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quinta-feira, 18 de maio de 2017

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Ato contra Temer termina em confusão no Rio

Posted: 18 May 2017 07:52 PM PDT

Um protesto contra o presidente Michel Temer (PMDB) terminou em confusão, confrontos e quebra-quebra no centro do Rio na noite desta quinta-feira (18), depois que jovens mascarados atacaram policiais militares. O tumulto começou por volta das 20h15 e se estendeu por pelo menos uma hora e meia.

Organizado por sindicatos, partidos políticos de esquerda e movimentos estudantis e da sociedade civil, o ato começou por volta das 17h30 ao redor da igreja da Candelária. Em discursos, lideranças sindicais faziam críticas a Temer e cobravam a realização de eleições diretas para presidente da República.

Por volta das 18h45, a multidão saiu em caminhada pela Avenida Rio Branco rumo à Cinelândia. Durante o trajeto foram repetidas paródias musicais e palavras de ordem contra Temer. Um grupo de servidores públicos municipais e estaduais percorreu o trajeto carregando um caixão com fotos de Temer e dez velas acesas. "Morreu, o governo acabou", anunciavam, repetidamente, os carregadores do caixão.

A multidão começou a chegar à Cinelândia por volta das 19h e ocupou primeiro a escadaria do Palácio Pedro Ernesto, onde funciona a Câmara Municipal. Ali, líderes do ato distribuíam adesivos onde se lia "Fora, Temer" e vendiam por R$ 10 panos de chão com a imagem do presidente e a palavra "golpista".

O carro de som parou em frente ao Teatro Municipal e de cima dele lideranças sindicais discursavam contra Temer. A Cinelândia estava toda ocupada - nenhum órgão oficial emitiu estimativa de público, mas havia milhares de pessoas no local.

O ato seguia pacífico e era acompanhado de longe por policiais militares quando, por volta de 20h, um grupo de jovens mascarados chegou em silêncio, usando placas de metal como escudo. Observados pela PM, eles começaram a incendiar lixo. Temendo que o grupo provocasse os policiais e iniciasse um tumulto, sindicalistas chegaram a convidar os mascarados para discursar, mas nenhum deles aceitou.

Minutos depois, por volta das 20h15, o grupo começou a atirar pedras e rojões contra os policiais, que reagiram com bombas de gás. Teve início então o tumulto, que causou pânico e correria pelas ruas próximas.

O ato foi encerrado abruptamente e os confrontos se espalharam pela região central, como já havia ocorrido no dia 28 de abril, quando houve manifestação em função da greve geral convocada por centrais sindicais e pelo menos nove ônibus foram incendiados na Lapa, a poucos metros da Cinelândia.

Nesta quinta-feira não houve ataques a ônibus, mas várias lojas sofreram tentativas de arrombamento, vidros de pelo menos cinco pontos de ônibus foram quebrados e três ruas da região (Rua da Lapa, do Passeio e Senador Dantas) foram interditadas pelos vândalos que incendiaram lixo e outros materiais.

O tumulto só amenizou por volta das 21h45, quando as ruas da região central foram tomadas por garis que tentavam limpar o lixo e os cacos de vidro espalhados durante a confusão.

Até as 22h30 desta quinta-feira não havia registros oficiais de presos nem feridos, mas a reportagem flagrou dois manifestantes com ferimentos. Ambos afirmaram ter sido atingidos - um na perna e outro na cabeça - por balas de borracha disparados pela polícia. Eles foram atendidos por médicos que prestavam atendimento voluntário.

Para Temer, áudio de conversa com dono da JBS confirma sua inocência

Posted: 18 May 2017 06:07 PM PDT

O presidente Michel Temer Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

O presidente Michel Temer ouviu na noite desta quinta-feira (18), na companhia de assessores, o áudio gravado pelo empresário Joesley Batista. Após ouvir o áudio, o entendimento de Temer e sua equipe é de que o conteúdo da conversa não incrimina o presidente, confirmando a nota divulgada pelo Palácio do Planalto na noite de ontem (17) e o pronunciamento da tarde de hoje (18).

O áudio tem 38 minutos. Na conversa, Temer e Batista conversam sobre o cenário político, os avanços na economia e também citam a situação de Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba. O entendimento do governo é que a frase dita por Temer "tem que manter isso, viu?" diz respeito à manutenção do bom relacionamento entre Cunha e Batista, e não a um suposto pagamento de mesada pelo silêncio do ex-deputado.

A expectativa do governo é que o STF investigue e arquive o inquérito.

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Leia a conversa completa entre Temer e o dono da JBS

Posted: 18 May 2017 05:35 PM PDT

Gravação tem duração de 38 minutos WallaceMartins/Futura Press/Estadão Conteúdo

A conversa entre o presidente Michel Temer e o dono da JBS Joesley Batista foi divulgada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (18).

Veja a transcrição completa da conversa:

Michel Temer: Primeiro você sabe que tô fazendo 10 meses, parece que foi ontem, né. Parece que foi ontem e parece uma [...] e segundo que tem uma oposição muito brava, muito orgânica, né? Foi terrível no começo.

Eles lançaram o negócio do golpe, golpe, golpe e não passou. Daí a economia não vai dar certo, não vai dar certo  e começou a dar certo. Então, os caras estão num desespero. Não dá nem pra ter apoio do Congresso, isso eu não tenho apoio

Joesley Batista: Muito grande.

Michel Temer: Tô ferrado, tô ferrado.

Não tenho apoio da imprensa, entendeu? Mas vai dar certo . Nós vamos atravessar isso aí, você vai ver. Vamos chegar no final este ano já muito melhor e dia 18 vamo comemorar.

Joesley Batista: Com certeza. Sabe que nós vamos chegar isso mesmo. Vamos chegar no fim desse ano olhando pra frente…

Michel Temer: Já começou, modestamente, mas já começou. Uma coisa que eu não esperava que começasse agora.

Joesley Batista: Muito rápido, tá sendo muito rápido. Cê tá falando de 10 meses, mas na realidade…

Michel Temer: Seis como titular.

Joesley Batista: Então, porque teve aquele periodozinho muito duro ali. Não podia fazer nada…

Michel Temer: Seis meses como titular. E olha o que nós já fizemos… O teto dos gastos, a reforma da [...], aprovamos a [...], um troço que tava lá há dez meses sem ser votado, aprovado, dezenas, aprovamos a [...] do Conselho Nacional de Justiça, fizemos um grande acordo com a [...] Trabalhista [...] com as centrais sindicais [...]

Joesley Batista: Muito rápido. Muita coisa, muito rápido. A economia tá bem, mas tem que baixar o juro rápido, porque a expectativa é [...] rápido, né? A reversão da expectativa.

Michel Temer: [...] Aí desce mais um. Vai descendo o responsável [...]

Joesley Batista: Cê sempre tem que deixar o mercado com a sensação de que foi pouco, o mercado tem que ficar na sensação de que [...], aí você pode tomar a dianteira. O Banco Central baixou 25, depois 25.  Aí o mercado pôôô. Aí quando ele deu aquele 75 o mercado deu uma animada, só que aí já esperava. Aí ele deu 75, que é muito. 75 é muito. Aí ele deu 1, o mercado ohhhh, agora vai dar 1 o mercado vai achar pouco. 'Pô, mas só 1, tinha que ser 1,5'

Não tá bom, presidente, a tarde. Primeiro eu vim aqui por dois, três motivos, assim, assim, assado. Primeiro que eu não tinha te visto, né? Desde quando você assumiu.

Michel Temer: [...]

Joesley Batista: Não, não desde que você assumiu

Michel Temer: Não quando eu assumi?

Joesley Batista: Não, não. Antes de assumir.

Eu tive motivo no teu escritório dez dias antes ali, quando tava ali naquela briga ainda, naquela guerra pela rede social.

Michel Temer: Você tem razão.

Joesley Batista: Negócio de golpe, golpe. Mas tudo bem.

Mas e aí, enfim, de lá pra cá, eu vinha falando com o Geddel [Vieira Lima], enfim, aí também não deu [...]

Michel Temer: Foi quando deu aquele problema?

Joesley Batista: É, também não quis incomodar.

Michel Temer: Um idiota aqui...

Joesley Batista: Foi uma bobagem.

Michel Temer: Foi uma bobagem que ele fez. Uma bobagem sem consequência nenhuma, mas o cara aproveitou para fazer um Carnaval.

Joesley Batista: Mas eu ia ali falando com o Geddel, tudo bem. Andei falando algumas vezes com o [Eliseu] Padilha também, agora que o Padilha adoeceu, tá adoentado, enfim, aí eu fiquei meio. Falei. 'Deixa eu ir lá pra dar uma...'.

Eu queria primeiro dizer o seguinte. E tamo junto aí, o que o senhor precisar de mim me fala.

É, eu queria te ouvir um pouco, presidente.

Como é que o senhor tá nessa situação toda aí do Eduardo, do não sei o quê [...].

Michel Temer: O Eduardo tentou me fustigar

Joesley Batista: E como é que tá essa relação?

Michel Temer: Ah tá [...] e na hora de ir para a defesa indeferiu 21 perguntas dele que não tem nada a ver com a defesa dele. Era pra me [...]. Eu não fiz nada com ele [...] no Supremo Tribunal Federal. Ó só [...] fatalidade [...]. E tá aí, rapaz [..], mas os meus ministros [...]

Joesley Batista: Dentro do possível eu fiz o máximo que deu ali. Zerei tudo o que tinha, alguma pendência daqui prali zerou e tal. [...] deu tudo e ele foi firme em cima, ele já tava lá [preso em Curitiba] , veio, cobrou, tal, tal, tal. Pronto, acelerei o passo e tirei da frente. O [...], companheiro dele [...] que o Geddel sempre tava.

Michel Temer: [...]

Joesley Batista: Geddel que andava sempre ali. Mas o Geddel também com esse negócio, eu perdi o contato também, porque ele virou investigado. Agora eu não posso também …

Michel Temer: É complicado.

Joesley Batista: Eu não posso encontrar ele.

Michel Temer: [...] perigosíssimo.

Joesley Batista: Isso, isso. O negócio dos vazamentos, o telefone lá do [...] com o Geddel, volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós, eu tô lá me defendendo.

O que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora?

Tô de bem com o Eduardo.

Michel Temer: Tem que manter isso, viu.

Joesley Batista: Todo mês também. Eu tô segurando as pontas, tô indo. [...]. Eu tô meio enrolado aqui no processo assim.

Michel Temer: [...]

Joesley Batista: Isso, isso. investigado. Eu não tenho ainda denúncia. [...]

Aqui eu dei conta de um lado com o juiz, dá uma segurada. Do outro lado o juiz substituto, que é o cara que ficou.

Michel Temer: Tá segurando os dois?

Joesley Batista: Tô segurando os dois.

Michel Temer: Ótimo, ótimo.

Joesley Batista: Consegui [...] dentro da força-tarefa que também tá me dando informação e lá que eu tô [...] pra dar conta de trocar o procurador que tá atrás de mim.

Se eu der conta tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que dá uma esfriada até o outro chegar e tal. O lado ruim é que se vem um cara com raiva ou com não sei o quê.

Michel Temer: [...]

Joesley Batista: Tem um que tá me investigando [...] eu consegui colar um no grupo, agora tô tentando trocar o...

Michel Temer: [...]

Joesley Batista: Isso. Essa semana eles estão de férias . Até essa semana eu fiquei preocupado, porque saiu um burburinho de que iam trocar ele e não sei o quê. Tudo bem.

Só tô contando essa história pra dizer que eu tô me defendendo aí, tô me segurando com os dois lá, tô mantendo, tudo bem.

Mas [...] aquele dia que o Geddel tava aqui e quase não deu.

Michel Temer: [...] se todos se reunirem e fizerem isso, [...], mas se todos fizerem isso.

Joesley Batista: Sabe que eu tive até com o presidente Lula na época, no dia que parte do PT . [...].

'Pô, presidente, quando [...]'.

Eu quero uma aguinha.

Água.

Todo mundo.

Michel Temer: [...].

Joesley Batista: Então, isso foi um negócio da autoridade [...] era outra.

Michel Temer: [...].

Joesley Batista: Presidente, eu não sei o quanto o senhor tá [..] de verdade da casa [...]. É uma brutalidade, um negócio assim.

Duas semanas atrás, três semanas atrás [...] que trabalhava lá com o Lúcio que ninguém nosso nunca viu, ninguém nunca, nada.

Pô, me rendeu um "Fantástico", um "Jornal Nacional", e não sei o quê. Como eu tenho boa relação com a imprensa consegui rapidamente quietou.

Foi um dia, dois, parou. Mas, puta merda, é um problema. Sobre esse ponto aí, também estamos tocando.

Ninguem nosso nunca viu nada. É um diz que me diz de 'ah, eu ouvi falar do Lúcio que não sei que, eu ouvi falar…' Po, me rendeu um "Fantástico", um Jornal Nacional, e não sei o que. Como eu tenho boa relação com a imprensa consegui rapidamente 'quietou' (sic). Foi um dia, dois, pronto, parou. Mas, puta merda, é um problema. Sobre esse ponto aí, também estamos tocando.

[...]

Joesley Batista: To fazendo [...] mil por mês.

[...]

Joesley Batista: [...] enfim, mas vamos lá. Eu queria falar sobre isso. Falar como é que… falar contigo qual é a melhor maneira [...]

Geddel… Eu não vou lhe incomodar [...] é o Rodrigo?

Michel Temer: É o Rodrigo.

Joesley Batista: Então ótimo [...]

Michel Temer: [...]

Joesley Batista: Eu prefiro combinar assim, Se for alguma coisa que precisar eu falo com o Rodrigo. Se for algum assunto desse eu te encaminho.

Michel Temer: [...]

Joesley Batista: Funcionou super bem à noite, umas 10h30 da noite, uma horinha… tá, falar de outra coisa aqui. O Henrique, como é que você tá com o Henrique?

Michel Temer: A gente tá muito bem. [...] Quer dizer, ele concorda [...]

Joesley Batista: Ele é trabalhador [...]

Michel Temer: [...] inacreditável, inacreditável [...] Mas o Henrique [...] Eu chamo ele todo dia.

Joesley Batista: E ele gosta. Ele gosta de trabalhar. Se chamar pra ir para a praia, se você for pra praia e chamar ele (sic), ih…. agora se chamar 'vamos trabalhar'... Ele é muito disciplinado, tem uma relação ótima comigo.

Eu não sei… assim, eu já andei falando com ele alguns assuntos  [...] falou 'ah, lá o Nilo (?) faz as coisas, eu tiro fora. Você que manda nessa merda? Não, Nilo lá' Um dia eu cheguei assim: 'Nilo, você tem que chegar na Receita Federal, po. [...] Tem um monte de coisa pra fazer'. 'Ixi, não posso mexer'. BNDES? BNDES é o Planejamento, mas foi você quem botou a Maria Sílvia [Bastos Marques] lá...

Michel Temer: [...] A gente ligou, acertou e tal.

Joesley Batista: Queria ter alguma sintonia contigo para quando eu falar com ele não jogar que 'o presidente não deixa, não quer'. Então, você é um banana, não manda p*** nenhuma. Eu falei com ele [...] o companheiro presidente do Cade ia mudar, mudou, sei lá. Já mudou, já botou?

Michel Temer: Isso.

Joesley Batista: Eu também não sei se é hora de mexer em uma coisa porque dentro do contexto geral eu também não quero importunar ele, também se eu for mais, eu trabalhei com ele quatro anos. Se eu for mais firme, eu acho que ele corresponde.

Michel Temer:  Ele [...] denúncias maiores.

Joesley Batista: Até voltando um pouco para o caso Eduardo, na época 'ah, briguei lá e tal'. Agora, uns 15 dias antes dele perder o cargo, o Eduardo. Ele veio e deu uma cobradazinha em mim: 'a gente tem que trabalhar, não sei o quê e tal'.  Eduardo não é assim também [...]

Aí uns 15 dias antes, eu falei: 'Eduardo, não é assim não. Parai, pô'.  Ele olhou: 'pô, cê tá com a Ferrari aí?" [...] ficou Fazenda, Banco Central. O Banco Central perdeu o status de ministro, né.

O Henrique [Meirelles] ficou muito prestigiado. Peraí, o Henrique também não vai sair fazendo [...] Ele é só. Não sei. Vou só te dar um toque em relação a isso e em relação a eu não sei o quanto eu vou engolir, o quanto eu deixo ele com essa pepineira dele. Enfim...

Michel Temer:  [...]

Joesley Batista: Se ele jogar para cima de você, eu posso bancar e dizer assim: 'eu não, qualquer coisa eu faço...'

Michel Temer:  [...]

Joesley Batista: Eu não vou falar nada descabido. Agora, esse presidente do Cade não sei se [...] Seria importantíssimo para o governo, um Cade ponta firme.

Michel Temer:  [...]

Joesley Batista: Já foi, já foi. Em janeiro, já. E eu não soube. Eu falei para ele...

Michel Temer:   [...]

Joesley Batista: Foi nomeado o presidente.      

Michel Temer:  [...] conversa franca.

Joesley Batista: Eu não sei. Então, talvez.... Agora tá o presidente da CVM [Comissão de Valores Mobiliários] para trocar ou não trocar. É um outro lugar fundamental. Eu diria assim: 'se eu falo com ele e empurrar para você'.

Michel Temer:  Pode fazer.

Joesley Batista: É só isso que eu queria ter, esse alinhamento, para a gente não ficar e para ele perceber que nós temos.

Michel Temer:  [...]

Joesley Batista: Mas, quando eu digo de ir mais no Henrique é isso. É falar: 'Henrique, mas você vai levar? 'Vou', Então, tá bom. Então, pronto. Aí ele vem. É esse alinhamento só que eu queria ter em todos os termos mais amplos e genéricos ter esse alinhamento para dizer o seguinte: 'mas olha: quando eu falei um negócio pelo menos vai lá e consulta para ver'. Queria te dizer daquela operação. O Geddel me falou que teve todo um empenho             

Michel Temer:  [...]

Joesley Batista: Não de um jeito, mas deu do outro, pronto.

Michel Temer:  [...]

Joesley Batista: Esse negócio do BNDES é outra [...] Influencia e tal. Hoje, quem assumir vai estar falando com quem? É um negócio que vai estar problemático.

Michel Temer:  [...] Tem uns servidores lá que estão com os bens indisponíveis.  [...] Não se pode mexer. Então, eles estão com medo de mexer em qualquer coisa. [...] Isso ai do Meirelles.

Joesley Batista: É isso que eu quero. [...] Se eles [...] eu digo: consulta lá e me fala desse negócio. Para eles. Afinal de contas, eu fiz...

Michel Temer: Consulta o presidente

Joesley Batista: Afinal de conta tem até o fim do ano aí. [...] O Geddel cê tem visto ele? Como é que ele tá?

Michel Temer: [...]

Joesley Batista: Exatamente. [...] Como é que será 2018? [..]

Michel Temer: Não sei. [...] Apesar de todo [...] na economia

Joesley Batista: Casa que falta pão não tem união, né? Não tem nenhum remédio melhor do que as coisas irem bem, né? Financeiramente, todo mundo acalma

Michel Temer: Certamente.

Joesley Batista: E o TSE, como é que tá?

Michel Temer: [...] eu acho que ele não passa o negócio da minha cassação, porque eles têm uma consciência política de pô mais um presidente [...] primeiro. Segundo, [...], terceiro, a improcedência da ação. Pra mim não é só dos direitos políticos [...]

Joesley Batista: Então tá bom. Puta que pariu.

Michel Temer: Os aborrecimentos que você tá tendo também.

Joesley Batista: É duro né presidente, porque é o seguinte, igualzinho o senhor aqui. A gente fica equilibrando esse prato, né, porque um monte de coisas, não temos só isso. Tem a empresa, tem o concorrente, tem os EUA, tem o dia a dia, tem a empresa. Ai tem que parar por conta de resolver coisa lá com o procurador lá. O procurador, se você quer me investigar não tem problema, mas não fica dando solavanco não.

Não fica dando solavanco e fazendo medidas [...] e divulgando pra imprensa. E, doutor, eu posso estar certinho, mas eu vou chegar lá morto. De tanto solavanco que você vai me dar, se eu tiver 100% certo, eu morro. Para com isso. Da outra vez eu falei "faz um favor pra mim, me denuncia de alguma coisa". Mas não, não tenho nada pra te denunciar.

Eu falei "mas inventa ou você para de [...] que eu não aguento. Se o senhor ficar desse jeito o senhor vai me quebrar. Puta que pariu eu sei que é o seguinte [...] eu sou um [...] grosso

Michel Temer: [...] não dá pra passar a vida toda assim.

Joesley Batista:  Tem o que, como se diz, ter o pé no chão [...] passado é passado. Tá faltando, talvez, quando tava ali falando de anistia, de negócio da autoridade, tinha uma coisa objetiva a lutar pelo que. Tamo trabalhando [...] pensar que se não for atrás de algo [...] esses meninos, eles não param.

Eles vão ficar 'pum pum pum pum'. Um delata um que delata o outro que delata um que delata outro. Uma delação é a verdade. Não precisa provar nada. [...] é o seguinte, eu até perdoo, já teve uns 4, 5 delator nosso, coisa estapafúrdia, coisa nós nunca vimos esse cara na vida.

Eu vi o vídeo e fiquei pensando. Fala assim 'fala ai da JBS'. 'Não, não tenho nada'. "Ah, mas então vai preso, então não vai embora". 'Eu não conheço esse povo'. "Não, lembra de alguém senão" [...]. Eu vi o vídeo, o pobre coitado que eu não conheço e o último capítulo era a JBS. Então agora faz assim. Ai ele decorou assim, leu um papelzinho na hora, tal tal tal. [...] ah, acabou, tá no vídeo.

Michel Temer: Sérgio Machado?

Joesley Batista:  É, falando de JBS com um cara que nunca vi, nunca passamos perto da Petrobras [...] Eu nunca vi Sérgio Machado na vida, nem ele nem os filhos dele. Nada. Mas o procurador vira e diz fala se não [...]

Michel Temer: É, [...] agora fala.

Joesley Batista: Lembra de alguma coisa, qualquer coisa assim. Ai o cara

Michel Temer: [...] para poder convencer os procuradores [...]

Joesley Batista: Eu fico imaginando que teve um menino em uma dessas operações que tava preso e ele contando, fala alguma coisa nossa. Ele contando é de dar dó do cara. Você não sabe, eu fiquei 15 dias humilhado na cadeia porque não tinha nada para falar de vocês.

Aí foi foi foi eu falei. Aí você olha pro cara [...] De tudo o que aconteceu conosco até agora, tem só um tal de um PIC, que é procedimento investigativo criminal. Não tem nada: não tem uma prova, não tem um dinheiro meu no exterior que eu depositei, não tem uma, uma. No dia que aconteceu eu tava nos EUA. Eu liguei pro meu advogado e 'o que que é isso?' Que ele também não sabia,  que ele é criminalista.

Não, Joesley, o delegado aqui disse para não se preocupar não, é um PIC, um procedimento investigativo criminal, é só um procedimento investigativo. Tá bom. Meia hora bloqueou as contas, passou mais meia hora, os bens tão bloqueados. Que coisa que não é problema? Passou mais meia horinha e falou 'i, Joesley, tão recolhendo os passaportes, não pode viajar. Não pode viajar, tá louco? Daqui a pouco [...]

Foi onde, compilando o procurador tinha [...] um milhão e meio e ai pronto, resolveu meu problema. Ai imagina se eu não consigo fazer um negócio desse? É muito desproporcional, então eu acho presidente, assim, tem que criar, não sei o que também, alguma agenda, alguma coisa [...] para o PSDB ai. Agora tão se mexendo, dizendo "não" [...]

Michel Temer: [...] e daí começa a [...] numa solução

Joesley Batista: Eu não vou mais tomar seu tempo não. Obrigado.

Michel Temer: Foi bom te ver aí.

Joesley Batista: Adorei te ver, nós estamos combinando assim, se precisar de alguma coisa fala.

Michel Temer: [...]

Joesley Batista: Segundo, estamos lá, nos defendendo. Terceiro [...] e, enfim, se surgir alguma coisa

Michel Temer: [...]

Joesley Batista: Se for urgente [...]. Gostei desse jeito aqui. Eu vim dirigindo, ele de motorista [...] eu tinha combinado de vir com ele

Michel Temer: [...] se identifica com ele [...]

Joesley Batista: Eu vinha com ele.

Michel Temer: ah, você veio sozinho?

Joesley Batista: Eu vim sozinho, mas eu liguei pra ele era umas 10h30, por isso que me atrasei uns cinco minutinhos, ai deu 9h50 eu mandei mensagem pra ele. Ai ele não respondeu, deu 10h05 eu liguei pra ele [...] puta, eu to num compromisso aqui, vai lá, eu passei a placa do carro, fui chegando, eles abriram, nem deu meu nome.

Michel Temer: [...]

Joesley Batista: Fui chegando, eles abriram, entrei aqui na hora

Michel Temer: [...]

Joesley Batista: Funcionou super bem. O senhor não vai mudar pro outro?

Michel Temer: Não [...] Fiquei uma semana lá. [...] Primeiro embaixo [...] Na parte de cima [...] Tem cozinha, tem massagem, [...] vamos voltar, porque [...]

Joesley Batista: É frio, né? Aqueles vidrão [...] como é que a Dilma aguentava ficar sozinha. Deixa eu ir embora que já é tarde

Michel Temer: [...]

Joesley Batista: To bem. [...] To me alimentando bem, mais saudável [...] coisa mais saudável, menos doce, menos industrializado.

[...]

Joesley Batista: Se ele falar, ah tá bom [...]

Michel Temer: [...]

Joesley Batista: ué, espalha pro Rodrigo [...]

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Temer foi informado em março que procurador infiltrado era pago pela JBS

Posted: 18 May 2017 05:17 PM PDT

Temer sabia desde março sobre procurador infiltrado na operação Greenfield; procurador foi preso hoje REUTERS/Ueslei Marcelino

O empresário Joesley Batista, do Grupo JBS, revelou em março ao presidente Michel Temer (PMDB) que estava "comprando" um procurador da República por R$ 50 mil mensais. Em troca, o procurador infiltrado teria passado informações sigilosas sobre investigação da qual Joesley é alvo. A revelação surgiu nesta quinta-feira (18), após a divulgação dos áudios da conversa entre Temer e Joesley (ouça o áudio completo). 

O procurador da República Ângelo Goulart Villela foi preso na megaoperação de hoje, sob suspeita de vazar investigações para a JBS. Ângelo Goulart Villela era membro da força-tarefa da Operação Greenfield, que investiga rombo bilionário nos maiores fundos de pensão do País.

Durante a conversa, o empresário Joesley Batista disse a Temer. "Eu tô meio enrolado aqui, né? No processo assim. Isso, isso. Investigado, não tenho ainda denúncia", seguiu Joesley em referência ao fato de que ainda não há acusação formal contra ele.

Joesley prosseguiu. "Aqui eu dei conta de um lado do juiz, dá uma segurada, do outro lado do juiz substituto, que é um cara que..."

"Tá segurando os dois?", perguntou Temer.

"Segurando os dois", respondeu o empresário.

"Ótimo, ótimo", respondeu o presidente.

Joesley confidencia. "Eu consegui o tal do (...) dentro da força-tarefa que tá, também tá me dando informação e eu lá que eu tô para dar conta de trocar o procurador que está atrás de mim. Se eu der conta, tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que dá uma esfriada até o outro chegar e tal. O lado ruim é que se vem um cara com raiva, com não sei o que..."

O empresário continua. "O que tá me..."

"Ajudando", completa Temer.

"O que tá me ajudando tá bom, beleza. Agora o principal que (...) tá me investigando. Eu consegui colar um no grupo. Agora eu tô tentando trocar...", relata Joesley.

"O que está...", diz Temer.

"Então está meio assim. Ele saiu de férias até essa semana saiu um burburinho", conta o empresário.

Joesley diz. "Eu tô me defendendo aí."

(...)

"Tô fazendo R$ 50 mil por mês", relata Joesley.

"Pro garoto", diz Temer.

"Pro rapaz (...) me dar informação", afirma o empresário.

Goulart era integrante da equipe do vice-procurador geral Eleitoral, Nicolau Dino, e recentemente estava cedido à força-tarefa das operações Greenfield, Cui Bono e Sépsis, que apura crimes relacionados à JBS. Joesley Batista e outros delatores da JBS teriam entregado provas de que o procurador repassou dados sigilosos aos investigados.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu o afastamento de Ângelo Goulart Villela de suas funções no Ministério Público Federal, determinou também sua exoneração da função de assessor da Procuradoria-Geral Eleitoral junto ao TSE e revogou a designação para atuar na força-tarefa da Operação Greenfield.

Joesley Batista diz que errou e pede desculpas ao Brasil

Posted: 18 May 2017 04:49 PM PDT

Joesley Batista é um dos donos da JBS Zanone Fraissat/29.08.2013/Folhapress

O empresário Joesley Batista enviou nesta quinta-feira (18) à imprensa uma carta aberta admitindo que errou e pedindo desculpas. Na carta, ele diz que não se orgulha do que fez no Brasil, mas garante que expandiu suas atividades para outros países sem transgredir valores éticos.

O empresário diz que assume a partir de hoje um compromisso público de a companhia ser intolerante com a corrupção e de que o grupo vai se submeter a um dos "mais incisivos mecanismos de investigação existentes".

Leia a íntegra:

"Erramos e pedimos desculpas

Não honramos nossos valores quando tivemos que interagir, em diversos momentos, com o Poder Público brasileiro. E não nos orgulhamos disso.

Nosso espírito empreendedor e a imensa vontade de realizar, quando deparados com um sistema brasileiro que muitas vezes cria dificuldades para vender facilidades, nos levaram a optar por pagamentos indevidos a agentes públicos.

Ainda que nós possamos ter explicações para o que fizemos, não temos justificativas.

Em outros países fora do Brasil, fomos capazes de expandir nossos negócios sem transgredir valores éticos.

Assim construímos um grupo empresarial gerador de mais de 270 mil empregos diretos, com times extraordinários e competentes, que operam 300 fábricas em cinco continentes e oferecem mundialmente produtos de qualidade.

O Brasil mudou, e nós mudamos com ele. Por isso estamos indo além do pedido de desculpas. Assumimos aqui um Compromisso Público de sermos intolerantes e intransigentes com a corrupção.

Assinamos acordos com o Ministério Público. Concordamos em participar de alguns dos mais incisivos mecanismos de investigação existentes e nos colocamos à disposição da Justiça para expor, com clareza, a corrupção das estruturas do Estado brasileiro.

Pedimos desculpas a todos os brasileiros e a todos que decepcionamos, que acreditam e torcem por nós.

Enfrentaremos esse difícil momento com humildade e o superaremos acordando cedo e trabalhando muito.

Joesley Batista, J&F Investimentos"

Senadores da oposição veem crise como oportunidade para sepultar reformas

Posted: 18 May 2017 03:45 PM PDT

Com a crise política que se abateu sobre o governo do presidente Michel Temer, senadores da oposição consideram que as propostas de reforma trabalhista e da Previdência estão "superadas" e não terão mais continuidade na Casa.

"Essas matérias acabaram, até os parlamentares do PSDB já têm consciência que elas se encerraram. Ou seja, o objetivo do golpe foi por água abaixo", declarou a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

Mais cedo, o relator da reforma trabalhista, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), disse que a tramitação da proposta é considerada "secundária" no Senado e que a tramitação está suspensa por tempo indeterminado. Até ontem, o parlamentar previa que o texto seria aprovado em plenário até meados de junho.

Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previdência, o senador Paulo Paim (PT-RS) disse que já fez um apelo ao relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), para que ele que tenha "o mesmo gesto" de Ferraço.

O senador José Pimentel (PT-CE) avaliou que apenas a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastar Aécio Neves (PSDB-MG) das funções no Senado já seria suficiente para "paralisar o trabalho do Congresso Nacional".

Mesmo parlamentares governistas, como José Medeiros (PSD-MT), afirmam que "não há clima para reformas" enquanto não vierem à tona todos os fatos relacionados à crise do governo.

"Essa variável, que a gente sabia que existia, realmente deixa o cenário muito complicado. Agora, é a gente manter a confiança e esperar que o Brasil possa sair logo dessa", disse Medeiros.

Nova manifestação na Avenida Paulista pede saída de Temer e eleições diretas

Posted: 18 May 2017 03:21 PM PDT

Manifestação em frente ao Masp pede eleições diretas Kevin David/18.05.2017/A7 Press/Estadão Conteúdo

Manifestantes contrários ao presidente Michel Temer ocupam na noite desta quinta-feira, 18, a pista da Avenida Paulista, no sentido Consolação. O protesto, que começou por volta das 17 horas, ocorre em frente ao Masp. Os manifestantes portam bandeiras e cartazes pedindo a saída de Temer do governo e a convocação de eleições diretas. O outro sentido da via está liberado ao trânsito.

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Ouça a conversa entre o presidente Michel Temer e o dono da JBS

Posted: 18 May 2017 03:16 PM PDT

O STF (Supremo Tribunal Federal) divulgou no início da noite desta quinta-feira (18) a gravação da conversa entre o presidente Michel Temer e Joesley Batista, dono da JBS. O áudio, de 38 minutos, foi revelado após o ministro Edson Fachin retirar o sigilo das delações dos executivos.

A conversa é inconclusiva. Pouco depois do minuto 10, no trecho em que Joesley se refere a "Eduardo", supostamente Eduardo Cunha, não há menção explícita a pagamento de mesada ao ex-deputado.  O empresário afirma que está "de bem com o Eduardo". E Temer responde "Tem de manter isso, viu".

Em pronunciamento realizado mais cedo, o presidente Temer disse ter solicitado a gravação ao Supremo, mas não teve seu pedido atendido pela Corte. Ele afirma que a conversa foi gravada "clandestinamente" e "trouxe de volta o fantasma de crise política de proporção ainda não dimensionada".

Ouça a íntegra da gravação:

Nossos ministros continuam trabalhando no governo, diz líder do PSDB no Senado

Posted: 18 May 2017 02:43 PM PDT

Senador confirmou saída de Aécio Neves Jefferson Rudy/Agência Senado

O líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), afirmou que os tucanos que integram o governo Temer vão continuar trabalhando como ministros. Ele minimizou a crise institucional e defendeu que o PSDB continua alinhado com Temer ao anunciar que o novo presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), irá se encontrar com o peemedebista nesta noite.

— O PSDB não tem o costume de abandonar o barco apenas por notícias ruins. Nossos ministros continuam trabalhando no governo. Não tomaremos qualquer decisão sobre a permanência ou saída dos ministros antes de permitir a defesa e os esclarecimentos do presidente Michel Temer. 

No início da tarde, sinalizações de que os ministros Bruno Araújo (Cidades) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores) poderiam deixar os cargos foram ventiladas no Congresso.

Novo presidente

O senador também confirmou a saída de Aécio Neves (PSDB-MG) da presidência do partido. A decisão havia sido anunciada oficialmente por meio de nota pouco antes da entrevista coletiva de Paulo Bauer.

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Ele confirmou que Tasso Jereissati será presidente interino da legenda, embora não haja qualquer previsão para o prazo de licença de Aécio. Segundo Bauer, Tasso se reunirá nesta noite com o presidente Michel Temer.

Renúncia

Bauer minimizou a decisão de Temer de continuar no governo.

— Renúncia é uma questão de foro íntimo, só Temer tem o conhecimento sobre essas denúncias e a segurança necessária para tomar essa decisão. Já imaginou se fôssemos renunciar por qualquer notícia?

86% dos brasileiros defendem renúncia ou afastamento de Temer 

Posted: 18 May 2017 02:26 PM PDT

86% dos brasileiros defendem renúncia ou afastamento de Temer Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Quase 87% dos brasileiros, ou 86,9%, defendem a renúncia do presidente Michel Temer após as delações do grupo JBS. O resultado é de pesquisa realizada nesta quinta-feira (18) pela internet, pelo Instituto Paraná Pesquisas. De acordo com levantamento, 8,7% dos entrevistados acham que Temer não deveria renunciar, e 4,4% não sabem ou não responderam. 

Foram ouvidos 2.800 brasileiros. O grau de confiança da amostra é de de 95% para uma margem estimada de erro de 2% para os resultados gerais.

O instituto perguntou ainda sobre o afastamento do Presidente Temer. 88,2% dos entrevistados se disseram a favor do afastamento, 7,6% contrários e 4,2% não sabem ou não responderam. 

Poucos dias depois de completar um ano de governo, nesta quarta-feira (17) Temer foi surpreendido pelo vazamento de áudios gravados pelo delator Joesley Batista, dono da JBS, que registrou o presidente dando aval para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Após o vazamento, as delações foram homologadas no STF e o ministro pediu abertura de inquérito contra o presidente da República. 

Em pronunciamento à nação nesta quinta (18), Temer manteve a versão dada ontem à noite em nota do Palácio do Planalto, confirmando o encontro com Joesley, mas dizendo que jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Disse ainda que não irá renunciar ao cargo. 

— Não comprei o silêncio de ninguém e não renunciarei. 

Aécio fala em obstruir Lava Jato e auxílio da JBS a deputados em diálogo com delator

Posted: 18 May 2017 02:13 PM PDT

O senador afastado Aécio Neves, que nesta quinta-feira (18) decidiu também deixar a presidência do PSDB consta nas gravações realizadas por Joesley Batista, um dos donos da JBS que fechou acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República, negociando a obstrução da Lava Jato e a pressão que Batista deveria fazer sobre parlamentares como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, por "ajudado esses caras". 

Entre os projetos mencionados por Aécio Neves para ser alvo de pressão está o projeto que modifica a lei de abuso de autoridade. O projeto é criticado sobretudo por membros do MP (Ministério Público) e do judiciário. A matéria prevê a punição de juízes ou procuradores e promotores que determinem prisões "fora das hipóteses legais", submetam presos ao uso de algemas e façam escutas sem autorização.

O diálogo apresentado abaixo está transcrito na decisão do ministro do STF Edson Fachin, que afastou Aécio do Senado e decretou as prisões preventivas da irmã dele, Andréa Neves, e de seu primo Frederico Pacheco de Medeiros — responsável por receber propina em nome dele.

Leia a transcrição:

Aécio — Esses vazamentos, essa porra toda, é uma ilegalidade.

Joesley — Não vai parar com essa merda?

Aécio — Cara, nós tamos vendo [...] Primeiro temos dois caras frágeis pra caralho nessa história é o Eunício [Oliveira, presidente do Senado] e o Rodrigo [Maia, presidente da Câmara], o Rodrigo especialmente também, tinha que dar uma apertada nele que nós tamos vendo o texto [...] na terça-feira.

Joesley — Texto do quê?

Aécio — Não... São duas coisas, primeiro cortar o pra trás [...] de quem doa e de quem recebeu.

Joesley — E de quem recebeu.

Aécio — Tudo. Acabar com tudo esses crimes de falsidade ideológica, papapá, que é que na, na, na mão [dupla], texto pronto nãnã. O Eunício afirmando que tá com colhão pra votar, nós tamo [sic]. Porque o negócio agora não dá para ser mais na surdina, tem que ser o seguinte: todo mundo assinar, o PSDB vai assinar, o PT vai assinar, o PMDB vai assinar, tá montada. A ideia é votar na... Porque o Rodrigo devolveu aquela tal das Dez Medidas, a gente vai votar naquelas dez... Naquela merda das Dez Medidas toda essa porra. O que eu tô sentindo? Trabalhando nisso igual um louco.

Joesley — Lógico.

Aécio — O Rodrigo enquanto não chega nele essa merda direto, né?

Joesley — Todo mundo fica com essa. Não...

Aécio — E, meio de lado, não, meio de leve, meio de raspão, né, não vou morrer. O cara, cê tinha que mandar um, um, cê tem ajudado esses caras pra caralho, tinha que mandar um recado pro Rodrigo, alguém seu, tem que votar essa merda de qualquer maneira, assustar um pouco, eu tô assustando ele, entendeu? Se falar coisa sua aí... forte. Não que isso? Resolvido isso tem que entrar no abuso de autoridade... O que esse Congresso tem que fazer. Agora tá uma zona por quê? O Eunício não é o Renan.
Joesley — Já andaram batendo no Eunício aí, né? Já andaram batendo nas coisas do Eunício, negócio da empresa dele, não sei o quê.
Aécio — Ontem até... Eu voltei com o Michel ontem, só eu e o Michel, pra saber também se o cara vai bancar, entendeu? Diz que banca, porque tem que sancionar essa merda, imagina bota cara.

Joesley — E aí ele chega lá e amarela.

Aécio — Aí o povo vai pra rua e ele amarela. Apesar que a turma no torno dele, o Moreira [Franco], esse povo, o próprio [Eliseu] Padilha não vai deixar escapulir. Então chegando finalmente a porra do texto, tá na mão do Eunício.
[...]

Joesley — Esse é bom?

Aécio — Tá na cadeira [...]. O ministro é um bosta de um caralho, que não dá um alô, peba, está passando mal de saúde pede pra sair. Michel tá doido. Veio só eu e ele ontem de São Paulo, mandou um cara lá no Osmar Serraglio, porque ele errou de novo de nomear essa porra desse [...]. Porque aí mexia na PF. O que que vai acontecer agora? Vai vim um inquérito de uma porrada de gente, caralho, eles são tão bunda mole que eles não [têm] o cara que vai distribuir os inquéritos para o delegado. Você tem lá cem, sei lá, 2.000 delegados da Polícia Federal. Você tem que escolher dez caras, né?, do Moreira, que interessa a ele vai pro João.

Joesley — Pro João.

Aécio — É. O Aécio vai pro Zé [...]

[Vozes intercaladas]

Aécio — Tem que tirar esse cara.

Joesley — É, pô. Esse cara já era. Tá doido.

Aécio — E o motivo igual a esse?

Joesley — Claro. Criou o clima.

Aécio — É ele próprio já estava até preparado para sair.

Joesley — Claro. Criou o clima.

Líder da oposição diz que pronunciamento de Temer foi 'patético'

Posted: 18 May 2017 02:11 PM PDT

Gravação de Temer foi feita pela PF e a Procuradoria Geral da República Reprodução/Câmara dos Deputados

O líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), considerou "patético" o pronunciamento do presidente Michel Temer, nesta quinta-feira (18).

Para Costa, a situação de Temer ficou pior, pois ele admitiu a possibilidade de deixar o cargo.

— O próprio cara disse que não vai renunciar, isso significa que a renúncia está sendo cogitada. 

O discurso de Temer ocorreu após o vazamento da delação de Joesley Batista, um dos donos da JBS, em que supostamente aparece dando aval a Batista para a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba. A gravação foi feita em ação conjunta da Polícia Federal com a Procuradoria-Geral da República. Temer nega as acusações.

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Costa defende que o Congresso deve aprovar uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) para antecipar a convocação de eleições diretas.

Muitos governistas, porém, dizem que a melhor saída para a crise política seria a cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Costa concordou que esta seria a solução "mais rápida" para afastar Temer, mas ponderou que a opção "não se justifica do ponto de vista de Dilma Rousseff." No caso da cassação da chapa, a ex-presidente do PT também seria punida.

Leia a íntegra do pronunciamento de Michel Temer desta quinta-feira (18)

Posted: 18 May 2017 02:11 PM PDT

Michek Temer em discurso nesta quinta-feira (18) Ueslei Marcelino/Reuters

Contrariando as expectativas, Michel Temer se pronunciou na tarde desta quinta-feira (18) afirmando que não deixará o cargo. "Não renunciarei. Repito. Não renunciarei", afirmou o presidente. 

Leia a íntegra do discurso de Michel Temer:

"Ao cumprimentá-los, eu quero fazer uma declaração à imprensa brasileira e uma declaração ao País.

E, desde logo, ressalto que só falo agora dos fatos que se deram ontem, porque eu tentei conhecer primeiramente o conteúdo de gravações que me citam. Solicitei, aliás, oficialmente ao Supremo Tribunal Federal acesso a esses documentos, mas até o presente momento não o consegui.

Quero deixar muito claro dizendo que meu governo viveu nesta semana seu melhor e seu pior momento. Os indicadores de queda da inflação, os números de retorno ao crescimento da economia e os dados de geração de empregos criaram esperança de dias melhores. O otimismo retornava e as reformas avançavam no Congresso Nacional.

Ontem, contudo, a revelação de conversa gravada clandestinamente trouxe de volta o fantasma de crise política de proporção ainda não dimensionada.

Portanto, todo o imenso esforço de retirar o País de sua enorme recessão pode se tornar inútil e nós não podemos jogar no lixo a história tanto trabalho feito em prol do País.

Ouvi realmente o relato de um empresário, que por ter relações com um ex-deputado, auxiliava a família do ex-parlamentar. Não solicitei que isso acontecesse e somente tive conhecimento deste fato nesta conversa pedida pelo empresário.

Repito e ressalto, em nenhum momento autorizei que pagassem a quem quer que seja para ficar calado. Não comprei o silêncio de ninguém. Por uma razão singelíssima exata e precisamente, porque não tenho relação.

Não preciso de cargo público e nem de foro especial. Nada tenho a esconder. Sempre honrei meu nome, na universidade, na vida pública, na vida profissional, nos meus escritos, nos meus trabalhos.

E nunca autorizei, por isso mesmo, que utilizassem o meu nome indevidamente. Por isso, quero registrar enfaticamente: a investigação pedida pelo Supremo Tribunal Federal será território onde surgirão todas as explicações. E no Supremo demonstrarei não ter nenhum envolvimento com estes fatos.

Não renunciarei. Repito. Não renunciarei.

Sei o que fiz e sei da correção dos meus atos. Exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Esta situação de dubiedade ou de dúvida não pode persistir por muito tempo. Se foram rápidas nas gravações clandestinas, não podem tardar nas investigações e na solução respeitantemente a essas investigações.
Tanto esforço e dificuldades superadas, meu único compromisso, meus senhores e minhas senhoras, é com o Brasil. E só este compromisso que me guiará.

Muito obrigado e muito boa tarde a todos.
"

Permanência de Temer é um obstáculo para a Lava Jato, diz especialista americana

Posted: 18 May 2017 01:53 PM PDT

Temer é acusado de ter aprovado suborno a Eduardo Cunha Reuters

Uma das maiores especialistas em estudos sobre o Brasil, a professora americana Barbara Weinstein, da Universidade de Nova York, considera que a permanência de Michel Temer na presidência do Brasil, após denúncia de que ele aprovou um suborno pelo silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, é um golpe contra a Operação Lava Jato.

— As investigações da Lava Jato de certa forma estão indo bem, mas o problema é que já está contaminada pela própria política. Temer mesmo faz parte de um grupo que está tão embutido em uma política corrupta que o fato dele ficar na presidência é um obstáculo até para o prosseguimento desta operação.

Em declaração oficial, a organização Transparência Internacional se posicionou neste sentido. A entidade afirmou que, se comprovadas, as revelações de hoje sobre as gravações que envolvem o presidente Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves, entre outros, mostram que a corrupção no Brasil ainda não tem sido combatida devidamente, mesmo com os esforços de operações como a Lava Jato.

— (As acusações) reafirmam a gravidade do problema da corrupção no Brasil e a forma como o bloqueio, a manipulação de testemunhas e outras atividades ilegais contaminam o sistema político.

Dos Estados Unidos, Barbara ressaltou que a situação não surpreende aqueles que acompanham com profundidade a história recente brasileira.

— Não tem nenhuma surpresa, a coisa estava nessa direção, não me surpreende o Temer envolvido. A situação era evidente desde que ele chegou à presidência, da maneira que chegou. Agora é o ápice do que vinha acontecendo. A escala é incrível, pelo número de pessoas envolvidas não vai sobrar ninguém, era previsível.

Fachin autoriza abertura de inquérito contra presidente do Senado

A professora considera que a turbulência pela qual o País passa neste momento pode trazer benefícios em um prazo mais longo. Mas ela alerta que, neste momento, é preciso que a sociedade brasileira lute para uma reforma ética definitiva nas instituições.

— No futuro, acho que tudo isso vai trazer benefícios. O Brasil não tem escolha, tem de reprensar sua esfera política e pública. Minha única preocupação é que este tipo de crise às vezes abre espaço para uma figura nefasta, populista, o que seria muito ruim. Há uma série de figuras que poderiam se aproveitar deste momento.

Humberto Costa diz que presidente Temer vai cair 'de um jeito ou de outro'

Posted: 18 May 2017 01:49 PM PDT

Costa comparou situação de Temer com a de Collor em 1992 Geraldo Magela/15.04.2016/Agência Senado

Após o pronunciamento em que o presidente Michel Temer negou que vá renunciar, o senador Humberto Costa (PT-PE) usou sua conta no Twitter para comparar a situação do peemedebista àquela vivida por Fernando Collor em 1992, antes de sofrer o impeachment.

Para o petista, a fala de Temer mostrou que ele foi "raivoso quando não há mais sustentação". 

— De um jeito ou de outro, vai cair. 

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Em outro tuíte, o senador publicou uma foto de uma placa de "Saída" próxima ao portão de entrada de um estacionamento em Brasília e a comparou à forma como o peemedebista assumiu a Presidência.

— Foi pelos fundos do Palácio do Planalto que Temer entrou. É pelos fundos que ele vai sair. Direto para o lixo da história. 

Desembarque de aliados ameaça isolar Temer após denúncias

Posted: 18 May 2017 01:47 PM PDT

Em pronunciamento, Temer nega acusações e diz que fica no governo Nacho Doce/03.04.2017/Reuters

Um grupo formado por ministros, parlamentares e partidos políticos já anunciou a saída da base aliada do governo do presidente da República, Michel Temer (PMDB). As decisões surgiram após a denúncia de que o peemedebista teria dado o aval para o pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Ontem, o PSB assinou junto com a oposição (PSOL, PDT, PCdoB, PT e Rede) um dos pedidos de impeachment protocolados contra Temer. Nesta manhã, o presidente da sigla defendeu em nota que o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que é filiado à sigla, deixe o cargo na sequência de denúncias contra o presidente Michel Temer.

— O partido não pode admitir que um de seus membros faça parte de um governo antipopular que perdeu, por inteiro, sua legitimidade para governar o Brasil.

Alvo de inquérito, Temer nega acusações e diz que fica no governo

Outros integrantes da base aliada já assumem publicamente posicionamentos pela saída de Temer. Esse é o caso do PPS, cujo ministro da Cultura, Roberto Freire, já optou pela sua demissão. A sigla conta ainda segue com Raul Jungmann à frente da Defesa. Mais cedo, líder do partido na Câmara, Arnaldo Jordy (PPS-PA) defendeu que Temer tome uma atitude "grandiosa" e renuncie.

— O presidente Michel Temer não tem condições de conduzir os destinos do Brasil. Não é possível um presidente da República participar de um conluio para tentar, ou autorizar, a compra do silêncio de um réu de importância nacional, isso não é compatível com o cargo de presidente da República.

De acordo com o líder do PT na Câmara, Carlos Zaarttini (PT-SP), PSDB, PPS e até mesmo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também "já abandonaram o barco". Deputados do PSDB já, inclusive, protocolaram um pedido de impeachment contra Temer. Pelo menos sete deputados do partido, que ainda não anunciou oficialmente a sua saída da base aliada, assinaram o pedido.

Os quatro ministros tucanos, Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Bruno Araújo (Cidades), Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Luislinda Valois (Direitos Humanos), já teriam elaborado suas cartas de demissão para entregarem ao presidente. Araújo e Nunes seriam os que mais defendem a entrega dos cargos.

No caso do DEM, integrantes do partido dizem que a situação é mais "delicada" pelo fato de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ser o primeiro na linha sucessória e assumir a Presidência caso Temer seja afastado. Qualquer movimento poderia ser interpretado como oportunismo.

Eles admitem, no entanto, que se tudo que já foi divulgado contra o presidente ficar confirmado, a situação ficará "insustentável". Também afirmam que, se os ministros do PSDB realmente entregarem os cargos, isso terá influência sobre os demais partidos da base. Para Ronaldo Caiado (DEM-GO), a solução será dar início ao processo de afastamento de Michel Temer.

PTB e PP também afirmaram que vão esperar os novos desdobramentos para decidir se permanecem na base aliada. "Eu não acho nada, preciso ver o vídeo", afirmou o líder do PTB na Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL).

No PR, o presidente nacional do partido, o ex-senador Antonio Carlos Rodrigues, defendeu a entrega imediata do Ministério dos Transportes. O titular da pasta, porém, o deputado licenciado Maurício Quintella (AL), foi contra. "O que se tem até o momento são especulações de uma delação. Vamos aguardar os fatos", afirmou.

Presidente do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força (SP) afirmou que o partido ainda não tomou uma decisão, mas admite que a situação é grave. Para ele, a "saída mais honrosa" seria o Tribunal Superior Eleitoral cassar o mandato de Temer.

Já o presidente do PV, José Luiz Penna, lamentou a situação, mas disse que ainda teria uma conversa com o ministro do Meio Ambiente, Zequinha Sarney, para decidir se o partido iria deixar a pasta.

Aécio Neves anuncia afastamento da presidência do PSDB

Posted: 18 May 2017 01:45 PM PDT

Aécio Neves indicou Tasso Jereissatti ao cargo Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Depois de ser acusado de pedir R$ 2 milhões a Joesley Batista, dono da JBS, o senador e presidente nacional do PSDB Aécio Neves anunciou na tarde desta quinta-feira (18) o seu afastamento do cargo.

Em nota, Aécio afirma. "Em razão das ações promovidas no dia de hoje contra mim e minha família, quero afirmar que, a partir de agora, minha única prioridade será preparar minha defesa e provar o absurdo dessas acusações e o equívoco dessas medidas."

Durante a manhã, deputados de vários estados e a liderança do PSDB em São Paulo pediram a renúncia de Aécio Neves.

Ainda na tarde desta quinta-feira (18) o senador Tasso Jereissatti (CE) é confirmado para presidir o partido. 

Leia a nota de Aécio Neves na íntegra:

"Em razão das ações promovidas no dia de hoje contra mim e minha família, quero afirmar que, a partir de agora, minha única prioridade será preparar minha defesa e provar o absurdo dessas acusações e o equívoco dessas medidas.

Me dedicarei diuturnamente a provar a minha inocência e de meus familiares para resgatar a honra e a dignidade que construí ao longo de meus mais de trinta anos de vida dedicada à política e aos mineiros em especial.

O tempo permitirá aos brasileiros conhecer a verdade dos fatos e fazer ao final um julgamento justo.

Para isso, decidi licenciar-me hoje da Presidência do PSDB que ocupo há mais quatro anos com extrema honra e dedicação. O Brasil precisa que o PSDB continue a ser o fiador das importantes reformas que vêm mudando o país.

Depois de ouvir inúmeros companheiros e seguindo o que determina o nosso Estatuto, estou apresentando à Executiva o nome do senador Tasso Jereissati, do PSDB do Ceará, para assumir nessa interinidade a presidência do partido.

Estou seguro de que, sob seu comando, com o apoio de nossos governadores e prefeitos, de nossas bancadas no Senado e na Câmara, dos nossos diretórios estaduais, de nossos líderes municipais e de todos nós, ele fará o partido seguir de forma firme e corajosa sua vitoriosa trajetória.

Aguardarei com firmeza e serenidade que as investigações ocorram e estou certo de que, ao final, como deve ocorrer num país onde vigora o Estado de Direito, a verdade prevalecerá e a correção de todos os meus atos e de meus familiares será reconhecida."

Temer não deixou outra alternativa senão processo de afastamento, diz Caiado

Posted: 18 May 2017 01:41 PM PDT

Caiado diz que esperava renúncia para minimizar situação Gustavo Lima/Câmara dos Deputados

O líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado (DEM-GO), afirmou que, sem a renúncia, a solução será dar início ao processo de afastamento de Michel Temer. A declaração veio logo após o pronunciamento do presidente da República na tarde desta quinta-feira (18).

— Diante da recusa dos fatos, o gesto que se esperava era a renúncia para minimizar e dar mais celeridade à resolução da crise. O presidente não nos dá outra solução que não dar início ao processo de afastamento. 

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O senador disse que a classe política não pode se omitir.

— É o Congresso Nacional que tem de determinar o caminho. Não podemos deixar que outros Poderes tomem a frente. Estamos diante de uma crise política, que se resolve com soluções políticas. 

Recuperação econômica será mais lenta após denúncias de corrupção contra Temer

Posted: 18 May 2017 01:38 PM PDT

Manifestantes protestam contra Temer no Rio de Janeiro 18.05.2017/REUTERS/Pilar Pilares

Iniciada há três anos, a crise econômica brasileira fica ainda mais longe de terminar após as novas acusações de corrupção contra o presidente Michel Temer (PMDB). Analistas entrevistados pelo R7 afirmam que a tímida melhora da economia será abalada pelo novo capítulo da política nacional. O clima de otimismo fica prejudicado, assim como a retomada dos investimentos e a possibilidade de gerar empregos.

"No curto prazo, tudo para", avalia o economista Rogério Storelli, gestor da GGR Investimentos.

— Empresas que estavam começando a repensar investimentos e partir para expansão, ou mesmo retomar atividades que hoje estão ociosas dentro das plantas industriais e que geraria novas contratações, tudo vai parar. A indefinição do quadro político se reflete na economia.

O raciocínio é o seguinte. A acelerada queda dos juros promovida recentemente pelo Banco Central estimula o consumo da população — ainda que de forma discreta, já que mais de 14 milhões de pessoas continuam desempregadas. A retomada do consumo tem a capacidade de gerar um ciclo positivo na economia, já que exige ao longo do tempo maior produtividade industrial e de serviços e, consequentemente, novas contratações. È justamente este ciclo que fica abalado com as novas acusações.

O impacto dessa nova onda negativa já pôde ser verificada nas primeiras horas desta quinta-feira (18), quando a bolsa de valores de São Paulo assistiu à queda de mais de 10% nas ações das empresas em poucos minutos. O movimento provocou a paralisação das negociações. O mercado entrou em pânico. A variação encerrou o dia ficou negativa em 8,83%. Já o dólar fechou com a maior alta em 14 anos.

"O mercado financeiro se baseia em expectativa futura. Se há uma expectativa de melhoria, que é o que vinha acontecendo, então as pessoas e os agentes econômicos começam a ficar mais otimistas. Mas à medida que sai o fato [acusação contra Temer], os agentes pensam o seguinte: 'E daqui pra frente? Será que esse caminho que nós estávamos andando vai se materializar?'. Então eles começam a fazer uma correção das posições", afirma o economista André Bona, educador financeiro do Blog de Valor.

"Corrigir posições", explica ele, significa revisar as expectativas de ampliação de gastos e investimentos: o dinheiro que ia sair do bolso tende agora a ficar guardado por mais tempo.

— Tem um baque na queda de ativos da bolsa de valores, alta do dólar, alta de juros e expectativa de aumento de risco para o país.

O economista Richard Rytenband, comentarista do Jornal da Record News, resume o sentimento dos agentes financeiros:  "O mercado odeia incertezas".

— Com incertezas, os investimentos não saem da gaveta e as pessoas deixam de consumir.

Se os grandes investidores e as grandes empresas diminuem as expectativas e seguram a grana, os pequenos e médios empresários sentem ainda mais.

"Na medida em que você tem as maiores empresas reduzindo as expectativas de lucro, então as pequenas têm que revisar as suas intenções de investimento também", explica Bona.

— Quando essas empresas grandes reduzem investimentos, elas vão demandar menos serviços dessas empresas menores, que são as empregadoras de larga escala. Elas sofrem mais porque as empresas de grande porte ainda têm como se defender um pouco da crise, mas o pequeno está no limite da realização da atividade dele para sobrevivência.

Taxa de juros, câmbio e inflação são as grandes dúvidas

As notícias são ainda mais desestimulantes, de acordo com os analistas, porque foi justamente nesta semana que o Banco Central divulgou a prévia do PIB (Produto Interno Bruto) para o primeiro trimestre de 2017: o IBC-BR registrou elevação da atividade econômica de 1,12%.

O resultado é muito baixo, já que o número de desempregados ainda vem crescendo. Mas foi o suficiente para dar algum ânimo, já que o PIB brasileiro encolhe desde a primeira metade de 2014: são 11 trimestres consecutivos de queda no PIB em três anos de recessão econômica. Veja abaixo:

"A economia não estava bem, mas estava 'despiorando'. Isso se interrompe abruptamente ontem [quarta] porque a gente não sabe qual vai ser a postura do Banco Central [com relação ao corte dos juros]", explica Storelli, da GGR Investimentos.

Rytenband destaca ainda que até o Banco Central pode sair com a imagem "arranhada" deste episódio. Isto porque, segundo delação de Joesley Batista, dono da JBS, Temer teria lhe antecipado o movimento de redução dos juros. Batista é o pivô da aual crise de Brasília. Foi ele quem gravou o presidente Temer supostamente dando aval para o pagamento de propina a Eduardo Cunha em troca do silêncio do ex-deputado, atualmente preso em Curitiba (Paraná). O Banco Central correu na tarde de hoje para enviar um comunicado à imprensa e desmentir o repasse de informação privilegiada.

"Quanto mais rápido tiver um desfecho, não importa o que, [melhor para a economia]. Mas é mais um abalo que a economia sofre vindo da política", diz Rytenband.

A elevação do dólar hoje também vai aumentar a pressão sobre a inflação, já que a moeda norte-americana pode se estabelecer num patamar mais elevado, fazendo com que produtos importados fiquem mais caros. A inflação não vai sair do controle, dizem os analistas, mas é mais uma notícia negativa, já que vai influenciar numa queda mais lenta da taxa de juros.

"Não siginifica que virou o caos. Pode ser que isso seja uma situação momentânea. Mas o momento é caótico porque não tem como fazer previsão agora", diz Bona.

Para Storelli, há um "dom da classe política brasileira de prolongar uma crise que já é difícil de ganhar".

— A gente vinha a passos curtos tentando retomar alguma previsibilidade, algum número econômico mais favorável, mas realmente esse imponderável vai bater em cheio nos dados econômicos, sem a menor dúvida, reflexo direto na economia real, desde a empresa maior ou micro empresário. Na incerteza, você se retrai.

Adeus reformas?

Neste cenário de crise política, vai ficar ainda mais complicado para o presidente reunir apoio no Congresso e aprovar as reformas da Previdência e Trabalhista. Para o mercado financeiro, as reformas são vistas como uma saída para melhorar as contas do governo, o que contribuiria com a expectativa positiva.

"A queda da bolsa hoje é mais um reflexo com relaçao às refomras, principalmente à reforma da Previdência, que no nosso entender nao tem mais a menor condição de ser aprovada, com o Temer ou sem o Temer, num espaço de tempo que é difícil de precisar", afirma Storelli.

— O primeiro reflexo do mercado financeiro é olhar como um afastamento da possibilidade, um adiamento, um prolongamento, por um prazo difícil de precisar, de uma aprovação da reforma. Essa foi a reação do mercado.

Fachin suspende sigilo das delações da JBS

Posted: 18 May 2017 01:37 PM PDT

Fachin suspende sigilo da delação da JBS Carlos Moura/SCO/STF

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu nesta quinta-feira (18) o sigilo das delações dos executivos da JBS, Joesley e Wesley Batista. Com a suspensão do sigilo, em breve o conteúdo da delações, fotos, áudios e vídeos estarão disponíveis para a imprensa. 

A informação da queda de sigilo é do ministro Marco Aurélio Mello, que disse ao jornal da Record que já leu as primeiras peças da delação. 

Em sinal de deferência aos colegas da Corte, Fachin encaminhou aos demais ministros do STF suas decisões tomadas no âmbito da delação da JBS. A postura foi vista no tribunal como um gesto de "cortesia".

— A publicidade, de regra, é a tônica da administração pública, é o que viabiliza o acompanhamento por vocês da imprensa e o acompanhamento dos cidadãos em geral, disse o ministro Marco Aurélio Mello a jornalistas depois da sessão plenária desta tarde.

Parte do conteúdo da delação foi vazada nesta quinta-feira (17) e caiu como uma bomba sobre o Palácio do Planalto. Houve desdobramentos no Congresso e nos mercados. 

Em pronunciamento, Temer negou a compra do silêncio de Eduardo Cunha e disse que fica no governo

O acordo de colaboração premiada dos executivos da JBS foi homologado por Fachin nesta quinta.O ministro abriu um inquérito contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), a pedido da Procuradoria-Geral da República, em um desdobramento dos conteúdos apresentados pelos empresários Joesley e Wesley Batista. A investigação é por suspeita de envolvimento do presidente na possível "compra" do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).