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sábado, 24 de setembro de 2016

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Exército da Síria avança sobre Aleppo em ofensiva contra rebeldes

Posted: 24 Sep 2016 08:26 AM PDT

O Exército sírio e milícias aliadas tomaram controle de territórios ao norte de Aleppo neste sábado, apertando o cerco sobre o leste da cidade, controlado por rebeldes e duramente bombardeado em uma grande ofensiva com apoio da Rússia.

A captura do campo de Handarat, a poucos quilômetros do norte de Aleppo, marcou o primeiro grande avanço terrestre da ofensiva, anunciada pelo governo na quinta-feira.

O avanço deste sábado ocupou o campo para refugiados palestinos em uma área elevada com visão para uma das principais estradas que levam a Aleppo. Handarat estava sob controle rebelde há anos.

Segundo relatos, dezenas de pessoas foram mortas no leste de Aleppo desde que as forças militares anunciaram a nova ofensiva na quinta-feira, enterrando qualquer esperança de retomar um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e pela Rússia.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, pediu nesta semana para que a Rússia cessasse os ataques aéreos, o que foi ignorado.

O colapso do processo de paz, e a decisão de Assad de avançar sobre a última área urbana ainda em controle rebelde, parece marcar um ponto de virada no conflito.

Assad e seus aliados parecem mais determinados do que nunca em esmagar a rebelião que já dura quase seis anos.

Países ocidentais e organizações internacionais de ajuda humanitária dizem temer pela vida de mais de 250 mil civis, os quais acreditam estarem encurralados na zona rebelde de Aleppo, maior cidade da Síria, dividida em setores de oposição e do governo. O Exército diz ter apenas militantes como alvo.

Com Reuters


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Atirador mata cinco em shopping no Estado de Washington

Posted: 24 Sep 2016 07:36 AM PDT

Tiroteio no Cascade Mall deixa quatro mortos em Washington, Estados Unidos

Tiroteio no Cascade Mall deixa cinco mortos em Washington, Estados Unidos (Washington State Patrol/Divulgação/Reuters)

A polícia procura neste sábado por um homem que disparou tiros na loja de um shopping ao norte de Seattle, no Estado de Washington, nos Estados Unidos. Ele matou cinco pessoas antes de fugir a pé em direção a uma rodovia. O ataque ocorreu dentro da seção de maquiagem da loja de departamentos Macy’s

Pessoas fugiram e alguns clientes se esconderam nos provadores enquanto funcionários trancavam as portas de lojas próximas logo depois do início do tiroteio, por volta das 19h no horário local (23h no horário de Brasília) no shopping Cascade. Helicópteros e policiais com cães revistam a área em busca do atirador.

“Ainda estamos ativamente buscando o atirador”, disse o porta-voz da polícia do Estado de Washington, o sargento Mark Francis. De acordo com ele, a polícia busca um homem hispânico vestindo roupas pretas e armado com um rifle de caça. Ele teria sido visto indo em direção a uma rodovia interestadual.

As autoridades desconhecem a motivação do ataque, que ocorreu a cerca de 97 quilômetros ao norte da cidade de Seattle.

O FBI dá assistência às autoridades locais enquanto dezenas de policiais buscam pelo suspeito. Segundo o FBI, não há informações de que outros ataques possam ter sido planejados no Estado de Washington.

Stephanie Bose, gerente assistente de um restaurante italiano ao lado da loja da Macy’s no shopping disse que imediatamente trancou as portas depois de ouvir sobre o tiroteio por relatos do namorado de uma colega de trabalho. “Ele estava tentando ir ao shopping e as pessoas estavam gritando”, disse ela.

Ainda segundo o porta-voz da polícia, o shopping foi evacuado às 20h30 no horário local (meia noite e meia em Brasília). O centro de compras deve permanecer fechado pelo resto do dia.

Com Estadão Conteúdo


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Ator americano é condenado à morte por assassinato

Posted: 24 Sep 2016 06:44 AM PDT

Ator Daniel Wozniak

O ator Daniel Wozniak, condenado à morte pelo assassinato de dois amigos (ABC/Reprodução)

O ator de teatro Daniel Patrick Wozniak, de 32 anos, foi condenado à morte, na última sexta-feira, por ter matado o veterano de guerra Samuel Herr, de 26 anos, e sua amiga, a estudante Julie Kibushi, de 23, no sul da Califórnia, em 2010. Sem dinheiro para pagar o aluguel e as despesas de seu casamento e da lua de mel, Wozniak planejou o assassinato de Herr, seu vizinho, com o objetivo de roubar 60 mil dólares que ele havia recebido pelos serviços prestados no Afeganistão.

No dia 21 de maio de 2010, o ator endividado atraiu o vizinho para um sótão com a  desculpa de que precisava de ajuda para transportar alguns móveis. Em uma entrevista gravada pela polícia, Wozniak confessa ter atirado nas costas de Herr enquanto ele se ajoelhava. O criminoso ainda decepou a cabeça, as mãos e o antebraço, antes de despejar o corpo em um parque.

Como parte do plano para despistar os investigadores, Wozniak usou o celular do veterano de guerra para enviar mensagens a sua amiga Julie Kibuishi e atraí-la até o apartamento de Herr, na cidade de Costa Mesa. Depois de atirar duas vezes na cabeça da jovem, Wozniak removeu suas roupas e alterou a cena do crime para que parecesse que Herr a tivesse estuprado.

Na ocasião do crime, Wozniak fazia o papel principal no musical Nine, que era encenado no teatro Hunger Artists, na cidade de Fullerton. Apesar de seus esforços para confundir os policiais, foi preso dias depois, enquanto festejava sua despedida de solteiro. Os saques da conta de Herr levaram os investigadores até Wozniak.  

O ator cumprirá pena no presídio de San Quentin, mas é improvável que seja executado no curto prazo. Há pelo menos 750 presos no corredor da morte da penitenciária.


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Cissa Guimarães faz texto emocionado ao filho Rafael

Posted: 24 Sep 2016 06:31 AM PDT

Atriz Cissa Guimarães com o filho, Rafael Mascarenhas, morto em um atropelamento em 2010

Cissa Guimarães: “Não posso te agarrar e te beijar e te abraçar, mas posso te amar com todo meu coração” (Instagram/Reprodução)

 

Apresentadora do programa É de Casa, da Globo, Cissa Guimarães fez uma homenagem em sua conta no Instagram ao filho Rafael Mascarenhas, morto em 2010 enquanto andava de skate no Rio de Janeiro. Ele completaria 25 anos.

Hoje você faria 25 anos. Fico imaginando como seria esse homem bonito, por dentro e por fora. Mas olho para este menino e me lembro o quanto brincamos, quantas coisas nos ensinamos, quanto amor nos demos, nos damos e sempre nos daremos! E foi exatamente isto que você fez nos 18 anos que esteve conosco nesta dimensão. Espalhou amor para todos, nos fez mais felizes e abençoados! Hoje faz 25 anos da sua chegada aqui e mesmo você não estando mais neste plano físico, vamos celebrar o tempo que você passou entre nós, a imensa alegria que você nos deu nestes 18 anos juntos e acima de tudo, agradecer a sua abençoada vinda para todos nós, agradecer à sua sagrada missão de amor e luz! Parabéns Rafa e o eterno amor e gratidão por ter vindo para nós! Te amo meu filho! Não posso te agarrar e te beijar e te abraçar, mas posso te amar com todo meu coração! Muita luz e paz para você meu baby“.

Irmã de Rafael, a cantora Mariana Belém, da união de Raul Mascarenhas com Fafá de Belém, também publicou em sua rede social: 

“Hoje é dia do amigo. E hoje faz 6 anos que esse amigo tão amado por muitos, meu irmão tão lindo, doce e maduro partiu. São 6 anos de saudade. São 6 anos de impunidade e incompetência da justiça. Mas são 25 anos me sentindo sortuda e honrada por ter sido sua irmã, Rafiusk. Rafa eterno, te amamos muito”.


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Segurança pública do RS entrou em colapso, diz especialista

Posted: 24 Sep 2016 06:11 AM PDT

Atolado em dívidas e com dificuldades de pagar em dia o salário dos seus servidores – das polícias Civil e Militar, inclusive – o Estado do Rio Grande do Sul vive hoje uma escalada inédita da violência. Nesta semana, um jovem de 18 anos foi executado dentro do saguão do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. O caso se soma à alarmante estatística de homicídios dolosos ocorridos no Estado, que cresceram mais de 70% em uma década. Em todo o ano de 2015, foram registrados 2.405 assassinatos. Só no primeiro semestre de 2016 o número já chega a 1.276. Em entrevista ao site de VEJA, o sociólogo e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo explica a soma de fatores que culminaram na onda de criminalidade que aterroriza os gaúchos. Segundo o especialista, as medidas que foram tomadas até agora – como a substituição do secretário de segurança e o envio de tropas da Força Nacional ao Estado – têm apenas “efeito simbólico”.

A que fatores o senhor atribui o aumento da criminalidade no Rio Grande do Sul? Principalmente, à redução do efetivo policial, ao parcelamento e diminuição dos salários dos policiais e à renovação das lideranças nas facções criminosas, que instauraram uma nova lógica de violência, baseada no extermínio dos grupos rivais para o controle do mercado da droga. Soma-se a isso o contexto de precariedade dos presídios gaúchos – superlotados e nas mãos do crime organizado -, o que só tem aumentado a arregimentação por esses grupos.

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Como se deu esse processo de queda no efetivo policial? A diminuição ocorre desde os anos 80. Hoje, nós temos em média 18.000 policiais em todo o Estado. Nos anos 90, eram 25.000 homens. O número ideal para dar conta de toda a demanda seria cerca de 35.000. Nos últimos meses, as aposentadorias aumentaram muito sem que houvesse a devida reposição, pois os concursos estavam paralisados. Isso aconteceu especialmente na Polícia Militar, que é responsável pelo policiamento ostensivo.

Acabamos entrando em um ciclo vicioso em que a criminalidade aumenta, a polícia se torna mais violenta e a população aplaude

 

Qual é a influência da crise econômica nesse quadro? Esse processo se acentuou com o parcelamento dos salários pagos ao funcionalismo público e com o corte das horas extras, estratégia que vinha sendo adotada desde o governo Tarso Genro (PT) para dar conta da carência do efetivo.

Essas medidas salariais atingiram a todos os servidores do governo. Por que com os policiais esse impacto foi maior? Uma coisa é um funcionário desmotivado dentro do gabinete. A outra é um policial desmotivado que lida todo o dia com um contexto de violência. A situação é bem mais delicada. Para eles estarem motivados com a sua atividade de risco é preciso estrutura, pessoal e renumeração. Fora isso, existe toda uma mobilização por parte dos sindicatos, tanto da Brigada Militar como da Civil, que têm promovido paralisações. Nesses dias, não há a realização de operações, registros de ocorrências, etc.

E o que as autoridades têm feito para combater o crime?A segurança pública do Estado hoje está numa situação de quase colapso. Os responsáveis pela área, até um mês atrás [quando o secretário Wantuir Jucini foi exonerado do cargo], adotaram um discurso de conformismo. Você ouvia os comandos da Polícia Militar e Civil dizerem que "não tinham o que fazer", "que era melhor evitar sair à noite porque as coisas estavam muito complicadas", "que o aumento da criminalidade estava acontecendo em todos os Estados". Um oficial chegou até a dizer numa ocasião que "era melhor chamar o Batman". Todo esse discurso acabou reforçando a sensação de insegurança da população.

Como o senhor avalia a chegada da Força Nacional ao Estado? O efeito é apenas simbólico, direcionado para a opinião pública. É uma tentativa de mostrar que se está fazendo alguma coisa, mas o impacto na queda das estatísticas criminais não existe e nem vai existir. Cento e cinquenta policiais fazendo policiamento ostensivo, além das policiais locais, não tem efeito muito significativo. Além disso, os policiais daqui estão recebendo parcelado e pouco, e os homens da Força Nacional recebem mais e em dia. Isso acaba gerando uma situação de descontentamento.

Qual é a situação dos presídios hoje? Nós vemos no Rio Grande um processo bem acentuado de encarceramento. Em um ano e meio do governo José Ivo Sartori (PMDB), a população carcerária aumentou de 28.000 para 34.000 presos. E nós só temos vagas para 20.000. Essa situação é sentida principalmente nas cidades maiores, como Porto Alegre, Caxias do Sul, Santa Maria, Pelotas, Passo Fundo, entre outros. Os presídios também são dominados por facções criminais que estão em pé de guerra na Região Metropolitana de Porto Alegre. Esse encarceramento massivo acabou reforçando a dinâmica de acertos de contas e disputas de território na região. No presídio central de Porto Alegre, por exemplo, não há grades na cela. Quem comanda toda funcionamento dos pavilhões são as facções. O que acaba acontecendo é arregimentação de novos membros. Há nesses locais um certo clima de pacificação por causa de pactos entre os grupos. Mas fora dali as disputas acontecem.

A lógica não seria que a criminalidade diminuísse com o aumento da prisão de criminosos? Esse é o equívoco do senso comum. Se você tem um presídio dominado por esses grupos, quanto mais se prende, especialmente bandidos pequenos da ponta do mercado da droga, mais se consegue capitalizar o espaço prisional para a organização deles. Eles acabam saindo do presídio endividados com o tráfico e trabalhando para ele.

Quais foram os erros do governo? Considero que a atual política de segurança acabou priorizando demais a repressão ao varejo da droga. Concentraram-se em desmontar bocas de fumo, prender pequenos traficantes, o que não tem grande impacto sobre os crimes mais violentos, como os homicídios. Essa política acabou abrindo espaço para a disputa de território e ampliando a taxa de encarceramento. Também fez com que, em muitos casos, os criminosos migrassem para a prática dos roubos e latrocínios. Há ainda um outro problema, que é o aumento da violência policial. O governo optou de alguma forma por reduzir os mecanismos de controle, até como uma maneira de contentar o policial que está atuando de forma precária, mas que quando se depara com uma situação de confronto acaba abusando da violência. Deste modo, acabamos entrando em um ciclo vicioso em que a criminalidade aumenta, a polícia se torna mais violenta e a população aplaude.

Quais são os dois principais grupos? São os Bala na Cara, que é o grupo majoritário hoje em Porto Alegre, e os Anti-Bala que são grupos minoritários que se articularam para enfrentar o primeiro grupo.

Mas as facções já não existem há bastante tempo. Por que esse aumento da violência agora? Houve uma grande renovação nas lideranças dos grupos, seja por prisão ou por mote de chefes antigos. O grupo Bala na Cara cresceu muito e, como se percebe pelo nome, eles têm uma atuação muito violenta, que consiste em exterminar os rivais e ocupar territórios.

Há influência do PCC nesses grupos? Não, a polícia não identificou a presença significativa de membros do PCC. O nosso cenário hoje é muito mais parecido com o Rio de Janeiro, em que há uma disputa por pontos do tráfico do que em São Paulo, onde há o monopólio do PCC.

Que soluções o senhor sugeriria para conter essa onda de violência? Me parece que há um problema de concepção de foco. É difícil pensar na abolição total desse mercado, que existe em toda a parte. O foco deveria ser os homicídios, seja o praticado entre facções ou contra a população. Muitas vezes a polícia pensa que, por ser bandido matando bandido, não precisa ser investigado. O foco deveria ser combater isso. É muito grave ter pessoas usando armamento pesado e violência para manter o controle do mercado da droga.

A polícia também deveria levar mais a sério estatuto do desarmamento. E fazer batidas policiais para recolhimento de armas, o que não é tão difícil de fazer. Também faltam políticas preventivas, que envolva outros órgãos, públicos e privados, para se combater a criminalidade em lugares mais vulneráveis onde a presença da polícia é rara. Na verdade, a polícia e os presídios só enxugam gelo senão se atua nas políticas de prevenção. Outra coisa que teria bastante impacto nas estatísticas criminais seria o esclarecimento dos homicídios. O governo até investiu nisso no passado, criou 4 delegacias especializadas em homicídios e alardeou que a taxa de esclarecimento aumentou em 75%. Mas esse número se referia a inquéritos finalizados e levados ao Ministério Público. Acontece que, por falta de provas e falhas nas investigações, muitos deles não resultavam nem em denúncia. Uma das causas é a situação de precariedade em que se encontra o Instituto de Criminalística no Rio Grande do Sul. E falta pessoal e material diante de uma demanda cada vez maior. Sem uma perícia de qualidade, não há esclarecimento de homicídios.

O senhor acha que falta punição? Não. Esse é um discurso absolutamente frágil, o de que a lei é branda e que "a polícia prende e a Justiça solta". A criminalidade cresce e toda culpa é colocada na impunidade. Se isso fosse verdadeiro todos os Estados estariam na mesma situação do Rio Grande. É a mesma legislação.

Diante da crise, o governo já começou a se mexer. O que acha das mudanças propostas? A crise chegou a uma proporção muito grande com a morte de uma mãe que ia buscar o seu filho na escola. Depois disso, o governo trocou o secretário e passou a adotar um discurso de que alguma coisa de fato seria feita. Ivo Sartori tentou até trazer o [José Mariano] Beltrame para a Secretaria de Segurança do Rio Grande do Sul, que não aceitou a proposta. Por fim, trouxe Cezar Shirmer, que é um político e tem pouca experiência em segurança. Fora isso, ele era prefeito de Santa Maria na época da tragédia da boate Kiss, o que já traz um desgaste para a sua imagem. Mas o governador já anunciou a contratação de 800 policiais para o ano que vem e já está pensando em recompor as horas extras e pagar o salário integral aos policiais, o que pode gerar problemas com os servidores de outras áreas.


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Pai da família brasileira esquartejada em Madri acumulava dívidas

Posted: 24 Sep 2016 05:41 AM PDT

Há uma semana a família de Marcos Campos Nogueira, de 41 anos, foi abalada pela notícia de uma barbárie: os corpos dele, da mulher Janaína Santos Américo, de 39 anos e de seus dois filhos – uma menina de 5 anos e um menino de 1 – foram encontrados, no último domingo, esquartejados em uma casa na província de Pioz, a 60 quilômetros de Madri. Para a polícia, o crime se deu por um acerto de contas – visto que a execução tem traços do trabalho de matadores profissionais. Nogueira vivia na Europa há cerca de quinze anos e havia acabado de alugar a casa em que foi morto. Da Paraíba, onde vive, o irmão dele, Walfran Campos, falou ao site de VEJA.

 

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"Ele era uma pessoa cheia de sonhos"

Segundo Campos, Marcos era uma pessoa "do bem" e que sempre procurou ajudar as pessoas à sua volta, desde quando morava no Brasil. Ele conta que o irmão foi para Espanha com o intuito de "vencer na vida" – e isso pode ter custado a vida dele, da mulher e dos filhos.

Campos afirma que o irmão tentou montou uma cafeteria e uma empresa de construção na Espanha. Ambas faliram. Atualmente ele trabalhava em uma churrascaria em Madri. "Marcos era uma pessoa que queria triunfar como qualquer um que sai do país, ele queria trabalhar, realizar sonhos, viver bem. Ele era uma pessoa cheia de sonhos”, afirmou. Sobre a tese da polícia, de que o crime se tratou de um acerto de contas, ele afirma que o irmão estava, de fato, endividado. Mas não crê que Marcos pudesse ter se envolvido com drogas.

"É Marcos?"

A constatação da tragédia veio no momento em que a imprensa internacional mostrou fotos da casa onde os corpos foram encontrados. Campos, que tem amigos na Europa, recebeu mensagens que o alertavam sobre o ocorrido. "Corri para o computador e confirmei através do endereço e da foto da casa. Falei: é meu irmão". Sua mãe, no entanto, custou a entender a dimensão da tragédia. "Minha mãe me abraçou e perguntou: 'É Marcos?', e eu falei que era".

Desde então, a família busca forças para encarar a difícil situação. "Nossa mãe está à base de remédios. Quando ela volta ao normal, começa a chorar e lembra da barbaridade da morte dos netos, do filho e da nora". A última conversa de Campos com o irmão foi em 16 agosto. Ele era o caçula de uma família de seis irmãos.

"Não cheguei a conhecer o 'pequenito'"

Campos disse que pretendia visitar a família do irmão ainda neste mês. O filho mais novo do casal, que nasceu na Espanha, ainda não conhecia o tio pessoalmente. "Queria conhecer a casa nova de Marcos. Rever todos eles, mas não cheguei nem a conhecer o pequenito [filho de um ano do casal]".

Marcos conheceu Janaína em João Pessoa, na Paraíba, quando resolveu passar uma temporada com a família. A primeira filha do casal nasceu no Brasil. Ele morava na Espanha há mais de 15 anos e Janaína há, pelo menos, três. De acordo com Walfran, Janaína era uma pessoa muito amável e querida por todos.

"Não tive nenhum apoio"

Diante da tragédia, Campos afirma que não recebeu apoio de órgãos do governo federal. “O Itamaraty não me ligou, não emitiu condolências, nem nada. Estou sozinho, não tive nenhum apoio", afirmou. Em nota, o Consulado-Geral do Brasil em Madri afirmou que aguarda os resultados do exame de DNA para se pronunciar. Ele conseguiu uma passagem de ida para Espanha através do governo do Estado da Paraíba e vai até lá para acompanhar as investigações. “Recebi duas ligações da Guarda Civil da Espanha pedindo informações e colaboração para encontrar os criminosos”.

"Estou com passagem para Espanha comprada"

O irmão de Marcos vai embarcar para a Espanha nesta próxima segunda-feira para resolver as questões referentes ao traslado dos corpos, laudos e pericias. A primeira pessoa a procurá-lo para prestar condolências foi o Consulado Espanhol em Salvador, na Bahia.

Campos afirma que ainda é “muito cedo” para falar sobre a causa da morte de seu irmão. “A polícia da Espanha ainda está investigando. Saber se foi acerto de contas, drogas, dívidas ou qualquer outra coisa não trará meu irmão de volta, infelizmente”.

Entenda a chacina

No último domingo, um vizinho da casa onde a família brasileira morava chamou a polícia local devido ao forte odor que vinha da residência. Com a chegada das autoridades, confirmou-se a morte de quatro pessoas – dois adultos e duas crianças, uma menina de 5 anos e um menina de 1. Segundo a polícia local, os corpos estavam há pelo menos um mês na residência em seis sacos de lixo.


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Os bastidores da Milão Fashion Week

Posted: 24 Sep 2016 04:05 AM PDT

Desfile da Moschino durante a Milão Fashion Week, verão 2017Desfile da Moschino durante a Milão Fashion Week, verão 2017Backstage do desfile da Moschino durante a Milão Fashion Week, verão 2017Modelo é maquiada para do desfile da Moschino, durante a Milão Fashion Week, verão 2017Modelo é fotografada antes do desfile da Etro durante a Milão Fashion Week, verão 2017Modelos se preparam para o desfile da Etro durante a Milão Fashion Week, verão 2017Modelo aguarda para ser maquiada para o desfile da Diesel Black Gold, durante a Milão Fashion Week, verão 2017Em um desfile inusitado, modelos apresentam a coleção do estilista Philipp Plein, em brinquedo de parque de diversãoEm um desfile inusitado, modelos apresentam a coleção do estilista Philipp Plein, em brinquedo de parque de diversãoDesfile da N21 durante a Milão Fashion Week, verão 2017Modelo se prepara para o desfile da Moschino durante a Milão Fashion Week, verão 2017Modelo é fotografada antes do desfile da N21 durante a Milão Fashion Week, verão 2017Desfile da Gucci durante a Milão Fashion Week, verão 2017Desfile da Prada durante a Milão Fashion Week, verão 2017Desfile da Versace durante a Milão Fashion Week, verão 2017Modelo antes do desfile da Moschino, durante a Milão Fashion Week, verão 2017

 


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Como o terror e conflitos raciais afetam a eleição nos EUA

Posted: 24 Sep 2016 04:03 AM PDT

O candidato republicano Donald Trump está apenas 3% atrás da democrata Hillary Clinton, na média das últimas pesquisas eleitorais americanas.

Os dois se enfrentam em um debate na próxima segunda-feira, dia 26, e espera-se que as conversas girem em torno dos últimos ataques terroristas em Nova York e Nova Jersey e nos conflitos raciais.

O impacto que esses dois temas podem ter na corrida eleitoral, que termina em novembro, depende do tempo e da atuação dos candidatos.

Segundo a cientista política americana Jennifer Merolla, da Universidade da Califórnia, especialista em comportamento eleitoral, que fez pesquisas sobre o assunto, quando o terrorismo ganha as páginas nos jornais, líderes masculinos republicanos ganham uma percepção mais favorável por parte do público e maiores taxas de aprovação. Os candidatos democratas, por sua vez, são vistos como ligeiramente mais fracos quando a questão do terrorismo está envolvida. "E esse é o caso especialmente para líderes democratas mulheres sem experiência em segurança nacional", diz Jennifer.

Aplicando o estudo à atual eleição, a conclusão é a de que Donald Trump pode ter tanto um aumento em sua popularidade, quanto manter-se estável. Já Hillary Clinton pode manter-se estável ou sofrer uma queda caso não seja vista como uma líder forte pelo público americano. "Donald Trump tem um plano mais simples, mais fácil de ser entendido, que envolve um bombardeio mais agressivo no exterior e controles de imigração mais rígidos", diz John Tures, cientista político da Universidade LaGrange, na Georgia. "As políticas de Clinton são mais amplas, mais detalhadas e mais compreensivas".

Outro fator relevante para as eleições é o momento em que esses ataques ocorrem. Trump é mais bem-sucedido em sua abordagem ao terrorismo a curto prazo, já que o republicano consegue tirar vantagem da sensação de medo instaurada no país.

A abordagem de Hillary, por outro lado, é mais popular a longo prazo. "Em outras palavras, se as pessoas forem mais temerosas do que estratégicas, elas irão dar mais apoio a Trump", diz Joshua Sandman, cientista político da Universidade New Haven, nos Estados Unidos.

Desse modo, um ataque terrorista a poucos dias da eleição poderia favorecer o candidato republicano. Porém, se o mesmo incidente acontecesse com uma distância maior do dia de votação, Hillary poderia ter vantagem. "Ela vem tentado enfatizar não somente sua experiência, mas sua seriedade com relação aos assuntos mundiais, que é algo que falta a Donald Trump", diz David McCuan, cientista político americano da Universidade de Sonoma.

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Os conflitos raciais também desempenham um peso importante na decisão dos eleitores estadunidenses, mas não devem alterar o quadro. Isso porque a população negra, em geral, vota pelos democratas.

Segundo uma pesquisa conduzida pelo Pew Research Center em agosto desse ano, Hillary tem o apoio de 85% dos eleitores negros, enquanto Trump conta com o voto de somente 2% deles.

A esperança de Trump seria o de conquistar o voto daqueles que podem se sentir ameaçados por um cenário de caos. Por causa disso, o discurso do republicano é de garantia da "lei e ordem" e de apoio à polícia. "Ele está procurando mais o restante dos eleitores do que necessariamente querendo ganhar apoio dos negros", diz Michael Bitzer, cientista político da Universidade Catawba, na Georgia.

Já Clinton deve reforçar seu discurso de que é necessário melhorar a formação dos policiais, bem como seus laços com a comunidade, e deve buscar ganhar o apoio do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em tradução livre), que não declarou apoio oficial a nenhum candidato.

Para Todd Shaw, cientista político da Universidade da Carolina do Sul, é possível que essas mortes consolidem o apoio dos negros e de outras minorias a Hillary, mas também podem prejudicar a candidata caso ela não apresente medidas mais concretas com relação à violência policial. "Negros e membros de outras minorias vão permanecer sólidos apoiando Hillary ou possivelmente ficarão desanimados já que muito pouco está efetivamente sendo feito para conter a onda de negros que estão sendo mortos pela polícia em circunstâncias suspeitas".


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IMPERDÍVEL: Canções perdidas de Led Zeppelin estrelam disco

Posted: 24 Sep 2016 03:15 AM PDT

Cinco sessões em estúdio e uma performance ao vivo, no Teatro de Paris, da banda Led Zeppelin renderam material suficiente para o disco duplo BBC Session, lançado 1997. Na hora de eleger o que entraria ou não na compilação, os músicos deixaram de lado diversas faixas, como a única versão gravada de Sunshine Woman. Enaltecidas pelos fãs da banda britânica, as canções perdidas foram restauradas e remasterizadas pela Warner Music — sob a supervisão de Jimmy Page — no triplo The Complete BBC Sessions, que conta com 35 faixas.

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O álbum também traz a versão de 11 minutos da música Daze and Confused e as canções gravadas em blues para Alexis Corner: a já citada Sunshine Woman, You Shook Me I Can’t Quit You Baby. Exceto pos este trio de composições, embaladas por um ritmo diferente da banda, as demais faixas exalam o rock intenso conhecido pelos fãs do Led Zeppelin.

No Brasil, The Complete BBC Sessions está disponível em plataformas de streaming, como Spotify e Deezer, e também em lojas virtuais, como a iTunes Store, por 15,99 dólares.


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IMPERDÍVEL: ‘Meu Rei’ é autópsia de uma obsessão amorosa

Posted: 24 Sep 2016 02:58 AM PDT

(Mon Roi, França, 2015) Há um diálogo em Meu Rei, da diretora francesa Maïwenn, que é a chave para o filme e para a virada que ele dá. Depois de uma inspirada noite de sexo, a fragilizada (e diferentona) Tony, apelido de Marie-Antoinette Jézéquel (Emmanuelle Bercot, premiada em Cannes pelo papel), se sente tão ligada a Georgio Milevski (Vincent Cassel), a quem conheceu na saída de uma balada, que confidencia uma intimidade que poucas compartilhariam com quem quer que fosse. Seu ex-marido, diz, a deixou porque achava a sua vagina muito larga. “Um idiota”, resume, antes de perguntar a Georgio se ele faz parte desse grupo. “Eu sou o rei dos idiotas”, responde ele, em uma brincadeira que, saberemos a seguir, porque nesse ponto o romance é apenas flores, tem muito de verdade. Do trajeto entre as flores e a estúpida coroação de Georgio, por quem um espectador pouco empático pode chegar a sentir ódio, Meu Rei disseca uma relação amorosa que tem por base a obsessão — e não apenas de Tony, com se pode pensar, por sua aparência quase vítrea. E, poderia se acrescentar aqui, não apenas de Georgio, o candidato a cafajeste da vez de Vincent Cassel, um ator especialista nesse tipo de personagem. Realista, e completamente verossímil, também graças a Cassel e a Emmanuelle Bercot, que fazem bem os seus papéis, o filme é em algum ponto um espelho, já que a loucura de que trata está presente, ainda que num lampejo ou num vislumbre, em qualquer grau que seja, em todo e qualquer romance.

 


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IMPERDÍVEL: Lançado box com obras fundamentais de Nietzsche

Posted: 24 Sep 2016 02:45 AM PDT

Três das obras mais importantes do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) estão reunidas no box Grandes Obras de Nietzsche (Nova Fronteira, 608 páginas, 99,90 reais), que chega agora às livrarias. Assim Falava Zaratustra (tradução de José Mendes de Souza), provavelmente o livro mais conhecido, apresenta as bases do pensamento de Nietzsche, explorando os conceitos de super-homem, transmutação de valores, vontade de poder e eterno retorno.

grandes-obras-de-nietzscheO Anticristo (tradução de David Jardim Júnior), como o nome adianta, é um ataque ao cristianismo. Nietzsche não ataca a figura de Cristo ou de Deus, mas sim a religião cristã que, para ele, distorce a realidade e precisa ser combatida. Em um dos capítulos, o filósofo põe à prova da razão os escritos sagrados, atribuindo as falas não a Jesus Cristo, mas sim a padres e pastores cristãos. "'Não julgueis para que não sejais julgados, porque com o juízo com que julgardes sereis julgados,' (Mateus 7,1) — Que noção de justiça, de um juiz 'justo'!…", comenta o alemão em um trecho.

O terceiro livro do box, Ecce Homo (tradução de Lourival de Queiroz Henkel), é a autobiografia de Nietzsche, escrita poucos antes de ele perder sua lucidez ao sofrer um surto de loucura, em 1889. O filósofo faz uma análise de seu próprio trabalho: "A última coisa que eu prometeria seria esta: 'melhorar' a humanidade. Não pretendo exigir novos ídolos; basta-me que os antigos aprendam comigo o que significa ter pés de barro. Derrubar ídolos – e ao dizer ídolo suponho toda classe de ideais – toca mais de perto os meus anelos íntimos."


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IMPERDÍVEL: Supergirl voa para a Netflix

Posted: 24 Sep 2016 02:30 AM PDT

Supergirl junta-se a The Flash e Arrow no catálogo da Netflix a partir do dia 29 de setembro. A série segue a trajetória da Supergirl, prima do Superman, que na Terra usa o nome Kara Denvers (Melissa Benoist) e trabalha como assistente da editora-chefe do jornal de National City. A primeira temporada conta com 20 episódios.

Kara Zor-El foi enviada à Terra junto ao primo bebê, Kal-El. No entanto, a garota ficou presa durante anos em uma zona fantasma, enquanto o primo chegou a Smallville e se tornou o Superman. Quando, finalmente, a cápsula de Kara chega ao seu novo planeta, o herói entrega a prima para um casal de amigos, os Denvers, que as criam como filha. A krypitoniana cresce tentando esconder seus poderes, afinal Clark Kent já era consagrado como filho de Kypton na Terra, não havia espaço para ela.

Tudo muda quando o avião de Alex, sua irmã adotiva, perde o controle e Kara precisa revelar seus poderes para o mundo. Inspirada pelo acontecimento, a garota tenta a vida como guardiã da cidade em que vive — e enfrenta diversos obstáculos durante a trajetória de se tornar uma heroína.

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A primeira temporada de Supergirl estreou nos Estados Unidos em outubro de 2015, pela CBS. No Brasil, ela é exibida pela Warner Channel. A segunda fase, agora sob os cuidados da CW, será lançada no mercado americano no dia 10 de outubro.

Confira o trailer estendido da primeira temporada de Supergirl:


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IMPERDÍVEL: Fotografia modernista é objeto de mostra no Rio

Posted: 24 Sep 2016 02:15 AM PDT

O Paço Imperial do Rio de Janeiro recebe e mostra Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú Cultural, em cartaz de 22 de setembro a 20 de novembro. A exposição itinerante passou por 13 cidades brasileiras e latino-americanas com recortes específicos para cada, e volta ao Rio na íntegra, com três obras inéditas de Eduardo Salvatore, Marcel Giró e Mario Fiori.

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Moderna para Sempre remonta ao movimento fotoclubista brasileiro, nascido na capital de São Paulo. José Yalenti, José Oiticica Filho, Geraldo de Barros, Marcel Giró, Thomaz Farkas, German Lorca, Ademar Manarini e Paulo Pires assinam algumas das obras expostas. A mostra é gratuita e fica aberta de terça-feira a domingo, das 12h às 18h.


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IMPERDÍVEL: Pinakotheke Cultural reúne obras da Missão Francesa

Posted: 24 Sep 2016 02:00 AM PDT

A Pinakotheke Cultural do Rio de Janeiro inaugura no dia 22 de setembro a exposição A Missão Artística Francesa no Brasil e Seus Discípulos, que reúne obras raras de artistas que, em 1816, desembarcaram na cidade, vindos do porto de Havre para estabelecer aqui o primeiro núcleo de neoclássicos franceses no Brasil.

Entre os artistas que vieram ao país estavam Debret (1768-1848) e o perseguido Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny (1776-1850), que desenhou muitos edifícios para o irmão de Bonaparte. A exposição da Pinakotheke Cultural ocupa três salas do prédio carioca: na primeira estão as obras de Debret e Taunay; na segunda, as pranchas de Montigny e esculturas de Marc Ferrez; na terceira sala, os curadores agruparam os discípulos dos artistas neoclássicos franceses, como o gaúcho Manuel Araújo Porto-Alegre (1806-1879) e o português Simplício Rodrigues de Sá (1785-1839).

O destaque da mostra fica com um pintor do século XVII que influenciou não só Debret, mas seu primo David, Nicolas Poussin (1594-1665), guia de todos os pintores neoclássicos franceses. Dele, será exposto o painel Himeneu Travestido Assistindo a uma Dança em Honra a Príapo, da coleção Masp, restaurado em 2009 e exibido pela primeira vez no Rio. A exposição não pretende recontar a história dos artistas emigrados ou examinar sua ideologia. O interesse da curadoria converge para a ressonância do programa neoclássico francês da era napoleônica em território brasileiro.

A Missão Artística Francesa no Brasil e Seus Discípulos fica em cartaz de 22 de setembro a 26 de novembro na Pinakotheke Cultural do Rio de Janeiro, localizada na rua São Clemente, 300. O museu fica aberto de segunda a sexta-feira das 10h às 18h,  e aos sábados, das 10h às 16h. Entrada gratuita.

(Com Estadão Conteúdo)


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IMPERDÍVEL: ‘Cegonhas’ brinca com doçuras e agruras de criar bebê

Posted: 24 Sep 2016 01:05 AM PDT

Quem não se derrete diante dos olhos grandes de um bebê? É essa a premissa que segue Cegonhas, animação da Warner inspirada na clássica lenda escandinava, fixada e propalada pelo dinamarquês Hans Christian Andersen, sobre a origem dos bebês para contar a saga de Junior, uma cegonha em ascensão na Cegonha.com, empresa de entregas que migrou do delivery de nenéns para o de mercadorias diversas até que — sempre há um “até que”, não é mesmo? — um bebê é produzido por acidente e precisa ser entregue. O acidente é provocado pela destrambelhada Tulipa, única humana ali, que por um erro deixou de ser entregue quando nasceu e foi criada pelas aves. Para garantir a sua promoção, Junior recebe do pragmático e insensível patrão a missão de demitir Tulipa, que, desajeitada que é, sempre dá prejuízo para a companhia. Ocorre que é o dia do aniversário dela e Junior, coração mole, não tem coragem de dar a notícia para a garota, que faz 18 anos. Ela, tentando se mostrar prestativa, encaixa a carta de um menininho louco para ganhar um irmão na já desativada máquina de fabricar bebês. E os dois logo se veem com uma garotinha linda nas mãos, que passarão o filme todo tentando entregar para a família, que na verdade não a espera, enquanto enfrentam obstáculos diversos, vencidos pelo olhar doce da neném, além dos desafios e maravilhamentos de cuidar de um bebê.

Se as crianças se divertem com as peripécias do trio — Junior, Tulipa e bebê — e da família que espera sem saber a neném, os pais vão dar risada, não sem nostalgia, das situações que seus pequenos já os colocaram. Na dublagem brasileira, as vozes principais são feitas pelos atores Klebber Toledo (Junior) e Tess Amorim (Tulipa), de Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, e pelo humorista Marco Luque, na pele do puxa-saco que aspira à promoção prometida a Junior.

 


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Prefeito de Belém recebeu R$ 87,8 mil de servidores da prefeitura

Posted: 23 Sep 2016 07:42 PM PDT

O atual prefeito e candidato à reeleição para a prefeitura de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), recebeu, para sua campanha, quase 90 000 reais em doações de pessoas físicas ligadas a seu governo, de acordo com dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral. No total, servidores e ex-funcionários da prefeitura doaram 87 800 reais – no total, foram trinta doações, de 22 pessoas, em valores que variam de 1 000 e 15 000 reais.

No total, o tucano recebeu 252 497, 32 reais em doações de pessoas físicas até sexta-feira, segundo dados do TSE. Como 34% desse total veio de pessoas ligadas à sua administração, isso significa que um em cada três reais que entraram no caixa de sua campanha vieram de funcionários ou ex-funcionários. No dia 13 de setembro, por exemplo, ele recebeu 8 000 reais de uma doadora cadastrada como “Heliana”. Quando se checa o número de CPF, descobre-se que se trata da atual Presidente da Fundação Cultural do Município de Belém, Heliana da Silva Jatene. Outra doação, de 5 000 reais e identificada apenas em nome de “Antonio”, veio de Antônio de Noronha Tavares, diretor-presidente da Agência Reguladora Municipal de Água e Esgoto de Belém.

Além disso, outras 34 doações, que juntas somam mais de 7 000 reais, não contam nem com nome nem com CPF. A regulamentação do TSE prevê que as doações sejam identificadas com o nome e CPF do doador, porém não deixa claro se o nome necessariamente precisa ser o completo. De acordo com o tribunal, o sistema aceita cadastrar recursos sem necessidade de um nome ou CPF, mas coloca a doação na categoria “origem não identificada”. A assessoria da campanha de Zenaldo Coutinho explicou que o problema aconteceu por causa de uma falha no sistema do Banco do Brasil, que estava cadastrando as transações de maneira incompleta.

A última pesquisa de intenção de voto de Belém, publicado Ibope em 10 de setembro (PA-07603/2016), Coutinho se mantém em terceiro lugar, com 20% dos votos. Na liderança, está Edmilson Rodrigues (PSol), com 36%, seguido de Delegado Éder Mauro (PSD), com 24%.

As doações de pessoas ligadas à administração:

Rosineli Guerreiro Salame (Secretária da Educação): 15 mil reais

Marcos Soares (Assessor Superior do Gabinete do Prefeito): 8,7 mil reais, em 2 doações

Heliana da Silva Jatene (Presidente da FUMBEL): 8 mil reais

Maria Lucilene Rebelo Pinho (Chefe de Gabinete do Prefeito): 6 mil reais

Antônio Noronha de Tavares (Presidente da AMAE): 5 mil reais

Thânia Lúcia do Valle Ramos (Ex-chefe de Gabinete do Prefeito): 5 mil reais

Maria Naiza Sampaio Redig (Ex-secretário de Economia): 5 mil reais, em 4 doações

José Maria Moreira Campos (Auditor Geral do Município): 5 mil reais, em 2 doações

Eduardo Corrêa Pinto Klautau (Ex-diretor de Desenvolvimento e Negócios da CODEM): 5 mil reais

José Wilson Ribeiro de Oliveira (Ex-secretário geral do Planejamento e Gestão): 4,7 mil reais, em 2 doações

Deryk Pantoja Martins (Secretario do Meio Ambiente): 3 mil reais

Maria de Nazaré Rodrigues da Costa (Secretária de Finanças): 2,5 mil reais, em 2 doações

Elizete Mendes Cardozo de Almeida (Administradora Regiona do Outeiro): 2 mil reais

Walmir Nogueira Moraes (Presidente da FMAE): 1,5 mil reais

Luiz Charles Gomes (Assessor Superior do Gabinete do Prefeito): 1,3 mil reais

Roberto Carlos Soares (Assessor Superior do Gabinete do Prefeito): 1,3 mil reais

Milena Kelly de Souza Moraes (Assessora Superior no Gabinete do Prefeito): 1 mil reais

Leonardo Taffarel Paulo Magalhães (Servidor da Secretaria de Saúde): 1,5 mil reais

Carlos Henrique Rocha (Secretário de Urbanismo): 1 mil reais

José Nelson Fonte Filho (Assessor Superior de Gabinete do Prefeito): 1 mil reais, em 2 doações

José Régis Júnior (Presidente da CINBESA): 3 mil reais

Benedito Carlos Moraes (Servidor na Secretaria da Saúde): 1,3 mil reais


Arquivado em:Brasil, Eleições 2016, Eleições 2016: Belém

Justiça arquiva representação contra Moro por grampos a Dilma

Posted: 23 Sep 2016 06:37 PM PDT

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) manteve arquivada uma representação contra o juiz Sergio Moro por causa da divulgação de grampos envolvendo autoridades com foro privilegiado, como a ex-presidente Dilma Rousseff. A decisão foi proferida nesta quinta-feira, por 13 votos a 1. No caso em questão, um grupo de dezenove advogados havia feito reclamação sobre a conduta do magistrado à Corregedoria em abril deste ano, mas o pedido foi arquivado em junho. A decisão da Justiça desta semana mantém a decisão do corregedor-regional da 4ª Região.

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Para o relator do processo no TRF4, desembargador federal Rômulo Pizzolatti, não há indícios de prática de infração disciplinar por parte de Moro. Em sua decisão, o desembargador afirmou que, por seu caráter inédito, a Lava Jato escapará das regras dos “casos comuns” em algumas situações.  

“É sabido que os processos e investigações criminais decorrentes da chamada operação ‘lava jato’, sob a direção do magistrado representado, constituem caso inédito (único, excepcional) no Direito brasileiro. Em tais condições, neles haverá situações inéditas, que escaparão ao regramento genérico, destinado aos casos comuns.”

Os advogados pediam o afastamento de Moro e instalação de processo disciplinar contra ele por considerarem que ele agiu de forma ilegal ao não preservar o sigilo dos envolvidos ao divulgar áudios da Lava Jato. Parte dos grampos da investigação haviam sido anulados pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), em junho deste ano.

Entre eles uma gravação em que a ex-presidente Dilma Rousseff discutia com o ex-presidente Lula o envio de um termo de posse como ministro da Casa Civil “em caso de necessidade” . Na mesma decisão, Teori determinou o envio de processos e investigações envolvendo o petista à 13ª Vara Federal de Curitiba, onde atua o juiz Sergio Moro.

 


Arquivado em:Brasil, Política

Elefantas resgatadas de circo vão viver em paz em santuário no MT

Posted: 23 Sep 2016 06:36 PM PDT

Quem percorre a região da Rodovia Domingo Ribeiro Resende, em direção a Paraguaçu, no sul de Minas Gerais, pode se surpreender ao avistar, como se fosse uma alucinação, duas criaturas de dimensões nada discretas destacando-se na paisagem. São Maia e Guida, elefantas-asiáticas de quase 4 toneladas cada uma. O espanto é compreensível: não há exemplares dos maiores animais que andam pela Terra embelezando a natureza brasileira. Só é possível encontrá-­los na Ásia e, em outra variação de espécie, na África. Maia e Guida vivem em um sítio que já foi conhecido como Recanto dos Pássaros e, por óbvio motivo, trocou de nome para Recanto dos Elefantes depois da chegada da dupla de peso, há seis anos.

No sítio, as fêmeas convivem com vacas e ficam enclausuradas em um cercado, presas a correntes de 7 metros de extensão. Maia e Guida foram parar naquele local depois de denúncias que levaram o Ibama a resgatá-­las do Circo Portugal, em Salvador. Seus proprietários assinaram um documento em que se comprometiam a abandonar o hábito de usar animais nos espetáculos e deixaram as elefantas sob os cuidados do advogado Giuliano Vettori, representante legal do picadeiro e dono do sítio. O que era para ser provisório, no entanto, estendeu-se demasiadamente. Mas agora falta pouco para isso mudar: no mês que vem, Maia e Guida finalmente ganharão uma nova casa, adequada às suas necessidades.

O futuro da dupla foi selado em maio deste ano, quando Vettori autorizou o transporte de ambas para outro lugar: o Santuário de Elefantes, espaço que passará a receber exemplares da espécie, localizado na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. O refúgio, o primeiro do tipo na América Latina, é o projeto de estreia da organização Global Sanctuary for Elephants, criada em 2012, nos EUA, por especialistas em elefantes de diferentes campos da ciência — um deles envolvido com a fundação, em 1995, do Santuário do Tennessee, onde residem treze fêmeas.

"O homem forçou os elefantes a deixar seus domínios e, agora, eles não podem mais retornar às origens, na Ásia ou na África", afirma a publicitária Junia Machado, presidente do santuário nacional, que abraçou a causa depois de ver os animais em seu habitat na África do Sul e no Quênia. "A meta agora é ao menos garantir a eles um final de vida digno", completa. Maia e Guida foram capturadas, ainda filhotes, na Tailândia e enviadas ao Brasil para ser exploradas em circos. Elas serão as primeiras residentes do santuário, que deverá receber outro exemplar, vindo do Chile, até o fim deste ano. As despesas da iniciativa chegarão a 7,5 milhões de dólares.

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Arquivado em:Ciência

A nova cor do ensino médio

Posted: 23 Sep 2016 06:34 PM PDT

A casa da família Neves, na Zona Oeste carioca, é como todas as outras em que um dos filhos convive com os percalços do ensino médio. Aos 17 anos e às vésperas de rea­li­zar a prova do Enem, o principal passaporte para o ingresso na universidade, Letícia se equilibra na angústia. Quer fazer medicina, uma dureza para entrar mesmo estando matriculada em um dos melhores colégios particulares do Rio de Janeiro, o A a Z. Seus pais, advogados e testemunhas diárias da maratona, contam que receberam na semana passada um sopro de esperança. Não por Letícia, mas pelo filho mais novo, Gabriel, de 14 anos. Se tudo correr como o esperado, o garoto, que sonha virar engenheiro, terá pela frente uma vida escolar bem diferente e, quem sabe, mais adequada aos novos tempos.

Na quinta-feira 22, o governo lançou uma medida provisória em Brasília com uma notícia que teve o efeito de um tsunami sobre pais, estudantes, professores e círculos especializados: o velho ensino médio será posto do avesso (entenda as principais mudanças no quadro da página ao lado). Instantaneamente, o assunto suplantou qualquer outro nas redes sociais e gerou dúvidas e mais dúvidas. A mais básica é se a proposta do governo deve ou não ser celebrada. Se as promessas que a MP embute se concretizarem, sim, haverá extraordinários avanços a partir de 2018. Mas prestemos bastante atenção no "se". Independentemente do matiz ideológico, direita ou esquerda, não importa de que lado se esteja, há uma constatação unânime: o ensino médio brasileiro, público e particular, é engessado, ineficiente e desconectado do século XXI. É profundamente ineficaz. "É um dos piores do planeta", diz o economista Claudio de Moura Castro, articulista de VEJA.

Uma soma de erros explica o fiasco que enrubesce o Brasil a cada ranking. Um dos mais gritantes é a inflexibilidade do modelo em vigor, um ponto central que o governo ataca. Quem abriga um adolescente em casa com gosto pelas artes acompanha o martírio de vê-lo desbravar a fundo os labirintos da química orgânica. Outro, com vocação para as ciências, como Letícia Neves, que sonha em ser médica, pena com as minúcias da geografia. Não é que não possam expandir seu leque de interesses. Isso é inclusive desejável. O problema é o extremo que o atual modelo impõe: a obrigatoriedade de aprender quase tudo sobre quase tudo, à revelia de interesses, aptidões e projetos pessoais. Um afiado olhar de fora já percebia a distorção nos anos 1950. Em viagem ao Brasil, o americano Richard Feynman, prêmio Nobel de Física, desconstruiu o que na superfície parecia interessante. Observou que nunca vira "um currículo tão extenso e jovens que sabiam tão pouco".

É esse abacaxi que o novo pacote pretende descascar ao pôr de pé um sistema que deu certo em países como Austrália e Inglaterra. O aluno con­ti­nua­rá a percorrer uma grade fixa de disciplinas, igual para todo mundo, mas ela agora ocupará a metade do tempo na escola. A outra metade será preenchida pelo estudante segundo suas predileções. A esta altura, muita gente pode estar se indagando se o novo desenho não levará à repetição da antiga divisão entre científico e clássico, do tempo de nossos pais e avós. Não. A nova fórmula rompe com a ideia de separações estanques e permite traçar roteiros tão diversos na escola que dá até para cursar matérias por semestre, como acontece na universidade.

Como uma única escola abrirá a um mundaréu de alunos caminhos tão distintos? No caso das redes públicas, caberá às secretarias estaduais definir quais opções cada colégio oferecerá, a depender dos pendores locais. A escolha, evidentemente, será limitada. Por exemplo: uma escola pode oferecer, além da grade fixa, aulas de mecânica e programação de sistemas, enquanto outra pode disponibilizar história da arte e teatro — mas nenhuma oferecerá tudo. "Precisaremos de um rearranjo do sistema", diz Maria Helena Guimarães, secretária executiva do Ministério da Educação. Não será simples nem automático.

 

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Arquivado em:Brasil, Educação

Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann: sr. Propina e sra. Caixa Dois

Posted: 23 Sep 2016 06:29 PM PDT

Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann são casados há duas décadas. Ela, senadora da República, foi ­ministra-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff. Ele foi ministro do Planejamento no governo Lula e ministro das Comunicações no governo Dilma. Ambos são petistas. Ambos integram a seleta lista de companheiros da estrita confiança do ex e da ex-presidente. Ambos são investigados pela Operação Lava-Jato. Paulo Bernardo chegou a ser preso pela Polícia Federal há três meses. Gleisi é alvo de inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal que a colocam como beneficiária de dinheiro do petrolão. Embora os dois sejam investigados em frentes diferentes, as suspeitas que recaem sobre eles se entrelaçam. E, nestes tempos em que os políticos se esforçam para tentar restringir os flagrantes de roubalheira a inocentes deslizes destinados a financiar campanhas eleitorais, o casal petista é a mais perfeita prova de que caixa dois e corrupção são, quase sempre, inseparáveis — um casamento, digamos assim, sólido.

Paulo Bernardo é acusado de ter orquestrado um esquema milionário de desvio de dinheiro no Ministério do Planejamento quando ocupava a pasta. A Consist, uma empresa de São Paulo, foi escolhida para administrar a lista de funcionários públicos, pensionistas e aposentados endividados que recorriam aos empréstimos consignados, cujas parcelas vêm descontadas automaticamente na folha de pagamento. Quem recorria aos créditos pagava uma taxa de administração — o lucro da empresa. A taxa cobrada dos funcionários e aposentados, claro, era superfaturada. O excedente era dividido, e o PT ficava com 70% de tudo. De acordo com a Polícia Federal, o partido arrecadou mais de 100 milhões de reais em cinco anos com base nesse método.

O ex-ministro sempre foi considerado um homem de partido, um soldado, como os petistas gostam de dizer. Um quadro técnico, competente e pragmático. A Operação Lava-Jato desmontou uma parte dessa biografia. A competência e o pragmatismo eram de fato reais, mas serviam a propósitos nada nobres. O dinheiro arrecadado por Paulo Bernardo e seu bando foi usado para garantir a aposentadoria e a tranquilidade de alguns companheiros dele do PT, financiou apartamentos de luxo em Miami para outros amigos meliantes, além de ajudar a eleger Gleisi Hoffmann, a senadora mais votada do Paraná, depois de uma campanha suntuosa. A cota do ex-ministro era transferida diretamente pela Consist para um escritório de advocacia de Curitiba, que providenciava a redistribuição da propina. A ideia era não deixar rastro. Mas não funcionou…

Gleisi, a senadora, e a planilha: o STF vai decidir nesta semana se aceita ou não a denúncia de corrupção

Gleisi, a senadora, e a planilha: o STF vai decidir nesta semana se aceita ou não a denúncia de corrupção (Aloisio Mauricio/Fotoarena)

A senadora Gleisi Hoffmann foi fisgada pela Lava-Jato logo nos primeiros meses da investigação. Os policiais descobriram que ela recebera 1 milhão de reais em propinas desviadas da Petrobras. Dinheiro repassado por doleiros. Era o fio da meada de um escândalo muito maior para o casal mais poderoso da Esplanada. O escritório de advocacia de Curitiba para o qual o dinheiro era desviado gozava da confiança absoluta de Paulo Bernardo e Gleisi — um de seus sócios, Guilherme Gonçalves, era encarregado de defender a senadora em processos na Justiça. Era o álibi perfeito. A Consist fazia de conta que pagava pelos serviços de advocacia e os advogados pagavam as despesas do casal sem deixar rastros. Descobertos, todos entoaram o mesmo mantra. Paulo Bernardo não sabia de nada. Gleisi não sabia de nada. O advogado Guilherme Gonçalves, que também defendeu a ex-presidente Dilma em processos no Tribunal Superior Eleitoral, não sabia de nada.

Mas havia gente que não sabia e tentou descobrir. Acusado de envolvimento no escândalo, um dos sócios da banca, o advogado Sacha Reck, resolveu agir. Pediu a uma empresa independente que fizesse uma auditoria nas contas e nos arquivos do escritório. O resultado surpreendeu. Foi então que ele descobriu aquilo que a Polícia Federal não demoraria a desbaratar: o contrato de serviços jurídicos com a Consist não passava de fachada. Mensagens e planilhas guardadas em pastas secretas registravam o destino final do dinheiro: "Eleitoral — Gleisi".

VEJA teve acesso aos documentos da auditoria entregues às autoridades. Ao todo, o escritório recebeu 7,2 milhões de reais da Consist. Não se sabe ainda, com precisão, quanto desse valor foi parar no caixa dois eleitoral de Gleisi, mas há fartos indícios de que não foi pouco. De acordo com os investigadores, a propina teria sido usada para pagar de tudo: ônibus para transporte de cabos eleitorais, jantares para prefeitos, motorista particular da senadora, aluguel de um flat usado como escritório informal da campanha. Um estagiário do escritório fazia o papel de entregador de dinheiro vivo, sempre que necessário. Em depoimento, ele disse ter ouvido do antigo chefe uma frase que resume bem o esquema: "O dinheiro pertencia a Paulo Bernardo, que intentava bancar a campanha de Gleisi Hoffmann para os cargos que disputasse". Na próxima terça-feira, o STF decide se aceita ou não a acusação de corrupção contra a senadora no caso do petrolão. O casamento entre corrupção e caixa dois, ao contrário do que dizem os que desejam uma anistia generalizada, nunca foi tão perfeito.

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