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quarta-feira, 10 de maio de 2017

#Brasil

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Lula se contradiz sobre relação de Vaccari com Duque

Posted: 10 May 2017 08:16 PM PDT

Ex-presidente Lula em depoimento ao juiz Sérgio Moro Folha Vitória - Cidades 3

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou atrás em sua própria versão sobre se tinha conhecimento a respeito das relações entre o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, ambos condenados na Operação Lava Jato.

O ex-presidente falou a Moro no âmbito de ação penal em que é réu, acusado de receber R$ 3,7 milhões de propinas da OAS (veja vídeos com a íntegra dos depoimentos).

Inicialmente questionado a respeito pelo juiz Sérgio Moro, em interrogatório nesta quarta-feira (10), o petista disse ter descoberto a relação de ambos "pela denúncia do Ministério Público Federal".

Em seguida, no desenrolar do depoimento, Lula alegou ter pedido a Vaccari para marcar reunião com o ex-diretor da petrolífera, na qual o teria advertido sobre contas na Suíça.

Durante o interrogatório, ao tratar sobre a parte da denúncia em que o MPF narra o suposto "comando" dos esquemas na Petrobras por parte de Lula, o juiz federal Sérgio Moro fez uma série de perguntas sobre o conhecimento que o petista tinha sobre as indicações de diretores à Petrobras e a respeito dos crimes cometidos contra a estatal.

O ex-presidente negou ter conhecimento dos ilícitos e de ter relação próxima com as indicações políticas na petrolífera. Ele atribuiu aos partidos políticos, bancadas partidárias e ministros a função de indicar nomes, mas admitiu que tinha a "palavra final", já que, do contrário, "não precisaria ter presidente".

No contexto desta suspeita levantada pelo MPF, Moro questionou Lula sobre um encontro com Duque no Aeroporto Internacional de Congonhas. O ex-agente público admitiu, em depoimento, ter sido questionado por Lula, na ocasião, sobre se teria contas na Suíça.

Segundo Duque, ao ouvir uma negativa sobre a propriedade do dinheiro no exterior, Lula teria dito que "tranquilizaria a ex-presidente Dilma". A reunião, de acordo com o depoente, teria acontecido em 2014, quando o petista não estava mais no cargo.

"Tive uma vez no aeroporto de Congonhas, se não me falha a memória, porque tinha vários boatos de corrupção e de conta no exterior. Eu pedi para que o Vaccari porque eu não tinha amizade com o Duque. Trazer o Duque para conversar. Foi numa sala em Congonhas. E eu fiz a pergunta simples: tem matérias nos jornais e denúncias que você tem dinheiro no exterior. Que está pegando da Petrobras e colocando no exterior. Você tem conta no exterior? Ele disse: 'eu não tenho'. Eu falei: 'acabou, se não tem, não mentiu para mim, mentiu para ele mesmo'", afirmou Lula.

"O Vaccari tinha mais amizade com ele do que eu. Eu não tenho nenhuma. Eu não sei se tem amizade. Liguei para o Vaccari e falei: Vaccari, você tem como pedir para o Duque ir numa reunião aqui? Ele falou tenho e ele levou Duque lá", complementou.

Inicialmente, antes da declaração sobre o encontro, Lula havia dito que só tomou conhecimento da relação de Vaccari com Duque quando foi denunciado. "Não sei [se ambos tinham relação]. Eu sei que tinha porque, na denúncia, aparece que eles tinham relação."

Mais tarde, no mesmo depoimento, após relatar a reunião em que admitiu ter pedido a Vaccari para intermediar o contato com o ex-diretor da estatal, o ex-presidente foi questionado por Moro: "Salvo equívoco, eu perguntei há pouco se o senhor sabia que ele tinha uma relação e o senhor disse: 'não'. Então o senhor tinha conhecimento de que tinha essa relação".

"Eu pedi para o Vaccari e perguntei se ele tinha como trazer o Duque numa reunião e ele falou que tinha. Isso não implica que ele tenha relação. Implica que ele podia conhecer."

Ao ser questionado novamente se sabia ou não da relação entre ambos, Lula voltou a negar. "Eu quero lembrar o seguinte. Relação de amizade é uma coisa e relação é outra. Eu posso sair daqui dizendo: 'olha, eu conheci o doutor Moro, eu tenho relação com ele'. E, na verdade, não tenho."

Moro voltou a perguntar sobre o tipo de relação que o ex-tesoureiro do PT tinha com o diretor da Petrobras.

"Não sei. O Vaccari está preso, você pode perguntar para o Vaccari. O Duque está preso, você pode perguntar ao Duque", rebateu.

No âmbito dos esquemas da Petrobras, Vaccari foi condenado sob a acusação de que intermediava propinas ao PT dentro da estatal. De acordo com depoimento de Duque, o ex-tesoureiro era o arrecadador de vantagens ilícitas para o partido sobre contratos na petrolífera.

A denúncia

A denúncia do MPF sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio - de um valor de R$ 87 milhões de corrupção - da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira por meio do triplex 164-A no Edifício Solaris, no Guarujá (SP), e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016. O petista é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção.

O Edifício Solaris era da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), a cooperativa fundada nos anos 1990 por um núcleo do PT. Em dificuldade financeira, a Bancoop repassou para a OAS empreendimentos inacabados, o que provocou a revolta de milhares de cooperados. Vaccari foi presidente da Bancoop.

A ex-primeira-dama Marisa Letícia (morta em fevereiro) assinou Termo de Adesão e Compromisso de Participação com a Bancoop e adquiriu "uma cota-parte para a implantação do empreendimento então denominado Mar Cantábrico", atual Solaris, em abril de 2005.

Em 2009, a Bancoop repassou o empreendimento à OAS e deu duas opções aos cooperados: solicitar a devolução dos recursos financeiros integralizados no empreendimento ou adquirir uma unidade da OAS, por um valor pré-estabelecido, utilizando, como parte do pagamento, o valor já pago à Cooperativa.

Segundo a defesa de Lula, a ex-primeira-dama não exerceu a opção de compra após a OAS assumir o imóvel. Em 2015, Marisa Letícia pediu a restituição dos valores colocados no empreendimento.

A Lava Jato afirma que a OAS pagou durante cinco anos pelo aluguel de dez guarda-móveis usados para armazenar parte da mudança do ex-presidente Lula quando o petista deixou o Palácio do Planalto no segundo mandato. A empreiteira desembolsou, entre janeiro de 2011 a janeiro de 2016, R$ 1,3 milhão pelos contêineres, ao custo mensal de R$ 22.536,84 cada.

Toda negociação com a transportadora Granero teria sido intermediada pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, que indicou a OAS como pagante com o argumento de que a empreiteira é uma "apoiadora do Instituto Lula".

Para investigadores da Lava Jato, os fatos demonstram "fortes indícios de pagamentos dissimulados" pela OAS em favor de Lula. Isso porque o contrato se destinava a "armazenagem de materiais de escritório e mobiliário corporativo de propriedade da construtora OAS", mas na verdade os guarda-móveis atendiam a Lula.

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PM pronta para 'guerra', câmera camuflada e 5 horas de helicópteros: o interrogatório de Lula que você não viu na TV

Posted: 10 May 2017 08:05 PM PDT

O depoimento do ex-presidente Lula ao juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara de Curitiba (PR), no âmbito da Lava Jato, levou exatamente 5 horas nesta quarta-feira (10).  Enquanto Lula tentava explicar a Moro que fim levou o tríplex em Guarujá (SP), uma série de eventos ocorria fora do prédio da Justiça Federal, em Curitiba.

A reportagem do R7 chegou ao local por volta das 9h, quando não havia uma alma sequer por lá – apenas a dona Elenice Accordi, dona da banca de jornal que fica em frente ao prédio em que Moro trabalha.

Equipes de TV alugaram lava-rápido para estacionar veículos e dividiram com outros colegas prédio em frente à Justiça Federal Raphael Hakime/R7

Questionada se esperava por um grande movimento naquele dia, disse que seria "normal", porque o comércio todo estava fechado. Ainda jurou ir embora às 18h, com o fim do horário comercial.

A PM (Polícia Militar), que aguardava um confronto violento entre apoiadores de Lula e partidários de Moro, preparou um verdadeiro esquema de "guerra". Deslocou policiais de cidades vizinhas e espalhou 1.700 agentes pela capital paranaense – cerca de 800 deles ficaram plantados em frente ao palco do depoimento de Lula.

Mais de 1.700 policiais tomaram as ruas de Curitiba. Nenhum incidente grave foi registrado Raphael Hakime/R7

Pouco antes da chegada de Lula à Justiça Federal, por volta das 13h15, dois helicópteros do Estado do Paraná voavam em círculos, sob as cabeças dos policiais e dos 500 profissionais de imprensa, que ficavam a, pelo menos, 30 m de distância da entrada da Justiça Federal. Pelo menos uma aeronave permaneceu no ar durante todo o depoimento.

A hora de voo de um helicóptero EC130 B4, muito parecido com o tradicional Esquilo, custa cerca de R$ 1.400, em média, entre combustível, seguro e manutenção. Portanto, monitorar Lula do ar custou ao menos R$ 7.000 aos cofres públicos com cada aeronave. Além de "olhar de cima", os helicópteros também ajudavam a captar imagens -- inclusive noturnas -- para abastecer o QG da segurança pública estadual. 

Em frente à Justiça Federal, havia um caminhão da PM repleto de tecnologia. Para mais os observadores, foi possível notar uma antena sobre o veículo, que servia de haste para quatro câmeras de altíssima precisão.

Parte de um grande esquema de vigilância, as imagens ali captadas eram enviadas para um Centro de Comando e Controle, na capital paranaense, onde estavam reunidos representantes da PM (Polícia Militar), PC (Polícia Civil), PF (Polícia Federal), PRF (Polícia Rodoviária Federal), FAB (Força Aérea Brasileira), Guarda Municipal de Curitiba e o secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita.

Foto mostra haste da PM com câmeras para monitorar jornalistas e manifestantes Raphael Hakime/R7

O grupo monitorou, desde as primeiras horas da quarta-feira, todas as câmeras de Curitiba e as redes sociais de apoiadores e críticos da Lava Jato. As transmissões ao vivo da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) no Facebook, por exemplo, foram assistidos com "olhos e lince" pelas principais autoridades de segurança do Estado. Tudo isso para prevenir manifestações violentas e, caso ocorressem, agirem rápido a fim de conter o tumulto. Até a noite de ontem, nada grave havia sido registrado.

Conforme o depoimento se arrastava, profissionais de imprensa -- que incluia veículos da China, Oriente Médio e Inglaterra -- buscavam tomadas para recarregar celulares e laptops ou simplesmente buscavam comida ou banheiro – artigos de luxo em grandes eventos como o desta quarta-feira. Comida por ali, somente as balas, doces e bolachas da dona Elenice, que depois das 19h ainda vendia o que tinha à disposição – jornal, infelizmente, não tinha.

Assim que o ex-presidente Lula deixou a Justiça Federal, por volta das 19h20, ainda deu tempo de escutar os panelaços dos moradores do Ahu – bairro nobre da capital curitibana --, que corriam para suas sacadas gourmet decoradas com muito verde amarelo a fim de gritar "Moro" mais alto que o próprio vizinho. Parecia futebol.

Defesa critica perguntas de Moro a Lula alheias a processo

Posted: 10 May 2017 07:38 PM PDT

Cristiano Zanin Martins em coletiva após depoimento de Lula Leandro Salgado/10.05.2017/Futura Press/Estadão Conteúdo

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na noite desta quarta-feira (10) que o juiz Sérgio Moro fez perguntas alheias ao escopo do processo no interrogatório que durou toda a tarde. Segundo os advogados, isso só reforçou o argumento da defesa de que se trata de "um processo jurídico para fins políticos".

Lula prestou depoimento por cinco horas na sede da 13.ª Vara da Justiça Federal. Foi a primeira vez que ele esteve frente a frente com o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em primeira instância (veja vídeos com a íntegra do depoimento).

"O juiz Sérgio Moro buscou saber até mesmo a opinião a respeito do julgamento no STF e políticas públicas em seu governo", disse o advogado Cristiano Zanin Martins, em entrevista coletiva concedida logo após o depoimento. Segundo ele, Moro quis saber a opinião de Lula sobre o julgamento do mensalão.

"A pergunta que ele fez, textualmente, foi: 'Qual é a opinião do senhor sobre o julgamento do STF no caso do mensalão? Quando é que uma pessoa naquela condição tem que dar opinião sobre um caso que não tem nada a ver?", afirmou.

O advogado disse que Lula também foi questionado sobre o sítio de Atibaia, o que também não está no escopo da ação penal para a qual o ex-presidente prestou depoimento nesta quarta-feira.

"É evidente que ele jamais poderia ter sido perguntado nessa linha de dar opinião sobre julgamento no Supremo ou atos de seu governo, o que mostra na verdade é o que está em discussão não é o triplex, mas o governo do ex-presidente Lula, eleito democraticamente", disse.

Segundo Martins, isso comprova que essa ação penal é um "procedimento jurídico para fins políticos". Ele afirmou que a assessoria jurídica orientou o ex-presidente a responder apenas ao que está na denúncia.

O advogado José Roberto Batochio afirmou que os procuradores se interessaram em perguntar sobre os custos do armazenamento dos presentes recebidos por Lula durante seu mandato como presidente. "O depoimento mostrou duas coisas: sua inocência, que não é proprietário do triplex e não participou de qualquer ato ilícito na Petrobras", disse.

O ex-presidente depôs na condição de réu na ação penal que investiga se ele recebeu vantagens indevidas da construtora OAS.

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), Lula teria recebido um total de R$ 3,7 milhões em propinas na aquisição e reforma de um apartamento triplex na praia do Guarujá e no armazenamento de presentes recebidos por ele enquanto presidente da República.

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Ato pró-Lula reuniu 6,5 mil, diz PM; organizadores falam em 50 mil em 2 dias

Posted: 10 May 2017 07:03 PM PDT

Lula discursa em ato após prestar depoimento Alex Silva/Estadão Conteúdo

A Polícia Militar do Paraná informou na noite desta quarta-feira (10) que o ato a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu 6.500 pessoas na praça Santos Andrade, centro de Curitiba. De acordo com os policiais, não houve nenhum registro de ocorrência grave. Segundo os organizadores do ato, participaram de atos a favor do Lula ontem e hoje 50 mil pessoas.

Pela primeira vez, o ex-presidente ficou frente a frente com o juiz Sérgio Moro (veja vídeos da íntegra do depoimento).

A PM informou ainda que o pico de manifestantes no protesto contra Lula, que teve concentração em frente ao Museu Oscar Niemeyer, no Centro Cívico, foi de 100 pessoas.

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Lula afirma a Moro que vai ser candidato em 2018

Posted: 10 May 2017 06:43 PM PDT

"Eu fui julgado várias vezes pelo povo", disse Lula a Moro Paulo Whitaker/Reuters

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou um momento do interrogatório da Lava Jato para anunciar que vai se candidatar à Presidência em 2018. "Depois de tudo que tá acontecendo eu tô dizendo alto e bom som que vou querer ser candidato à Presidência da República outra vez."

O petista fez palanque político durante um dos capítulos mais tensos do interrogatório a que foi submetido pelo juiz da Lava Jato nesta quarta-feira (10). Moro perguntou a Lula sobre o que ele teria dito aos agentes da Polícia Federal que o conduziram coercitivamente, em março de 2016. Na ocasião, segundo os federais, Lula disse que seria eleito em 2018 e que "se lembraria de todos eles".

"O Sr. afirmou isso?", questionou o juiz. "Não sei se disse que me lembraria deles e também não sei se eu disse que seria eleito em 2018, uma eleição é que nem mineração, só depois da apuração é que você sabe o resultado. A verdade é que eu não lembro se disse ou não, mas eu posso dizer agora. Eu estava encerrando a minha carreira política porque se eu quisesse ser candidato eu seria em 2014, mas agora, depois de tudo que tá acontecendo, eu tô dizendo alto e bom som, vou querer ser candidato à Presidência da República outra vez."

Veja íntegra do depoimento de Lula ao juiz Sérgio Moro

Neste trecho do seu interrogatório, Lula se recusou a responder indagações do juiz, orientado por seus advogados, Cristiano Zanin Martins e José Roberto Batochio. Moro leu na audiência trechos de entrevistas que o petista deu para setores da imprensa admitindo, na época do mensalão, erros do PT.

Na ocasião, ele declarou. "Olha, o PT se cometeu erro, minha tese é que tem que explicar para a sociedade brasileira, explicar o erro e que o partido pedisse desculpas ao povo". "Vou seguir a orientação dos meus advogados", esquivou-se o ex-presidente nesta quarta-feira perante Moro.

O juiz insistiu. Indagou de Lula quem o "traiu com práticas inaceitáveis" — segundo o próprio petista teria declarado em entrevista na Granja do Torto. Um dos advogados de Lula, Zanin Martins, interrompeu o questionamento e disse a Moro que ele não estava "julgando o PT".

Lula não resistiu e deu início a discurso como se estivesse no em campanha. "Queria só dizer uma coisa, doutor, eu na verdade tenho horas e horas para falar sobre esse assunto, mas uma coisa importante é ter claro o seguinte. Isso já passou, eu já fui julgado três vezes pelo povo brasileiro. O Sr. se lembra como a foi a campanha de 2006, eu era triturado a cada debate da TV sobre a corrupção. Eu fui eleito com 62% dos votos. Quando terminou meu [segundo] mandato, em outubro de 2010, quando a gente elegeu a presidente Dilma, em dezembro alcancei 87% do bom e ótimo nas pesquisas de opinião pública e apenas 3% de péssimo, acho que no gabinete dos tucanos."

"Ou seja", prosseguiu. "Eu não posso ser julgado pelo Código de Processo Penal numa coisa que fui julgado, dez, doze anos depois respondendo uma coisa que foi transitado em julgado. É decisão da Suprema Corte, demorou sete anos pra ser julgado, fui julgado no meio da eleição de 2012 e nós ganhamos a eleição em São Paulo."

Moro interrompeu. "Mas a pergunta não é sobre pleitos eleitorais, só quero entender suas atividades em relação a esses fatos."

Lula insistiu. "Doutor, eu não tô sendo julgado por minha relação com qualquer subordinado, a relação é de cada um. A minha é minha. Quando um político comete um erro ele é julgado pelo povo, ele não é julgado pelo processo de código penal. Eu fui julgado várias vezes pelo povo".

'Senhor Luiz Inácio' não é forma de se referir a um ex-presidente, reclama defesa

Posted: 10 May 2017 06:40 PM PDT

Lula presta depoimento ao juiz Sérgio Moro Reprodução/JFPR

O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reclamou do Ministério Público durante interrogatório nesta quarta-feira (10). O petista foi ouvido pelo juiz federal Sérgio Moro (veja vídeo do depoimento na íntegra).

No início das perguntas da Procuradoria República, o procurador Roberson Pozzobon iniciou seu questionamento se referindo ao petista como "senhor Luiz Inácio". O advogado de Lula, então, protestou a Moro.

"Excelência, pela ordem, só uma questão de respeito, assim como Vossa Excelência foi bastante cuidadoso com o tratamento dado ao ex-presidente da República, pediria ao Ministério Público que também observasse que estamos aqui tratando de um ex-presidente da República. 'Senhor Luiz Inácio', acho que não é uma forma adequada de se referir a um ex-presidente da República", reclamou.

Moro respondeu. "Eu acho que o Ministério Público não tem nenhuma intenção de ofender, provavelmente foi um lapso verbal. Mas eu pediria que se reportasse talvez da forma como eu coloquei de senhor ex-presidente."

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Veja íntegra do depoimento de Lula ao juiz Sérgio Moro

Posted: 10 May 2017 06:13 PM PDT

A Justiça Federal divulgou, por volta das 19h30 desta quarta-feira (10), dez vídeos com as cinco horas do depoimento prestado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz federal Sérgio Moro. Na oitiva, o petista afirma que não solicitou e nem recebeu o apartamento 164-A do Edifício Solaris, no Guarujá.

Em seu depoimento, Lula respondeu por mais de três horas a perguntas realizadas por Moro. Após o juiz da Lava Jato, foi a vez de o MPF (Ministério Público Federal), autor do processo, dar início a seus questionamentos. Depois da Procuradoria da República, os advogados das partes fizeram questionamentos. Ao final, Lula fez suas considerações.

Confira nos vídeos abaixo a íntegra do interrogatório:

Parte 1

Parte 2

Parte 3

Parte 4

Parte 5

Parte 6

Parte 7

Parte 8

Parte 9

Parte 10

'Não quero ser julgado por convicções, mas por provas', diz Lula em ato

Posted: 10 May 2017 04:57 PM PDT

Lula participou do protesto logo após o depoimento ao juiz Sergio Moro Alex Silva/Estadão Conteúdo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou na noite desta quarta-feira (10) o desejo de ser candidato à Presidência da República e que acredita que o julgamento dele não deve ser feito somente pela Justiça, mas também nas urnas.

"Eu não quero ser apenas julgado pela Justiça. Quero antes ser julgado pelo povo brasileiro", afirmou o ex-presidente, em ato favorável a ele realizado em Curitiba. "Não quero ser julgado por convicções, mas por provas."

Lula participou do protesto logo após o depoimento ao juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato. A suspeita é que o petista seja o verdadeiro dono do tríplex do Guarujá (SP). Os questionamentos ao ex-presidente duraram cerca de cinco horas.

"Eu quero respeito às leis e em troca quero respeito", afirmou, em referência ao juiz Moro. "Se tem um brasileiro em busca da verdade, sou eu. Virei a quantas audiências forem necessárias."

O ex-presidente também deu a sua versão para o depoimento. De acordo com Lula, ele esperava que "acusadores mostrassem algum documento de que eu seria o dono do apartamento". "Mas eles perguntaram se eu conheço (Candido) Vaccari e Paulo Okamotto, e não tenho vergonha deles", afirmou.

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'Não solicitei, não recebi, não paguei e não tenho nenhum triplex', diz Lula a Moro; veja vídeo do depoimento

Posted: 10 May 2017 03:57 PM PDT

Ex-presidente Lula em interrogatório do juiz Sérgio Moro Folha Vitória - Cidades 3

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em seu primeiro encontro frente a frente ao juiz federal Sérgio Moro, nesta quarta-feira (10), que chegou a visitar o triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, mas que não solicitou nem recebeu o imóvel. O ex-presidente admitiu que visitou o apartamento 164-A do Edifício Solaris, cuja reforma, segundo a acusação, teria sido paga com dinheiro de propina do esquema alvo da Operação Lava Jato (veja a íntegra do depoimento abaixo).

"A verdade é o seguinte: não solicitei, não recebi, não paguei e não tenho nenhum triplex", afirmou Lula. Moro perguntou se Lula tinha desistido do triplex depois que ele visitou o imóvel. "Foi isso. Nunca solicitei e nunca recebi apartamento. Imagino que o Ministério Público vai na hora que for falar apresentar as provas. Eles devem ter pelo menos algum documento que prove o direito jurídico de propriedade para dizer que é meu o apartamento."

Lula afirmou que nunca teve a intenção de trocar o apartamento simples do qual a ex-primeira-dama Marisa Letícia havia adquirido uma cota da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários). "Nunca houve a intenção de adquirir o triplex", disse o petista. Ele afirmou que só visitou o local a convite de Léo Pinheiro, ex-diretor da OAS, e que, ao ver o apartamento, achou inadequado. "O Leo disse que depois ia voltar a conversar comigo. Depois de todos os defeitos que eu disse, ele falou: 'Vou te fazer uma proposta'. E nunca mais voltei a falar com o Léo."

Lula disse que, na época, Marisa não comentou com ele sobre a segunda visita. Ele disse que soube do caso apenas posteriormente. "Eu nem sabia que tinha tido a visita, doutor. Nem sempre elas perguntam para a gente o que vão fazer." O juiz insistiu: "Mas ela também não te relatou em seguida?". Lula disse então que "dez dias depois ou 15 dias", Marisa o relatou. "Ela disse que não teria gostado. Ela já sabia que eu não queria o apartamento. Não sei se o senhor percebeu que o apartamento foi comprado no nome da dona Marisa."

Durante o depoimento, Lula desafiou o Ministério Público a apresentar documento de que o triplex no Guarujá, foco da ação penal na qual é réu, estava em seu nome. "Essa é a prova, o resto é conversa fiada", disse Lula. "Espero que o doutor Moro tenha recebido do Ministério Público a prova concreta, cabal, de que o apartamento é meu."

O ex-presidente disse que sequer acompanhou Marisa na compra da cota do apartamento simples. "Minha mulher resolveu comprar uma cota da Cooperativa Bancoop", afirma Lula, que nega ter acompanhado dona Marisa na ocasião. "Ela me disse que comprou da cooperativa dos bancários uma cota de um apartamento", disse.

Destruição de provas

Questionado por Moro sobre o fato de Léo Pinheiro ter afirmado que Lula o teria pedido para destruir provas, caso tivesse, o ex-presidente disse que em 2014 se encontrou mais de uma vez com o ex-diretor da OAS, mas que jamais disse "o que ele falou".

Moro insistiu sobre encontros com Léo Pinheiro, ao que Lula respondeu que encontrou várias vezes com o empresário e que esses encontros se davam no Instituto Lula. Em um desses encontros, segundo Lula, o assunto foi viagem. Em outra ocasião, ele disse ter discutido a questão do triplex.

Outros encontros teriam tido como assunto o futuro da economia. Sem citar nomes, Lula disse ainda que após as passeatas de junho de 2013 muita gente o procurou para discutir sobre os rumos da economia, muitos empresários, inclusive o Léo Pinheiro.

Orientado por seus advogados, Lula não respondeu perguntas que envolvia acusados ou julgados no mensalão. Moro, por sua vez, esclareceu algumas vezes que tais indagações eram necessária para entender a relação entre o presidente e pessoas que trabalharam com ele e foram condenadas em esquema criminoso.

Sítio de Atibaia

O juiz Sérgio Moro questionou Lula sobre as reformas custeadas pela OAS no sítio de Atibaia, cuja propriedade é atribuída ao ex-presidente pelo Ministério Público. O ex-presidente  afirmou que terá "muito prazer" em falar sobre assunto quando chegar o momento. "Esse é um outro processo, doutor, que quando chegar o inquérito, eu terei muito muito prazer de falar sobre isso", afirmou o petista.

Conversas com Renato Duque

O ex-presidente disse que não teve conversas com diretores da Petrobras, exceto por uma única vez, em que falou com Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal. A conversa com Duque, disse Lula, se deu por "boatos" de que o ex-diretor teria contas no exterior. "Fiquei p[...] e pedi ao Vaccari [João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT] que chamasse o Duque para uma conversa", explicou. "Perguntei ao Duque se ele tinha conta no exterior e ele disse que não. Para mim, o assunto acabou aí."

Neste momento, Sergio Moro indagou Lula sobre sua participação em negociações sobre a refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. O ex-presidente reduziu sua atuação às conversas iniciais e a uma inauguração de terraplanagem. O ex-presidente lamentou não ter sido convidado para inaugurações na refinaria em 2014. "Adoraria ter ido a Pernambuco para a inauguração de Abreu e Lima."

Conversas com Vaccari

Lula disse que por não ser da direção do PT, não conversava sobre finanças do partido com João Vaccari Neto, ex-tesoureiro da sigla."Não conversava de finanças do PT. Eu não era da direção do PT. Ponto", afirmou Lula. Questionado por um procurador se, em algum momento, indagou Vaccari se o ex-tesoureiro tinha recebido vantagens indevidas em nome do partido, respondeu: "Não importa se eu perguntei ou não. Ele sempre negou. Negou pela imprensa, negou publicamente". Segundo Lula, Vaccari não lhe devia explicações. "Ele era tesoureiro do PT e eu não era. O PT não tinha que prestar contas a mim".

Power point

Em suas considerações finais, Lula afirmou que está sendo julgado, na realidade, "porque já tinham tese anterior de que o PT era uma organização criminosa." Lula citou, para justificar seu argumento, o Power Point, apresentado por promotores do Ministério Público Federal (MPF), em que era apontado como o principal responsável pelo esquema de corrupção deflagrado pela Lava Jato.

"Estou sendo vítima da maior caçada política que um político brasileiro já teve", disse o ex-presidente ao iniciar sua fala. "Sou julgado pela construção de um Power Point mentiroso, aquilo é ilação pura", disse, antes de ser interrompido por Moro. O juiz frisou que o depoimento deveria ter relação com o processo, e não um "discurso político".

Durante sua fala, Lula reafirma que é vítima de um processo de criminalização pelo que fez no governo. "Tentam me incriminar, independentemente de que em 2 anos eu prove minha inocência". Capas de revistas, assim como volume de matérias positivas e negativas nos jornais, foram usadas como exemplo deste processo.

Neste momento, Moro questiona se tal processo seria encampado pela imprensa ou por acusadores. "Falo dos vazamentos que saem para a imprensa", explicou Lula. Moro, então, salientou que "não é a imprensa que faz a acusação no processo".

Além disso, Lula afirmou que acreditava merecer "mais respeito" durante o processo. "Algumas pessoas são acusadas e ninguém é atacado 10% do que eu sou atacado", declarou. "Quero que se pare com ilações e digam qual crime eu cometi."

As interrupções se repetem ao longo das considerações finais, até que o ex-presidente pede para que o julgamento seja feito apenas com base em provas, e que não seja influenciado por aquilo que é publicado na imprensa.

Alerta a Moro

Lula disse ainda que, caso haja indicações de que será absolvido no processo a que responde na operação Lava Jato, as críticas ao magistrado vão aumentar. "Esses mesmos que me atacam hoje, se tiverem sinais de que serei absolvido, prepare-se porque os ataques ao senhor serão maiores", disse. O magistrado respondeu ao ex-presidente que "infelizmente" ele já é atacado por bastante gente, inclusive por blogs simpáticos a Lula.

Moro fala em desavenças

Antes de iniciar o interrogatório, Moro disse que não tinha nenhuma rixa com Lula. "De minha parte, não tem qualquer desavença pessoal em relação ao senhor ex-presidente. [...] Vamos deixar claro que quem faz a acusação nesse processo é p Ministério Público e não o juiz." Moro também deixou claro que não decretaria a prisão de Lula. "Isso são boatos que não tem qualquer fundamento."

A Justiça Federal divulgou, por volta das 19h30, dez vídeos com a íntegra do depoimento. Confira:

1º vídeo:

2º vídeo:

3º vídeo:

4º vídeo:

5º vídeo:

6º vídeo:

7º vídeo:

8º vídeo:

9º vídeo:

10º vídeo:

Depoimento de Lula a Moro gera tuitaço acalorado nas redes sociais

Posted: 10 May 2017 03:19 PM PDT

Internautas deixaram suas opiniões políticas no Twitter Leonardo Benassatto/05.05.2017/Reuters

Desde o início da manhã desta quarta-feira (10), o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro é um dos assuntos mais comentados nas redes sociais, chegando ao Trending Topics do Twitter no Brasil.

A discussão entre internautas atraiu defensores de ambos os lados e promoveu hashtags como #LulaEuConfio e #MoroOrgulhoBrasileiro.

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A tag em apoio ao ex-presidente surgiu na rede já na madrugada, em terceiro lugar, e permaneceu na segunda posição pelas quatro horas seguintes. Só ficou em primeiro por cerca de duas horas. Foi quando os apoiadores do juiz elevaram a hashtag de Moro ao primeiro lugar.

Por volta das 18h30, a disputa ficou entre #MoroPersegueLula e #AvanteMoro. Até esse horário, a hashtag em apoio ao ex-presidente teve cerca de 82,6 mil menções e a que cita o juiz federal teve cerca de 12,1 mil.

Depoimento de Lula a Moro termina após cinco horas

Posted: 10 May 2017 03:12 PM PDT

Lula é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção no processo em que prestou depoimento na tarde desta quarta-feira Pedro Ladeira/24.04.2017/Folhapress

O depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz federal Sérgio Moro durou cinco horas e terminou por volta das 19h10 desta quarta-feira (10). Esta foi a primeira vez que o petista ficou frente a frente com o juiz responsável pelas investigações da Operação Lava Jato em primeira instância.

O interrogatório, que começou pouco depois da 14h10, integra a última parte do processo no qual o ex-presidente é suspeito de ter recebido propina da empreiteira OAS, por meio da compra do triplex 164-A no Edifício Solaris, no Guarujá, litoral de São Paulo. O suposto armazenamento de bens do ex-presidente pela OAS, entre 2011 e 2016, também faz parte deste processo.

Em seu depoimento, Lula respondeu por mais de três horas a perguntas realizadas por Sérgio Moro. Após o juiz da Lava Jato, foi a vez de o MPF (Ministério Público Federal), autor do processo, dar início a seus questionamentos, já por volta das 17h40. Depois da Procuradoria da República, os advogados das partes fizeram questionamentos.

Lula usa jatinho de ex-ministro envolvido no mensalão mineiro para ir a Curitiba

A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio — de um valor de R$ 87 milhões de corrupção — da empreiteira OAS, entre os anos de 2006 e 2012. O petista é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção.

Lula x Justiça Federal

O ex-presidente é réu em cinco processos criminais na Justiça Federal, três deles no âmbito da Lava Jato, uma da Janus e outra na Zelotes.

Na Lava Jato, Lula se tornou réu pela primeira vez em julho de 2016, por supostamente tentar obstruir a Justiça ao comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró. A denúncia foi aceita pelo juiz federal Ricardo Augusto Leite, da Justiça Federal de Brasília.

Depois, em setembro de 2016, Lula se tornou réu por corrupção e lavagem de dinheiro ter recebido R$ 3,7 milhões em troca da facilitação para a OAS fechar três contratos com a Petrobras entre 2006 e 2012. Tais contratos, sustenta o MPF, geraram R$ 87 milhões em dinheiro desviado da petroleira. Essa ação corre em Curitiba, com o juiz Sérgio Moro.

A terceira vez de Lula como réu foi em outubro do ano passado, na Operação Janus, por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e organização criminosa. A investigação se foca em um suposto esquema de fraudes em contratos do BNDES para obras da Odebrecht em Angola. A ação corre em Brasília, sob responsabilidade do juiz Vallisney de Souza Oliveira.

Em dezembro de 2016, na Zelotes, Lula se tornou réu por tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro por supostamente ter atuado na prorrogação de incentivos fiscais a montadoras de veículos e na compra dos caças Gripen, da sueca Saab, por US$ 5,4 bilhões. Em troca, o filho mais novo de Lula, Luís Claudio Lula da Silva, teria embolsado R$ 2,5 milhões. Essa ação corre na Justiça Federal de Brasília e tem o juiz Vallisney de Souza Oliveira.

Lula se tornou réu pela quinta vez também em dezembro, desta vez na Lava Jato e, portanto, sob a responsabilidade de Moro. A suspeita é de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do sítio de Atibaia (SP). O local foi reformado pela OAS e a Odebrecht em troca, novamente, de benefícios para as empreiteiras.

 

Real Madrid vai à final da Liga dos Campeões mesmo com derrota para Atlético

Posted: 10 May 2017 02:18 PM PDT

MADRI (Reuters) - O Real Madrid sobreviveu a uma pressão do Atlético de Madri para chegar à final da Liga dos Campeões, nesta quarta-feira, mesmo com a derrota por 2 x 1 na noite desta quarta-feira, se classificando para enfrentar a Juventus na decisão.

O Atlético abriu 2 x 0 rapidamente com gols de cabeça de Saul Niguez e em cobrança de pênalti de Antoine Griezmann, mas Isco diminuiu aos 42 minutos, deixando o Real em boa posição, já que tinha vencido o jogo de ida por 3 x 0.

O Real eliminou o rival Atlético da competição em quatro temporadas consecutivas, incluindo as dramáticas finais de 2014 e 2016.

O time de Zinedine Zidane pode se tornar a primeira equipe a manter o título da Liga dos Campeões se vencer a Juventus na final em Cardiff em 3 de junho.

(Por Rik Sharma)

Ministro do STF diz que não há motivo para prender Lula

Posted: 10 May 2017 02:01 PM PDT

Marco Aurélio diz haver uma "celeuma" em torno do interrogatório de Lula Carlos Humberto/05.12.2012/STF

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que não há motivo para prisão ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Alegando que o processo em que o petista é réu ainda não está concluído, o ministro afirmou que é preciso "parar com essa mania de inverter a ordem natural do processo crime".

— Qual é a ordem natural? Apurar, e selada a culpa e a execução da pena, prender-se. Aí se inverte, né? O que deveria ser a exceção, a prisão provisória, preventiva, processual, passou a ser regra.

O ministro afirma haver uma "celeuma" em torno do interrogatório do ex-presidente da República ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, nesta quarta-feira (10), como réu na ação penal que apura pagamento de propina relacionada a um triplex no Guarujá, em São Paulo.

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Para o ministro, se justificaria a prisão preventiva "só se for reincidente, se tiver periculosidade, se houver ato concreto tentando embaralhar a instrução".

"omo houve com aqui Arruda. Eu recebi o habeas corpus e não pude implementar", comentou, citando o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, que foi peso em 2010 e teve um pedido de habeas corpus negado.

TCU estima rombo de R$ 185 bilhões nas contas públicas em 2017

Posted: 10 May 2017 01:42 PM PDT

EBC

O TCU (Tribunal de Contas da União) estimou que o rombo nas contas públicas de 2017 pode chegar a R$ 185 bilhões, superando o valor de R$ 139 bilhões estimado pelo governo.

Os cálculos foram realizados pela Semag (Secretaria de Macroavaliação Governamental) do TCU, com base nas informações da LOA (Lei Orçamentária Anual) disponíveis em fevereiro.

Em março, após avaliação bimestral, o Executivo fez uma nova análise das contas, mantendo a mesma meta de déficit, mas com contingenciamento adicional de R$ 42,2 bilhões. O dado atual do TCU, portanto, não considera esse contingenciamento.

Em outubro do ano passado, a corte de contas chegou a estimar que o rombo neste ano poderia chegar a R$ 283 bilhões. Desde então, porém, novas premissas foram incorporadas ao cálculo, como a PEC do teto de gastos, o que derrubou o valor.

PM diz que não há graves ocorrências em Curitiba e estima 4 mil em ato pró-Lula

Posted: 10 May 2017 01:38 PM PDT

Manifestantes se concentram na praça Santos Andrade REINALDO REGINATO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

A Polícia Militar do Paraná afirmou que não há ocorrências ou problemas graves nos atos contrários e de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que nesta quarta-feira (10), presta depoimento ao juiz Sérgio Moro no âmbito das investigações da Lava Jato.

De acordo com o porta-voz da PM na operação montada durante o depoimento, tenente Rafael Bittencourt, o chamado mais grave foi a denúncia da explosão de rojões no acampamento do MST (Movimento Sem-Terra), na região central, pela madrugada. Chegando lá, a PM não constatou nada em relação à ocorrência, disse o policial.

Na praça Santos Andrade, o porta-voz afirmou que a estimativa da PM é que haja 4.000 pessoas no local, onde há um ato político de apoio a Lula, e que a força-tarefa está preparada para garantir a segurança da população.

A Polícia não divulgou o número de policiais envolvidos na operação, alegando questões de segurança.

"Encerraremos esse cerco, esse bloqueio, no momento oportuno. São vários fatores que influenciem a decisão do comando", afirmou.

Mais cedo, a Secretaria de Segurança Pública paranaense estimou que chegaram a Curitiba 7.000 pessoas em 130 ônibus.

Vizinha da Justiça Federal do Paraná reclama de movimentação policial: "Como fica a periferia?"

Policial gato chama atenção ao escoltar Lula em Curitiba

Posted: 10 May 2017 01:29 PM PDT

Ainda não se sabe nome do policial que escoltava Lula Theo Marques/UOL/Folhapress

Um policial se destacou pela beleza durante a operação montada para o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro nesta quarta-feira (10). Ainda não se sabe o nome do agente. 

Ele foi fotografado enquanto escoltava Lula até o prédio da Justiça Federal em Curitiba, local onde está frente a frente com Moro. O agente foi comparado ao ator Rodrigo Hilbert.

Este policial é o terceiro que chama a atenção durante a Operação Lava Jato. Antes, Nilson Ishi, o "Japonês da Federal" e Lucas Valença, o "Hipster da Federal" ficaram conhecidos.

A SESP-PR (Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária) afirmou que há cerca de 1,7 mil policiais militares em toda cidade de Curitiba participando do esquema montado para o depoimento de Lula (para se ter uma ideia, um clássico de futebol na cidade costuma mobilizar 600 homens). 

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Presidente da Câmara diz que descontará salário dos deputados que foram acompanhar depoimento de Lula

Posted: 10 May 2017 01:12 PM PDT

Rodrigo Maia afirmou que sessão teria efeitos administrativos José Cruz/05.01.2017/Agência Brasil

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou nesta quarta-feira (10), durante a votação do projeto de recuperação fiscal dos Estados em calamidade financeira, que a sessão desta tarde terá efeitos administrativos. Ou seja, parlamentares ausentes sofrerão desconto de salário.

A medida atinge metade da bancada do PT e parlamentares do PCdoB, que foram a Curitiba acompanhar o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro.

Segundo a liderança do PT, pelo menos 30 deputados da legenda estão fora da Casa hoje. A bancada tem 58 parlamentares. Se juntaram ao grupo de petistas que foram a Curitiba as deputadas do PCdoB Jô Moraes (MG), Alice Portugal (BA) e Jandira Feghali (RJ).

Acampamento do MST em apoio a Lula é alvo de rojões, dizem militantes

Mais cedo, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que usou a cota parlamentar para visitar o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na prisão, disse considerar válido que os deputados em Curitiba usem os recursos da Câmara porque eles estão em atividade político-parlamentar.

— Da minha parte, como procurador da Câmara, não vejo nada de ilegal ou imoral nisso. Se eles não fossem parlamentares e não tivessem atividade política, provavelmente não estariam por lá.

Marun explicou que decidiu devolver a verba da visita a Cunha para não "polemizar".

— Poderia não ter devolvido, mas decidi devolver para que isso não servisse de munição para a hipocrisia dos meus adversários.

Okamotto vai a Tribunal contra proibição de celular no interrogatório de Lula

Posted: 10 May 2017 01:09 PM PDT

Denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio Heinrich Aikawa/Instituto Lula

Vinte e dois minutos após o horário marcado para o início do interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto e seu advogado entraram com um mandado de segurança no TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) contra a proibição de ingresso na sala de audiência com celular. O depoimento de Lula estava marcado para às 14h.

O presidente do Instituto Lula e seu defensor Fernando Fernandes alegam que houve "grave afronta ao princípio da legalidade à indispensabilidade do advogado para administração da Justiça". Para ambos, a proibição "significou efetiva decretação de incomunicabilidade".

— Além do art. 7º do Estatuto da Ordem dos Advogados, consubstanciado na abusiva e arbitrária determinação de incomunicabilidade dos advogados ante a proibição do ingresso à sala de audiência com aparelhos celulares, que não só implica na impossibilidade de gravação da audiência, mas violou direito líquido e certo, requer a concessão da segurança para garantir o direito líquido e certo de portar seus aparelhos celulares e de deles se utilizar em qualquer audiência do referido processo ou de outros, determinando, ainda, que a autoridade coatora se abstenha de determinar o recolhimento de celulares em quaisquer atos processuais. 

Lula presta seu primeiro depoimento a Moro. A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio — de um valor de R$ 87 milhões de corrupção — da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira por meio do tríplex 164-A no Edifício Solaris, no Guarujá (SP), e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016. O petista é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção.

Tríplex

O Edifício Solaris era da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários), a cooperativa fundada nos anos 1990 por um núcleo do PT. Em dificuldade financeira, a Bancoop repassou para a OAS empreendimentos inacabados, o que provocou a revolta de milhares de cooperados. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi presidente da Bancoop.

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A ex-primeira-dama Marisa Letícia (morta em 2017) assinou Termo de Adesão e Compromisso de Participação com a Bancoop e adquiriu "uma cota-parte para a implantação do empreendimento então denominado Mar Cantábrico", atual Solaris, em abril de 2005.

Em 2009, a Bancoop repassou o empreendimento à OAS e deu duas opções aos cooperados: solicitar a devolução dos recursos financeiros integralizados no empreendimento ou adquirir uma unidade da OAS, por um valor pré-estabelecido, utilizando, como parte do pagamento, o valor já pago à Cooperativa.

Segundo a defesa de Lula, a ex-primeira-dama não exerceu a opção de compra após a OAS assumir o imóvel. Em 2015, Marisa Letícia pediu a restituição dos valores colocados no empreendimento.

Bens

A Lava Jato afirma que a OAS pagou durante cinco anos pelo aluguel de dez guarda-móveis usados para armazenar parte da mudança do ex-presidente Lula quando o petista deixou o Palácio do Planalto no segundo mandato. A empreiteira desembolsou entre janeiro de 2011 a janeiro de 2016, R$ 1,3 milhão pelos contêineres, ao custo mensal de R$ 22.536,84 cada.

Toda negociação com a transportadora Granero teria sido intermediada pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, que indicou a OAS como pagante com o argumento de que a empreiteira é uma "apoiadora do Instituto Lula." Para investigadores da Lava Jato, os fatos demonstram "fortes indícios de pagamentos dissimulados" pela OAS em favor de Lula. Isso porque o contrato se destinava a "armazenagem de materiais de escritório e mobiliário corporativo de propriedade da construtora OAS Ltda", mas na verdade os guarda-móveis atendiam a Lula.

 

#MoroPersegueLula é o 4º assunto mais comentado do mundo no Twitter

Posted: 10 May 2017 12:49 PM PDT

O juiz Sergio Moro Diego Vara/Reuters

As mensagens de apoio e de defesa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganharam destaque nas redes sociais na tarde desta quarta-feira, 10. Enquanto o petista depõe ao juiz Sergio Moro, a hashtag #MoroPersegueLula é o quarto assunto mais mencionado no mundo no Twitter. No Brasil, o tema é líder de comentários.

A hashtag vem sendo usada no Twitter desde março de 2016. Desde a manhã de hoje, ela voltou a ser mencionada.

Apesar de não ser um dos tópicos mais comentados em termos numéricos, as mais de 57 mil menções deixam a hashtag em quarto lugar em relevância, pelas medições da rede social. Há pouco, ela era a primeira.

Entre os assuntos mais comentados do mundo nesta quarta-feira estão a demissão de James Comey, diretor do FBI, e a possível candidatura do ator Dwayne "The Rock" Johnson à Presidência dos Estados Unidos, em 2020.

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Em jantar, bancada do PMDB no Senado se divide entre críticas e apoio às reformas

Posted: 10 May 2017 12:48 PM PDT

Marta Suplicy foi responsável por organizar encontro com bancada do PMDB José Cruz - ABr

Em jantar realizado na noite desta terça-feira (9), integrantes da bancada do PMDB do Senado se dividiram entre críticas e apoio às reformas encaminhadas pelo governo ao Congresso. O encontro, promovido pela senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), contou com a presença de 13 dos 22 integrantes da bancada.

Entre os presentes, estavam o presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (CE), e os líderes do partido na Casa, Renan Calheiros (AL), e do governo, Romero Jucá (RR). Apesar de presente e de ser um dos principais críticos às mudanças do presidente Michel Temer, Renan Calheiros, de acordo com relatos, desta vez, não fez novas críticas contra o Palácio do Planalto.

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Couberam aos senadores Roberto Requião (PMDB-PR) e Kátia Abreu (PMDB-TO) as declarações mais fortes. Horas antes do jantar, o líder do PMDB no Senado já havia sinalizado um recuo aos ataques contra a administração federal ao considerar como boa a opção de pôr os "excessos" da reforma Trabalhista numa futura medida provisória (MP).

Tal arranjo foi apresentado por Temer em encontro realizado nesta terça-feira que teve com a participação de Renan Calheiros e dos demais integrantes da bancada da legenda do Senado. No jantar, competiu a Jucá fazer ponderações a favor das modificações, defendendo-as como necessárias para o reequilíbrio das contas da União.