USAComment.com
Zicutake USA Comment | Busque Artigos


quarta-feira, 12 de abril de 2017

#Brasil

#Brasil


Delator afirma que Eliseu Padilha pegou R$ 10 milhões

Posted: 12 Apr 2017 06:45 PM PDT

Eliseu Padilha Antonio Cruz/14.02.2017/Agência Brasil

O ex-diretor da Odebrecht José de Carvalho Filho, um dos delatores da empreiteira na Operação Lava Jato, detalhou pagamentos realizados supostamente a pedido do ministro-chefe da Casa Civil do governo Michel Temer, Eliseu Padilha (PMDB), entre 1997 e 2014, em um total de R$ 10 milhões. Carvalho apontou datas e locais de entrega de valores. Os repasses teriam sido feitos sob os codinomes Angorá e Primo.

A delação implica Padilha no recebimento de propina desde quando ele era ministro dos Transportes, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Carvalho narra pelo menos três ocasiões em que o ministro do governo Temer teria recebido dinheiro da Odebrecht, uma em 2000 e duas em 2014, quando ele já era ministro da Aviação Civil do governo Dilma (PT).

De acordo com Carvalho, o ministro "facilitou a atuação da empresa em obras no Estado do Tocantins, incluindo a eclusa de Lajeado, que permitiria aumentar a navegabilidade do rio Tocantins".

Na ocasião, Eliseu Padilha teria recebido R$ 2 milhões, como pedido para "ajudar nos custos da campanha do PMDB no País naquele ano". À Procuradoria-Geral da República, José de Carvalho Filho citou o interlocutor de nome "Edgar Santos, ligado ao partido". Segundo o delator, Edgar teria sido o destinatário do dinheiro. "Indicaram uma pessoa com o nome Edgar Santos ligado ao partido e que repassasse a ele o valor de R$ 2 milhões", disse.

Carvalho ainda relata duas ocasiões em que Padilha teria recebido propina em 2014. Na primeira delas, em março, o executivo Benedicto Júnior - também delator da Odebrecht - determinou o pagamento de R$ 4 milhões, que teria sido feito no gabinete do então ministro da Aviação Civil.

Nesta época, a Odebrecht participava da concorrência das concessões de alguns aeroportos do País. Acabou levando o contrato do Galeão, no Rio. Em maio de 2014, afirmou o delator, Marcelo Odebrecht determinou o pagamento de R$ 4 milhões, como "ajuda de campanha ao PMDB".

Carvalho declarou que soube depois que Padilha destinou parte dos valores, cerca de R$ 1 milhão, para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - hoje preso no Paraná.

O delator afirmou ainda que recebeu uma ligação do ex-presidente da Câmara cobrando os valores. "Um belo dia me liga o deputado chateado, porque não tinha recebido o dinheiro, brigou comigo, falou de forma ostensiva e agressiva."

Carvalho disse que o dinheiro pago a Padilha não foi contabilizado. Ele afirmou que desconhece o destino dado aos recursos e que apenas recebeu a ordem de seu superior, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, para que procurasse o peemedebista e avisasse que os valores estavam à disposição.

Leia mais notícias de Brasil

Emílio Odebrecht relata conversa com Lula para destravar Medida Provisória

Posted: 12 Apr 2017 05:31 PM PDT

Conversa entre Emílio Odebrecht (foto) e Lula foi solicitada por Marcelo Odebrecht por problemas com o ministro da Fazenda Caio Guatelli/21.01.2008/Folhapress

Em depoimento prestado no dia 13 de dezembro na Procuradoria-Geral da República, Emílio Odebrecht afirmou que procurou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010, para pedir que ele atuasse junto ao governo na aprovação das Medidas Provisórias 470/09 e 472/09.

De acordo com o patriarca da empreiteira, seu filho, Marcelo Odebrecht, teria solicitado que o pai conversasse com Lula por conta de problemas enfrentados com o então ministro de Fazenda, Guido Mantega.

— Fui ao Lula e inclui esse item na agenda, pedindo a ele que procurasse verificar porque o Guido estava botando dificuldades para resolver o assunto. Se estava precisando coragem ou alguma coisa que pudéssemos suprir a ele.

Emílio contou que essa conversa foi a única interferência dele junto a Lula no assunto das MPs. Após a conversa, contou o delator, seu filho teria dito que Mantega "deu sequência" ao assunto.

A MP 470/09 versava sobre a permissão para que as empresas exportadoras parcelarem seus débitos decorrentes do aproveitamento indevido do crédito-prêmio do IPI. A MP 472/09 tratava do regime especial de incentivos para o desenvolvimento da indústria petrolífera nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e dedução ou isenção de impostos.

Mantega pediu R$ 100 milhões para a campanha de Dilma em 2014, diz Odebrecht

Posted: 12 Apr 2017 05:27 PM PDT

Odebrecht diz por várias vezes que tinha total acesso a Mantega Daia Oliver/R7

O empresário Marcelo Odebrecht, em depoimento de delação premiada, afirmou que em 2013 o então ministro da Fazenda Guido Mantega pediu R$ 100 milhões para a campanha presidencial de Dilma Rousseff — a petista disputou as eleições no ano seguinte.

Em troca do dinheiro, Mantega atuou junto ao governo e também no Congresso para a aprovação de uma medida provisória para beneficiar a Braskem, outra empresa ligada ao Grupo Odebrecht.

Marcelo, em 2009, assumiu uma vaga no conselho e passou a trabalhar junto a políticos para concretizar os interesses dos negócios.

Segundo relato de Odebrecht, ficou combinado entre os integrantes do grupo que a campanha presidencial seria "bancada" pela Braskem, pois naquela época, a construtora "já tinha gasto R$ 50 milhões na campanha do Eduardo Campos e estava comprometida com o Aécio [Neves]".

Ficou acordado que para que isso fosse possível, o governo deveria aprovar uma medida provisória para beneficiar a Braskem. A MP 613/13 foi aprovada no Congresso, no Senado e sancionada pela presidência em menos de um mês. O texto determinava a concessão de inúmeros benefícios e incentivos à produção de etanol e à indústria química por meio de crédito presumido e redução de alíquota do PIS/Pasep e Cofins.

Emílio Odebrecht relata conversa com Lula para destravar Medida Provisória

Em cerca de 20 minutos de depoimento, Odebrecht diz que no Brasil "se você não tem acesso ao rei, não consegue aprovar nada" e quando leis do interesse da empresa eram aprovadas, não sabia se eram por questões técnicas ou por causa de pagamentos feitos aos políticos. Ele afirmou que foram feitos estudos técnicos para justificar a medida que traria benefícios à indústria do País, mas a partir do momento que eram iniciadas conversas com parlamentares, estes "ficavam na expectativa" de receber propina ou até mesmo doações para futuras campanhas.

O empresário afirma que pagou R$ 4 milhões ao senador Romero Jucá (PMDB-RR) para a aprovação da MP. Na ocasião, o empresário autorizou o pagamento ao senador. E justificou: "Expliquei a Claudio (Melo Filho, executivo), acerte com Jucá, porque aí lá na frente ele vai pedir um valor absurdo para campanha e aí não vai aparecer ninguém para pagar. Já autorize para alinhar com os negócios dos beneficiários de cada medida aprovada no Congresso". O objetivo era gerar uma expectativa aos deputados e senadores que, se eles atuassem pelos interesses da Odebrecht, receberiam dinheiro para bancar candidaturas.

O delator diz por várias vezes que tinha total acesso ao ministro Mantega. E que quando se encontravam, ele sabia que conversava "com o grande doador" e ficava implícito a obrigação de um "trabalhar" em benefício do outro.

Defesa

Em nota divulgada nesta terça-feira (11), o senador Romero Jucá afirmou: "Sempre estive e sempre estarei à disposição da Justiça para prestar qualquer informação. Nas minhas campanhas eleitorais sempre atuei dentro da legislação e tive todas as minhas contas aprovadas".

Mega-Sena acumula de novo e promete pagar bolada de R$ 65 milhões no sábado

Posted: 12 Apr 2017 05:22 PM PDT

Sorteio premiou 90 apostas com a quina e 6.586 com a quadra Divulgação

Nenhum apostador acertou todos os números sorteados pela Mega-Sena nesta quarta-feira (12). Com isso, o prêmio principal da loteria segue acumulado e a Caixa promete pagar nada menos do que R$ 65 milhões no próximo sábado (15).

As dezenas reveladas pelo concurso de número 1.920 da loteria, realizado no caminhão da sorte estacionado na Canela (RS), foram: 25 — 31 — 33 — 39 — 43 — 45.

Apesar de nenhum apostador ter faturado o prêmio principal, 90 pessoas acertaram a quina e têm o direito de receber R$ 45.091,85 cada. Outros 6.586 apostadores cravaram quatro dos números sorteados e podem sacar R$ 880,27 cada.

Para concorrer ao prêmio de R$ 65 milhões do próximo sábado, basta ir a uma casa lotérica e marcar de 6 a 15 números do volante, podendo deixar que o sistema escolha os números para você (Surpresinha) e/ou concorrer com a mesma aposta por 2, 4 ou 8 concursos consecutivos (Teimosinha).

Cada jogo de seis números custa R$ 3,50. Quanto mais números marcar, maior o preço da aposta e maiores as chances de faturar o prêmio mais cobiçado do País.

Outra opção é o Bolão Caixa, que permite ao apostador fazer apostas em grupo. Basta preencher o campo próprio no volante ou solicitar ao atendente da lotérica. Você também pode comprar cotas de bolões organizados pelas lotéricas.

Nesse caso, poderá ser cobrada uma Tarifa de Serviço adicional de até 35% do valor da cota. Na Mega-Sena, os bolões têm preço mínimo de R$ 10. Porém, cada cota não pode ser inferior a R$ 4. É possível realizar um bolão de no mínimo 2 e no máximo 100 cotas.

Odebrecht diz que doação a Aécio não tinha contrapartida

Posted: 12 Apr 2017 04:39 PM PDT

O empresário Marcelo Odebrecht Rodolfo Burher/20.06.2015/Reuters

O empresário Marcelo Odebrecht afirmou, em sua delação premiada, que a contribuição a Aécio Neves (PSDB), durante a campanha presidencial em 2014, não tinha contrapartida.

"Aécio é o tipo do cara que eu tinha liberdade suficiente, se eu precisava alguma coisa [...] Obviamente que existia uma expectativa de eu sempre apoiar ele. E eu o apoiava. [...] Buscava apoio para mim dar o fôlego. [...] Nunca teve uma conversa para mim de pedir nada vinculado a nada", afirma o empresário durante seu depoimento.

O trecho aparece a partir dos 14 minutos do vídeo abaixo, publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Aécio está na lista dos senadores que passarão a ser investigados, após determinação do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), com base em pedidos feitos pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

Veja trecho da delação de Marcelo Odebrecht em que ele fala da relação com Aécio Neves e o PSDB:

Leia mais notícias de Brasil

Marcos Pereira afirma que agiu sempre dentro da lei

Posted: 12 Apr 2017 04:30 PM PDT

O ministro do Mdic (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), Marcos Pereira, disse estar à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos necessários. Ele afirma que "sempre agiu dentro da lei" durante o período em que foi presidente do PRB, "buscando doações empresariais respeitando as regras eleitorais".

Pereira é um dos oito ministros do governo do presidente Michel Temer que tiveram a abertura de inquérito instaurada nesta terça por decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin.

O ministro ressalta ainda que não foi notificado a respeito das acusações e afirma que "esclarecerá não ter qualquer envolvimento com atitudes ilícitas".

Confira a íntegra da nota enviada pelo ministro:

"O ministro Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços) está à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos necessários, muito embora não tenha sido notificado oficialmente nem tenha conhecimento de nada daquilo que é acusado.

Marcos Pereira agiu sempre dentro da lei enquanto presidente de partido, buscando doações empresariais respeitando as regras eleitorais, e esclarecerá não ter qualquer envolvimento com atitudes ilícitas.

Assessoria de Comunicação
Ministro Marcos Pereira"

Um quinto da lista de Fachin é formada por parentes

Posted: 12 Apr 2017 03:58 PM PDT

Segundo delatores, quatro casais estão envolvidos em esquemas BBC Brasil

Mais de um quinto dos investigados na lista do relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Edson Fachin, tem parentesco entre si. Pais e filhos, maridos e esposas e até uma dupla de irmãos são delatados pelos executivos da Odebrecht aos investigadores.

A lista tem, por exemplo, quatro casais que, segundo os delatores, receberam caixa 2 para campanhas eleitorais. Um dos pares é formado pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) e o marido, Moisés Pinto Gomes. Segundo a Procuradoria-Geral da República, há indícios de que Gomes tenha recebido R$ 500 mil, divididos em duas parcelas, para a campanha eleitoral em 2014.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) também é apontada como beneficiária, por intermédio do marido, Eron Bezerra, de caixa 2 para a campanha eleitoral de 2012. Outro casal que, de acordo com as delações, também está envolvido é a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) e seu marido e arrecadador de campanhas, Márcio Toledo. As campanhas eleitorais de Marta à Prefeitura de São Paulo, em 2008, e ao Senado, em 2010, foram, segundos os delatores, instrumento para o recebimento de R$ 550 mil e, posteriormente, R$ 500 mil, em caixa 2. Os repasses foram feitos a Toledo.

Dois delatores afirmaram também em depoimento que o deputado federal Décio Lima (PT-SC) pediu dinheiro para a campanha da esposa, a deputada estadual de Santa Catarina Ana Paula Lima (PT-SC), à prefeitura de Blumenau em 2012. O pagamento foi de R$ 500 mil.

As delações trazem ainda várias situações em que pais pediram dinheiro em nome de seus filhos. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e o filho dele, Renan Calheiros Filho, receberam dinheiro da Odebrecht. Em negociação direta com os executivos da construtora, o senador solicitou o pagamento de R$ 1,2 milhão ao PMDB. Desse valor, pelo menos R$ 800 mil foram transferidos para o filho. Em contrapartida, o senador deveria facilitar a aprovação de leis que favoreciam a companhia.

Já o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também teria, segundo os delatores, atuado para aprovar legislação favorecendo negócios da Odebrecht. Em 2014, Jucá pediu R$ 150 mil em forma de doação eleitoral para o filho, Rodrigo Jucá (PMDB-RR), então candidato a vice-governador de Roraima.

Os dois são acusados de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública. A chapa de Rodrigo, que tinha como candidato a governador Chico Rodrigues, do PSB, ficou em segundo lugar na disputa de 2014 pelo governo do Estado, com pouco mais de 45% dos votos.

Leia mais notícias sobre Brasil e Política

O vereador e ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia (DEM-RJ) foi citado junto do filho, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em cinco delações. Elas apontam que em 2008, Rodrigo Maia recebeu R$ 350 mil para campanhas eleitorais. Mas naquele ano ele e o pai não foram candidatos. Posteriormente em 2010, Rodrigo solicitou dinheiro para a campanha do pai. De acordo com as delações, ele recebeu R$ 600 mil.

Em 2014, pai e filho voltaram a receber pagamentos, dessa vez para apoiar a aprovação de medida provisória de interesse da construtora. Ambos serão agora investigados pelos crimes de corrupção passiva corrupção ativa, lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública.

Outra dupla de pai e filho é a do senador José Agripino Maia (DEM-RN) e seu filho, o deputado federal Felipe Maia (DEM-RN). Delatores declararam que eles cobraram, respectivamente, R$ 100 mil e R$ 50 mil, em recursos de caixa 2. O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu também é alvo de pedido de investigação junto do filho, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR).

De acordo com a Procuradoria, o pai pediu doações para a campanha do filho em 2010 e 2014. Duas parcelas de R$ 250 mil teriam sido pagas pelo setor de propinas da Odebrecht. Pai e filho são acusados de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública.

Daniel Vilela, deputado federal pelo PMDB-GO, é filho de Maguito Vilela, ex-senador e prefeito de Aparecida de Goiânia (GO), também pelo PMDB. Maguito é acusado por dois delatores de receber R$ 1 milhão para a campanha do filho à Câmara Federal. Os dois serão investigados por prática de caixa dois.

Por fim, consta das delações uma parceria fraterna. A lista traz o senador Jorge Viana (PT-AC) e seu irmão Tião Viana (PT-AC), governador do Acre. Juntos, delatores apontam que eles receberam R$ 2 milhões da Odebrecht em forma de doação para a campanha de Tião ao governo, em 2010. Desses, R$ 500 mil foram repassados oficialmente. Os fatos foram narrados em duas delações, uma delas do ex-presidente da companhia Marcelo Odebrecht. Os irmãos serão investigados por falsidade ideológica para fins eleitorais.

Mantega 'azeitou' liberação de negócio da Previ com Odebrecht, diz Marcelo

Posted: 12 Apr 2017 03:52 PM PDT

Mantega diz que teria destinado R$ 4 milhões ou R$ 5 milhões da conta vinculada a interesses do governo ao deputado Carlos Zarattini e ao ex-deputado Cândido Vaccarezza Paulo Whitaker/Reuters

Em delação premiada, Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo que leva seu sobrenome, falou sobre a atuação do ex-ministro Guido Mantega para destravar a liberação de um negócio pela Previ com a Odebrecht Realizações Imobiliárias. A Previ, fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, comprou parte do empreendimento imobiliário Parque da Cidade — o negócio contou com a ajuda de "Guido", forma como Marcelo se refere ao ex-ministro.

Segundo Marcelo, Mantega "azeitou" a liberação do negócio. O empresário foi procurado por executivo responsável pela Odebrecht Realizações Imobiliárias para pedir "um conforto" por parte do então ministro da Fazenda sobre o negócio. Marcelo levou o caso a Mantega e depois disso lançou um crédito de R$ 27 milhões em favor do PT na conta corrente usada para fazer repasses de interesse ao governo.

— Negociações dessas travam mesmo. Fica difícil dizer (se negócio teria sido feito sem a atuação de Guido Mantega). Teria destravado em mais tempo se eu não tivesse falado? Eu não posso dizer (...) Com certeza ajudou. Atrapalhar não atrapalhou. 

Leia mais notícias sobre Brasil e Política

Ele disse ainda que destinou R$ 4 milhões ou R$ 5 milhões da conta vinculada a interesses do governo ao deputado Carlos Zarattini (PT-SP) e ao ex-deputado Cândido Vaccarezza (PTdoB-SP), em razão de influência no negócio.

— Eu sabia que Zarattini e Vaccareza tinham relação com Guido. Disse: 'Se você (Paul Elie Altit, executivo da Odebrecht Realizações Imobiliárias) prometeu a ele dar esse apoio, até consigo com Guido descontar na planilha do italiano.

Defesas

Em nota divulgada nesta terça-feira (11), o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), disse que "delação não é prova".

— Todos os citados das bancadas do PT na Câmara e no Senado irão provar sua inocência nesse processo.

O líder completa: "É lamentável que mais uma vez haja a divulgação de inquéritos em que sequer os citados tivessem conhecimento do que são acusados".

"Cândido Vaccarezza não é réu na operação lava jato e eventuais declarações de executivos da Odebrecht serão refutadas na íntegra", escreveu, em nota, a defesa do ex-deputado.

Odebrecht diz que empresa foi 'parceira leal' de Dilma em 'missões'

Posted: 12 Apr 2017 03:45 PM PDT

Marcelo diz que a empresa estava encontrando "enormes dificuldades" na liberação dos financiamentos prometidos à empresa e se queixa de "falta de parceria" do governo com empresa Elza Fiúza/ABr

A documentação entregue pela Odebrecht no acordo de delação premiada inclui um e-mail do herdeiro do grupo, Marcelo Odebrecht, a executivos da empreiteira com o intuito de afinar os discursos nas negociações com representantes do governo federal.

No e-mail, Marcelo diz que a Odebrecht estava sendo uma "parceira leal" do governo — na época, ainda no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff — assumindo "diversas missões", mas uma parte dos compromissos assumidos "pela outra parte" não estava sendo cumprida.

O e-mail foi enviado em agosto de 2014, já com a Lava Jato em curso. Marcelo tentava, nessa época, evitar o pagamento de parte de valor acordado com o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, para compra de apoio de legendas à chapa que elegeu Dilma naquele ano. Em relato ao Ministério Público, no entanto, ele revela que não conseguiu segurar o pagamento, que foi feito.

Leia mais notícias sobre Brasil e Política

No e-mail, Marcelo diz que a empresa estava encontrando "enormes dificuldades" na liberação dos financiamentos prometidos à empresa e se queixa de "falta de parceria (e mesmo certos ataques deliberados)" do governo para com a Odebrecht.

Ele lista 11 áreas em que a empresa se colocou em obras ou investimentos de interesse do governo, mas estava em dificuldades ou não contava mais com apoio do Poder Executivo, como as arenas da Copa.

Marcelo narra "o ocorrido na construção e concessão de 3 estádios de futebol para governos estaduais aliados (BA, RJ e PE) onde a Odebrecht cumpriu todos os seus compromissos, inclusive, os prazos da Copa das Confederações e demandas adicionais da Fifa. Entretanto, devido ao limitado financiamento do BNDES para os Estádios e do receio dos governadores em assumir todos os custos relativos à Copa do Mundo, há atualmente um valor a receber pela Odebrecht de aproximadamente R$ 500 MM", queixa-se.

Em delação, Marcelo diz que Jucá 'coordenava' negociações com PMDB no Senado

Posted: 12 Apr 2017 03:22 PM PDT

Delator afirma que Eduardo Cunha tinha relação mais forte com outros empresários que não Claudio Melo Jefferson Rudy/Agência Senado

O empreiteiro Marcelo Odebrecht detalhou em delação premiada à Procuradoria-Geral da República a estrutura de arrecadação do PMDB e a relação com o grupo que presidiu até ser preso, em junho de 2015. Segundo Marcelo Odebrecht, quem fazia a relação com o Congresso era o executivo da empreiteira Cláudio Melo Filho.

— A relação com o PMDB no Congresso, com os principais caciques do PMDB no Congresso, se dava através de Claudio Melo. Eu acho que além do Cláudio, todas as reuniões tanto comigo quanto com os outros eram bem protocolares. Eu nunca tive nenhuma reunião com eles que não fosse protocolar. 

Ele disse que Jucá era quem comandava o PMDB no Senado. 

— O que a gente sabia, que Cláudio sempre dizia para a gente é que no Senado a pessoa que ele sempre se referia era o Jucá. O Jucá era quem coordenava o PMDB no Senado. O que Cláudio falava para a gente era que todos interesses financeiros de campanha do Renan, do Eunício, todo resto do PMDB, eram coordenados pelo Jucá. O que facilitava muito no nosso modo de ver.

Segundo o delator, "na Câmara tinha a questão do Eliseu Padilha que coordenava um grupo, mas era um pouco mais difuso, porque tinha o Eduardo Cunha".

— No caso de Eduardo Cunha, especificamente, a relação mais forte não era do Cláudio. O Eduardo Cunha, a relação mais forte era com vários empresários. 

Leia mais notícias sobre Brasil e Política

Marcelo Odebrecht narrou o que ouviu de Cláudio Melo.

— Eu acerto com Jucá, tá resolvido o PMDB do Senado. Acerto com Eliseu Padilha, está resolvido o PMDB da Câmara.

O empreiteiro-delator apontou à Lava Jato que o ex-secretário da Presidência Geddel Vieira Lima (PMDB) como um "cara que briga pela gente".

— Uma pessoa que ele sempre usou como referência era o Geddel. Geddel era um cara da relação antiga dele e de meu pai. Conheço Geddel de maneira protocolar. Eles sempre diziam: Geddel é um cara que briga pela gente. Qualquer coisa que você pede lá, Geddel vai, se desgasta, faz e acontece. Agora, se prepare, porque ele vai criar uma expectativa em época de eleição aquém do que a gente daria para qualquer outro deputado. Muito além. Você concentra o esforço em alguns deputados e cria expectativa.

Defesa

Em nota divulgada nesta terça-feira (11), o senador Romero Jucá afirmou que está a disposição da Justiça. 

— Sempre estive e sempre estarei à disposição da Justiça para prestar qualquer informação. Nas minhas campanhas eleitorais sempre atuei dentro da legislação e tive todas as minhas contas aprovadas".

A defesa do ministro ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), representada pelo criminalista Daniel Gerber, afirma "que todo e qualquer conteúdo de investigações será debatido exclusivamente dentro dos autos."

Everaldo Pereira pegou R$ 6 milhões para campanha presidencial de 2014, dizem ex-executivos

Posted: 12 Apr 2017 03:17 PM PDT

Na disputa presidencial de 2014, Everaldo conquistou 780 mil votos, ou 0,75% do total 08.04.2014/Estadão Conteúdo

O ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Luiz Ayres da Cunha, e o diretor Renato Amaury de Medeiros afirmaram em depoimento à Lava Jato que houve doação não contabilizada no valor de R$ 6 milhões da empreiteira à campanha de Everaldo Dias Pereira (PSC-RJ) para a eleição presidencial em 2014.

Conforme aponta petição enviada pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin, há "menção à pessoa de Rogério Ognibeni Vargas como operador dos repasses, com o envolvimento do ex-deputado federal Eduardo Cosentino da Cunha".

Investigado pela Operação, o ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está atualmente preso em Curitiba.

Na disputa presidencial daquele ano, Everaldo conquistou 780 mil votos, ou 0,75% do total, e foi derrotado no primeiro turno. Por não possuírem foro privilegiado, os envolvidos serão investigados no âmbito da Justiça Federal no Rio.

Pezão recebeu dinheiro em espécie e no exterior, dizem delatores

Posted: 12 Apr 2017 03:13 PM PDT

Luiz Fernando Pezão Marcelo Camargo/15.02.2017/Agência Brasil

Luiz Fernando Pezão, governador do Rio de Janeiro, teria recebido dinheiro indevido em espécie e também em contas no exterior, afirmaram dois executivos da Odebrecht citaram em delação premiada. Pezão nega.

A informação consta da petição 6745 do STF (Supremo Tribunal Federal), assinada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte.

De acordo com os delatores Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Leandro Andrade Azevedo, os repasses teriam sido registrados no Sistema "Drousys", do departamento de Operações estruturadas da Odebrecht, como era chamado o departamento de propina da empresa.

Fachin determinou que o caso fosse remetido ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), foro dos governadores de Estado.

O governador do Rio nega as acusações e afirma não ter contas no exterior.

Leia mais notícias de Brasil

Temer afirma que redução da taxa de juros “vai gerar empregos para os brasileiros”

Posted: 12 Apr 2017 03:10 PM PDT

Temer comentou decisão do Copom pelo Twitter Adriano Machado/Reuters

O presidente Michel Temer elogiou nesta quarta-feira (12) a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) de reduzir a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, a 11,25% ao ano.

O presidente utilizou sua conta no Twitter para afirmar que a medida "vai ajudar a acelerar o crescimento econômico do país e gerar empregos para os brasileiros".

— A inflação em queda e a redução da taxa Selic vão estimular a economia, a produção industrial e o consumo interno. Com determinação para tocar as reformas que o País precisa, vamos colocando o Brasil no rumo certo.

 

 

Delator diz enxergar doações a Lindbergh como 'troca'

Posted: 12 Apr 2017 03:07 PM PDT

Delator diz que empresa teria apoiado campanha de Lindbergh por meio de caixa 2 Reprodução/Facebook

Em sua delação premiada, o ex-presidente da Construtora Norberto Odebrecht Benedicto Júnior disse ver "com clareza" uma "troca" entre doações eleitorais feitas pelo grupo ao hoje senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e o atendimento de um interesse da empreiteira em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro.

O relato aparece em vídeo do delator, divulgado nesta quarta-feira (12), pelo ST (Supremo Tribunal Federal) após o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte, ter autorizado o levantamento do sigilo do caso.

O executivo, conhecido como BJ na empresa, revelou que a empresa apoiou com dinheiro de caixa 2 a campanha de Lindbergh à prefeitura de Nova Iguaçu em 2008 e, posteriormente, a campanha do petista ao Senado, em 2010.

Enquanto o petista esteve à frente de prefeitura no Estado do Rio, a Odebrecht teve um apelo atendido: conseguiu unir em um consórcio só a execução de uma obra que era divida em três lotes. Isso gerou uma economia em custo para o grupo.

— Que eu me lembre, nós tínhamos ganhado uma concorrência que eram três lotes. (...) Foi feito um pleito a ele (Lindbergh) que três obras na mesma região, com mesmo objeto, gerava um custo administrativo expressivo, eram obras com preço muito apertado da Caixa Econômica. Foi feito um pleito a ele para que a gente pudesse juntar isso num consórcio só. E ele anuiu que os consórcios fossem consolidados. Enxergo com clareza essa relação nossa de ajudá-lo em campanha e a possibilidade de unir os consórcios como sendo uma troca que ele fez conosco, com os meus executivos lá no dia a dia. 

O executivo, no entanto, disse que não encontrou registros do pagamento feito em 2008 para a campanha. Segundo ele, na época a empresa começava a usar o sistema Drousys, onde comunicavam os pagamentos.

Duda Mendonça

Sobre 2010, o executivo encontrou registros dos pagamentos e os apresentou ao Ministério Público.

— Passada essa campanha (de 2008), em 2010, ele postulou uma candidatura a senador, voltou a me procurar pediu novamente um valor numa dimensão muito maior. Se eu não estou enganado o pedido foi de R$ 4 milhões e nós conseguimos fazer R$ 3,2 milhões. Nós encontramos algumas evidências que os pagamentos foram feitos através do marqueteiro dele à época.

Leia mais notícias sobre Brasil e Política

Na campanha de 2010, segundo o executivo, o marqueteiro do petista que recebeu os pagamentos em espécie, por meio de caixa 2, foi Duda Mendonça.

Os codinomes usados pela empreiteira nas planilhas eram "lindinho" ou "feio". BJ disse que só tratava com o político sobre repasses à campanha eleitoral. O dia a dia de discussão sobre obras era feito pelos demais executivos da construtora.

— Eu nunca sentei para discutir como ia ser a obra, nem a junção dos consórcios eu discuti com ele. 

Lindbergh é alvo de investigação aberta por Fachin em razão das delações da Odebrecht. Ele é suspeito de receber R$ 4,5 milhões em caixa 2, pagos pelo grupo Odebrecht entre os anos de 2008 e 2010.

Em nota oficial divulgada na terça-feira (11), o senador disse que as investigações vão esclarecer os fatos.

— Estou convicto que o arquivamento será o único desfecho possível para esse processo. Novamente a justiça será feita". 

Odebrecht diz que Paulo Bernardo pediu, por indicação de Lula, propina para aprovar linha de crédito para Angola

Posted: 12 Apr 2017 02:54 PM PDT

Odebrecht foi ouvido no dia 11 de abril por Sérgio Moro Antônio Cruz/14.10.2013/Agência Brasil

O presidente afastado da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, afirmou ao juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Operação Lava Jato, em Curitiba, que o ex-ministro Paulo Bernardo pediu, por indicação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma contribuição de US$ 40 milhões, para aprovação de uma linha de crédito de US$ 1 bilhão para que a empresa exportasse bens e serviços para Angola.

— No caso específico dessa negociação, em 2009, início de 2010, até porque eu acho que estava se aproximando da eleição, veio o pedido solicitado para mim por Paulo Bernardo, na época, que veio por indicação do presidente Lula, para que a gente desse uma contribuição de US$ 40 milhões e eles estariam fazendo a aprovação da linha de US$ 1 bilhão para exportação de bens e serviços.

Odebrecht foi ouvido no dia 11 por Moro como réu em ação penal em que o ex-ministro Antonio Palocci é acusado de acertar R$ 123 milhões em propinas ao PT.

— Em 2009, 2010, teve uma negociação de uma linha de crédito envolvendo Angola que se dava entre os dois país.

O vídeo do depoimento, que estava sob sigilo, foi tornado público nesta quarta-feira (12).

O delator revelou que o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda, governo Lula, e Casa Civil, governo Dilma Rousseff) era o principal interlocutor das propinas acertadas pela Odebrecht com o PT. Identificado como "Italiano" nas planilhas secretas do Setor de Operações Estruturadas — o chamado "departamento da propina" —, Palocci cuidou dos repasses para Lula, que era identificado como "Amigo".

— Todos pagamentos eram autorizados por Palocci.

Além de Palocci, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega passou a ser outro interlocutor dos acertos da conta corrente do PT, sob o codinome "Pós-Itália".

— Nós participávamos dessa negociação no sentido de dar inputs para o governo de lá, o governo daqui, mas nunca entramos nessa negociação, porque era entre os dois países. Nós tínhamos interesses, era exportação de bens e serviços, tínhamos fechados vários contratos em Angola e que só demandava essa linha de crédito para fazer exportação de bens e serviços. Quando veio essa negociação de US$ 1 bilhão, como sempre a gente fazia a gente tentou mostrar com embasamento técnico, que a linha era importante.

Leia mais notícias sobre Brasil e Política

O empresário, um dos 78 delatores da Odebrecht, afirmou que buscou o diretor da empresa em Angola, e combinou de embutir os US$ 40 milhões dentro do lucro, do custo da obra.

Angola

— Eu já sabendo que os contratos existiam, eu acabei aceitando. E teve uma coisa que o pedido foi de US$ 40 milhões, o pedido foi feito pelo Paulo Bernardo, toda condução foi feita por ele, que era o ministro de Planejamento. Guido não se envolveu nesse assunto específico, agora, sempre dado ciência a Palocci e que me ajudava eventualmente com Paulo Bernardo se precisasse.

O empresário afirmou que conseguiu reduzir o valor da propina paga a pedido de Lula, para US$ 36 milhões, descontando os custos de operação dos repasses.

— Eu fui a Palocci e falei assim. Palocci, olha o Paulo Bernardo me pediu US$ 40 milhões, tem um custo de geração desses US$ 40 milhões, porque eu vou receber através de exportação de bens e serviços, vou ter que mandar para cá, tem um custo de geração de 10%. E aí consegui reduzir com Palocci esse valor de US$ 40 milhões para UU$ 36 milhões, que convertido ao câmbio da época, deu R$ 64 milhões.

Segundo Odebrecht, o episódio de cobrança de propinas em contrapartida para a linha de crédito em Angola e o pedido feito por Mantega, de repasse de R$ 50 milhões para a campanha 2010, pela medida provisória do Refis, são os dois únicos casos específicos que ele considera "propina".

Odebrecht: governo 'deixava pontas soltas' em MPs e aumentava 'custo Congresso'

Posted: 12 Apr 2017 02:49 PM PDT

O presidente afastado da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, afirmou em sua delação premiada que o "custo Congresso" aumentava com as "pontas soltas" deixadas pelo governo federal na edição de MPS (medidas provisórias).

"(Em) várias MPs, não era incomum o governo deixar pontas soltas. E a gente ter que ajustar via relator no Congresso", afirmou Odebrecht, em seu Termo 31, da delação premiada fechada com a PGR (Procuradoria Geral da República). "Isso aumentava o custo no Congresso", afirmou.

"O termo 31 trata do regime de tributação de lucros no exterior/pleito de favorecimento fiscal. Esse é um dos temas que transitou na minha agenda com o Guido", disse o delator.

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega era um dos interlocutores de Odebrecht com o governo Dilma Rousseff, para acertos de propinas para o PT - identificado nas planilhas secretas do grupo como "Pós-Itália".

Segundo Marcelo Odebrecht, no governo federal, o assunto foi tratado com Mantega, e no Senado e na Câmara com o senador Romero Jucá (PMDB-RO) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), respectivamente.

Defesa
"Sempre estive e sempre estarei à disposição da Justiça para prestar qualquer informação. Nas minhas campanhas eleitorais sempre atuei dentro da legislação e tive todas as minhas contas aprovadas", disse o senador Romero Jucá.

Assista ao depoimento de MArcelo Odebrecht: 

Parte 1

Parte 2

Parte 3

Parte 4

Grupo de Sarney pegou 1% do valor de obra da ferrovia norte-sul, dizem delatores

Posted: 12 Apr 2017 02:47 PM PDT

Projeto da Ferrovia Norte-Sul, que liga Anápolis (GO) a Palmas (TO), foi iniciada no governo de José Sarney Divulgação/Governo Federal

O grupo político do ex-presidente José Sarney (PMDB-AM) é citado nas delações dos executivos da Odebrecht como beneficiário de recebimento de propina relativa à obra da Ferrovia Norte-Sul, executada pela empreiteira e conduzida pela empresa pública Valec Engenharia, vinculada ao Ministério dos Transportes.

De acordo com as delações de Pedro Augusto Carneiro Leão Neto e João Antônio Pacífico Ferreira, pessoas ligadas ao ex-presidente receberam entre 2008 e 2009 cerca de 1% sobre o contrato da obra, representado por Ulisses Assada, diretor de engenharia da Valec. Outros 3% seriam destinados ao grupo político do ex-deputado Valdemar da Costa Neto (PR), liderado por José Francisco das Neves, o 'Juquinha'.

As informações constam do pedido de abertura de inquérito contra o deputado federal Milton Conti (PR-SP), que "teria atuado na cobrança de vantagem indevida, sendo a propina paga por meio do Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht".

Os depoimentos que envolvem Sarney serão enviados à Justiça Federal de Goiás, onde já há apuração sobre a Valec.

Obra

O projeto da Ferrovia Norte-Sul, que liga Anápolis (GO) a Palmas (TO), foi iniciada no governo de José Sarney. Mais de 20 anos depois, o projeto foi ampliado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, ele prevê ligar Açailândia, no Maranhão, até Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

Grupo Odebrecht pagou US$ 20 milhões para ministro de Angola

Posted: 12 Apr 2017 02:45 PM PDT

O executivo da Odebrecht, Hiberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, afirmou em depoimento à PGR (Procuradoria-Geral da República), que o grupo repassou US$ 20 milhões para um ministro do governo de Angola. O nome do beneficiado não foi revelado. O dinheiro foi transferido para o Banco Espirito Santo de Dubai, em Dubai, e registrado na planilha de propinas da Odebrecht.

O ministro Edson Fachin decidiu manter sigilo nos autos e pediu manifestação do Ministério Público Federal. "Considerando o disposto nos arts. 6º e 337-B, ambos do Código Penal e a informação de que o pagamento da suposta propina teria sido efetuado por intermédio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, preliminarmente, mantido o sigilo dos presentes autos, determino a remessa dos autos ao Ministério Público Federal para que se manifeste sobre a aplicabilidade da lei penal brasileira aos fatos narrados."

'Vamos colocar as cartas na mesa', diz FHC sobre lista de Fachin

Posted: 12 Apr 2017 02:44 PM PDT

FHC criticou transição do despacho Eduardo Knapp/Folhapress - 22.3.2017

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso usou as redes sociais nesta quarta-feira (12), para comentar a delação de Emílio Odebrecht, despachada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal). O delator disse ter pago "vantagens indevidas não contabilizadas" às campanhas do tucano.

— Isso nunca chegou ao meu conhecimento, mas também não posso responder nada porque não conheço o texto do que realmente foi declarado e se houve alguma referência específica pelo senhor Emílio.

O ex-presidente disse, ainda, que o Brasil precisa hoje de transparência.

Leia mais notícias sobre Brasil e Política

— A Lava Jato está colaborando no sentido de colocar as cartas na mesa. Vamos colocar as cartas na mesa. Eu não tenho nada a esconder, nada a temer, e vou ver com calma do que se trata. Por enquanto, não é nada específico, é tudo muito vago.

FHC também criticou a transcrição do despacho, que disse que as campanhas foram em 1993 e 1997.

— Está erradamente no texto, não houve campanha em 93, nem 97. É 1994 e 1998.

Pela falta de foro privilegiado do ex-presidente, Fachin declinou da competência sobre essa investigação. No despacho, o ministro determinou que a remessa dos autos fosse para a primeira instância da Justiça Federal em São Paulo, onde mora o tucano.

Dilma quis saber se Temer recebeu propina, diz Marcelo Odebrecht

Posted: 12 Apr 2017 02:40 PM PDT

Dilma deixou transparecer dúvida se Temer teria recebido valores do contrato PAC SMS da diretoria Internacional da Petrobras José Cruz/24.nov.2015/Agência Brasil

Em um de seus depoimentos prestados no âmbito do acordo de colaboração premiada com a Lava Jato, o empreiteiro Marcelo Odebrecht assumiu pagamentos de propina para o PMDB e PT por conta do contrato PAC SMS da diretoria Internacional da Petrobras. Segundo o delator, tanto a presidente da estatal na época, Graça Foster, como a então presidente Dilma Rousseff (PT) foram informadas sobre os pagamentos ilícitos.

Na conversa com Dilma, segundo Marcelo, teria transparecido que a então presidente queria saber se seu vice, Michel Temer, teria recebido valores oriundos do contrato.

— Eu contei tudo que tinha contado pra Graça pra ela. Presidenta, veja bem, não é justo o que Graça fez. Eu achava que ela queria saber se Michel estava envolvido... mas você percebe que ela queria instigar quem era a pessoa que estava recebendo isso.

Dilma favoreceu doadora em construção de hidrelétrica, diz Emílio Odebrecht

Os repasses ao PMDB, disse Marcelo, foram solicitados a Márcio Faria, diretor de Óleo e Gás do grupo Odebrecht, pelos então deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Por parte do PT, os repasses teriam sido tratados com o tesoureiro do partido João Vaccari. Questionado sobre os valores, Marcelo informou que não saberia o valor exato, mas que "foi relevante, foi R$ 10, R$ 20 milhões" pagos na véspera da campanha de 2010.

Em 2013, uma auditoria interna da Petrobras contestou contrato com o grupo Odebrecht em torno de US$ 840 milhões para serviços em dez países. Depois da análise, o montante a ser pago foi reduzido em 43% do valor original, a cerca de US$ 480 milhões. O acordo incluía trabalhos de manutenção na refinaria de Pasadena, no Texas (Estados Unidos), onde a Petrobras foi investigada por ter firmado um contrato com falhas e comprado a unidade por preço acima do de mercado.

Em sua delação, Odebrecht contou que soube dos pagamentos quando Graça Foster telefonou para perguntar se o PMDB havia recebido valores oriundos do contrato.

— O que na época me foi informado, comentado, é que ela estava preocupada era com esse tal pagamento que foi feito para eleição de 2010 do grupo do PMDB.

Odebrecht diz que empreiteira 'botou R$ 40 milhões para demandas de Lula'; ouça

Aos investigadores explicou que o caso foi diferente dos outros da estatal uma vez que não era costume o político solicitar os repasses.

— No caso a Petrobras, a conversa era com diretores, a mensagem dos padrinhos políticos era pelos diretores.

O PAC SMS foi um contrato de prestação de serviços para a área de Negócios Internacionais da Petrobras, dentro do plano de ação de certificação em segurança, meio ambiente e saúde. O contrato guarda-chuva contempla vários países e, em 2011, foi ampliado para incluir serviços específicos em Pasadena.

Ouça o depoimento dado pelo empreiteiro Marcelo Odebrecht ao juiz Sérgio Moro:

Parte 1

Parte 2

Parte 3

Parte 4