#Mistérios |
Análise da fotografia de um Ufo Posted: 12 Sep 2016 09:10 AM PDT Tempo de leitura: 16 minutos Outro dia recebi um pedido do meu amigo e parceiro, ufólogo Josef Prado. O Josef estava animado, porque o nosso outro amigo e parceiro, o ufólogo Edison Boaventura havia simplesmente realizado uma proeza digna de arregalar os olhos de qualquer um. Ele tinha conseguido tirar uma foto de um possível disco voador, em pleno centro da cidade de São Bernardo do Campo, uma das maiores densidades demográficas do Brasil, em plena luz do dia, e a foto estava nítida e com boa qualidade (Iphone 5s). De cara, isso impressiona, porque todo mundo já ouviu a velha frase de que foto de disco voador geralmente são pontos de luz feitas de noite, por pessoas com tremedeira usando câmeras de qualidade teckpix. O Edison só conseguiu fazer uma foto. Quando preparou-se para tentar uma segunda, o objeto fez uma curva em “L” e disparou para o espaço em altíssima velocidade. O Josef pediu para que eu desse uma olhada nessa imagem, e fizesse uma análise dela pra colocar na Burn. Assim eu fiz, e aqui está minha análise. Caso queira o PDF aqui está: analise-da-fotografia-anomala-de-sao-bernardo-do-campo Eu acho que é preciso dizer que não sou um analista de fotos ufológicas profissional, porque essa profissão “NON ECZISTE“, como diria Padre Quevedo. Nem mesmo a profissão de ufólogo existe. Ufologia é uma atividade de curiosos abnegados investigadores das mais variadas áreas do conhecimento, que não se faz profissionalmente (tirando os caras que trabalham para os serviços de inteligência) porque não se faz ufologia para ganhar dinheiro. O próprio Ademar Gevaerd dono da revista ufo, não é um ufólogo profissional. É um editor profissional. Ufólogos que lançam livros, são AUTORES profissionais E ufólogos. Ufologos que ganham dinheiro dando palestras são Palestrantes profissionais. Assim, como ninguém se forma em ufologia na faculdade, não se formam peritos em análise ufológica em lugar algum. Como resultado, o “perito ufológico” não passa de um delírio de fantasia que eventualmente pode aparecer em Arquivos X ou outros seriados. No entanto, perícia de imagem existe, sobretudo no segmento forense. Pessoalmente, minha opinião é que devemos tão logo seja possível, achar esse profissional e submeter a imagem original para a análise dele. Obviamente sendo um profissional, ele vai COBRAR esse trabalho. Claro que o fato de eu ser um fotógrafo, gostar muito de ufologia – estudo isso há uns 20 anos mais ou menos, mas nunca me considerei ufólogo, embora muitos vivem dizendo isso, (ate publicaram meus dados numa “lista brasileira de ufólogos na internet” que faz com que eu receba telefonemas de pessoas histéricas chorando que tem uma nave em cima da casa delas, em plenas quatro horas da madrugada, ou visitas de pessoas estranhas de vez em quando) – ajuda um pouco. Acho que minha experiência profissional com fotografia, computação gráfica, efeitos especiais e trucagens é algo que ajuda, mas não necessariamente me credencia para um veredito absoluto e incontestável. Isso porque cada imagem é um trabalho de análise diferente. Assim, dito isso, vamos tirar essa empáfia de especialista fodão da Nasa que sabe tudo e dá a ultima palavra em qualquer coisa da cabeça. Esse cara não sou eu. Nem a pau. No entanto, eu ajudo meus amigos quando eles pedem minha ajuda. O que você vai achar na minha análise:
O que você não vai achar na minha análise:
Acho bom que se diga que este ultimo item é peculiarmente interessante. Muitas vezes, vemos por aí análises de imagens com base em ampliações. Eu não levo a serio análises produzidas por ampliações. Por quê? Porquê uma análise produzida a partir da ampliação de um objeto fotográfico expresso em pixels se dá pela INTERPOLAÇÃO desses pixels. O processo de interpolação envolve pegar uma área com um X numero de pixels, que são quadradinhos de cor que produzem uma imagem raster, e multiplicar esse X por um valor. O algorítimo do programa gráfico não consegue, (nenhum, por mais que os programas dos filmes digam que sim) GERAR DADOS. Ele só pega o pixel que está lá e cria novos pegando os valores nos pixels adjacentes e estabelecendo um calculo de cor a partir deles. Assim, uma imagem pode eficientemente ser ampliada, é logico, mas essa ampliação NÃO SERVE para ter certeza de nada, uma vez que a imagem ampliada não é a original e sim uma versão dela maior, gerada matematicamente, o que implica em uma imagem imperfeita, menos definida, porque esse calculo de interpolação é simples e matemático. Você não cria dados do nada. Mas se eu não fiz ampliação, como temos imagens como esta aqui em cima? Graças ao nosso querido Steve Jobs, que mandou colocar uma câmera de qualidade regular no telefone do Edison, as fotografias feitas com o Iphone dele possuem a resolução de 2364X2448 pixels. Ou seja, é pixel pra dedéu. Com muito pixel, temos muita informação, certo? Assim, basta RECORTAR a imagem original tirando tudo que não me interessa mostrar que ainda terei ali uma imagem de 210X177 pixels. Se alguém pegar esta imagem e mandar imprimir, dependendo das configurações, a impressora pode INTERPOLAR essa imagem e produzir uma imagem grande desse treco aí. (que não servirá para NADA em termos de análise, porque… isso mesmo, é uma imagem interpolada. Mas que fica bonito na parede, fica.) ![]() É por causa disso que a análise é toda feita digitalmente. Seria diferente se o registro tivesse sido feito com uma câmera analógica de filme. Mas aí é outra coisa. Não compete a uma análise desse tipo atestar que essa ou aquela imagem é verdadeira. Na realidade, nós buscamos apenas e tão somente indícios de fraude. Igualmente, é preciso ter cuidado com o excesso de especialismo. A internet esta lotada de espertões, que correm para dizer que essa ou aquela imagem é fraude, com base apenas “nos meus conhecimentos de X anos na área”… (interpreto isso como ACHISMO, desculpe. E já que tô pedindo desculpas, FODA-SE seus anos de estrada! O mundo era outro há quatro, cinco anos atrás. Logo, eu cago para “vinte anos mexendo com fotos ou com aeronautica” ou seja a com que merda for.) Eu já perdi a conta das vezes que repeti uma coisa nesse blog: Uma fotografia não PROVA rigorosamente porra nenhuma. Nada, lhufas, anything, zero, rosca. Uma foto só serve como elemento evidencial de que uma história pode não ser um delírio ou invenção, ou uma mentira. Desse modo uma foto ufológica, seja ela qual for, tem um papel importante que vem a reboque do relato anedótico, reforçando-o ou mesmo ajudando a refutá-lo. Nenhuma análise fotográfica do planeta Terra é capaz de afirmar que um objeto anômalo se trata de uma nave extraplanetária. Uma bacia jogada para o alto será considerada uma foto real por qualquer análise de imagem. É por causa disso que o contexto não deve se desvincular do registro. Por outro lado, se admitirmos a HET (hipótese extraterrestre) como viável, teríamos o dilema de que algo que é considerado real no mundo da realidade como conhecemos, precisaria ter um aspecto registrável. Do contrário podemos cair na complexa discussão filosófica (eterna) entre o existente e o inexistente. Se uma pessoa alega que viu uma nave prateada no céu, esse relato tem duas vias (descartando-se o viés de engodo) : 1- Ele viu. Ou fótons bateram nesse suposto objeto físico e voaram a mais ou menos 300.000 km/s até entrar pelo olho do cara e impressionaram eletricamente seus nervos oculares na retina, que mandaram esse sinal para seu cérebro onde ele foi então recodificado, desinvertido e comparado com uma base mnêmica de formas, onde o cérebro não encaixou aquela forma em nenhuma predefinida e portanto a agrupou com imagens que ele já viu em livros revistas e filmes. 2- Ele acha que viu. A testemunha pode ter visto alguma coisa, como um inseto na visão periférica, um balão, um objeto qualquer não relacionado com qualquer coisa insólita, mas que seu cérebro processou e por um erro de compreensão no nível cerebral ele interpretou como um objeto que ele já viu em livros revistas e filmes. Nesse caso, em resumo, o sujeito do tipo 1 viu um objeto físico palpável suspenso no ar. O sujeito tipo 2 viu alguma coisa que ACHA que é um ufo. Sabemos de antemão que a percepção humana é extremamente falha e incorreta em quase toda sua totalidade. Nossa capacidade cognitiva na interpretação de padrões é muitas vezes ativada incorretamente, nossa interpretação de cor é tão falha que o ambiente pode nos influenciar a pensar que uma cor é outra. Nosso reconhecimento de formas se dá no cérebro, cuja plasticidade permite que escolhamos o que queremos ver. Há extensivos estudos sobre essa deficiência na Psicologia, minha área de formação. ![]() Há uma diferença brutal entre esses dois eventos, porém seu denominador comum é o mesmo: Um relato anedótico que se traduz em “vi um disco voador”. É aqui que entra o registro fotográfico como uma evidência chave que nos aponta se o relato anedótico é apenas um caso tipo 1 ou se ele é um potencial caso tipo 1 ou 2 ou ainda, se ele é só um caso tipo 2. Se um equipamento de registro de luz como um telefone celular com uma boa câmera consegue registrar o mesmo objeto do relato, então temos uma evidência circunstancial que nos permite aprofundar na verificação daquela alegação. Mas como saber se não é uma panela jogada para o alto com uma historinha que reforce a mesma?Aqui está uma boa pergunta. Penso que precisamos buscar aqui os motivadores para que alguém opte por se arriscar a produzir uma fraude ufológica. São elas:
Você pode estar pensando que esqueci de mencionar “diversão”. No entanto, a “diversão” numa fraude ufológica se resume a sensação positiva de enganar pessoas. Enganar pessoas pode dar a sensação ao fradador de que ele é mais esperto do que elas, e isso é um reforço positivo, que mutas vezes numa pessoa marcada por um quadro potencial de menos valia, pode ser extremamente estimulante. No entanto, esse sentimento passa rápido. Logo, se torna necessário ao fraudador mostrar ao mundo como ele foi esperto, porque essa fraude da “diversão”, dura enquanto as atenções estão sobre o fraudador, enchendo seu ego de satisfação. No momento em que ele se vê de volta ao ostracismo, precisará de nova injeção de felicidade, e é assim que muitos fraudadores logo admitem suas fraudes. Isso acontece porque a fraude ali é um discurso, “vejam como sou esperto e engano vocês”, que no fim das contas recaem em um comportamento tipo 2: Necessidade de atenção. Ao se fazer algo assim, é muito fácil cair no descrédito. Diante disso, imagine que uma pessoa anônima surja com uma foto de um extraterrestre no mato (true story!). Ela alega uma história incrível e tem a foto para provar. A foto é analisada e tem mesmo um Et na imagem. Só que depois, descobre-se que esse Et corresponde em sua integridade a uma imagem conhecida, ampliada e recortada num papelão. Essa nova descoberta DESTRÓI completamente a credibilidade do fotografo. Certo? Agora pense neste caso específico. Um dos mais reconhecidos ufólogos do Brasil, registra um potencial disco voador com um equipamento de boa qualidade gerando uma imagem bastante nítida À luz do dia, em pleno centro da cidade! ![]() Pense em você prestes a fazer uma fraude. Você tentaria fazer uma fraude jogando panela para cima num lugar LOTADO de gente à luz do dia? Em plena HORA DO ALMOÇO quando a maioria das pessoas sai da empresa para almoçar? Não parece ilógico? Você colocaria toda sua vida de pesquisas sérias, investigações, trabalho de campo, análises documentais, entrevistas com militares e pessoas de alto escalão em xeque a troco de… NADA? Tudo isso me parece uma circunstância que opera muito em favor da veracidade desse relato. Tudo que um fraudador ufológico mais quer é: plantar a zoeira e sair incólume. Não há motivador racional para alguém que tenha tanto a perder fazer algo assim. Mesmo que Edison Boaventura fosse um verdadeiro kamikaze social, eu não acredito que ele fraudaria uma foto de ufo em plena luz do dia, no centro de São Bernardo do Campo. Eu mesmo, se fosse um dia fazer algo assim, buscaria fazê-lo em algum tipo de condição complexa o suficiente para sempre restar a saída de alegar que me confundi, deixando uma opção dúbia o suficiente para escapar ileso na mentira. O fato dessa imagem não deixar duvidas de que não se trata de um modelo num barbante, ou uma montagem digital em cima de uma foto, cujo autor a disponibilizou amplamente para qualquer um verificar tão logo foi possível, e que se provada uma fraude acabaria com toda sua vida dedicada a investigar o intrigante fenômeno que são os UFOS, me dá a certeza de que temos aqui um registro muito importante de algo até o momento inexplicável. Edison fotografou algo discoide no céu com seu celular, mas a questão que ficou sem resposta é: O que seria o objeto? Será um novo tipo drone?Pessoalmente, acho que essa poderia ser uma boa explicação caso houvessem drones com esta forma fechada, o que eu desconheço. Drones funcionam com hélices. E para tal, mesmo drones discoides, possuem hélices: De fato, no mercado de drones há uma corrida meio desesperada para fazer drones que pareçam muito discos voadores: Este tipo de drone pode causar grande confusão e realmente ser visto como um UFO sobretudo durante a noite, quando sua forma é disfarçada pela ausência de luz. Isso inclusive, é algo que vem aumentando em quantidade no dia-a-dia dos registros ufologicos. Eu mesmo já estive com uns amigos num projeto onde causamos verdadeiro pânico num congresso de evangélicos que estava rolando de noite no Parque Nacional de Itatiaia, ao dar um rasante neles sem aviso, usando um drone de oito motores como o primeiro que eu mostrei aqui. Muitas vezes a má interpretação pode ocorrer por parte de pessoas não instruídas sobre drones, que são uma novidade. Mas é claro que também existem drones construídos para gerar essa confusão. (pessoalmente acho que este tipo de projeto atende muito bem à setores da desinformação e ocultação de fatos ufologicos. O Drone é o novo “gases do Pântano”, só que bem mais eficiente) É fato que mais drones nos céus = mais relatos de ufos. Do ângulo certo, não é difícil confundir um drone com um ufo. O que é o calcanhar de Aquiles do Drone é justamente a necessidade do espaço para a hélice. Se fechamos um drone com metal, ele não voa, porque não consegue produzir empuxo. Note como este drone aqui, mesmo parecendo ser fechado, é aberto em baixo e em cima das hélices: |
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