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quinta-feira, 11 de maio de 2017

#Brasil

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Os fatos que marcaram 1 ano de Temer

Posted: 11 May 2017 08:06 PM PDT

 

Falta de projeto político e demora na recuperação econômica marcam 1º ano de Temer

Posted: 11 May 2017 08:05 PM PDT

Temer tem pela frente desafio de retomar criação de empregos e enxugar déficit nas contas públicas Beto Barata/Presidência da República - 24.4.2017

Ao completar um ano na cadeira presidencial, Michel Temer (PMDB) não deve ter muito a comemorar, dizem o presidente do Cofecon (Conselho Federal de Economia, Júlio Miragaya, e a professora do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) Maria do Socorro Sousa Braga.

Miragaya observa que uma das bandeiras da gestão Temer, a queda da inflação, não pode ser vista como um feito da equipe econômica.

— A forte retração da economia foi o que ocasionou a queda violenta da inflação. As pessoas não estão mais comprando. E só por isso que o governo pode começar a cortar juros. Entretanto, os bancos ainda não repassaram nem próximo desse corte da taxa básica.

Já Marcel Balassiano, pesquisador da área de economia aplicada do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da Fundação Getulio Vargas, pondera que o governo teve, sim, participação direta na queda da inflação.

— São vários fatores em que o governo tem, sim, um peso forte nisso. Logicamente a recessão ajudou, mas o governo conseguiu melhorar as expectativas, reduziu o Risco País, tem também o câmbio que ajudou.

Os fatos que marcaram 1 ano de Temer

Na visão do pesquisador, a queda dos juros deve ser mais intensa neste ano, o que poderá facilitar o acesso ao crédito.

— O mercado espera até que os juros podem chegar a 8,5% no final do ano.

O principal ponto negativo de Temer nestes últimos 12 meses, de acordo com Miragaya, é a "estagnação da economia". "Foram 3,2 milhões a mais de desempregados", diz. Em abril, o País registrou 14,2 milhões de pessoas em busca de emprego.

Temer ainda culpa a antecessora, Dilma Rousseff, pelo aumento do desemprego, o que, na avaliação de Miragaya, não é verdade.

Balassiano entende que o desemprego ainda é bastante afetado pela recessão de dois anos.

— É o começo da recuperação, mas ainda em uma situação bem difícil. O emprego é a última variável a entrar e a última a sair.

O presidente do Cofecon critica a "estagnação econômica" que prevaleceu neste último ano.

— Ela [economia] não continua caindo da forma como estava. Há uma persistência de uma política macroeconômica que só favorece capital financeiro. Basta ver que o último dado, acumulado de 12 meses, o pagamento de juros da dívida pública deu R$ 432 bilhões. Ele vem se mantendo nessa faixa desde o [ex-ministro da Fazenda de Dilma Joaquim] Levy. E não consegue reduzir.

Reformas impopulares devem dividir base de Temer Agência Câmara

Política

No aspecto político, as dificuldades também existem, e não são poucas. A Lava Jato assombra o primeiro escalão do governo. A impopularidade de Temer, agravada com as reformas trabalhista e previdenciária, tende a afastar alguns integrantes da base, diz a professora Maria do Socorro.

— O que ele [Temer] deixar para o segundo semestre vai ser ainda mais difícil de passar [no Congresso] dada a pressão que vem com as eleições de 2018. Haverá debandadas dos setores que apoiam o governo, porque se permanecerem, a tendência é que sejam afetados por essa baixa popularidade.

Para ela, há uma ausência de personalidade própria do PMDB no governo Temer.

— Me chama muito atenção a dificuldade de lançar um projeto político de fato para o País. O PMDB é um dos partidos mais antigos, mas falta essa alternativa de um projeto político que ele viesse a defender com mais garra. Mas o que a gente tem é um retorno do que parte do PSDB já defendia quando estava no poder.

Reforma previdenciária

Tema econômico, mas que tem que ser resolvido na política, a reforma da Previdência é, sem dúvidas, o maior desafio de Temer a partir de agora.

A base no Congresso para aprovar esse tema certamente não será a mesma, já que há divergências sobre o assunto em boa parte dos partidos. Inclusive, no fim de abril, o PSB se declarou contrário à reforma e ameaçou deixar o governo.

O pesquisador do Ibre diz que a reforma perdeu um pouco, pois o governo foi fazendo concessões em relação ao texto original, mas que ainda assim é necessária.

— A reforma tem que ser feita, é inevitável, a gente gasta muito. Mas vai ter que ser feita outra no futuro próximo. Mudou muito. O ideal seria uma reforma um pouco mais forte. Até porque a gente vai fazer uma agora e no futuro vai ter que fazer outra.

Balassiano diz que hoje, o Regime Geral de Previdência Social (aposentados pelo INSS) gasta cerca de R$ 500 bilhões por ano para pagar os benefícios de aproximadamente 33 milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, o Regime Próprio de Previdência Social (servidores públicos) custa R$ 100 bilhões para custear pouco mais de 1 milhão de pessoas.

O presidente do Cofecon critica a forma como a reforma previdenciária foi colocada e diz que o próprio governo se contradiz ao aprovar a reforma trabalhista.

— A reforma trabalhista tende a criar um processo de 'pejotização'. Uma pessoa que ganha R$ 3.000 recolhe R$ 960 para Previdência. Se eu substituo por um MEI [microempreendedor individual], ele vai recolher R$ 45 para a Previdência. Essa conta não fecha lá na frente.

Miragaya ainda ressalta que "do ponto de vista dos interesses da maioria da população, não está sendo bom. Não está gerando emprego e direitos sociais estão sendo perdidos".

Ministério Público pede para ouvir mais testemunhas em processo de Lula na Lava Jato

Posted: 11 May 2017 05:39 PM PDT

Lula é acusado de ter recebido R$ 3,7 milhões em propina por conta de três contratos entre a OAS e a Petrobras Ueslei Marcelino/24.04.2017/Reuters

A força-tarefa da Operação Lava Jato no MPF (Ministério Público Federal) pediu ao juiz federal Sérgio Moro para que sejam ouvidas mais três testemunhas de acusação em um dos processos em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu.

O pedido se refere ao caso do trilplex do Guarujá (SP). O requerimento foi enviado nesta quinta-feira (11) à JFPR (Justiça Federal do Paraná), um dia depois do interrogatório de Lula em Curitiba.

Segundo o documento, durante os depoimentos de testemunhas e réus foram mencionados nomes de pessoas que teriam conhecimento dos fatos investigados pela ação penal. "A análise do conteúdo de referidos depoimentos demonstrou que se faz de suma importância a oitiva das pessoas supramencionadas", completa o MPF.

Um dos nomes apontados pela força-tarefa é o de Joilson Santos Goes, funcionário da OAS Empreendimentos. Ele foi citado durante o depoimento do ex-presidente da empresa, Léo Pinheiro, como responsável pela criação do centro de custo "2º Zeca Pagodinho (Praia)" que, segundo Pinheiro, foi utilizado pela empreiteira para lançar as despesas relacionadas a Lula.

As outras duas pessoas que o MPF deseja interrogar são a ex-funcionária da OAS, Jéssica Monteiro Malzone, e o ex-executivo do Grupo Odebrecht, Marcio Faria. Os procuradores pedem que Moro autorize a oitiva destas testemunhas antes da próxima etapa do processo, a fase de alegações finais, que antecede a fase de sentença.

Lula é réu na ação em que é acusado de ter recebido R$ 3,7 milhões em propina por conta de três contratos entre a OAS e a Petrobras. O MPF alega que os valores foram repassados a Lula por meio da reforma de um apartamento no Guarujá e do pagamento do armazenamento de bens de Lula, como presentes recebidos no período em que era presidente. O ex-presidente é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A defesa nega as acusações.

STF inicia julgamento sobre Lei de Cotas no serviço público

Posted: 11 May 2017 05:36 PM PDT

STF Rosinei Coutinho/SCO/STF

O Plenário do Supremo Tribunal Federal iniciou, nesta quinta-feira (11), o julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 41, em defesa da Lei Federal 12.990/2014, a chamada Lei de Cotas, que reserva aos negros 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal direta e indireta, informou a Corte.

Além do relator, ministro Luís Roberto Barroso, votaram os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Rosa Weber e Luiz Fux, todos pela procedência da ação.

Em seu voto, o ministro Barroso afirmou que a Lei de Cotas, embora crie uma vantagem competitiva para um grupo de pessoas, não representa qualquer violação ao princípio constitucional da igualdade. Segundo ele, essa diferenciação entre candidatos é compatível com a Constituição, pois é motivada por um dever de reparação histórica decorrente da escravidão e de um racismo estrutural existente na sociedade brasileira. "É uma reparação histórica a pessoas que herdaram o peso e o custo social e o estigma moral, social e econômico que foi a escravidão no Brasil e, uma vez abolida, entregues à própria sorte, sem condições de se integrarem à sociedade", argumentou.

Para o ministro, também não há violação à regra constitucional do concurso público, pois para serem investidos nos cargos públicos é necessário que os candidatos sejam aprovados, ou seja, que tenham um desempenho mínimo exigido. Em relação ao princípio da eficiência, ele entende que será estimulado pelo pluralismo e pela diversidade que passará a existir no serviço público. "Portanto, apenas se criaram dois critérios distintos de preenchimento de vagas, mas sem abrir mão do critério mínimo de suficiência. Apenas se previram duas filas diversas em razão das reparações históricas", destacou.

O relator também considerou compatível com a Constituição o modelo de controle da autodeclaração previsto na lei e observou que a adoção do sistema de cotas não representa duplo benefício para os cotistas das universidades públicas, pois, em sua avaliação, a maioria dos cargos disputados pelos favorecidos é de nível técnico e não exige curso superior.

Como tese de julgamento, o ministro Barroso propôs a seguinte formulação: "É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta. É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa".

Ministros

Logo após o relator, votou o ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, a questão deve ser abordada com base no princípio da igualdade, no seu aspecto material, sendo aceitáveis tratamentos diferenciados, "desde que o elemento discriminador tenha uma finalidade específica, compatível com a Constituição Federal, de aproximar as diferenças". Ele entendeu que o tratamento normativo diferenciado dado aos cotistas é constitucional apenas para o provimento inicial no serviço público, e não para a progressão durante a carreira. "Não me alinho à ideia de que, após o ingresso nos cargos iniciais, todo concurso interno de promoção e remoção devesse também seguir as cotas", concluiu. Para ele, os concursos internos têm critérios constitucionais específicos, como os de antiguidade e merecimento.

O ministro Edson Fachin também se pronunciou pela procedência da ação. Ele entendeu que a política de cotas raciais se aplica direta e imediatamente a todos os órgãos e instituições da administração pública. No entanto, segundo Fachin, o artigo 4º da Lei 12.990, que trata dos critérios de nomeação dos candidatos cotistas aprovados, deve se projetar não apenas na nomeação, "mas em todos os momentos da vida funcional dos servidores públicos cotistas".

A ministra Rosa Weber, que seguiu integralmente o voto do relator, observou que, ainda nos dias de hoje, o salário da população negra é inferior à metade da média salarial das pessoas de cor branca. "Entendo que, para o avanço rumo à redução das desigualdades, são fundamentais as ações afirmativas como esta lei, no que diz respeito ao concurso público", concluiu.

Último a votar na sessão de hoje, o ministro Luiz Fux também entendeu que a ADC 41 deve ser julgada procedente. "As estatísticas são produtos de ações pretéritas e revelam, com objetividade, as cicatrizes profundas deixadas pela opressão racial de anos de escravidão negra", ressaltou o ministro, ao salientar que o Brasil representou o país que teve a sociedade escravocrata mais longa do mundo: 400 anos de escravidão.

Ele observou que, atualmente, grande parte dos juízes brasileiros - 84% - são brancos. "A disparidade econômica e social entre brancos e negros, efetivamente, não é produto do acaso", destacou. Para ele, a lei também deve ser aplicada não só ao concurso público para provimento inicial de cargo efetivo, mas também em relação a promoções e remoções. Por fim, o ministro Fux dá maior extensão à decisão para que a regra alcance todos os Poderes da República, bem como a todas as unidades federadas.

O julgamento foi suspenso e será retomado posteriormente.

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Marqueteiros falam de e-mail fictício e aviso de Dilma sobre prisões

Posted: 11 May 2017 04:01 PM PDT

Dilma teria ligado para a República Dominicana, onde o casal estava, para avisar João Santana que ele e a mulher seriam presos Roberto Stuckert Filho/PR

O marqueteiro João Santana e sua mulher, Mônica Moura, delatores da Operação Lava Jato, contaram ao Ministério Público Federal (MPF) sobre a troca de informações com a ex-presidente Dilma Rousseff a respeito do avanço da Lava Jato. Os dois detalharam a criação de um e-mail em comum com a petista no qual eram avisados sobre a investigação.

Mônica disse aos investigadores em sua delação que Dilma ligou para a República Dominicana, onde o casal estava, para avisar João Santana que ele e a mulher seriam presos. A ligação teria sido feita em 21 de fevereiro do ano passado. O casal foi alvo da 23ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada no dia seguinte.

Na delação, Santana e Mônica apontam que Dilma mostrava preocupação com o avanço das investigações. No anexo, Monica Moura relata que estava de férias em Nova York em novembro de 2014 quando recebeu ligação do então ministro Edinho Silva, que avisou que Dilma queria falar pessoalmente de forma urgente.

A empresária pegou um voo à noite, partindo dos Estados Unidos para Brasília e foi recebida no aeroporto por Giles Azevedo, assessor de confiança da então presidente. No Palácio da Alvorada, residência oficial da presidente da República, conversou com Dilma no jardim. De acordo com o anexo entregue ao MPF, "a presidente estava preocupação que as investigações chegasse a conta da Suíça de Monica Moura e João Santana no exterior, o que a colocaria em perigo, porque sabia que a Odebrecht tinha realizado o pagamento de suas campanhas através de depósitos de propinas na conta do casal".

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Dilma teria dito a Mônica: "precisamos manter contato frequente de uma forma segura para que eu lhe avise sobre o andamento da operação, estou sendo informada de tudo frequentemente pelo José Eduardo Cardozo (então ministro da Justiça)". A empresária teria criado então no computador da presidente uma conta no gmail, com nome e dados fictícios, com senha compartilhada entre as duas e Giles. Segundo a delatora, elas combinaram que, se houvesse notícia sobre avanço da Lava Jato em relação ao casal o aviso seria feito através desse e-mail.

Pelo combinado, quando Dilma recebesse alguma informação de Cardozo, Giles seria responsável por mandar uma mensagem à empresária com um sinal para que checasse o e-mail. As mensagens escritas pela presidente ficariam na caixa de rascunhos do e-mail, para não circularem, e Mônica acessaria a conta de onde estivesse. "Por esse e-mail, Monica Moura foi sistematicamente informada sobre o andamento da operação", consta no anexo da empresária entregue ao MPF.

Já em 2015, no dia 1º de maio, quando o casal foi gravar pronunciamento da presidente, Dilma demonstrou preocupação com a Lava Jato. Segundo o documento, a petista se preocupava pois "as coisas estavam avançando rapidamente e ela não tinha controle sobre a operação". Elas criaram então um segundo e-mail.

Por meio das duas contas, Mônica recebia informações sobre a Lava Jato. Por esse e-mail, a empresária foi avisada que também estava sendo investigada na Lava Jato - e não apenas seu marido. Em 19 de fevereiro de 2016, de acordo com a delatora, ela foi avisada pelo e-mail secreto de que mandatos de prisão contra os dois haviam sido assinados.

Como provas para corroborar o que foi dito, a delatora entregou as duas contas de e-mail ativas, a passagem aérea de um bate volta e volta de Nova York para o Brasil, o seu notebook, entre outros documentos.

João Santana também fala do chamado urgente feito por Dilma para que Mônica viajasse de Nova York para Brasília. Segundo ele, Dilma recomendou que o casal permanecesse o maior tempo possível fora do país, nos locais onde realizavam campanhas eleitorais. A então presidente chegou a perguntar ao marqueteiro, segundo a delação, se pagamentos da Odebrecht pelos serviços da campanha eleitoral tinham sido feitos "de forma segura". Segundo Santana, Dilma relatou que Marcelo Odebrecht fazia chegar, por meio de interlocutores, informações sobre o pagamento de campanhas eleitorais como um "recado" ao Planalto.

Em nota, a assessoria de imprensa da ex-presidente Dilma Rousseff informa que "João Santana e Monica Moura prestaram falso testemunho e faltaram com a verdade em seus depoimentos, provavelmente pressionados pelas ameaças dos investigadores". "Apesar de tudo, a presidente eleita acredita na Justiça e sabe que a verdade virá à tona e será restabelecida", diz a nota da assessoria da ex-presidente.

Lucro da Petrobras soma R$4,45 bi no 1º tri; Ebitda é recorde

Posted: 11 May 2017 03:03 PM PDT

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras teve lucro líquido de 4,45 bilhões de reais no primeiro trimestre, revertendo um prejuízo de 1,246 bilhão de reais no mesmo período do ano passado, impulsionado por um desempenho operacional histórico, apesar de uma menor demanda por derivados no mercado interno, disse a estatal nesta quinta-feira.

O lucro veio acima das previsões de analistas compiladas pela Reuters, que apontavam um lucro de 3,773 bilhões de reais no período.

O resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado subiu para o recorde histórico de 25,254 bilhões de reais, ante 21,193 bilhões de reais no mesmo período do ano passado, ressaltou a presidente da Petrobras, Pedro Parente, a jornalistas.

O bom desempenho do trimestre foi alcançado por meio de menores gastos com importação de petróleo e derivados, em função da maior participação do óleo nacional na carga processada e da maior oferta de gás natural nacional.

"A produção está crescendo e estamos usando mais óleo nacional... e um volume expressivo foi exportado a um preço maior", disse o diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, citando ainda redução no custo de logística para processar nas refinarias.

A Petrobras registrou produção total de petróleo e gás natural de 2,805 milhões de barris de óleo equivalente por dia, em média, no período. Foram produzidos 2,248 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo, sendo 2,182 milhão bpd no Brasil, 10 por cento acima do mesmo período do ano passado.

A Petrobras ainda citou menores despesas com vendas, gerais e administrativas, além de redução das despesas financeiras líquidas e dos menores gastos com baixas de poços secos/subcomerciais no primeiro trimestre.

A receita com vendas, entretanto, caiu 3 por cento na comparação com o mesmo período do ano anterior, para 68,365 bilhões de reais, em meio a menor demanda no mercado interno.

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(Por Roberto Samora, Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier)

Em programa de TV, PSDB defende reconstrução da política brasileira

Posted: 11 May 2017 01:55 PM PDT

"É preciso reconstruir a política brasileira e para reconstruir é preciso resgatar alguns valores e princípios", defende FHC Reprodução/Facebook

Em programa partidário que irá ao ar na noite desta quinta-feira (11), em cadeia nacional de rádio e TV, o PSDB investe no discurso de que é preciso realizar a "reconstrução" da política brasileira. No vídeo, lideranças da legenda se alternam com falas em que defendem a criação de uma "nova política".

As declarações ocorrem após um grupo de cidadãos apresentarem, dentro de uma dinâmica de debate, uma série de queixas ao sistema atual. Entre os problemas apontados pelos cidadãos, no programa, está o excesso de partidos, foro privilegiado e privilégios.

"Às vezes ouvir críticas como essas pode ser difícil, mas esse é o primeiro passo, na verdade o único passo para podermos melhorar de verdade a política. A partir de agora vamos promover encontros como esse por todo o País, para ouvir você e junto com você encontrar soluções para melhorar a política, mas principalmente para melhora a sua vida. Esse é nosso grande desafio", afirma o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), no vídeo.

"O primeiro passo é preciso reconstruir a política brasileira e para reconstruir é preciso resgatar alguns valores e princípios", defende o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Além dos dois, também participa do programa o governador Geraldo Alckmin, que considera que a maior contribuição é "fazer o que as pessoas estão pedindo".

'Eu não tenho influência no PT', afirma Lula a Moro

Posted: 11 May 2017 01:45 PM PDT

Ex-presidente afirma ter influência na sociedade e não dentro do PT Folha Vitória - Cidades 3

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ao juiz federal Sérgio Moro que o "Ministério Público não conhece o PT", ao ser questionado sobre sua influência no partido e se tomou providências dentro da legenda ao ter conhecimento dos esquemas de corrupção na Petrobras, amplamente divulgados pela imprensa, após a deflagração da Lava Jato. Lula foi interrogado por Moro durante cerca de cinco horas nesta quarta-feira (10).

O ex-presidente falou ao magistrado no âmbito de processo em que é réu pelo suposto recebimento de propinas de R$ 3,7 milhões da OAS. Na mesma peça de acusação, o Ministério Público Federal sustenta que Lula tinha conhecimento e comandava os esquemas de corrupção dentro da estatal.

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Frente a frente com Moro, o petista foi questionado se, quando vieram à tona os escândalos de corrupção na petrolífera, "tomou alguma providência".

— Já estava fora da presidência há quatro anos. Eu era ex-presidente quando houve as denúncias da Lava Jato.

Perguntado novamente sobre o mesmo tema, o ex-presidente minimizou a influência que tinha sobre o Partido dos Trabalhadores.

— Essa influência dentro do PT é porque o MP (Ministério Público) não conhece o PT. Se eles conhecessem o PT, não falariam isso. o PT é um partido que eu não participo de nenhuma reunião do PT desde que virei presidente. Isso foi em 2002. Até 2014. Eu não tenho influência no PT, eu tenho influência na sociedade. Quando eu falo as pessoas me ouvem. Alguns ouvem, nem todos.

Delcídio acertou caixa 2 na sauna, diz casal de marqueteiros

Posted: 11 May 2017 01:36 PM PDT

Delcídio foi preso em 2015 por supostamente ter atrapalhado investigações da Lava Jato Alessandro Dantas/Agência Senado

O marqueteiro João Santana e sua mulher, a empresária Mônica Moura, contaram em delação premiada que o senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS, ex-PT) exigiu que parte dos pagamentos pela sua campanha ao Senado, em 2002, fosse feita via caixa 2, por meio de depósito no exterior.

Conforme anexos da colaboração do casal à Lava Jato, a negociação com o marqueteiro foi feita numa reunião dentro da sauna da casa do ex-congressista, em Campo Grande. Na época, ele era secretário de Estado em Mato Grosso.

— João Santana foi convidado, de forma inusitada, a conversar dentro da sauna, pois claramente Delcídio visava a preservar informações quanto a valores e forma de pagamento. 

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O suposto caixa 2 não consta do acordo de delação firmado por Delcídio com a Lava Jato. Procurado pela reportagem, o advogado do ex-senador, Antônio Figueiredo Basto, disse que seu cliente não reconhece os fatos relatados pelo casal como verdadeiros. Por esse motivo, segundo ele, o episódio não foi tratado na colaboração.

— Conversa em sauna? Se ele tivesse cautela para conversar com as pessoas, não teria acontecido o que aconteceu.

Delcídio foi preso no fim de 2015, após ter sido gravado numa conversa com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, e outras pessoas em suposta tentativa de atrapalhar investigações da Lava Jato. Ele foi solto depois de confessar ilícitos aos investigadores.

Santana e Mônica contaram que o marketing da campanha de Delcídio foi orçado em R$ 4 milhões. Metade teria sido paga "por dentro" e a outra metade, por meio de depósito feito por uma offshore na conta Shellbill, de Santana, na Suíça.

Lula tinha forma 'bem-humorada' de falar caixa 2, diz João Santana

Posted: 11 May 2017 01:21 PM PDT

João Santana afirma que Lula e Dilma sabiam sobre atrasos no pagamento do casal Pedro Ladeira/24.04.2017/Folhapress

O presidente Lula tinha também uma forma bem-humorada de tratar dos pagamentos por fora que estavam em atraso. Para demonstrar que estava preocupado (...) vez por outra pergunta a João: "E aí, os alemães têm lhe tratado bem?" (os alemães, no caso, era a Odebrecht)", diz anexo da delação premiada de João Santana, tornada pública nesta quinta-feira (11). 

João Santana e a mulher, Mônica Moura, foram responsáveis pelas campanhas do PT à Presidência da República em 2006, 2010 e 2014.

O anexo de delação premiada é o documento em que o delator informa ao MPF (Ministério Público Federal) o que vai contar no processo de delação. A colaboração de João Santana, assim como a de sua mulher, Mônica Moura, e de André Santana, funcionário do casal, foi assinada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Isso significa que, a partir de agora, o que foi dito à Lava Jato pode ser usado como base para a abertura de inquéritos ou reforçar investigações já em curso.

Ajuda

De acordo com João Santana, tanto Lula como a ex-presidente Dilma Rousseff sabiam que os atrasos nos pagamentos feitos ao casal se referiam a recursos não contabilizados.

Segundo o anexo da delação premiada de Santana, a primeira abordagem direta com Lula sobre caixa 2 se deu em 2009, "no episódio de ajuda à campanha de Mauricio Funes, em El Salvador, quando ele mandou João procurar diretamente Emilio Odebrecht".

Já com Dilma Rousseff, o tema teria sido abordado em "várias oportunidades" durante o seu primeiro mandato.

— Isso ocorreu, por exemplo, quando ela informou João no primeiro semestre de 2014 que havia viabilizado um meio de saldar, antecipadamente, todo o pagamento não oficial da sua campanha de reeleição. Algo em torno de R$ 35 milhões. A operação, segundo Dilma informou a João, seria articulada por Guido Mantega, por fora, sem registro contábil. Todavia isso não se efetivou. 

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De acordo com o delator, o tema caixa 2 e depósitos no exterior foram abordados ainda mais diretamente em setembro de 2014, quando Dilma perguntou se os depósitos no exterior feitos pela Odebrecht foram feitos de forma segura.

A mesma pergunta teria sido feita por Dilma Rousseff à empresária Mônica Moura, em novembro de 2014, quando a chamou às pressas para um encontro em Brasília.

Defesa

Procurada pela reportagem, a assessoria do ex-presidente Lula informou que não vai comentar "declarações de pessoas que buscam benefícios judiciais" e que "delações, pela legislação brasileira, não são provas".

A assessoria de Dilma Rousseff informou que a defesa da petista ainda não teve acesso aos autos e que deve se pronunciar até o final do dia.

Procurada, a defesa de Mantega ainda não foi localizada. Em depoimento à Justiça Eleitoral, Guido Mantega disse que não pediu ao empreiteiro Marcelo Odebrecht doações nem para o PT nem para a campanha de Dilma ao governo em 2014. Mantega negou que tenha se envolvido na captação de recursos da campanha e sustentou que a participação foi restrita à formulação de propostas econômicas e à preparação de respostas para debates eleitorais da ex-presidente.

Em delação, ex-marqueteiro do PT diz que pagamentos ilegais 'dependiam da palavra final do chefe'

Posted: 11 May 2017 12:48 PM PDT

Santana: Lula sabia de todos os detalhes de acertos no exterior Heuler Andrey/23.02.2016/Folhapress

O ex-marqueteiro do PT João Santana afirmou, em depoimento de delação premiada na Lava Jato, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha conhecimento dos pagamentos feitos à empresa dele no exterior e que todos os pagamentos dependiam 'da palavra final do chefe' (veja documento abaixo)

O sigilo das delações de João Santana e da mulher dele, Mônica Moura, foi retirado nesta quinta-feira (11) a pedido do relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Edson Fachin.

Santana também afirma que 'ficou claro que Lula sabia de todos os detalhes porque o ex-ministro Antonio Palocci sempre afirmava que as 'decisões definitivas' dependiam da 'palavra final do chefe'.

O marqueteiro detalhou que, em momentos críticos de inadimplência durante as campanhas eleitorais, ele próprio dava o "alerta vermelho" ao ex-presidente Lula, quando ameaçava interromper os trabalhos.

De acordo com a delação premiada, este tipo de aviso foi feito a Lula em duas ocasiões: primeiro, no final do 1º turno das Eleições 2006, quando o petista foi reeleito; depois, no intervalo entre o 1º e o 2º turno da mesma disputa eleitoral.

Santana afirmou aos investigadores da Lava Jato que, diante da situação, Lula pressionou o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que colocou a empresa Odebrecht no circuito a fim de acertar o débito. Palocci possuia poder quase que absoluto sobre o fundo de caixa dois do PT gerido pela empreiteira.

João Santana e Mônica Moura fizeram as campanhas eleitorais a presidente de Lula em 2006 e 2010 e de Dilma Rousseff em 2014.

A marqueteira também relatou em sua delação que o ex-ministro Antônio Palocci e Paulo Bernardo intermediaram o pagamento extraoficial da campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) para a prefeitura de Curitiba. em 2014. Dos R$ 6 milhões pagos pela campanha, aproximadamente R$ 4 milhões teriam sido pagos por fora, segundo Mônica Moura.

Trecho de delação do João Santana que teve sigilo suspenso nesta quinta pelo ministro Edson Fachin Reprodução/R7

Lula diz que não sabia de esquema de corrupção da Petrobras

Posted: 11 May 2017 12:45 PM PDT

Moro e Lula usam comparação com notas escolares para falar sobre corrupção da Petrobras Jorge Araújo/Folhapress - 9.4.2017

Durante o interrogatório ocorrido nesta quarta-feira (10), em Curitiba, o ex-presidente Lula tentou apelar para uma situação doméstica para se desviar de uma pergunta feita pelo juiz federal Sérgio Moro sobre o que o petista sabia, como presidente da República, sobre a corrupção na Petrobras.

Moro havia perguntado diretamente: "O senhor ex-presidente não se informava sobre o que ocorria no âmbito da Petrobras ou com os diretores que o senhor indicou?"

Lula ouviu a pergunta e demonstrou irritação. Inclinou o corpo para frente, aproximando seu rosto da mesa onde estava o magistrado e, com um olhar ríspido.

— O senhor acha que as pessoas vinham falar de propina?

A partir daí, o ex-presidente citou a família do juiz.

— O senhor acha que, quando seu filho tirou nota baixa da escola ele chega em casa pulando de alegria para contar? Se ele puder, vai tentar esconder até o senhor saber.

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Moro ouviu a frase, respondeu o ataque e tentou voltar ao interrogatório. "Mas meus filhos eu fico sabendo a nota com o tempo. O senhor não ficou sabendo de nada?"

Lula desceu do modo agressivo e se voltou ao juiz esboçando um sorriso.

— Agora porque a escola diz até... A escola até comunica quando a molecada falta. No meu tempo não. No meu tempo, era mais difícil. 

O juiz, então, tornou a insistir na pergunta sobre eventual conhecimento de Lula sobre o esquema, e desta vez ouviu um "não" sem rodeios.

Satisfação de passageiros com aeroportos tem melhor nota histórica

Posted: 11 May 2017 12:17 PM PDT

Aeroporto curitibano foi qual obteve maior média trimestral na pesquisa BBC Brasil

A satisfação geral dos passageiros com os principais aeroportos do País atingiu maior índice desde que a pesquisa começou a ser feita pelo MT (Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil), em 2013. Em uma escala que vai até 5, a nota registrada no primeiro trimestre deste ano foi 4,34.

Na comparação com os resultados do primeiro de trimestre do ano passado, quando a nota foi 4,19, houve um avanço de 4%. A Pesquisa Permanente de Satisfação dos Passageiros ouviu 13,8 mil pessoas nos 15 aeroportos que movimentam 80% do público que viaja de avião no Brasil.

O Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba, teve maior média trimestral, com nota 4,73. Em Cuiabá, o Aeroporto Internacional, teve maior evolução, com desempenho 23% melhor na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.

Considerando apenas o mês de março, Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, no interior paulista, teve maior nota da história da pesquisa, com 4,96. Na avaliação trimestral, a nota do aeroporto caiu de 4,64, de janeiro a março de 2016, para 4,47 no primeiro trimestre deste ano.

O Aeroporto Internacional de Salvador, com (3,83) foi o único que ficou com nota abaixo de 4, que é a meta definida pela Conaero (Comissão Nacional de Autoridades Aeroportuárias).

Indicadores

A pesquisa é composta por cinco grupos de indicadores, subdivididos em 38 itens, dos quais 76% ficaram com nota acima da meta (4).

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O indicador que avalia a satisfação dos passageiros em relação aos serviços públicos recebeu melhor nota, com média de 4,56. O item cordialidade do funcionário da Aduana recebeu 4,62 pontos. O tempo de espera imigração foi o que menos agradou, mas, ainda assim, ficou com média de 4,39.

O serviço das companhias aéreas foi o segundo melhor indicador na avaliação dos passageiros, com média de 4,34. Com destaque para a cordialidade dos funcionários do check-in. A velocidade de restituição de bagagens foi o item com pior nota (4,16).

Os serviços relacionados à infraestrutura aeroportuária tiveram média geral de 4,26. Em relação aos itens que compõem o grupo, o tempo de fila de inspeção de segurança recebeu melhor nota, com 4,50. Os itens com piores resultados, no entanto, foram a disponibilidade de tomadas (3,93) e a qualidade da internet/wi-fi (3,52).

Em relação à disponibilidade de transporte público, os usuários classificaram como 4,01. A pior avaliação ficou com o indicador facilidades ao passageiro, com nota 3,54. O custo-benefício dos produtos de lanchonetes e restaurantes recebeu nota 2,89.

Defesa de Lula prestou informação falsa à sociedade, diz MPF-PR

Posted: 11 May 2017 12:10 PM PDT

Procuradores afirmam que houve muitas contradições no depoimento do ex-presidente Lula Leonardo Benassatto/05.05.2017/Reuters

A força-tarefa da Operação Lava Jato divulgou nesta quinta-feira (11) a nota em que afirma que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "prestou informação falsa à sociedade" na coletiva que os advogados concederam nesta quarta-feira (10) após o depoimento do petista ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba.

O MPF (Ministério Público Federal) do Paraná, que montou a denúncia originária do processo contra Lula, rebateu as declarações dos advogados sobre a ata de uma reunião da diretoria da Petrobras e disse que a defesa teve acesso ao documento, diferente do que foi afirmado pelos defensores.

— A informação é falsa, uma vez que o documento está no processo desde 14/09/2016, data da acusação criminal. Isso pode ser verificado por qualquer pessoa, mediante acesso ao evento 3, 'COMP25', dos autos eletrônicos n.º 5046512-94.2016.4.04.7000. 

Os procuradores ainda apontam que houve "muitas contradições" no testemunho do ex-presidente e que se manifestarão oportunamente no processo.

— Quanto às muitas contradições verificadas no interrogatório do ex-presidente Lula, à imputação de atos à sua falecida esposa, à confissão de sua relação com pessoas condenadas pela corrupção na Petrobras e à ausência de explicação sobre documentos encontrados em sua residência, o Ministério Público Federal se manifestará oportunamente, no processo, especialmente nas alegações finais.

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Em entrevista à reportagem nesta quarta-feira (11), o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que o MPF pretende pedir novas diligências na ação antes das alegações finais. Lima também criticou os advogados pelas informações feitas na declaração quando falaram que eram usados papéis que não estavam nos autos.

— Talvez, a defesa devesse olhar os autos com mais cuidado. 

O procurador afirmou que afirmações da defesa podem ter sido feitas "para confundir" e são "inadmissíveis". 

— Todos os documentos que embasam a acusação, inclusive mostrados na audiência, constam nos autos e foram mencionados inclusive aonde constam. 

Temer sanciona documento único de identificação, que vai unificar 22 documentos

Posted: 11 May 2017 12:03 PM PDT

Temer sanciona documento único de identificação, que vai unificar 22 documentos Agência Brasil

O presidente Michel Temer sancionou na tarde de hoje (11) a lei que institui a Identificação Civil Nacional (ICN), criada com o objetivo de unificar os cerca de 22 documentos de identificação usados no Brasil e dificultar a falsificação que, anualmente, gera prejuízos de R$ 60 bilhões. De acordo com o relator do projeto, deputado Júlio Lopes (PP-RJ), apenas passaporte e Carteira Nacional de Habilitação não serão substituídos pelo novo documento.

Projeto de 'Super RG' se arrasta há cinco anos e
pode ser substituído por cadastro biométrico do TSE

Além de foto, esse documento terá também um cadastro biométrico que está sendo organizado pela Justiça Eleitoral por meio dos registros feitos para o título de eleitor. "Está sendo estudada também a possibilidade de instalarmos algum aparato tecnológico como chip [para dar mais segurança ao documento]", disse o deputado.

Segundo o deputado, não será necessária a troca do documento que ainda estiver válido. Entre os vetos ao projeto, está o que garantia a gratuidade da nova identificação. "Foi vetada a gratuidade deste documento, por causa das dificuldades do Brasil de hoje. Mas a lei foi construída sem a necessidade de troca do documento que ainda estiver válido", acrescentou.

Também foi vetado o artigo que dava à Casa da Moeda a exclusividade para a implantação e fornecimento do documento. "Ela, no entanto, participará do fornecimento. Apenas não será feito de forma exclusiva", explicou Lopes.

Um dos entusiastas do projeto é o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Guilherme Afif Domingues. Ele explica que com a nova documentação será possível amenizar os prejuízos causados no país por conta de fraudes por dupla, tripla ou falsidade de identificação. "A tendência é unificar, a partir de mais um número, que englobará os demais referentes aos outros documentos. As pessoas vão entender que este número será o mais confiável para a identificação do cidadão", disse Afif.

Segundo ele, primeiramente, será feito um cadastro central e, só depois, ao longo do tempo, a unificação do número. "A previsão inicial era de que concluiremos o cadastro entre os anos de 2020 e 2021", acrescentou o presidente do Sebrae.

Aécio vê 'exagero na parafernália montada' para depoimento de Lula a Moro

Posted: 11 May 2017 12:03 PM PDT

Aecio Neves - 800 Orlando Brito/Divulgação

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta quinta-feira (11) que é preciso "despolitizar" o processo de investigação da Operação Lava Jato. Ele avaliou que houve um "exagero na parafernália montada" para o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quarta-feira (10) ao juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba.

— Acho que há muita exploração midiática. Ontem (quarta, 10), por exemplo, acho que foi desnecessária toda essa exploração em torno de um depoimento que poderia ter acontecido sem essa exploração política de parte a parte.

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Ele ponderou que as investigações têm que continuar, mas todos têm que contribuir para que o processo seja "menos midiático e efetivamente judicial".

— Acho que isso ajuda o País a sair dessa crise.

Presidente nacional do PSDB e candidato derrotado à Presidência em 2014, Aécio é alvo de cinco pedidos de inquérito por suposta solicitação de propinas e doações de caixa 2 à Odebrecht.

Aécio foi citado nos depoimentos do herdeiro da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, do ex-diretor da empreiteira em Minas, Sérgio Luiz Neves, de Benedicto Júnior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, do ex-vice presidente da Odebrecht S.A Henrique Serrano do Prado Valladares e de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais do grupo em Brasília.

Fachin retira sigilo das delações de João Santana e Mônica Moura

Posted: 11 May 2017 11:34 AM PDT

Fachin decide retirar sigilo das delações de João Santana e Mônica Moura Carlos Moura/SCO/STF

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu retirar o sigilo das delações do marqueteiro João Santana e de sua mulher, a empresária Mônica Moura nesta quinta-feira (11). Relator dos processos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin homologou no dia 4 de abril o acordo de colaboração premiada do casal.

A delação de João Santana e Mônica Moura foi firmada com o Ministério Público Federal e encaminhada ao STF porque envolve autoridades com foro privilegiado perante a Corte. Os dois foram responsáveis pelas campanhas do PT à Presidência da República em 2006, 2010 e 2014. Depois da homologação da delação, João Santana e Mônica Moura foram ouvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no âmbito da ação que apura se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.

À Justiça Eleitoral, Santana disse que o uso de caixa 2 na campanha eleitoral de Dilma em 2014 reforçou a percepção de que os políticos brasileiros sofrem de "amnésia moral". Segundo o publicitário, Dilma "infelizmente" sabia do uso de recursos não contabilizados em sua campanha e se sentia "chantageada" pelo empreiteiro Marcelo Odebrecht.

Mônica Moura diz que mentiu sobre caixa 2 em 2010 para preservar Dilma

João Santana e Mônica Moura faltaram com a verdade, diz Dilma

Já Mônica Moura disse ao TSE que participou de uma reunião no primeiro semestre de 2014 com o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, na qual foi acertado que parte do pagamento do marketing político da campanha da ex-presidente Dilma Rousseff à Presidência da República seria feita via caixa 2.

Gilmar Mendes faz críticas à Marco Aurélio

Posted: 11 May 2017 11:30 AM PDT

Mendes chamou Marco Aurélio de "velhaco" BBC Brasil

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes fez duras críticas ao ministro Marco Aurélio, segundo o blog do Moreno, do jornal O Globo. 

As críticas aconteceram depois que Mendes leu o ofício enviado por Marco Aurélio à presidente do STF, Cármen Lúcia.

Nele, o ministro se declarou impedido de participar de votações que envolvam o escritório de advocacia Sérgio Bermudes. O ministro explica que uma de suas sobrinhas, chamada Paula Mendes de Farias Mello de Araújo, trabalha no local.

O empresário Eike Batista é um dos clientes do escritório, por exemplo. 

— Os antropólogos, quando forem estudar algumas personalidades da vida pública, terão uma grande surpresa: descobrirão que elas nunca foram grande coisa do ponto de vista ético, moral e intelectual e que essas pessoas ao envelhecerem passaram de velhos a velhacos. Ou seja, envelheceram e envileceram.

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Policiais federais dizem que vão processar Lula por citação feita em depoimento a Sérgio Moro

Posted: 11 May 2017 11:10 AM PDT

Presidente da Fenapef afirma que as provas levadas pelos agentes públicos e mencionadas por Moro pegaram Lula "de surpresa" Reprodução/JFPR

Um dia após o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz federal Sérgio Moro, a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) disse que vai processar o petista por denunciação caluniosa.

A manifestação da entidade leva em conta a fala do ex-presidente de que a PF (Polícia Federal) teria plantado provas contra ele em seu apartamento de São Bernardo do Campo, na grande São Paulo. O presidente da Fenapef, Luis Boudens, afirma que a manifestação do ex-presidente é "uma afronta".

— É uma alegação absurda. Isso não foi uma estratégia de defesa de Lula, é puro desespero. Lula na verdade ficou surpreso ao ver aquele documento.

Veja íntegra do depoimento de Lula ao juiz Sérgio Moro

Boudens destaca ainda que as provas levadas pelos agentes públicos pegaram Lula "de surpresa". O presidente da associação afirma que não vai permitir que a alegação feita pelo petista "gere como efeitos processos administrativos contra os colegas federais ofendidos".

— A fala de Lula vai gerar consequências. Ele fez uma denunciação caluniosa contra a PF. Vamos esperar os efeitos do judiciário em resposta ao que Lula alegou. A fala dele exige uma reação, foi uma afronta à PF jamais ocorrida durante toda a Lava Jato.

Cinco momentos tensos no depoimento de Lula a Moro

Posted: 11 May 2017 10:52 AM PDT

Ex-presidente Lula durante depoimento ao juiz Sérgio Moro Reprodução

Frente a frente com o juiz Sérgio Moro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, logo no início do depoimento que durou cinco horas nesta quarta-feira (10) em Curitiba (PR), que havia se preparado para "responder tudo e para não ficar nervoso".

Mas, por mais de um momento, Moro e Lula protagonizaram diálogos tensos, algumas vezes com ataques explícitos. Mas os ataques de Lula foram concentrados no Ministério Público.

"Como eu considero esse processo ilegítimo e a denúncia uma farsa, estou aqui em respeito à lei, à Constituição, mas com muitas ressalvas aos procuradores da Lava Jato", disse Lula, que, por mais de uma vez, reclamou com veemência da atuação do Ministério Público e da Polícia Federal.

Moro, que repreendeu Lula por declarações dadas durante evento do PT no qual disse que seria capaz de mandar prender quem fala mentiras contra ele, chegou a pedir paciência ao ex-presidente.

O ex-presidente é alvo em três processos criminais na 13ª Vara Federal de Curitiba. Nesta quarta, Moro ouviu o ex-presidente sobre a ação na qual ele é acusado de ter recebido da construtora OAS a reforma e reserva de um apartamento tríplex no Guarujá (SP). Lula nega as acusações.

Leia alguns dos momentos em que o embate entre Lula e Moro foi marcado por tensão.

Mandar prender

Logo no início da audiência, Moro classificou como "boato" a informação de que o ex-presidente poderia ser preso depois de prestar depoimento.

Mas o juiz, ao longo da sessão, fez questão de questionar Lula sobre a declaração que este deu no dia 5 de maio, durante um evento do PT. "Se eles não me prenderem logo, quem sabe um dia eu mando prendê-los pelas mentiras que eles contam", disse Lula na ocasião.

Perguntou o que Lula quis dizer com a declaração e insistiu em saber se ele pretende mandar prender agentes públicos. Lula disse tratava-se "um ato de força de expressão" e que a história um dia julgaria se houve abuso de autoridade por parte da Polícia Federal e do Ministério Público.

"O dia que o senhor for candidato o senhor vai ter muita força de expressão", disse o petista ao juiz. "Acha apropriado um ex-presidente da República dizer isso?", reagiu Moro. "Acho que não, acho que não", respondeu Lula.

Moro insistiu em saber se o ex-presidente estaria disposto a mandar prender autoridades. "Não sei, não sei, não prendo. Presidente não prende ninguém, não conheço na história, a não ser no regime autoritário". "Então, talvez o senhor não devesse fazer esse tipo de declaração", advertiu o juiz da Lava Jato.

A senha é "Lula"

Lula falou que os últimos 30 dias iriam entrar para a história como o "mês Lula". "Foi o mês em que vocês trabalharam, sobretudo o Ministério Público, para trazer todo mundo (acusados na Lava Jato) para dizer uma senha chamada Lula. Se não dissesse Lula, não valia", reclamou o presidente.

Moro, em seguida, pergunta se Lula entende que existe uma conspiração contra o ex-presidente. O petista diz que não, mas reclama que as delações premiadas viraram sinônimos de alvará de soltura e chamou atenção para a vida de "nababo dos delatores".

Num segundo momento, Lula voltou a reclamar que o objetivo dos acusadores seria fazer com que os investigados falassem o nome dele, e embate seguiu.

"Se pudesse ressuscitar o Conde de Montecristo, ele viria falar aqui 'foi o Lula o culpado'. Eu tenho consciência do que eu fiz. E eu não fiz o que meus adversários pensam que eu fiz", afirmou o ex-presidente.

Moro reagiu: "Senhor presidente, essas afirmações que o senhor fez, com todo o respeito, elas estão equivocadas. Ninguém dirige essas colaborações com esse intuito específico".

Responsabilidade pela crise

Lula, durante o depoimento, negou saber sobre desvios na Petrobras.

Mas o juiz o questionou mais de uma vez se o ex-presidente alimentava um sentimento sobre os prejuízos causados pelos cofres públicos causados pelo esquema de corrupção na estatal.

"Se a Petrobras soubesse da propina lá poderia ter evitado", disse Lula.

Diante da postura de Moro manter o questionamento, Lula foi mais incisivo e afirmou: "Dr. Moro, o senhor se sente responsável de a operação Lava Jato ter destruído a indústria da construção civil nesse país? O senhor se sente responsável por 600 milhões de pessoas (sic) que perderam emprego no setor de óleo e gás da construção civil? Eu tenho certeza que não."

"O senhor entende que o que prejudicou essas empresas foi a corrupção ou o combate à corrupção?", rebateu o juiz.

iPad dos netos

Em outro momento, Lula reclama da demora em se restituir equipamentos apreendidos em março de 2016, durante a Operação Aletheia — etapa da Lava Jato que levou coercitivamente o ex-presidente para depor e cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do petista e de parentes dele.

"Aliás, eu queria aproveitar, já que o senhor falou dessa coerção, determine que a Polícia Federal devolva os iPads dos meus netos. É uma vergonha, iPad de neto de 5 anos está (apreendido) desde março do ano passado", protestou Lula.

"Só pedir a restituição que é devolvido", disse Moro.

"Não, não, não, não. Já pedi, já foi falar. Não pense que as coisas funcionam. Isso é que nem no governo. Não pense que tudo que o senhor pede as pessoas fazem rapidamente", disse, para, em seguida, reclamar da postura dos policiais federais que executaram as ordens judiciais. "O senhor não viu como a Polícia Federal entrou na casa dos meus filhos. Não é com a educação que entraram na minha. Na casa dos meus filhos quebraram porta, quebraram portão."

Moro reagiu com surpresa. "Não tem como tomar providência se o senhor não faz essa informação. Isso que o senhor está falando agora, nunca ouvi", disse, afirmando que se Lula tivesse reclamações sobre a conduta da PF, poderia informar.

PowerPoint

Lula também reclamou do Ministério Público, que atua como acusação no processo.

"Acho que o Ministério Público fez uma acusação baseado em denúncias de imprensa. Todo esse processo é subordinado à Época, ao Globo, à Veja. Na verdade, o Ministério Público está prestando contas à esses órgãos de imprensa", disse o ex-presidente.

Uma das reclamações mais veementes e enfáticas foi em relação à apresentação em PowerPoint feita pelo líder da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público, o procurador Deltan Dallagnol, na qual ele colocava várias setas apontando para o nome de Lula.

"O contexto está baseado num PowerPoint mal feito. Aliás, o dr. Dallagnol não está aqui, para explicar aquele famoso PowerPoint. Aquilo é uma caçamba, cabe tudo. Aquele PowerPoint não está julgando Lula pessoa física ou jurídica, está julgando Lula presidente e isso quero discutir", reclamou o presidente.

E, ao final do depoimento, Lula disse que, se for absolvido, Moro teria de se preparar para ataques "muito mais fortes". O juiz rebateu, dizendo: "Já sou atacado por bastante gente, inclusive por blogs que supostamente são patrocinados pelo senhor".