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domingo, 23 de abril de 2017

#Brasil

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Câmara terá semana agitada com início de votações de reformas

Posted: 23 Apr 2017 08:10 PM PDT

Trabalhos no plenário da Casa começam já nesta segunda-feira José Cruz

A Câmara dos Deputados terá uma semana bastante movimentada com discussões e o início das votações das reformas propostas pelo governo ao Congresso: a trabalhista e a previdenciária.

Além das duas pautas, os deputados devem concluir a votação dos destaques apresentados ao projeto que trata da recuperação fiscal dos Estados superendividados, retomar a discussão da reforma política na comissão especial e também eleger os dirigentes da Comissão Mista de Orçamento para iniciar a apreciação do Orçamento para o ano que vem.

No plenário, os trabalhos começam nesta segunda-feira (24), com sessão deliberativa às 15h para a discussão e votação da MP (Medida Provisória) 752/16, que cria regras para a prorrogação e a relicitação de contratos de concessão com parceria nos setores rodoviário, ferroviário e aeroportuário. A MP está trancando a pauta da Casa e, com isso, impedindo a votação de outras matérias em sessões ordinárias da Câmara.

Temer reúne ministros para tratar da reforma da Previdência

Já a votação dos destaques que visam modificar o projeto de recuperação fiscal dos estados em situação de calamidade financeira está prevista para terça-feira (25). O texto-base foi votado na última semana, quando também foram rejeitados alguns destaques que pretendiam retirar as contrapartidas dos estados para aderirem ao programa de recuperação. No entanto, ainda há dispositivos a serem apreciados que pretendem subtrair do texto principal a exigência de privatização de estatais e a proibição de realização de novas despesas com pessoal, como contratações, reajustes e auxílios, dentre outras.

Reformas

Amanhã (25), começa a fase final dos debates das reformas trabalhista e previdenciária nas comissões especiais criadas para analisar o mérito das duas propostas.

Depois de muitas idas e vindas, na última quarta-feira (19), o relator da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 287/16, que trata da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), apresentou o relatório final para ser discutido e votado na comissão e depois no plenário da Câmara. Ficou acertado entre a oposição e aliados do governo que os debates em torno do relatório serão realizados na terça (25), quarta (26) e quinta-feira (27), para que a votação do texto na comissão se inicie no dia 2 de maio.

Meirelles não vê "diferença" em adiamento de votação da reforma da Previdência

Em fase mais adiantada de apreciação está a reforma trabalhista, que teve o regime de urgência aprovado e deverá ser votada já quarta-feira (26) em plenário. Mesmo não havendo necessidade de ser votada na comissão especial, uma vez que tramita em regime de urgência, a proposta deverá ser apreciada na terça-feira pelo colegiado.

O relator do texto, Rogério Marinho (PSDB-RN), prometeu aceitar emendas que havia apresentado há duas semanas até o final da tarde desta segunda-feira. Na sequência, ele deverá apresentar um novo substitutivo.

Orçamento

A CMO (Comissão Mista de Orçamento) do Congresso tem reunião marcada para quarta-feira, às 14h30, destinada à eleição do presidente e dos três vices do colegiado. Já foram feitas várias tentativas de eleição dos dirigentes da mesa diretora da CMO. No entanto, a definição não foi possível porque o líder do PMDB no Senado não indicou os senadores do partido que irão compor o grupo. Pelas regras da Casa, a presidência da comissão deverá ser ocupada por um senador do PMDB. Só depois da eleição é que serão escolhidos os relatores da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e do Orçamento Geral da União.

Reforma política

A comissão especial que analisa a reforma política tem reuniões marcadas para quarta e quinta-feira para continuar a discussão da proposta. A ideia é debater e votar o relatório do deputado Vicente Candido (PT-SP) que prevê a apresentação de um projeto de resolução para disciplinar a tramitação dos projetos de lei de iniciativa popular na Câmara.

Outros documentos apresentados pelo relator ainda estão sem data para apreciação. Eles tratam da unificação dos prazos de desincompatibilização eleitoral, registro de candidaturas, convenções partidárias e medidas para reduzir o custo das campanhas eleitorais.

Temer avisa aliados que não há espaço para novas 'concessões' em reformas

Posted: 23 Apr 2017 06:12 PM PDT

Temer pedirá que os ministros não agendem mais reuniões com os parlamentares em horário de votações importantes na Câmara Beto Barata/29.03.2017/PR

Em reunião no Palácio do Jaburu na noite deste domingo (23) com ministros e líderes da base aliada, o presidente Michel Temer disse que não haverá novas mudanças nos textos das reformas trabalhista e previdenciária. "Não há espaço para concessão", avisou o líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

O encontro durou três horas e serviu para a definição da estratégia final para a votação das duas reformas. Segundo o líder da maioria na Câmara, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), Temer disse que o governo considera os relatórios das reformas como produto final das negociações. A ordem, explicou Lelo, é começar as conversas finais com as bancadas e captar o sentimento dos deputados.

Nesta segunda-feira (24), Temer vai se reunir com os ministros que têm influência na Câmara para pedir que eles se envolvam diretamente nas conversas com os deputados. O presidente também pedirá que os ministros não agendem mais reuniões com os parlamentares em horário de votações importantes na Câmara.

Em entrevista, Temer descarta risco de perder mandato

Além de Aguinaldo e Lelo, participaram da reunião no Jaburu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), e os ministros Antonio Imbassahy (Governo), Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) e Henrique Meirelles (Fazenda).

Meirelles fez uma apresentação sobre a reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional), realizada em Washington na semana passada, e destacou que a economia brasileira já dá sinais positivos. Segundo o ministro, as reformas vão consolidar os avanços dos últimos meses.

Lelo explicou que a reunião foi para fazer um "ajuste de procedimentos", deixar claro que não haverá novas concessões nas propostas e envolver toda a base na reta final das votações das reformas.

— Estamos no aquecimento da base. A base estava um pouco solta.

A reforma trabalhista deve ser votada na terça-feira (25) na comissão especial sobre o tema e ir para o plenário no dia seguinte.

Temer reúne ministros para tratar da reforma da Previdência

Posted: 23 Apr 2017 02:48 PM PDT

Encontro ocorre no Jaburu e não estava na agenda oficial de Temer nem dos ministros Marcos Corrêa/PR

O presidente Michel Temer está reunido na tarde deste domingo (23) com os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, para tratar da reforma da Previdência. O encontro ocorre no Palácio do Jaburu e não estava na agenda oficial de Temer nem dos ministros.

A preocupação do presidente é mapear os apoios para a votação do relatório na comissão especial da Câmara. Depois de um acordo entre governo e oposição, a votação na comissão foi transferida para o dia 2 de maio, logo após dois protestos contra a reforma convocados para 28 de abril e 1º de maio.

O governo teme que as manifestações façam deputados da base desistir de aprovar a reforma. No plenário, o primeiro turno deve ocorrer só em 15 de maio.

Meirelles também deve fazer um balanço da reunião de primavera do FMI (Fundo Monetário Internacional), realizada em Washington.

Meirelles não vê "diferença" em adiamento de votação da reforma da Previdência

Em meio à pressão de diversas categorias por regras mais brandas para aposentadoria, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou em entrevista neste domingo que o governo não vai mais "ceder" na reforma da Previdência. Segundo ele, o parecer apresentado pelo relator da proposta, deputado Arthur Maia (PPS-BA), na semana passada, não passará por novas alterações para atender pedidos de categorias, como a dos servidores públicos.

O Placar da Previdência do jornal O Estado de S. Paulo aponta que 72 deputados são a favor da proposta após as mudanças apresentadas na comissão, 193 dizem que votam contra, 49 estão indecisos e 114 não quiseram responder.

Fillon diz que votará em Macron no segundo turno da eleição presidencial francesa

Posted: 23 Apr 2017 12:20 PM PDT

PARIS (Reuters) - O candidato presidencial conservador francês Francois Fillon, que não passou para o segundo turno, pediu aos seus eleitores que apoiem o centrista Emmanuel Macron, dizendo que a líder de extrema-direita, Marine Le Pen, levaria a França para a falência se ela for eleita.

"Não há outra opção a não ser votar contra a extrema direita, vou votar em Emmanuel Macron", disse Fillon aos seus apoiadores após as primeiras projeções indicarem que Macron e Le Pen chegaram ao segundo turno após o primeiro turno realizado neste domingo.

Favorito no início da campanha, Fillon se esforçou para recuperar terreno após as denúncias que surgiram na imprensa de que ele usou fundos públicos para pagar integrantes da família por trabalhos que não foram realizados.

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(Por John Irish e Geert De Glecq)

Leipzig empata com o Schalke e não consegue pressionar o Bayern

Posted: 23 Apr 2017 11:31 AM PDT

BERLIM (Reuters) - O RB Leipzig perdeu a chance de se aproximar do líder do Campeonato Alemão, Bayern de Munique, ao empatar por 1 x 1, com o Schalke 04, neste domingo, e está oito pontos atrás, em segundo lugar, com quatro partidas restantes.

O recém-promovido Leipzig parecia próximo de diminuir a diferença para o Bayern, que empatou por 2 x 2, em casa, com o Mainz, no sábado, para seis pontos quando Timo Werner abriu o placar, aos 14 minutos.

Werner ganhou do defensor Benedikt Höwedes para cabecear a bola e marcar seu 17º gol da campanha, em um forte início do Leipzig.

Os visitantes conseguiram manter o Schalke afastado no primeiro tempo, mas os donos da casa empataram um minuto depois do intervalo, com o segundo gol de Klaas-Jan Huntelaar nesta temporada.

O Bayern está em primeiro lugar com 70 pontos, contra 62 do Leipzig. O Borussia Dortmund pulou para a terceira colocação, com 56, depois da vitória por 3 x 2 sobre o Borussia Monchengladbach, no sábado.

Os três primeiros clubes da tabela conquistam classificação direta para a fase de grupos da Champions League, enquanto o quarto colocado precisa disputar as fases preliminares. 

Projeções indicam Macron e Le Pen no segundo turno da eleição presidencial francesa

Posted: 23 Apr 2017 11:14 AM PDT

PARIS (Reuters) - O centrista Emmanuel Macron e a líder de extrema-direita Marine Le Pen devem se enfrentar no segundo turno da eleição presidencial francesa, em 7 de maio, segundo projeções iniciais.

Macron, pró União Europeia e um ex-banqueiro que fundou seu próprio partido há um ano, deve ter recebido 24 por cento dos votos pelo levantamento Harris e 23,7 por cento de acordo com a pesquisa Elabe.

Le Pen, líder da frente anti-imigração, recebeu 22 por cento dos dois institutos.

Harris deu tanto ao candidato conservador Francois Fillon e ao candidato de extrema-esquerda Jean-Luc Melenchon 20 por cento dos votos.

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Por Ingrid Melander and Pascale Antonie

Hillary Clinton faz aparição surpresa em festival de cinema de Nova York

Posted: 23 Apr 2017 10:09 AM PDT

NOVA YORK (Reuters) - Hillary Clinton, que até recentemente estava evitando os holofotes, depois de sua derrota nas eleições de novembro, fez uma aparição surpresa no Festival de Cinema de Tribeca, em Nova York, neste sábado, compondo um painel que discutia a caça ilegal de elefantes.

A discussão aconteceu depois da estreia do documentário de realidade virtual da vencedora do Oscar, Kathryn Bigelow, "The Protectors: Walk in the Ranger's Shoes". 

O filme de oito minutos permite ao público experimentar como é trabalhar como guarda de parques tentando salvar elefantes na República Democrática do Congo.

"Temos que acabar com esse mercado", disse Clinton, sobre o mercado global de marfim.

A inesperada aparição pública no Dia da Terra foi uma de várias feita por Hillary recentemente, na sequência de um período de silêncio depois que a ex-candidata democrata à presidência perdeu a eleição de novembro para o presidente Donald Trump.

Clinton disse que começou a prestar atenção no "horrível massacre" de elefantes quando era secretária de Estado e posteriormente ajudou a lançar uma iniciativa anti-caça na organização sem fins lucrativos de sua família, a Iniciativa Global Clinton.

Mais de 30 mil elefantes são mortos por caçadores todos os anos na África.

Além de colocar populações vulneráveis de elefantes em risco, o tráfico também fornece apoio financeiro a grupos militantes extremistas, disse Clinton.

"Quando olhamos para isso, pensamos que há três objetivos prioritários: acabar com a matança, acabar com o tráfico e acabar com a demanda", disse.

A China é o maior mercado do mundo para o marfim ilegal, e os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, disse Clinton, exigindo que os americanos assumam a liderança na luta contra a caça de elefantes. 

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(Por Joseph Ax)

Trump adverte Democratas sobre fim do Obamacare

Posted: 23 Apr 2017 09:36 AM PDT

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu os democratas neste domingo que o Obamacare estava em perigo e poderia acabar sem o financiamento do governo, aparentemente referindo-se à possibilidade de terminar com os subsídios federais para ajudar as pessoas de baixa renda a adquirir seguro de saúde.

"O Obamacare está em sérios problemas: os democratas precisam de muito dinheiro para mantê-lo funcionando - caso contrário, ele morre muito antes do que qualquer um poderia imaginar", disse Trump em um post publicado no Twitter.

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(Por Doina Chiacu)

Partido anti-imigração da Alemanha define candidatos para a eleição de setembro

Posted: 23 Apr 2017 08:50 AM PDT

COLÔNIA (Reuters) - O partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão) votou neste domingo a favor do publicitário Alexander Gauland, de 76 anos, e da economista Alice Weidel, de 38 anos, para liderar a campanha para as eleições nacionais de setembro.

A maioria dos delegados apoiou os dois candidatos em um congresso em Colônia. O partido de extrema direita AfD vai tentar ganhar assentos no parlamento nacional pela primeira vez.

As últimas pesquisas colocam a AfD numa faixa entre 8 e 10 por cento - cerca de um terço abaixo do verificado no final do ano passado, mas ainda acima do limiar de 5 por cento para entrar no Parlamento.

Gauland é visto como apoiador do principal membro da AfD, Bjoern Hoecke, que causou indignação em janeiro ao chamar o Memorial do Holocausto de Berlim de "monumento da vergonha".

Weidel, uma figura pouco conhecida na AfD que é vista como uma voz mais moderada, é a favor da expulsão de Hoecke. Ela tem procurado se estabelecer como uma especialista em finanças e economia no partido.

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(Por Michelle Martin)

Reforma da Previdência: diretor-geral da PF faz "lobby" por exceções para policiais

Posted: 23 Apr 2017 07:34 AM PDT

Diretor da PF pressiona relator da reforma por regras mais brandas para policiais federais Reprodução/Wikimedia Commons

Pressionado a conceder mais exceções, o relator da proposta de reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) não escapou nem mesmo do "lobby" do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra. Responsável por comandar investigações contra vários políticos, entre eles, o próprio relator, que foi um dos alvos da lista do ministro Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal (STF), Daiello entrou em campo para negociar regras mais brandas para os policiais. E conseguiu. Ainda assim, os policiais querem mais.

A pressão por mais mudanças continua nos bastidores e parte, inclusive, de grupos que já foram beneficiados com regras mais brandas, como os policiais. O relator já modificou o texto para estabelecer idade mínima de 55 anos para a categoria, sem necessidade de pagar o "pedágio" de 30% sobre o tempo de contribuição que falta hoje para a aposentadoria. Trata-se da melhor condição entre todas as que foram colocadas no texto. Ainda assim, os policiais querem mais.

Parlamentares negociam alívio para servidores públicos em reforma da Previdência

Meirelles não vê "diferença" em adiamento de votação da reforma da Previdência

Aliados resistem a fechar apoio para reformar Previdência

"Se continuar assim, serão aposentados antes de tomar posse", ironizou uma fonte que participa das negociações. Há ainda outras categorias que pretendem "surfar" na regra mais benéfica, como os policiais legislativos, que fazem a segurança do Congresso Nacional e têm salário inicial próximo a R$ 17 mil. O Estado presenciou uma das vezes em que os policiais legislativos encurralaram Arthur Maia no Salão Verde da Câmara para pedir regras mais brandas.

Por ora, o relator diz que não pretende ceder à pressão da categoria. Outros integrantes da comissão e interlocutores do governo no Congresso já admitem que Maia deve ceder, mas "na hora certa". O relator tem resistido a fazer muitas concessões em um mesmo dia, para não passar a impressão de que está desfigurando a reforma.

Transição. A regra de transição causou dor de cabeça ao relator. Segundo relatos, foi tão difícil escrever o texto dela na PEC que chegou-se a pensar em estabelecer que a proposta não trouxesse a transição escrita e estabelecesse que a regra seria definida em lei complementar. Técnicos e integrantes da equipe econômica, porém, não aceitaram as ideias. Disseram que estabelecer a transição em uma lei complementar traria instabilidade à reforma.

França começa a escolher presidente em eleição duramente disputada

Posted: 23 Apr 2017 07:00 AM PDT

PARIS (Reuters) - A França realizada neste domingo o primeiro turno de uma eleição presidencial duramente disputada, crucial para o futuro da Europa, e um teste, observado de perto, da insatisfação dos eleitores com o establishment político.

Mais de 50 mil policiais apoiados por unidades de elite dos serviços de segurança franceses patrulharam as ruas por cerca de três dias depois que um atirador matou um policial e feriu outros dois na avenida central Champs Elysees. 

Os eleitores vão decidir se apoiarão um candidato de centro a favor da União Europeia, um veterano conservador envolvido em escândalos que quer cortar gastos públicos, um político de extrema esquerda admirador de Fidel Castro ou nomear a primeira mulher presidente da França que fecharia as fronteiras e abandonaria o euro.

O resultado irá mostrar se a onda populista que provocou o voto do Reino Unido de deixar a União Europeia e a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos ainda está aumentando ou se já começa a diminuir. Um grande número de indecisos aumenta o nervosismo.

Emmanuel Macron, de 39 anos, ex-banqueiro de centro que fundou o seu partido há apenas um ano, é o favorito das pesquisas de opinião para vencer o primeiro turno e bater a líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, no segundo turno em 7 de maio.

A escolha dos dois representaria uma enorme mudança no cenário político. O segundo turno não contaria com nenhum dos principais partidos que governaram a França por décadas.

Mas o conservador François Fillon está retomando espaço depois de ter sido prejudicado por meses por um escândalo de empregos fictícios da sua família, e os índices do candidato de esquerda Jean-Luc Melenchon têm aumentado nas últimas semanas. Qualquer um dos quatro pode passar para o segundo turno.

Os outros sete candidatos, incluindo o presidente do partido socialista Benoit Hamon, estão atrás nas pesquisas de opinião.

Ao meio-dia do horário local, a participação estava em 28,54 por cento, de acordo com números oficiais - mesmo patamar observado no primeiro turno de 2012, quando 80 por cento dos eleitores compareceram às urnas.

Algumas pesquisas previam uma participação muito menor, mais próxima dos 70 por cento que levaram o então líder da Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, para o segundo turno em 2002.

Mais cedo no domingo, uma seção de votação em Besancon, no leste da França, foi interditada depois que um veículo roubado foi abandonado com o motor  ligado no local.

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(Por Ingrid Melander)

Colégio eleitoral na França é evacuado por causa de veículo roubado

Posted: 23 Apr 2017 06:21 AM PDT

PARIS (Reuters) - Um colégio eleitoral na cidade de Besançon, no leste da França, foi evacuado neste domingo depois que um veículo roubado foi abandonado com o motor em funcionamento enquanto a votação estava ocorrendo, informou o Ministério do Interior francês.

O carro tinha placa falsa, disse um funcionário do ministério à Reuters, acrescentando que a decisão para evacuar o local foi tomada, enquanto especialistas em desarme de bomba foram chamados para examinar o veículo.

Autoridades de segurança da França disseram que há risco de ataques durante a eleição como os que mataram mais de 230 pessoas nos últimos dois anos na França.

Mais de 50 mil unidades de segurança policial e de elite foram mobilizadas para o serviço eleitoral em toda a França.

Coreia do Norte detém terceiro cidadão dos Estados Unidos, diz agência Yonhap

Posted: 23 Apr 2017 06:11 AM PDT

(Reuters) - A Coreia do Norte prendeu um cidadão dos Estados Unidos na sexta-feira, informou a agência de notícias sul-coreana, elevando para três o número total de americanos detidos pelo país isolado.

O homem, um coreano-americano de 50 anos identificado apenas pelo sobrenome Kim, esteve na Coreia do Norte há um mês, informou a Yonhap no domingo. Ele foi preso no Aeroporto Internacional de Pyongyang quando tentava deixar o país.

O homem era ex-professor na Universidade Yanbian de Ciência e Tecnologia (YUST), informou a Yonhap, citando fontes anônimas.

Um funcionário do Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul disse que não estava ciente da detenção relatada.

A Coreia do Norte mantém detidos dois norte-americanos.

Otto Warmbier, um estudante de 22 anos, foi detido em janeiro do ano passado e condenado a 15 anos de trabalho duro por um tribunal norte-coreano ao tentar roubar uma bandeira de propaganda.

Em março de 2016, o coreano-americano Kim Dong Chul, 62, foi condenado a 10 anos de trabalho duro por subversão.

O missionário norte-americano Kenneth Bae foi preso em 2012 e condenado a 15 anos de trabalho duro por crimes contra o Estado. Ele foi libertado dois anos depois.

Engevix conta com Belo Monte para se reerguer

Posted: 23 Apr 2017 05:36 AM PDT

Contrato de montagem eletromecânica da Hidrelétrica Belo Monte (que dura até 2020) ajuda Engevix a garantir as contas em dia Divulgação/Flickr/PAC

Com poucas obras em carteira e com a imagem arranhada por causa do envolvimento no escândalo de corrupção, a Engevix conta com o contrato de montagem eletromecânica da Hidrelétrica Belo Monte (que dura até 2020) para garantir as contas em dia, pelo menos, pelos próximos dois anos, afirmam especialistas do setor.

O contrato vai ajudar a manter o nível de receitas entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões na área de construção e R$ 130 milhões da área de engenharia de projetos — até 2013, o faturamento da construtora era de R$ 1,2 bilhão. É com essa estrutura de receita que a empresa espera se reerguer enquanto resolve questões judiciais. Além de estar na mira do Tribunal de Contas da União (TCU) por alguns projetos, ela tem duas ações de improbidade em andamento. Por isso, negocia um acordo leniência com o Ministério Público Federal.

Para sobreviver, Engevix controla até luz

Enquanto essas pendências não se resolvem, a empresa tem agregado alguns pequenos serviços na carteira de projetos. Em março, a empresa conquistou um contrato em Pernambuco para elaboração do projeto de recuperação da Barragem Inhumas, em Garanhuns. O valor: R$ 293 mil — bem distantes dos bilionários contratos do passado. Um mês antes foi a única qualificada na tomada de preços para fazer o projeto executivo de reparo da barragem Paranã (GO), de R$ 257 mil.

No mercado externo conseguiu um contrato um pouco maior: de US$ 2 milhões para uma barragem na Bolívia. Embora sejam serviços pequenos, fontes do setor afirmam que neste momento o importante é se manter ativa no mercado até a turbulência passar.

Empresas citadas na Lava Jato demitiram quase 600 mil

"Nesse processo todo, as empresas vão encolher drasticamente ou desaparecer", diz um especialista em infraestrutura, que prefere não se identificar. Na Engevix, o risco de "desaparecer" existe se a empresa não conseguir fechar o um acordo de leniência com o Ministério Público. "O mercado financeiro, o mercado de capitais e investidores estrangeiros não querem saber de empresas com problemas. Sem acordo de leniência, fica difícil se recuperar", disse outra fonte do setor.

A reestruturação da empresa está baseada na reorganização da estrutura atual, renegociação de dívidas, criação de novos mercados e no Comitê de Compliance independente. Também prevê definir o destino de alguns ativos que continuam no portfólio da companhia.

Ativos

A Engevix tem, por exemplo, participação na Via Bahia — grupo que detém a concessão das BRs 116 e 324, no Estado baiano. A expectativa é que a empresa venda sua participação para o grupo canadense PSP Investment, que em 2015 comprou a fatia da Isolux na concessão. O negócio ajudaria a Engevix a reforçar o fluxo de caixa.

Outro projeto que pode ter mudanças é a Hidrelétrica São Roque, de 141 MW, em Santa Catarina. Com 80% das obras concluídas, a empresa busca um sócio para terminar a usina já que não há mais recursos para tocar o empreendimento. Por enquanto, o objetivo é continuar como sócio, mas se as negociações não avançarem pode haver a venda integral do projeto, apurou o Estado. O banco BTG Pactual foi contratado para procurar opções no mercado.

Para sobreviver, Engevix controla até luz

Posted: 23 Apr 2017 05:24 AM PDT

Sócios do grupo foram presos pela Polícia Federal por envolvimento no escândalo da Lava Jato Divulgação

O ex-sócio do grupo Engevix, Cristiano Kok, costumava usar uma frase para explicar a rápida ascensão da empresa nos últimos anos: "Não somos ambiciosos, somos oportunistas", disse ele, numa entrevista concedida ao 'Estado' em fevereiro de 2012, após vencer o leilão do Aeroporto de Brasília, com ágio de mais de 600%. Esse conceito, no entanto, custou caro ao grupo, que hoje vive a ressaca da Operação Lava Jato, o maior escândalo de corrupção da história do País.

Da época de bonança da empresa, cujo portfólio era recheado de grandes projetos e faturamento acima de R$ 3 bilhões, sobrou pouco. Desde que os sócios do grupo foram presos pela Polícia Federal por envolvimento no escândalo, a empresa encolheu para menos de um terço do que era antes. Vendeu ativos importantes — como os aeroportos (Brasília e São Gonçalo do Amarante/RN) e a subsidiária de energia Desenvix — e pediu recuperação judicial de um dos maiores investimentos da companhia nos últimos anos, o Estaleiro Rio Grande.

"Relançada" recentemente como Nova Engevix, a empresa hoje é comandada por José Antunes Sobrinho, que comprou no ano passado a participação dos sócios Cristiano Kok e Gerson Almada por R$ 2 e absorveu uma dívida que beirava os R$ 2,5 bilhões. Dos três, Almada foi condenado a 19 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Antunes e Kok foram absolvidos pelo juiz Sérgio Moro, mas têm outras pendências na Justiça.

Petrobras concentrou cortes em terceirizados

Desde a negociação entre os sócios, um amplo plano de reestruturação vem sendo colocado em prática dentro da companhia que tem ações de improbidade em andamento. A ideia é se concentrar na área de construção e em projetos de engenharia. Se tudo correr bem e a economia reagir, em dois anos, a empresa acredita que estará numa situação um pouco mais confortável, contam fontes próximas do grupo.

Com a drástica queda no faturamento, a estrutura minguou. Dos 20 mil funcionários, diretos, indiretos e subcontratados, restam menos de 3 mil pessoas na companhia. O salário de quem ficou no grupo hoje está em dia, mas o 13.º salário e os rendimentos de dezembro só foram pagos em janeiro.

Ex-executivos da empresa contam que, além da redução do quadro de empregados, a contenção de despesas tem sido rígida para todo mundo. Sem motoristas particulares, luxo para tempos tão bicudos até os executivos têm usado Uber para transitar pela cidade. Viagens de avião só se forem marcadas com antecedência para evitar custos elevados.

Hoje até o consumo de energia elétrica passou a ser controlado com austeridade, afirmam trabalhadores que deixaram recentemente a empresa. Durante o dia, o prédio fica na penumbra, pois é proibido acender as luzes. O ar condicionado também é controlado. Se a temperatura ficar abaixo dos 25 graus, o aparelho não pode ser ligado.

Na sede do grupo, localizada no Centro Empresarial Tamboré, em Barueri, o andar térreo está praticamente desocupado. No passado dezenas de funcionários tinham suas mesas instaladas ao redor de um agradável jardim central com luz natural e uma bela escultura suspensa. Hoje todas as mesas estão vazias. Fontes afirmam que várias salas do prédio também estão vagas - cenário bem diferente daquele que perdurou até 2013.

Jackson

Embora tenha sido criada em meados da década de 60, a empresa mudou de mãos em 1997. Naquele ano de grandes transformações, com o maior processo de privatização em curso no País, Kok, Antunes e Almada deram um grande passo. Juntos, eles propuseram ao patrão, o empresário João Rossi, a compra da empresa por algo em torno de US$ 30 milhões.

O chefe, que andava desanimado com o negócio, não pensou duas vezes. Vendeu a empresa e ainda aceitou dividir o pagamento em 100 parcelas mensais. Assim, nasceu a Jackson, a holding batizada com partes dos nomes dos sócios e que reunia os negócios da Engevix.

Empresas citadas na Lava Jato demitiram quase 600 mil

Nos quatro anos que antecederam a Lava Jato, o faturamento da empresa teve um salto de 141%, de R$ 1,3 bilhão para R$ 3,3 bilhões. Negócios de peso entraram no portfólio da companhia, como as concessões dos aeroportos, a construção do Estaleiro Rio Grande e a Hidrelétrica de Belo Monte.

Hoje os planos da Nova Engevix, que não quis se pronunciar, são bem menos ambiciosos. A palavra de ordem é sobreviver. Para isso porém, a empresa precisa concluir as negociações de um acordo de leniência com o Ministério Público Federal.

Petrobras concentrou cortes em terceirizados

Posted: 23 Apr 2017 05:13 AM PDT

Petrobrás substituiu política expansionista por um movimento de fortes cortes de custos Gabriel Ribeiro/Agência Petrobras

Diante de prejuízos recordes e de um forte aumento em seu endividamento, a Petrobrás substituiu, nos últimos anos, sua política expansionista do início desta década por um movimento de fortes cortes de custos. Isso inclui a redução do total de profissionais da companhia, com impacto bem maior no pessoal terceirizado.

Como os profissionais concursados têm direito à estabilidade no emprego, a companhia teve de recorrer a programas de desligamento voluntário para reduzir este contingente. Conseguiu diminuir, em três anos, seu quadro de contratados em 20%. No fim de 2013, a companhia tinha 86.111 funcionários no Sistema Petrobrás, número que caiu a 68.829 em dezembro do ano passado.

Segundo a Petrobras, o Plano de Negócios e Gestão atual da companhia prevê o corte de gastos operacionais e a readequação de seus investimentos. A empresa também vem fazendo um programa de desinvestimentos. Em 2016, vendeu, por exemplo, seu negócio de gasodutos à canadense Brookfield, por US$ 5,2 bilhões. A petrolífera se prepara para se desfazer do controle da BR Distribuidora, dona de postos de combustíveis, e de outros ativos.

Empresas citadas na Lava Jato demitiram quase 600 mil

A empresa afirmou que seus programas de desligamento já resultaram na saída de 14.241 empregados, segundo dados atualizados até abril deste ano. "A redução do número de empregados está no contexto de ajustes que estão sendo feitos pela Petrobrás para redução de seu endividamento, o maior entre empresas da indústria de petróleo e gás no mundo", explicou a companhia. "O contexto econômico mundial e do setor também reflete na estratégia da companhia. É incorreto associar a redução dos empregados direta e unicamente à Operação Lava Jato."

Proporção

Embora tenha restrições para reduzir seu quadro de funcionários concursados, a empresa tem total liberdade para cortar os terceirizados — contingente que, nos últimos anos, compôs a maior parte de seu quadro de colaboradores. Em dezembro de 2013, segundo dados enviados pela própria companhia, havia quatro terceirizados para cada funcionário próprio, ou um total de 360.180 trabalhadores. A Petrobrás concentrou a maior parte de seus cortes nos funcionários terceirizados. Em dezembro do ano passado, a empresa tinha 117.555 terceirizados, ou 1,7 para cada colaborador próprio.

A companhia informou ao Estado que mudou sua metodologia de contabilização dos funcionários terceirizados, excluindo, a partir de dezembro de 2015, os trabalhadores que atuam fora de suas instalações próprias da conta.

No Rio, escândalos de corrupção agravam economia já frágil

Sem receber há 3 meses, pensionista pede esmola

Posted: 23 Apr 2017 05:09 AM PDT

Roseane Alves, de 57 anos, saiu de Trindade, em São Gonçalo, região metropolitana fluminense, no dia 11, uma terça-feira, e seguiu até a sede da Assembleia Legislativa fluminense, no centro do Rio. A distância de 37 quilômetros foi percorrida em pouco mais de hora e meia de ônibus.

Na bolsa, a pensionista do Estado levava uma garrafa de água, que deixara no congelador durante a madrugada para manter a temperatura fresca por mais tempo. Nas mãos, uma cartolina e uma caneca verde. Pediu ajuda a uma mulher para fazer seu cartaz, porque considera sua letra feia. Sob sol de 35 graus, ao pé da estátua do Tiradentes que dá nome à sede do Legislativo fluminense, pediu dinheiro aos passantes. "Três meses sem salário, três meses sem dignidade. Uma esmola, por favor", dizia para quem passava.

Foi ignorada por muitos. A ajuda veio de alguns mais humildes. Ficou comovida com a solidariedade de um ambulante, que depositou R$ 2 na caneca. Seis horas depois, voltou para casa sem voz, com R$ 120. O suficiente para pagar a conta de luz, que venceria em quatro dias.

Dignidade

A pensionista não foi às ruas somente para arrecadar dinheiro. Precisava desabafar, como disse para a reportagem do Estado. "Eu quero botar a minha cara na rua. A sociedade tem que saber o que nós estamos passando. Não somos só nós (servidores e pensionistas) que estamos perdendo a dignidade. A população fluminense também perdeu. Porque não tem educação, saúde, segurança pública. Até quem tem salário, mas não tem essas coisas, perdeu a dignidade."

Roseane foi casada por 15 anos com Getúlio Carlos Ferreira da Silva. Ele trabalhou como auxiliar de registro de empresas da Junta Comercial do Rio por 38 anos. Saiu aos 56, "praticamente morto". "Entre a descoberta do câncer e a morte dele, passaram-se 34 dias", contou. Ela ficou com a pensão do marido, de cerca de R$ 3 mil, o suficiente para uma vida "sem luxos, mas também sem grandes preocupações".

"O último salário que eu recebi foi o de janeiro. Não recebi 13.º, nem fevereiro, nem março. Abril já está vencendo e não informam o calendário de pagamento nem das migalhas que estavam liberando. Não sei quando vou ter dinheiro. Tudo o que eu tinha eu perdi. Nunca pensei em passar por situação dessas", desabafou. "Pode parecer duro o que eu vou falar: dou graças a Deus pelo meu marido ter falecido e não passar por esse momento. Ele era extremamente correto com as contas dele."

Na semana passada, sem dinheiro na carteira, foi a uma agência da Caixa e sacou R$ 190 de uma conta inativa do FGTS. "Meu aluguel é direto com proprietário. Ele sabe que eu sou pensionista. Quando tenho, pago. Quando entra algum dinheiro, compro arroz, feijão, para não passar fome."

Pezão

O agravamento da situação financeira levou a pensionista a sofrer de depressão e síndrome do pânico, disse ela. Não conseguia sair de casa. "Tomo 3 mg de remédio tarja preta para dormir. Meu sofrimento é físico, emocional. Eu não atendia telefone, com medo das cobranças. Agora eu atendo e mando cobrar do (governador Luiz Fernando) Pezão. Quando ele me pagar, eu pago o que devo", afirmou. 

Em decadência política, Rio viverá uma década de crise

Escândalos de corrupção agravam economia já frágil

Rio descarta cumprir meta de ajuste fiscal

Em 10 anos, dobra custo com Previdência

Posted: 23 Apr 2017 05:04 AM PDT

A queda da receita pública líquida do Rio em dois anos foi de R$ 27,5 bilhões em 2016 na comparação com 2014 (valores corrigidos pelo IPCA), valor do tamanho do orçamento anual do Bolsa Família. Já as despesas com a Previdência chegaram a R$ 14 bilhões, mais do que o dobro dos R$ 5,8 bilhões de 2006, em valores da época. O quadro é vistos em outros Estados, mas aposentadorias e pensões mais caras e dependência dos royalties agravam a crise fluminense.

"O caso do Rio só chegou antes", disse Fábio Klein, da consultoria Tendências. No lado das despesas, ele destacou que uma população mais envelhecida do que a média do País pesa na Previdência. Além disso, o Rio tem "tradição" de ter muitos funcionários públicos, talvez por ter sido capital federal e manter certa sobreposição de órgãos. São 463.258 servidores e pensionistas. Menos da metade (215 mil) são ativos.

Sem correção, o recuo da arrecadação com tributos e royalties de petróleo no Rio foi de 23% - quase um quarto em dois anos. O processo é ligado à maior recessão da história do País. "O principal tributo brasileiro é estadual, o ICMS, que é muito sensível aos ciclos da economia", disse Klein.

O ICMS incide sobre a comercialização de bens e a prestação de serviços. Na recessão, as vendas despencam e as empresas pagam menos pelo imposto. O fenômeno atinge todos os Estados, mas governos com contas mais organizadas e em regiões mais diversificadas economicamente, como São Paulo, resistem melhor, afirmou.

Em decadência política, Rio viverá uma década de crise

Rio descarta cumprir meta de ajuste fiscal

Rio descarta cumprir meta de ajuste fiscal

Posted: 23 Apr 2017 04:58 AM PDT

Um dos trunfos do governo do Rio para começar a sair da crise era aprovar na Assembleia Legislativa o aumento da alíquota previdenciária regular de 11% para 14% e a criação de uma contribuição extra de 8%. Mas uma das contrapartidas do regime à medida ainda não foi aprovada. "Já estamos em abril. São quatro meses de "gap". Isso compromete o ajuste", disse ao Estado o secretário estadual de Fazenda, Gustavo Barbosa.

Segundo o secretário, quando a contrapartida for aprovada, só entrará em vigor após 90 dias, o que significa que, na prática, o primeiro semestre já foi perdido. "O Estado já está em situação completamente falimentar. Quanto maior a postergação, maior o tempo para voltar à normalidade", afirmou.

O governo fluminense já descarta cumprir a meta de ajuste de R$ 26 bilhões em 2017. Para chegar ao ambicioso resultado, precisaria ver aprovadas medidas como o aumento da alíquota previdenciária. O buraco estimado para 2017 é de R$ 22 bilhões, dos quais R$ 12 bilhões de déficit previdenciário.

Pacote

Barbosa reforçou a urgência da votação do Regime de Recuperação Fiscal, que na semana passada teve seu texto-base votado na Câmara dos Deputado após vários adiamentos.

O pacote pretende viabilizar um empréstimo de R$ 6,5 bilhões ao Estado, lastreado na privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) e na antecipação de receitas com nova securitização de royalties futuros do petróleo. Inclui ainda o adiamento do pagamento da dívida com a União por três anos e teto de gastos nos próximos dez anos.

"Entendo que é o caminho, com muita dureza. Você não sai de um déficit abissal sem um ajuste fiscal forte", disse Barbosa. Ele creditou a crise a fatores como recessão, apagão da indústria de óleo e gás em decorrência dos problemas da Petrobrás, queda da arrecadação de royalties, déficit previdenciário e engessamento do orçamento. "Não há como fechar o caixa." 

Em decadência política, Rio viverá uma década de crise

Escândalos de corrupção agravam economia já frágil

'Governo se pautava por interesse particular, não da sociedade', diz procurador da República

‘Governo se pautava por interesse particular, não da sociedade’, diz procurador da República

Posted: 23 Apr 2017 04:55 AM PDT

Para o procurador da República Sérgio Pinel, integrante da força-tarefa da Lava Jato no Rio, há um "indicativo de relação de causa e efeito" entre os desvios investigados no Estado e a origem da atual crise.

Qual montante Sérgio Cabral teria desviado, com base nas operações Calicute, Eficiência, Tolypeutes e Fatura Exposta?

Dá para antever que houve pagamento de propina em grande parte dos contratos, mas não é possível fazer a conta simples. Tem de ser feito um cruzamento.

As delações e as investigações viraram um quebra-cabeça?

É mais que um quebra-cabeça. O trabalho é procurar agulha no palheiro. A todo tempo a gente percebe que há novas fontes de recursos para a organização criminosa.

Pode-se vincular os desvios à crise no Rio?

A corrupção é deletéria. Quando você tem o Estado sendo governado por pessoas que se pautavam por interesses particulares, isso acaba ensejando opções políticas que não são as melhores para a sociedade. Se isso acabou por ensejar a falência do Estado, estudiosos de economia terão de dizer. Parece, pelo menos, um indicativo de relação de causa e efeito. Tudo leva a crer que houve a prática generalizada de corrupção na administração estadual. 

Em decadência política, Rio viverá uma década de crise

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