos dois. O TSE pode concluir, por exemplo, que houve ilegalidade na campanha, cometida pelos tesoureiros, mas que Dilma e Temer não sabiam do ato ilícito.

Caso o TSE decida pela cassação de Temer, o presidente já afirmou que recorrerá da decisão no STF.

Veja as outras denúncias que existem contra o presidente Temer

Aécio pressionou diretor da PF para ter acesso a investigações da Lava Jato

Posted: 19 May 2017 04:04 PM PDT

Aécio queria acessar processos e depoimentos de ação contra ele Geraldo Magela/22.02.2017/Agência Senado

O presidente licenciado do PSDB e senador, Aécio Neves (MG), pressionou o diretor-geral da PF (Polícia Federal), Leandro Daiello Coimbra, ter acesso ao conteúdo das investigações da Operação Lava Jato. A conversa entre os dois foi interceptada por um grampo colocado no celular do tucano.

A ligação de Aécio para Daiello tem três minutos e 43 segundos e foi registrada no dia 26 de abril de 2017. No contato, o senador pede para se encontrar com o diretor da PF para acessar processos, autos e depoimentos de ação contra ele na Lava Jato.

Segundo o tucano, o delegado que cuida do caso "se negou a entregar a defesa a cópia do depoimento que ele já tinha colhido".

Aécio combinou recebimento de propina pessoalmente com dono da JBS

Após a solicitação do senador, Daiello confirma a possibilidade de encontro. Aécio então diz que quem iria se encontrar com ele seria seu advogado Alberto Zacharias Toron.

Depois de combinarem a reunião, Aécio pede uma conversa pessoal com Daiello para falarem a respeito da previdência. Eles confirmam o encontro para às 16h daquele dia no gabinete do diretor. "Tá todo mundo aqui lhe esperando", finaliza Daiello.

Leia a íntegra do telefonema:

AÉCIO - Aló?
MNI - Dr. DAIELLO na linha. Tô passando.
LEANDRO DAIELLO - Alóoo?
AÉCIO - Dr. LEANDRO, tudo bem?
LEANDRO DAIELLO - Bom dia! Como está Senador?
AÉCIO - Você vai ter que mudar esse cafezinho nosso pra...
LEANDRO DAIELLO - Opa!!
AÉCIO - Você teve notícias de ontem? Tentei até lhe falar à note.
LEANDRO DAIELLO - Tô ouvindo. Tô ouvindo.
AÉCIO - Você teve notícias do que ocorreu ontem? ou não?
LEANDRO DAIELLO - Não.
AÉCIO - Depois você tinha que arranjar um horário de uns quinze minutos, pra... pra eu dizer lhe falar pessoalmente.
LEANDRO DAIELLO - Eu estou a sua disposição aqui.
AÉCIO - Uma hora que você... que eu pudesse dar um pulo ai. Pelo seguinte, contudo é.. é.. na verdade.... pela súmula 14 que faculta a defesa ao acesso, né? Ao processo, aos autos, aos depoimentos, o Delegado se negou a entregar a defesa, ontem, a cópia do depoimento que ele já tinha colhido, tá?
LEANDRO DAIELLO - Tá.
AÉCIO - Mas é uma coisa que afronta a lei, inclusive. Você essa súmula que determina que a defesa tenha acesso, né? Aos demais depoimentos, aos autos do processo, enfim... e o Toron que é o meu advogado que te conhece.
LEANDRO DAIELLO - Sim, conheço o Toron. É um bom advogado.
AÉCIO - Ele tá até ai. Ele tá indo ai no meu lugar, porque o que aconteceu. Como ele não quis nos dar acesso, uma coisa absolutamente absurda! Que mostra um pouco aquilo que já percebíamos. Nós fizemos uma reclamação no Supremo que obviamente concedeu o direito de que eu tenha acesso. ahhh.... aos demais depoimentos já colhidos.
LEANDRO DAIELLO - Tá.
AÉCIO - Já colhidos, que é natural que quando eu vá depor eu saiba, né? O que os outros já falaram. A coisa mais óbvia do mundo. E ele negou-se a isso, então... então o juiz relator éeeee.... pediu adiamento de pelo menos de quarenta e oito horas. Terminou que ele entregue a defesa os depoimentos já recolhidos, então isso ficou adiado. Eu quero fazer ainda nessa semana. Eu quero fazer até sexta-feira. Agora...
LEANDRO DAIELLO - Eu vou fazer o seguinte Senador. Dr. Toron tá vindo aqui?
AÉCIO - Deve tá chegando com o Dr. Alckmin ai agora. Já deve estar ai.
LEANDRO DAIELLO - Eu converso com eles aqui e já resolvo e ai a gente vê e já remarca, pode ser?
AÉCIO - Pode ... faça isso então! Localize ele ai.
LEANDRO DAIELLO - Então eu já... já vou.... O Dr. Toron já é membro desde São Paulo.
AÉCIO - É isso, ele me falou muito bem éeee.... do senhor lá, até por em razão do que está por vir ainda, entendeu? Depois... Depois me concede uma audiência para nós falarmos de previdência por uns vinte minutos... Veja ai com a sua agência.
LEANDRO DAIELLO - O senhor manda Senador. Só me fala o horário.
AÉCIO - Me fala o horário para que eu possa dar um pulo de vinte minutos ai.
LEANDRO DAIELLO - Eu não falo. O senhor só me diga o dia e horário e eu vou dar um jeito de lhe atender.
AÉCIO - Me atenda ai hoje no meio da tarde. Pode ser?
LEANDRO DAIELLO - No meio da tarde. O senhor só me liga e eu vou abrir a agenda e ficar o dia inteiro lhe esperando.
AÉCIO - Me fale.. me fale o horário ai que é quinze minutos sobre coisa da previdência. Que horário?
LEANDRO DAIELLO - A hora que o senhor quiser.
AÉCIO - Quatro horas, pode ser bom?
LEANDRO DAIELLO - Quatro horas tá combinado.
AÉCIO - Eu vou quatro no teu gabinete quatro hora hoje. Um grande abraço.
LEANDRO DAIELLO - Tá... tá todo mundo aqui lhe esperando. Abraço.
AÉCIO - Abraço.

Delator da JBS afirma que Alexandre Padilha recebeu R$ 3 mi em propina em 2014

Posted: 19 May 2017 03:32 PM PDT

Padilha teria recebido R$ 3 mihões em doações ilícitas de campanha Elza Fiuza/ABr

O diretor de Relações Institucionais e de Governo da JBS, Ricardo Saud, relatou ao Ministério Público Federal que o candidato do PT ao governo de São Paulo em 2014, Alexandre Padilha, recebeu R$ 3 milhões em doações ilícitas de campanha.

O executivo relatou que, somente naquele ano, o Partido dos Trabalhadores recebeu R$ 150 milhões para a campanha, dos quais R$ 30 milhões foram repassados aos Diretórios Estaduais e candidatos ao governo de Estado.

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Saud detalhou o valor entregue a mais três candidatos, além de Padilha. Segundo ele, o atual governador de Minas, Fernando Pimentel, também do PT, recebeu pelo menos R$ 30 milhões, Gleisi Hoffmann, senadora (PT/PR) e candidata derrotada ao governo do Paraná, R$ 5 milhões; e Antonio Gomide, de Goiás, R$ 2 milhões.

General quer investigar como Joesley entrou no Jaburu sem ser visto

Posted: 19 May 2017 03:09 PM PDT

General afirma que investigação buscará por "soluções preventivas" e não por culpados Danilo Verpa/Folhapress

O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) vai abrir um processo administrativo para verificar falhas de segurança que possam ter ocorrido no episódio que envolveu a entrada do presidente da JBS, Joesley Batista, no Palácio do Jaburu, na noite do dia 7 de março, sem ser identificado, quando se reuniu com o presidente Michel Temer e gravou a conversa que teve com ele. A informação foi dada à reportagem pelo ministro do GSI, general Sérgio Etchegoyen.

— É preciso verificar o procedimento e todos os problemas que envolvem este caso, em uma espécie de investigação do Cenipa (Centro de investigação de e prevenção de acidentes aeronáuticos), não para punir ninguém, mas para verificar as falhas ocorridas e corrigi-las.

O general acrescentou que "não procuramos culpados, mas soluções preventivas".

O ministro anunciou ainda que está em processo de compra do equipamento a ser instalado no gabinete presidencial do Planalto que impedirá qualquer tipo de gravação do presidente da República, sem que ele tenha conhecimento. A ideia é usar uma solução tecnológica, que possibilite a interferência e impeça o funcionamento de sistemas eletrônicos que façam, tanto de gravação como transmissão.

Ainda não está definida a data de chegada dos aparelhos para proteger o gabinete do presidente, por conta de todo o processo burocrático que envolve as compras no serviço público.

— Precisamos ter um padrão seja no Planalto, no Jaburu ou onde o presidente da República estiver.

Ele comentou que é preciso saber o motivo pelo qual Joesley Batista não foi identificado na chegada, que não é um procedimento correto. Para ele, é preciso encontrar uma fórmula também para que a pessoa que for conversar com o presidente não leve o celular como ocorre no Planalto, ou qualquer outro tipo de equipamento que permita a realização de grampos.

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Segundo o general Etchegoyen, nem o GSI nem a Abin (Agência Brasileira Inteligência) vão realizar qualquer tipo de perícia nas fitas entregues na delação do empresário Joesley Batista.

— Não temos competência para isso.

Etchegoyen não falou mas, no Palácio, há desconfiança de que as fitas com a gravação da conversa de Joesley e Temer tenham passado por algum tipo de edição. Auxiliares do presidente defendiam que o GSI fizesse a perícia no material e chegaram a anunciar esta decisão, mas Etchegoyen descartou a possibilidade. O Planalto, no entanto, não abandonou a ideia e vai usar outros meios para descobrir se houve mesmo edição das fitas, como desconfiam.

Para proteger e melhorar a identificação da circulação de pessoas no Planalto, começaram a ser instaladas também as câmeras nos corredores do Palácio. O sistema será colocado em funcionamento em todas as áreas comuns do prédio principal, anexos e, depois, nos demais palácios. O objetivo é aumentar o controle e a circulação de pessoas, até mesmo com uso de cartões de acesso com chip. O Planalto está sem câmeras desde 2009, quando houve a reforma do prédio e o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desistiu de reinstalar os equipamentos ao final das obras.

Etchegoyen estava fora do País, em viagem para o Timor Leste, quando estourou a crise com a divulgação da conversa de Temer e Joesley. O ministro, que estava em escala em Nova Dheli, desistiu de prosseguir e retornou ao Brasil, desembarcando em São Paulo, na manhã desta sexta-feira.

'Soubemos que fita foi editada e isso é gravíssimo', diz advogado de Temer

Posted: 19 May 2017 03:02 PM PDT

Antônio Claudio Mariz irá assumir defesa de presidente BBC Brasil

O advogado criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira disse nesta sexta-feira (19) que o governo tem "informações seguras" sobre a existência de adulterações e montagens no áudio da conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS.

Amigo do presidente há 40 anos, Mariz se reuniu com Temer na noite de quinta-feira (18) e nesta sexta, em Brasília, e vai assumir a defesa dele. Uma das estratégias jurídicas, após a delação premiada feita por Joesley, é pedir a perícia da gravação que veio a público.

— Soubemos que a fita foi editada e isso é gravíssimo. É uma indignidade o que estão fazendo contra o presidente da República e contra o Brasil.

Na conversa com Temer no Palácio do Jaburu, em 7 de março, Joesley disse que estava "de bem" com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso pela Lava Jato. "Tem que manter isso, viu?", respondeu Temer. Em seguida, Joesley acrescentou: "Todo mês". Parte do diálogo, porém, é inaudível.

O empresário também contou a Temer que estava comprando um procurador e "dando conta" de dois juízes para barrar uma investigação sobre empresa do grupo J&F, holding que administra a JBS. "Ótimo", afirmou o presidente.

Questionado se o "corte" de algum trecho da conversa teria sido feito pela Procuradoria-Geral da República, Mariz preferiu a cautela e disse que jamais levantaria suspeitas sem provas.

— A perícia vai nos dar indícios tanto sobre a edição quanto sobre a autoria. Quando soubermos, não teremos escrúpulos em denunciar. É uma indignidade o que estão fazendo contra o presidente da República e contra o Brasil.

Mariz foi convidado na montagem do governo para ser ministro da Justiça, mas não chegou a assumir o cargo porque condenou, em entrevista, os "excessos dos operadores da Lava Jato".

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Com a saída de Alexandre de Moraes do comando da Justiça, para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal, o criminalista voltou a ser sondado, mas recusou o convite. Temer também insistiu, sem sucesso, para que ele assumisse uma secretaria especial ligada à Presidência, que ficaria responsável por cuidar do sistema penitenciário.

Agora, o presidente será investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de corrupção passiva, obstrução à investigação e participação em organização criminosa. O pedido de abertura de inquérito foi feito pela Procuradoria-Geral da República e autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, contra Temer, o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), fotografado com uma mala de dinheiro.

A defesa tenta desqualificar Joesley, sob o argumento de que o empresário se valeu de uma delação falsa com o único objetivo de obter benefícios para ele e sua companhia.

— A verdade começou a ser reposta. Há absoluta falta de seriedade nas acusações. 

Em seu despacho de abertura do inquérito, Fachin disse não haver ilegalidade nos áudios gravados por Joesley. Escreveu, ainda, que as conversas gravadas foram "ratificadas e elucidadas" pelo empresário em depoimento ao Ministério Público.

— O despacho do ministro antecede a notícia que chegou ao governo, vinda de fontes fidedignas, de que a fita foi preparada. A gravação em si não é crime, mas não é isso que se está discutindo.

Delator relata entrega de R$ 1 milhão para 'coronel', amigo de Michel Temer

Posted: 19 May 2017 02:35 PM PDT

Dinheiro teria sido entregue em escritório na Vila Madalena, em São Paulo BBC Brasil

O contador Florisvaldo Caetano de Oliveira, apontado como homem do grupo J&F responsável pelas entregas de dinheiro a políticos, relatou em seu acordo de colaboração com a PGR (Procuradoria-Geral da República) ao menos dois encontros com João Baptista Lima Filho, amigo pessoal do presidente Michel Temer.

De acordo com o delator, o primeiro encontro teve como objetivo conhecer o destinatário, chamado de "coronel", e combinar a forma de entrega dos valores. No segundo encontro, por sua vez, Oliveira afirma ter entregado R$ 1 milhão em espécie para Lima Filho.

— (..)Por determinação de Ricardo Saud, o depoente entregou 1 milhão de reais no seguinte endereço: Rua Juatuba, Vila Madalena, São Paulo, num escritório cuja titularidade o depoente desconhecia. Que o escritório era conhecido como sendo de alguém ligado a Michel Temer. 

Outro delator, o diretor de relações Institucionais da J&F Ricardo Saud, responsável por solicitar os pagamentos à Lima Filho, entregou uma série de documentos à PGR comprovante que o endereço citado por Florisvaldo era o da empresa Argeplan, cujo dono é o amigo de Temer.

Coronel da Polícia Militar aposentado, Lima Filho é dono da Argeplan Arquitetura e Engenharia, empresa que faz parte de um consórcio que ganhou concorrência para executar serviços relacionados à usina de Angra 3 — cujas obras são investigadas na Operação Lava Jato.

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A empresa finlandesa AF foi a vencedora de um contrato de R$ 162 milhões na Eletronuclear e, por exigência brasileira, subcontratou duas empresas locais: a Engevix e a AF Brasil — da qual a Argeplan faz parte.

Lima era gestor do contrato com a Eletronuclear, pela parte da Argeplan. O contrato foi assinado em 2012 para serviços de eletromecânica.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou, em maio de 2016, que a Lava Jato investiga se houve negociação de propina nesse negócio. As irregularidades envolvendo as obras da usina foram delatadas por executivos da UTC, da Andrade Gutierrez, da Camargo Corrêa e, recentemente, da Odebrecht.

Baptista Lima foi citado na tentativa de delação do sócio da Engevix, José Antunes Sobrinho Filho, como alguém que se apresentava como um interlocutor do então vice-presidente da República. O caso foi revelado pela revista Época, há um ano. Sobrinho Filho desistiu da delação depois da vinda à tona das revelações que ele prometia fazer.

Temer deu 'anuência' a pagamento de propina, diz Janot

Posted: 19 May 2017 02:17 PM PDT

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sustenta que o presidente da República, Michel Temer anuiu com o pagamento de propina ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente preso pela Lava Jato, em conversa gravada com o dono da JBS, Joesley Batista.

Em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), no qual pede a abertura de inquérito sobre Temer, o procurador-geral descreve o trecho mais controverso do diálogo, a partir do minuto 11, da seguinte forma: "Joesley afirma que tem procurado manter boa relação com o ex-deputado, mesmo após sua prisão. Temer confirma a necessidade dessa boa relação: 'tem de manter isso, viu'. Joesley fala de propina paga todo mês, também ao Eduardo Cunha, acerca da qual há a anuência do presidente."

O presidente Michel Temer nega que tenha dado seu aval para comprar o silêncio de Eduardo Cunha.

O Palácio do Planalto questiona pontos do áudio e decidiu pedir perícia para avaliar eventual edição.

Após licença de Aécio, 'PSDB vai mais uma vez ajudar o Brasil', diz Alckmin

Posted: 19 May 2017 01:59 PM PDT

Alckmin avalia que senador Tasso Jereissati era melhor opção para substituir Aécio neste momento Divulgação

Na primeira agenda pública do governador Geraldo Alckmin (PSDB) após as revelações da delação da JBS, que provocaram a abertura de uma investigação contra o presidente Michel Temer no STF(Supremo Tribunal Federal) e o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de suas funções parlamentares, o tucano paulista afirmou, na manhã desta sexta-feira (19), na capital paulista, que o "PSDB vai mais uma vez ajudar o Brasil".

Alckmin deu essa declaração após ser questionado sobre a situação de Aécio, que até a última quinta-feira (18) ocupava o posto de presidente nacional do partido — ele pediu licenciamento do cargo.

Aécio teria sido flagrado em conversa com o empresário Joesley Batista, um dos donos do frigorífico JBS, pedindo R$ 2 milhões. O dinheiro seria usado para ajudar a pagar sua defesa. A informação veio à tona com a revelação do conteúdo do acordo de delação premiada firmado por Wesley com a PGR (Procuradoria-Geral da República), que chegou a pedir a prisão do senador, mas teve o pedido negado pelo STF.

— O Aécio tomou atitude correta, necessária, se afastando da presidência do partido para cuidar da sua defesa. O senador Tasso Jereissati (que assumiu a função ontem) era a pessoa mais indicada. Já foi presidente do PSDB, pessoa extremamente preparada, experiente, um grande governador do Ceará e senador da República. É um momento que exige compromisso com o País, serenidade. Acho que o PSDB vai mais uma vez ajudar o Brasil. 

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Sobre a crise que se instalou no Palácio do Planalto, com Temer oficialmente investigado, o governador paulista evitou opinar se o presidente consegue se manter no cargo após a PGR decidir, com autorização do STF, investigá-lo por supostamente dar aval para suborno do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

— O Brasil já atravessou, já passou e superou outras crises. Vai também ultrapassar e superar essa crise. Nosso foco tem de ser proteger a nossa população. Nós estamos infelizmente com 14 milhões de desempregados e 6 milhões no desalento. Temos de ter serenidade e responsabilidade neste momento. A apuração avança, a investigação avança e dentro da legalidade.

Alckmin ainda ressaltou que a Constituição Federal deve ser rigorosamente cumprida e que o momento agora é o de "preservar a economia, tentar avançar com as reformas e ajudar o Brasil".

Quem é o empresário protagonista das delações da JBS?

Posted: 19 May 2017 01:57 PM PDT

Joesley Batista é o rosto por trás das denúncias da Lava Jato desta última semana Danilo Verpa/Folhapress

Desde a última quarta-feira, o Brasil quer saber quem é de verdade o empresário que colocou fogo no País e foi gozar sua delação premiada em um apartamento luxuoso de Nova York. Joesley Batista e seu irmão Wesley são donos da JBS, proprietária da marca Friboi, e faturaram no ano passado R$ 170 bilhões.

Os irmãos transformaram um pequeno frigorífico de Goiás na maior empresa de proteína animal do mundo. Nessa ascensão carregaram pelo caminho diversas denúncias de corrupção ativa, sobretudo, durante os governos petistas. Eles são acusados de receberem bilhões de reais em recursos públicos em troca de um monstruoso propinoduto que irrigava todas as instâncias da República. 

O diretor da JBS Ricardo Saud listou, em delação premiada, doações que somam quase R$ 600 milhões para 1.829 candidatos de 28 partidos. Segundo o executivo, com este investimento a empresa conseguiu eleger 179 deputados federais de 19 siglas, bancou 28 senadores e empossou 16 governadores.

Goiano de Formosa, Joesley assistiu à revelação de diálogos com o senador Aécio Neves e com o presidente Michel Temer gravados antes da assinatura de um acordo de delação premiada através dos quais ambos políticos são acusados de tentar obstruir a operação.

Os irmãos Joesley e Wesley Batista fecharam o acordo após a realização de uma série de operações da PF (Polícia Federal) que tinham a J&F, holding controlada pelos dois, como um dos alvos - envolvendo, inclusive, denúncias de irregularidades na aprovação de empréstimos do BNDES. A pressão foi feita também por parte do MPF (Ministério Público Federal), que pediu à Justiça o bloqueio de R$ 3,8 bilhões das empresas.

Pelo acordo de delação premiada firmada com o MPF, Joesley e Wesley não seriam presos ou usariam tornozeleira eletrônica, preservando a si mesmos e suas empresas. A Joesley inclusive foi permitido continuar morando nos EUA, longe dos holofotes que apontam para ele após o escândalo desta cena que forçou Temer a se pronunciar em público que não renunciaria. A única penalidade que sofreriam seria o pagamento de uma multa de R$ 225 milhões.

No entanto, estima-se que através de especulação cambial jogando com o impacto das suas próprias revelações, eles lucraram cerca de quatro vezes este valor. Sem identificar as fontes, o jornal Valor Econômico disse que a Comissão de Valores Mobiliários identificou um lucro superior a US$ 1 bilhão horas antes do vazamento da notícia sobre o acordo de delação.

Sob o cerco das autoridades

Os irmãos Joesley e Wesley Batista são alvos de ao menos cinco operações da PF nos últimos 12 meses. Na última delas, a Operação Bullish, deflagrada no dia 12 de maio, Wesley foi levado coercitivamente a depor na PF. Joesley também foi chamado, mas já havia fugido para os EUA. Segundo as investigações prévias do TCU (Tribunal de Contas da União) que motivaram a operação, a J&F teria recebido repasses de R$ 8,1 bilhões sem a apresentação de garantias e com a dispensa indevida de prêmio contratualmente previsto. Por conta dessa operação, a fraude teria gerado um prejuízo de R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos.

Em abril, o TCU já havia julgado irregular a compra da americana Swift Foods pela JBS, em 2007, em uma das operações feitas pelo BNDES com o frigorífico.

Na Lava Jato, Joesley é investigado nas operações Sépsis, Greenfield e Cui Bono. As investigações apuram se ele teria realizado o pagamento de propina para liberar recursos do FGTS e investimentos de fundos de pensão de estatais em suas empresas.

A JBS também esteve envolvida nos escândalos do setor alimentício reveladas pela operação Carne Fraca, revelada no início de 2017. Ao lado de outras gigantes do setor, como Seara, Sadia, Perdigão e Vigor, a JBS foi acusada de tentar mudar a data de validade de seus produtos, além de ser apontada em um esquema de corrupção entre frigoríficos e fiscais para acelerar a liberação de produtos.

Afinal, quem é o protagonista de um dos maiores episódios da operação comandada pelo juiz federal Sérgio Moro?

À frente do frigorífico JBS e da holding J&F, Joesley Batista, 44, e o irmão, Wesley, levaram o açougue criado pelo pai nos anos 50 para abastecer os refeitórios das empreiteiras que construíram Brasília ao status de maior empresa privada do Brasil em termos de receita, em 2015, e maior processadora de carne bovina do mundo.  Este caminho foi percorrido com uma estratégia agressiva de aquisições aliada a intensa participação no cenário político do país.

Em 2014 a dona da marca Friboi foi a maior doadora para as campanhas eleitorais à presidência, congresso e governos estaduais, desembolsando R$ 391 milhões que apoiaram a vitória da chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer, além de seis governadores e 164 deputados federais. A empresa também doou para a campanha de Aécio Neves (PSDB-MG), senador que ficou em segundo lugar na disputa presidencial e que hoje é um dos principais alvos da operação Patmos, desdobramento da Lava Jato deflagrada nesta quinta-feira (18) em desdobramento das acusações dos irmãos Batista.

Naquele ano, o valor doado correspondeu a quase 40% de todo o seu lucro líquido registrado em 2013, e quase um quinto do dinheiro que tomou emprestado do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) entre 2005 e 2014. O período de doações generosas coincide com a data inicial de liberação dos recursos do banco estatal e com a ocupação de Joesley da presidência executiva da JBS, que ocupou até 2011, passando o bastão ao irmão.

Em 2006, um ano após o início dos empréstimos, foram R$ 12 milhões em doações. Quatro anos depois, foram R$ 63 milhões, e, em 2014, R$ 366,8 milhões, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Os empréstimos da empresa junto ao BNDES e as doações aos partidos políticos são legais. As doações foram declaradas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), como manda a lei. Fato é que de A empresa terminou 2016 com um faturamento de R$ 170 bilhões, quase 50 vezes o os R$ 3,5 bi registrados 13 anos antes.

Os irmãos sempre negaram que tivessem cometido irregularidades na obtenção de recursos públicos.

Formação de um império

Na gestão de Joesley, a JBS se internacionalizou. Sua atuação na presidência executiva, entre 2006 e 2011, consolidou a empresa como a maior processadora de carne bovina do mundo, por meio de uma série de aquisições - boa parte com a ajuda do BNDES. Depois disso, passou o controle ao irmão, Wesley.

A JBS faz parte um conglomerado que controla empresas muito além do ramo da pecuária. Entre suas atividades estão a JBS (dona das marcas Friboi e Seara), a Alpargatas (proprietário das Havaianas), os produtos de limpeza Minuano, o banco Original e até uma empresa do ramo de celulose.

As Alpargatas, por exemplo, foram uma das maiores aquisições da holding, em 2015, por R$ 2,67 bilhões. Contando ainda com o frigorífico Swift sob seu leque, o conglomerado soma fábricas em 20 países, incluindo os EUA e clientes em todos os continentes.

Hoje, 80% da operação da JBS está fora do Brasil, o que é também motivo de crítica dos analistas. Eles questionam o fato do banco ter despejado tanto dinheiro em um grupo cujos negócios estavam sendo desenvolvidos no exterior, o que não geraria nem empregos nem renda no Brasil.

JBS ajudou a financiar campanhas de 1.829 candidatos de 28 partidos

Posted: 19 May 2017 01:55 PM PDT

O delator não deixa claro o que foi feito via caixa 2 e o que foram doações oficiais Reuters

Apostando em um futuro bom relacionamento com prováveis candidatos que fossem eleitos em 2014, a J&F (holding controladora do grupo JBS) destinou mais de R$ 500 milhões para ajudar a eleger governadores, deputados estaduais, federais e senadores de todo o País, segundo os delatores.  Em um dos depoimentos que prestou ao MPF (Ministério Público Federal), com quem firmou acordo de delação premiada já homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o diretor de Relações Institucionais e Governo da J&F, Ricardo Saud, entregou um levantamento detalhado em que aponta todos os candidatos financiados pela empresa.

De acordo com Saud, o total em dinheiro repassado por meio de "pagamentos dissimulados" alimentou as campanhas de 1.829 candidatos. Destes, 179 se elegeram deputados estaduais em 23 unidades da federação e 167, deputados federais por 19 partidos.

O delator não deixa claro quais pagamentos foram feitos via caixa 2 e quais foram doações oficiais. No depoimento, divulgado após a retirada do sigilo da delação, ele dá a entender que os valores citados se referem apenas às campanhas de 2014. Em outro depoimento, o dono da JBS, Joesley Batista, também afirmou que a maioria das doações feitas pela empresa tratava-se de propina disfarçada por contrapartidas recebidas.

"Doamos propina a 28 partidos", contou Saud, admitindo que os mais de R$ 500 milhões destinados a agentes públicos para as eleições de 2014 formavam um "reservatório de boa vontade". "Era para que eles não atrapalhassem a gente", afirmou.

CVM investiga operações de câmbio e ações de executivos da JBS

Lula e Dilma tinham US$ 150 milhões em conta de propina da JBS

O delator cita ainda que foram distribuídas "propina para 16 governadores eleitos e para 28 candidatos ao Senado que disputavam a eleição, a reeleição ou a eleição para governador", acrescentou. Segundo ele, os governadores eleitos pertenciam ao PMDB (4), PSDB (4), PT (3), PSB (3), PP (1) e PSD (1).

Ao entregar a documentação aos procuradores, Saud enfatizou a importância do "estudo" que fez por sua própria conta. "Acho que, no futuro, isso aqui vai servir. Aqui estão todas as pessoas que direta ou indiretamente receberam propina da gente." Os documentos liberados pelo STF não trazem a lista de todos os nomes que fariam parte deste levantamento aponta por Saud.

Em grampo, Gilmar Mendes promete ajudar Aécio em projeto que dificulta investigações de corrupção

Posted: 19 May 2017 01:50 PM PDT

Gilmar Mendes é presidente do TSE, que vai julgar mandato de Temer em 6 de junho REUTERS/Ueslei Marcelino

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes foi flagrado em um grampo telefônico — autorizado pelo próprio Supremo — prometendo ajuda ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) para aprovar o projeto de lei que define o crime do abuso de autoridade.

Relatório da Polícia Federal revela um pedido do senador ao ministro do Supremo para que converse com outro senador, Flexa Ribeiro (PSDB-PA), e o convença a seguir o voto de Aécio no referido projeto. O senador mineiro foi afastado na quinta-feira (18) de suas funções no Legislativo por determinação de Luis Edson Fachin, ministro responsável no STF pelos inquéritos da Lava Jato.

O pedido de Aécio foi feito pois Flexa Ribeiro faz parte da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), órgão do Senado onde um projeto de lei tem que passar antes de ser levado para votação no plenário.

Veja trechos da conversa. O áudio ainda não foi divulgado, mas trechos foram divulgados pela Polícia Federal (ao final leia a conversa completa):

(...)

Aécio Neves: Você sabe um telefone que você poderia dar que me ajudaria na condução lá. Não sei como é sua relação com ele, mas ponderando… enfim, ao final dizendo que me acompanhe lá, que era importante… era o Flexa, viu?

Gilmar Mendes: O Flexa, tá bom, eu falo com ele.

(...)

De acordo com o relatório da Polícia Federal, a ligação aconteceu no dia 26 de abril — há menos de um mês, portanto —, no dia em que o plenário do Senado aprovou projeto que determina o crime de abuso de autoridade. A votação em plenário aconteceu momentos após o texto ser aprovado na CCJ.

O projeto de lei, que ainda precisa ser aprovado na Câmara, classifica como crime práticas como: decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado sem prévia intimação ao juízo; fotografar ou filmar preso sem seu consentimento ou com o intuito de expô-lo a vexame; colocar algemas no detido quando não houver resistência à prisão; e pedir vista de processo para atrasar o julgamento.

A atuação do senador afastado Aécio Neves nesse projeto de lei é uma das bases do inquérito que investiga o tucano por obstrução à Justiça. O projeto de lei recebeu fortes críticas da força-tarefa da Lava Jato.

Leia o relato:

Aécio Neves: Oi, Gilmar, alô.

Gilmar Mendes: Oi, tudo bem?

Aécio: Você sabe um telefone que você poderia dar que me ajudaria na condução lá. Não sei como é sua relação com ele, mas ponderando… enfim, ao final dizendo que me acompanhe lá, que era importante… era o Flexa, viu?

Gilmar: O Flexa, tá bom, eu falo com ele.

Aécio: Porque ele é o outro titular da comissão, somos três, sabe, né?

Gilmar: Tá bom, tá bom. Eu vou falar com ele. Eu falei… Eu falei com Anastasia e falei com o Tasso. Tasso não é da comissão, mas o Anastasia… o Anastasia disse "Ah, tô tentando… [incompreensível]... e…

Aécio: Dá uma palavrinha com o Flexa, a importância disso e, no final, dá sinal para ele porque ele não é muito assim… de entender a profundidade da coisa… fala ó "acompanha a posição do Aécio porque eu acho que é mais sereno". Porque a gente pode fazer no limite. Apresenta um destaque para dar uma satisfação para a bancada e vota o texto… que vota antes, entendeu?

Gilmar: Uhun.

Aécio: Destaque é destaque é destaque… depois não vai ter voto, entendeu?

Gilmar: Unhun, unhun.

Aécio: Pelo menos vota o texto e dá uma…

Gilmar: Unhun.

Aécio: Uma satisfação para a ban… para não parecer que a bancada foi toda ela contrariada, entendeu?

Gilmar: Unhun.

Aécio: Se pudesse ligar para o Flexa aí e fala.

Gilmar: Eu falo pra ele… e falo com ele… eu ligo pra ele… eu ligo pra ele agora.

Aécio: … [incompreensível]... importante

Gilmar: Ligo pra ele agora.

Aécio: Um abraço.

Aécio combinou recebimento de propina pessoalmente com dono da JBS. Ouça a conversa

Posted: 19 May 2017 01:48 PM PDT

Irmã de Aécio foi até Joesley solicitar R$ 2 milhões Ueslei Marcelino/Reuters

O presidente licenciado do PSDB e senador afastado, Aécio Neves (MG), foi gravado combinando o pagamento de propina com o dono da JBS, Joesley Batista. O áudio da conversa foi divulgado nesta sexta-feira (19), pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Na conversa, Aécio agradece ao empresário ter recebido a irmã dele, Andrea Neves da Cunha, e Joesley afirma que ela solicitou o pagamento de R$ 2 milhões.

No áudio, Aécio sugere o envio do seu primo Frederico Pacheco de Medeiros, o 'Fred', preso nesta quinta-feira (18) para receber a quantia. "Tem que ver. Você vai lá em casa ou o Fred. [...]. Se for o Fred, eu ponho um menino meu. Se for você, sou eu", responde Joesley. 

O senador então diz: "tem que ser um que a gente mata antes de fazer delação". O tucano dá a palavra final: "vamos combinar o Fred e um cara seu".

De acordo com o inquérito, eles teriam combinado o pagamento em quatro parcelas de R$ 500 mil. O parcelamento não aparece no áudio, mas há um trecho em que o empresário indica que é necessária uma alteração no modo de entrega dos valores. "Não dá para ser isso mais", diz.

Ouça abaixo o trecho da gravação:

Outro lado 

Em nota, o senador afirma que, a partir de agora, sua única prioridade será preparar sua defesa para "provar o absurdo dessas acusações e o equívoco dessas medidas".

"Aguardarei com firmeza e serenidade que as investigações ocorram e estou certo de que, ao final, como deve ocorrer num País onde vigora o Estado de Direito, a verdade prevalecerá e a correção de todos os meus atos e de meus familiares será reconhecida", afirma Aécio.

Novas revelações devem ser analisadas com 'cautela', diz líder do PSB no Senado

Posted: 19 May 2017 01:40 PM PDT

Partido afirma que ainda não tem posição final sobre continuar apoiando governo ou não BBC Brasil

O líder do PSB no Senado, Fernando Bezerra (PE), avaliou que o pronunciamento do presidente Michel Temer nesta quinta-feira (18) foi "positivo", porém as novas informações reveladas nesta sexta-feira (19) com a quebra de sigilo da delação da JBS, precisam ser analisadas com "cautela e prudência" pelo partido.

Bezerra disse que a reunião da bancada no Senado para discutir a permanência da legenda na base aliada do governo está mantida para a próxima segunda-feira. Ele ponderou que os parlamentares querem ter todas as informações antes de tomar uma decisão.

— Tem de se refletir sobre todo conjunto. Ontem tínhamos parte das informações, hoje temos novas informações, temos que refletir sobre isso e fazer esclarecimento.

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Bezerra afirmou que a bancada, composta por sete senadores, vai levar em consideração o posicionamento definido neste sábado durante a reunião da Comissão Executiva Nacional do partido, às 10h, agendada pelo presidente Carlos Siqueira.

— Está todo mundo conversando, não temos uma posição final. Vamos ver como será a decisão amanhã. 

O parlamentar é pai do ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho (PSB-PE). Na última quinta-feira (18), Siqueira pediu para que ele deixe o cargo ministerial imediatamente, por considerar que o governo "acabou" após a divulgação da notícia de que Temer foi gravado pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, supostamente orientando a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Bezerra disse que a saída do ministro ainda está sendo avaliada.

Temer e Aécio serão investigados por três crimes no Supremo

Posted: 19 May 2017 01:30 PM PDT

Irmã de Aécio Neves foi presa na última quinta-feira (18) Eduardo Anizelli/Folhapress

O presidente da República, Michel Temer (PMDB), será investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de três crimes: corrupção passiva, obstrução à investigação de organização criminosa e participação em organização criminosa. Os detalhes do pedido de abertura de inquérito feito pela PGR (Procuradoria-Geral) da República e autorizado pelo ministro do STF, Edson Fachin, contra Michel Temer, o senador Aécio Neves (PSDB) e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), foram revelados nesta sexta-feira (19).

A investigação havia sido autorizada pelo ministro Fachin no dia 2 de maio, mas estava sob sigilo até esta quinta-feira (18). Só ganhou publicidade após a Polícia Federal realizar busca e apreensão em diversos locais para trazer mais elementos à investigação contra Temer, Aécio e Rocha Loures na quinta-feira.

Um quarto crime descrito no pedido de abertura de inquérito é o de corrupção ativa, mas, neste caso, a conduta é atribuída pela PGR apenas a Joesley Batista, pelo pagamento de R$ 2 milhões acertada para Aécio Neves para pessoas de confiança do senador. Joesley, no entanto, não consta como investigado neste inquérito e sim num outro que também foi autorizado por Fachin, em conjunto com o procurador-eleitoral Angelo Goulart Vilela e o advogado Willer Tomaz.

No pedido em que autorizou a investigação de Temer, Fachin destacou entre os fatos que podem configurar crimes descritos pela PGR a conversa entre Joesley Batista e Michel Temer. Um dos trechos é o em que Joesley e Temer falam sobre Eduardo Cunha.

— Joesley afirma que tem procurado manter boa relação com o ex-deputado, mesmo após sua prisão. Temer confirma a necessidade dessa boa relação: 'tem que manter isso, viu'. Joesley fala de propina paga 'todo mês também' ao Eduardo Cunha, acerca da qual há a anuência do presidente.

O ministro também destacou trechos sobre Temer indicando o deputado Rodrigo Rocha Loures "como pessoa de sua extrema confiança para tratar dos temas de interesse do Joesley", nas palavras da PGR. Janot também narrou trechos de diálogos de Rocha Loures com Joesley.

No depoimento prestado à PGR, Joesley Batista falou mais sobre atitudes que vinha tomando para manter em silêncio Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, operador do ex-parlamentar. Batista disse ter pago R$ 5 milhões em saldo de propina a Cunha.

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O delator também disse no depoimento "que continua pagando ao Funaro R$ 400 mil para garantir o silêncio dele e de Cunha" e "que sempre recebeu sinais claros que era importante manter financeiramente ambos e as famílias, inicialmente por Geddel Vieira Lima e depois por Michel Temer".

Defesa

Na quarta-feira (17) o presidente Michel Temer soltou a seguinte nota:

Nota oficial diz que presidente defende investigações para apurar denúncias contra ele BBC Brasil

"O presidente Michel Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar.

O encontro com o empresário Joesley Batista ocorreu no começo de março, no Palácio do Jaburu, mas não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República.

O presidente defende ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias veiculadas pela imprensa, com a responsabilização dos eventuais envolvidos em quaisquer ilícitos que venham a ser comprovados."

Em nota divulgada nesta quinta-feira (18), quando anunciou que se licenciaria da presidência do PSDB por tempo indeterminado para se "dedicar diuturnamente a provar sua inocência e de seus familiares", o senador Aécio Neves disse que vai se empenhar para "resgatar a honra e a dignidade que construiu ao longo de mais de 30 anos de vida pública".

— O tempo permitirá aos brasileiros conhecer a verdade dos fatos e fazer ao final um julgamento justo. 

Irmã de Aécio queria R$ 40 milhões para apartamento, diz Joesley

Posted: 19 May 2017 01:09 PM PDT

Fachin afirma que é "imprescindível" a decretação da prisão de Aécio, mas não o fez, porque ele é integrante do Congresso Nacional Karime Xavier/Folhapress

A empresária Andrea Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), pediu R$ 40 milhões ao dono da JBS, Joesley Batista, para a compra de um imóvel no Rio de Janeiro. A informação foi revelada por Joesley em depoimento de delação premiada à PGR (Procuradoria-Geral da República). Ele disse que condicionou o pagamento à nomeação de um indicado seu para o comando da Vale mas que a operação não se concretizou.

Andrea Neves foi presa preventivamente nesta quinta-feira (18), por suspeita de intermediar pagamento de propina de R$ 2 milhões ao irmão, que foi afastado do cargo. Além dela, foi preso Frederico Pacheco, primo do tucano, flagrado recolhendo o dinheiro.

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), entendeu ser "imprescindível" a decretação da prisão de Aécio, mas não o fez, justificando que a Constituição não autoriza encarcerar integrantes do Congresso, salvo "em flagrante de crime inafiançável".

O ministro deixou a decisão para o plenário da Corte, em caso de eventual recurso do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Nomeações

Conforme um dos depoimentos do delator, Andrea cobrou os R$ 40 milhões para a compra de um apartamento da mãe. Nesse contexto, ele explicou que pediu a Aécio a nomeação de Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras, para presidir a Vale.

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O dono da JBS explicou que, com a nomeação de Bendine, resolveria o problema dos R$ 40 milhões pedidos por Andrea. Mas Aécio, segundo ele, disse que já havia indicado outra pessoa para a vaga, dando a ele a oportunidade de escolher qualquer uma das outras diretorias da mineradora. O tucano teria dito para o delator esquecer o pedido milionário da irmã, pois todos os contatos seriam feitos com ele próprio.

O depoimento de Joesley diz que Aécio teria pedido várias outras quantias a ele. Chegou, por exemplo, a vender um apartamento superfaturado, de R$ 17 milhões, a uma pessoa indicada pelo senador para passar o dinheiro a ele.

O advogado de Andrea Neves, Marcelo Leonardo, disse que só se pronunciará depois de ter acesso integral ao inquérito. A defesa de Aécio justificou, em nota, que a conversa com Joesley se referia a uma relação entre "pessoas privadas", sem a negociação de contrapartidas, ato ilegal ou relação com o poder público. O advogado José Eduardo Alckmin diz que Aécio não tinha recursos para arcar com defesa. 

— Tratou-se única e exclusivamente de uma relação entre pessoas privadas, em que o senador solicitou apoio para cobrir custos de sua defesa, já que não dispunha de recursos para tal.