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sábado, 28 de janeiro de 2017

#Brasil

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Mega-sena acumula e pode pagar até R$ 9 milhões

Posted: 28 Jan 2017 03:31 PM PST

Ninguém acertou os números sorteados na noite deste sábado (28) em Santarém (PA). Por isso, a Mega-sena acumulou e pode pagar até R$ 9 milhões no próximo sorteio, que será realizado na quarta-feira (1º).

As dezenas sorteadas foram: 12 – 34 – 45 – 53 – 55 – 58.

De acordo com a Caixa Econômica Federal, 32 apostadores fizeram a Quina e ganharam R$ 51.269,12. Outras 2.722 apostas acertaram quatro números e cada uma vai levar R$ 861,03.

Detentos ficarão em contêineres no presídio de Alcaçuz 

Posted: 28 Jan 2017 11:26 AM PST

Presos rebelados no presídio de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte Avener Prado/19.1.2017/Folhapress

O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), anunciou nesta quinta-feira (26) a compra de contêineres para abrigar os detentos da penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal. "Os contêineres estão em fase final de contratação, mas não dá para afirmar quando serão inaugurados", explica ao R7 Zenilton Pinheiro da Silva, coordenador da administração penitenciária do Estado.

Direto do inferno: um raio-x do sistema penitenciário

Segundo o coordenador, os módulos habitáveis vão comportar cerca de 1.000 presos, mas ele não soube precisar quantos serão nem como será feita a ventilação. "Tem que ter janela, senão é impossível", comenta.

Cada contêiner tem capacidade para 20 pessoas e a expectativa é de que pelos menos 50 peças sejam levadas à penitenciária de Alcaçuz.

Pinheiro da Silva dá informações ainda sobre o que motivou a iniciativa. "Tomamos essa decisão para poder reformar ou demolir parte da estrutura de Alcaçuz."

Exclusivo: R7 visitou uma penitenciária modelo em Minas Gerais

Em coletiva de imprensa, o governador falou ainda sobre a construção de três presídios no Rio Grande do Norte e a intenção de desativar Alcaçuz ainda em 2017. Antes do massacre do dia 14 de janeiro em que morreram 26 detentos, o presídio tinha capacidade para aproximadamente 600 pessoas, mas comportava 1.100 presidiários.

No último sábado (21), o governo do Rio Grande do Norte iniciou o processo de construção de um muro para separar os membros das facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e Sindicato do Crime, na Penitenciária de Alcaçuz. Materiais para a separação provisória do presídio começaram a chegar no local por volta das 6h. Pouco antes das 10h, o primeiro container entrou no presídio. Ao longo do dia, mais três containers foram colocados para dentro da penitenciária, formando uma barreira provisória de cerca de sete metros, no Pavilhão 5, separando as duas facções.

 

Gastos com juros do cartão de crédito podem cair pela metade com novas regras

Posted: 28 Jan 2017 08:40 AM PST

Economia pode variar porque bancos personalizam as taxas Thinkstock

A economia do consumidor com a nova regra que limita a utilização do rotativo do cartão de crédito poderá chegar a quase 50% em 12 meses. Essa é a diferença que o cliente deixará de pagar ao migrar dos juros mais caros do crédito rotativo para as taxas mais baixas do crédito parcelado.

A partir de abril, as administradoras de cartão de crédito não poderão mais financiar o saldo devedor dos clientes por meio do crédito rotativo por mais de um mês, conforme decisão do CMN (Conselho Monetário Nacional) tomada na última quinta-feira (26).

De acordo com o levantamento mais recente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), os juros médios do crédito rotativo – cobrado de quem não paga a totalidade da fatura do cartão de crédito – chegavam a 15,33% ao mês no fim de dezembro. Para o crédito parcelado, a taxa média estava em 8% ao mês.

A diferença é maior quanto mais longo o tempo dos financiamentos. Uma dívida de R$ 1 mil na fatura do cartão sobe para R$ 1.534 no crédito rotativo ao fim de três meses. Com a nova regra, pela qual a taxa mais alta – de 15,33% ao mês – incide nos primeiros 30 dias e a taxa de 8% ao mês incide nos dois meses restantes, a dívida aumenta para R$ 1.345,20, diferença de 12,3%.

Ao final de 12 meses, a disparidade é ainda maior. Uma dívida de R$ 1 mil na fatura chegará a R$ 5.537,42 ao fim do período no sistema atual, financiada por meio do crédito rotativo. Pela nova regra, a mesma dívida seria corrigida para R$ 2.689,07, diferença de 51,4%.

O cálculo leva em conta as taxas médias de juros cobradas no fim de dezembro. A economia efetiva pode variar porque os bancos personalizam as taxas para cada consumidor no rotativo e no crédito parcelado. Os juros finais podem variar em função do histórico e da capacidade de pagamento do cliente.

Inadimplência

Ao anunciar as novas regras na última quinta-feira, o diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso, explicou que as altas taxas de juros no crédito rotativo estão relacionadas à elevada inadimplência nessa modalidade. Segundo a autoridade monetária, a inadimplência no rotativo do cartão de crédito estava em 37% para as pessoas físicas e em 59% para as empresas no fim de dezembro.

Em relação ao crédito parcelado, a inadimplência é bem menor: 1,1% para as pessoas físicas e 2,3% para as empresas. "Hoje, uma vez em que o cliente entra no rotativo, não sabe quando vai pagar o saldo devedor. Isso cria uma incerteza que não existe no crédito parcelado, que permite às instituições adotarem um fluxo de caixa esperado das parcelas que vão entrar, dando maior previsibilidade e resultado em juros menores", declarou o diretor do BC.

A limitação para o uso do crédito rotativo havia sido anunciada em dezembro pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como parte das medidas de reformas microeconômicas. Na ocasião, o ministro anunciou a intenção do governo de reduzir, de 30 para dois dias, o prazo de pagamento das administradoras de cartão aos lojistas. A medida, segundo as administradoras, prejudicaria as pequenas empresas de cartões e favoreceria os grandes bancos.

Marisa Letícia continua na UTI e sedada

Posted: 28 Jan 2017 07:51 AM PST

Ex-primeira dama está internada desde a terça-feira (24) Luis Eduardo de Souza/Estadão Conteúdo

A ex-primeira dama Marisa Letícia Lula da Silva permanece sedada e estável no início da tarde deste sábado (28). A paciente está internada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde a tarde de terça-feira (24) quando sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico em casa, em São Bernardo do Campo.

Em nota, o hospital divulgou o boletim médico da ex-primeira dama. 

"A paciente Marisa Letícia Lula da Silva encontra-se internada na Unidade de Tratamento Intensivo, do Hospital Sírio-Libanês, em condição clínica estável. Permanece sedada com monitorização neurológica.

As equipes médicas que a acompanham são coordenadas pelo Prof. Dr. Roberto Kalil Filho, Prof. Dr. Milberto Scaff, Prof. Dr. Marcos Stávale e Prof. Dr. José Guilherme Caldas."

MPF recupera só 10% de propina a Cabral

Posted: 28 Jan 2017 04:10 AM PST

Sérgio Cabral está preso no Complexo Penitenciário de Bangu (RJ) Fábio Motta/27.06.2013/Estadão Conteúdo

Dos US$ 16,5 milhões pagos como propina pelo empresário Eike Batista ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), conforme apontam as investigações da Operação Eficiência, apenas um décimo foi recuperado. Os valores foram repassados em ações da Vale, da Petrobras e da Ambev e, ao liquidar os papéis, somente US$ 1,6 milhão (R$ 5,4 milhões) foi arrecadado pelo Ministério Público Federal.

O montante é 10% do valor investido nos papéis e uma parcela pequena dos cerca de R$ 270 milhões repatriados até agora pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro.

"Por opção de Cabral, os US$ 16,5 milhões foram investidos em ações. O que se conseguiu recuperar dessa conta da [empresa] Arcadia no [banco] Winterbotham é um valor muito pequeno porque boa parte do que foi aplicado nas ações evaporou", disse o procurador da República Sérgio Pinel.

Ele afirmou que no fim do ano passado a força-tarefa solicitou a liquidação dos papéis restantes na conta e a repatriação do valor correspondente.

Segundo os procuradores, a empresa Arcadia Associados, de Renato Chebar, foi usada para dar aparência de legalidade ao repasse de Eike. Operadores do mercado financeiro, Chebar e seu irmão, Marcelo, procuraram o MPF após a Operação Calicute e assinaram um acordo de delação premiada que embasou a Operação Eficiência. Deflagrada anteontem, ela apura a ocultação e lavagem de mais de US$ 100 milhões (R$ 340 milhões) no exterior pelo grupo de Cabral.

As investigações apontam que a Arcadia Associados mascarou o repasse a Cabral firmando um contrato de fachada com a Centennial Asset Mining Fund LLC, holding de Eike. Pelo contrato, a Arcadia prestou assessoria à Centennial na compra do controle da mineradora canadense Ventana Gold. Eike fechou o negócio por US$ 1,5 bilhão. A Ventana detém minas de ouro na Colômbia. A consultoria da Arcadia, porém, jamais ocorreu.

Segundo Renato Chebar, Cabral pediu, num encontro em Nova York, em 2011, que a conta Golden Rock comprasse ações da Petrobras para concretizar a operação. O operador recomendou que também fossem compradas ações da Vale e da Ambev.

A Centennial fez o pagamento por meio da conta Golden Rock, no TAG Bank, sediado no Panamá. A ideia inicial da "engenharia financeira" era que a Arcadia abrisse uma conta no mesmo banco, o que não foi possível. Assim, a empresa recebeu os valores numa conta do banco Winterbotham, no Uruguai.

Os colaboradores não informaram em nome de quem as ações foram compradas. Segundo especialistas, esse montante poderia estar em nome de um terceiro ou até de um "trust".

Chamado de "obscuro" em petição do MPF, o TAG Bank é controlado por Eduardo Plass, que teve mandado de condução coercitiva decretado, mas ainda não prestou depoimento porque mora em Londres. Plass é engenheiro e trabalhou na Camargo Corrêa nos anos 1980, mas construiu a maior parte da carreira no Banco Pactual, onde ingressou em 1987 e chegou a presidir entre 1997 e 2003.

Advogado

O advogado de Eike, Fernando Martins, esteve ontem na Superintendência da Polícia Federal no Rio e no Ministério Público Federal. Ao delegado Tácio Muzzi, responsável na PF pelas investigações, o defensor reafirmou a disposição de seu cliente de se entregar à Justiça. Mas não foram revelados detalhes sobre uma eventual apresentação de Eike.

Ele teve a prisão decretada no dia 13 de janeiro, mas o mandado só foi "para a rua" anteontem, quando foi deflagrada a Operação Eficiência. Na terça, o empresário embarcou para Nova York. Desde então, não há informações a seu respeito.

O MPF afirmou oficialmente que "não há esse canal com a defesa" do empresário por ora e negou que Martins tenha se reunido com procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Rio.

Lava Jato: Ex-marqueteiro do PT diz que Dilma o alertou sobre prisão

Posted: 28 Jan 2017 04:01 AM PST

Santana implicou Dilma, mas força-tarefa quer mais detalhes Roberto Stuckert Filho/06.09.2016/PR

O ex-marqueteiro do PT João Santana afirmou à força-tarefa da Lava Jato que ele e sua mulher, Mônica Moura, foram avisados pela ex-presidente da República Dilma Rousseff sobre possibilidade de serem presos. A reportagem é do jornal Folha de S.Paulo.

Mesmo na República Dominicana, onde faziam uma campanha política, ambos foram alvos da 23ª fase da operação, chamada Acarajé, e acabaram presos quando desembarcaram no Brasil em fevereiro de 2016.

Ao implicar Dilma, a intenção de Santana é acelerar o acordo de delação premiado dele e da mulher, parados desde o final de 2016. O casal passou quase seis meses presos, mas foram liberados depois de pagarem cerca de R$ 31 milhões de fiança.

Um interlocutor de Dilma teria sido o responsável por passado o recado a Santana, ex-amigo pessoal da petista.

A reportagem da Folha de S.Paulo, porém, apurou que a citação à petista não saciou a fome dos procuradores da Lava Jato por informações mais contundentes. 

O advogado de Dilma, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, disse que nem ele nem a ex-presidente tinham "informações privilegiadas sobre as investigações". Portanto, diz, a citação de Santanta "não procede".

Os defensores de Mônica Moura e João Santana não quiseram responder ao jornal.

Presidente do STF deve homologar delação da Odebrecht

Posted: 28 Jan 2017 02:56 AM PST

Ministra é responsável pelas medidas urgentes no tribunal durante o recesso e, por isso, tem legitimidade para tomar decisão sozinha Nelson Jr./10.08.2016/SCO/STF

A expectativa no STF (Supremo Tribunal Federal) e no Palácio do Planalto é de que as delações da Odebrecht sejam homologadas pela presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, entre segunda e terça-feira, já que os juízes auxiliares da equipe do ministro Teori Zavascki, morto no dia 19, encerraram ontem as audiências com os 77 delatores da empreiteira.

Esse é o último passo antes da confirmação dos acordos firmados por executivos e ex-executivos com o Ministério Público Federal.

Como presidente da Corte, Cármen Lúcia é uma espécie de plantonista durante o recesso do Judiciário, que termina na quarta-feira.

Nessa condição, ela é responsável pelas medidas urgentes no tribunal durante o recesso e, por isso, tem legitimidade para tomar a decisão sozinha.

Essa prerrogativa foi reforçada pelo pedido de urgência protocolado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Só após essa etapa, o Ministério Público Federal pode usar o material para iniciar investigações formais contra autoridades e políticos com foro citados pelos delatores.

Integrantes do Supremo e da Procuradoria-Geral da República avaliam que a autorização dada por Cármen Lúcia para que a equipe de Teori continuasse a trabalhar mesmo após a morte do ministro já foi um forte indicativo de que a presidente do STF pretende ser breve na homologação, com três objetivos: garantir que não haja atrasos no processo da Lava Jato, sinalizar à opinião pública que não há qualquer mudança no ritmo e na disposição do tribunal quanto às investigações e, enfim, tirar a pressão para a escolha do novo relator a toque de caixa.

Se a homologação ficar para depois do dia 1º, com o reinício dos trabalhos, teria de esperar a definição do novo relator da Lava Jato. No caso de a homologação ser assinada por Cármen Lúcia, ela teria mais tempo e ficaria à vontade para manter as conversas com outros ministros do STF a fim de "construir um caminho" - nas palavras de seus interlocutores - de definição do critério de escolha do substituto de Teori na relatoria.

Sorteio

Pelo regimento, a probabilidade maior é a realização de sorteio entre os integrantes de todo o STF ou apenas dos membros da Segunda Turma da Corte, da qual Teori fazia parte. Também é apontada a possibilidade de o Supremo chegar a uma solução "consensual" para que um integrante da Primeira Turma migre para a Segunda Turma e assuma a cadeira de Teori - e a Lava Jato.

Até o momento, Cármen Lúcia tem mantido reserva sobre o assunto, mas seus interlocutores indicam que a opção mais provável é o sorteio entre todo o plenário, numa demonstração de que qualquer ministro da Corte está apto a assumir a tarefa.

O Palácio do Planalto trabalha com a previsão de que a homologação das delações da Odebrecht ocorra, de fato, entre segunda e terça-feira. Cármen Lúcia e o presidente da República, Michel Temer, conversaram algumas vezes por telefone na semana passada. Na primeira ligação, a presidente do STF agradeceu o apoio dado pela Aeronáutica no desastre aéreo que matou Teori e elogiou os militares envolvidos. Depois disso, Temer ligou à noite para a presidente do STF para avisar que a gravação na cabine do avião que caiu estava audível.

O presidente disse que vai indicar o nome do substituto de Teori na Corte somente após a definição do relator da Lava Jato. Temer tem conversado sobre assuntos do Judiciário com o ministro do STF Gilmar Mendes, a advogada-geral da União, Grace Mendonça, e o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.

Audiências

Desde terça-feira passada, os juízes auxiliares de Teori foram autorizados a continuar o trabalho nos acordos da Odebrecht. Audiências para confirmar a espontaneidade das delações foram remarcadas.

Nesses encontros, os juízes fazem ao menos três perguntas aos delatores. Primeiro, questionam se o acordo foi espontâneo. Depois, pedem que o executivo explique como entrou no processo de colaboração e, por fim, se está de acordo com as penas acertadas entre a defesa e o Ministério Público.

Ontem, o herdeiro e ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, foi ouvido em Curitiba. As audiências aconteceram simultaneamente em diferentes Estados. Na quinta-feira, por exemplo, foi a vez do patriarca Emílio Odebrecht ser ouvido em Salvador (BA), um dia após seu aniversário.

Em São Paulo, o prédio da Justiça Federal foi aberto no feriado de aniversário da cidade, na quarta-feira, para colher depoimentos de dez executivos.

A audiência prévia à homologação é um procedimento considerado protocolar, adotado pelo gabinete de Teori em todas as delações que chegaram ao Supremo na Lava Jato. O Ministério Público Federal não participa dessa etapa.

Audiência na OAB contesta motivos do governo para mexer na aposentadoria

Posted: 28 Jan 2017 02:37 AM PST

Bruno Leal, da Casa Civil, explicou a proposta do governo Juca Guimarães/R7

Durante a audiência pública realizada na quinta-feira, dia 26, em São Paulo, na OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), as regras para a reforma da Previdência, incluídas na PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 287 do governo, foram duramente criticadas por advogados, entidades de aposentados e congressistas.

A PEC 287 foi apresentada no início de dezembro pelo governo. Entre as principais mudanças estão: idade mínima de 65 anos para homens e mulheres com, no mínimo, 25 anos de contribuição; fim da pensão por morte integral; fim da aposentadoria rural com regras diferenciadas; sistema de cotas para a pensão por morte de acordo com o número de dependentes; aumento da idade mínima dos benefícios assistenciais para 70 anos e fim da aposentadoria especial para professores (veja arte abaixo).

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A proposta do governo também estabelece uma regra de transição para quem está perto de se aposentar. Homens com 50 anos de idade ou mais e mulheres com 45 anos de idade ou mais terão regras diferenciadas. Trabalhadores nessa situação deverão cumprir um período adicional de contribuição , uma espécie de "pedágio", equivalente a 50% do tempo que faltaria para atingir o tempo de contribuição exigido. Por exemplo, se para um trabalhador faltava um ano para a aposentadoria, passará a faltar um ano e meio (12 meses + 50% = 18 meses).

A regra de transição só vale para o tempo de aposentadoria, já para o cálculo do benefício valerá a nova regra proposta, ou seja, o ponto de partida garante apenas 76% da média do valor contribuído.

Para Carlos Alberto Vieira de Gouveia, presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB São Paulo, a reforma precisa ser melhor discutida. "Não se faz uma mudança tão grande sem ouvir o povo. A população precisa ser ouvida e as propostas explicadas, principalmente as suas consequências, por exemplo, com idade mínima de 65 anos para se aposentar, o mercado daria conta de abarcar as pessoas mais idosas? Se sim, de que modo isso afetaria os jovens que estão chegando para buscar espaço?", disse.

O advogado Chico Couto de Noronha Pessoa, presidente da Comissão Especial de Direito Previdenciário do Conselho Federal da OAB, lembrou ainda que a instituição da idade mínima de 65 anos para trabalhadores urbanos e rurais inviabiliza as chances de aposentadoria em estados com expectativa de vida mais baixa. "Em Alagoas, Maranhão e Piauí os trabalhadores vão contribuir para uma aposentadoria que nunca virá caso a PEC seja aprovada", disse o advogado. Pessoa também afirmou que o argumento de déficit da Previdência é "controverso". Na próxima terça-feira, dia 31, o conselho se reúne em Brasília para discutir os pontos da reforma e apresentar emendas.

Falando pelo governo, Bruno Leal, assessor especial da Casa Civil, afirmou que as mudanças são necessárias e a proposta é "constitucional e coerente", por outro lado, admitiu que "se for da vontade do Congresso, é possível aprimorar a reforma".

De acordo com Leal, que abriu a fase de exposição de ideias da audiência, a reforma foi pensado levando em conta diversos estudos sobre questões demográficas e mudanças estruturais do país que, segundo ele, contribuem para o aumento do déficit da Previdência Social. "Os estudos foram profundos e os diagnósticos foram muitos. A proposta apresentada como está é, na minha opinião a alternativa mais adequada, porém, se for da vontade do Congresso é possível aprimorar para chegar num ponto de consenso", disse.

Rombo do INSS aumenta 74,5% e vai a quase R$ 150 bilhões

Os dados apresentados pelo representante do governo na audiência da OAB mostram, para as próximas décadas, uma tendência de diminuição significativa na razão entre os brasileiros com idade para trabalhar (entre 14 e 64 anos) e aqueles com idade para se aposentar, levando em conta as novas regras (65 anos ou mais). Atualmente, de acordo com o governo, existem 140,9 milhões de brasileiros na faixa laboral e 16,1 milhões de idosos, a razão é de 8,75 para um.

Em 2040, pelas projeções do IBGE, serão 152,6 milhões de brasileiros com idade entre 14 e 64 anos contra 40,1 milhões de pessoas com idade para se aposentar, a razão seria de 3,8 para 1. No ano de 2060, a razão cairia para 2,25 para um (131,4 milhões de trabalhadores e 58,4 milhões de possíveis aposentados).

A comparação é importante, segundo Leal, porque o modelo de Previdência pública adotado no Brasil é de caráter solidário, ou seja, uma espécie de pacto entre gerações onde a contribuição dos segurados na ativa sustenta o pagamento das aposentadorias. Pelo cenário apresentado pelo governo, em 2060, a relação entre os que pagam e os que recebem será 74,2% inferior ao que é atualmente, inviabilizando o sistema. Confira a opinião de especialistas ouvidos pelo R7 sobre a desiguladade da Previdência.

Desvinculação

O deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) contestou duramente as argumentações do representante do governo. "Esse mote da campanha publicitária 'Reformar hoje para garantir o amanhã' é uma mentira. É propaganda enganosa. Tem até uma queixa no Conar [conselho regular de propaganda] contra ela. Na verdade, o próprio governo é o responsável pelo que está acontecendo nas contas da Previdência. Tanto é que o ministro Raimundo Carreiro, presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), já autorizou uma auditoria nas contas", disse.

De acordo com o deputado paulista, o desequilíbrio nas contas acontece por causa da DRU (Desvinculação das Receitas da União) que permite o uso de parte da arrecadação da Seguridade Social para cobrir outras despesas do governo deixando a Previdência desfalcada.

"A DRU já vem de governos passados, sempre tirando da Previdência, este governo que está aí agora aumentou a mordida em 50%. Era de 20% das contribuições da Seguridade Social e passou para 30%, além disso a DRU foi prorrogada até 2013. Só no ano passado, foram tirados R$ 120 bilhões. Até 2023 será de R$ 1 trilhão. Eles tiram o dinheiro da Seguridade Social e depois vêm com essa história de que falta recursos para a Previdência", disse Faria de Sá.

Outro ponto questionado pelo parlamentar foi a falta de empenho do governo de ir atrás dos credores da Previdência, entre eles as empresas que sonegam a contribuição obrigatória. "Hoje o total da dívida previdenciária em execução é de R$ 374 bilhões mais R$ 127 bilhões em cobrança administrativa. Dá mais de meio trilhão para ser cobrado de corruptos, mas não é. Se fosse cobrado não precisaria de reforma", disse.

O advogado Guilherme Portanova, diretor jurídico da Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas), afirmou que sob o argumento da reforma o governo está propondo, na verdade, a maior retirada de direitos sociais desde a Constituição de 1988. "Reforma é para melhorar. Ninguém reforma a sua casa para trocar tijolo por madeira. Estamos diante de uma extinção de direitos sociais. Vão acabar com a aposentadoria por idade, vão acabar com a aposentadoria por tempo de contribuição, vão acabar com a aposentadoria especial, porque a aposentadoria especial, que protege o trabalhador em atividade de risco com a redução do tempo exigido para que ele não fique doente ou morra, vai virar aposentadoria por invalidez, que será concedida só se ele comprovar a moléstia. Essa PEC 287 é bizarra. Um estudo da Anfip, associação dos auditores fiscais, mostra que nos últimos dez anos, mesmo com a DRU, a Seguridade Social, que inclui a Previdência, o superávit foi de R$ 658 bilhões", disse.