#Brasil |
- Manifestantes fazem novo protesto na Avenida Paulista
- Veja a agenda dos candidatos à prefeitura de Salvador para esta segunda-feira (19)
- Governador amplia segurança em Nova York e diz que explosão foi ato terrorista
- Congresso vai tentar votar LDO em sessões marcadas para esta semana
- Moreira: acusações de Cunha 'não merecem resposta'
- Apenas brancos disputam em 45% das cidades do país
- Cunha diz que com investigação, será difícil Moreira ficar
- Doria põe filho no controle acionário das empresas
- Para Janot, Lula tenta tumultuar investigações
- Países vizinhos esperam reação da economia brasileira para aliviar desconfiança com Temer
- Receita vai cobrar R$ 10 bi por sonegação na Lava Jato
Manifestantes fazem novo protesto na Avenida Paulista Posted: 18 Sep 2016 02:08 PM PDT ![]() Manifestantes fazem ato contra governo do presidente Michel Temer na Avenida Paulista Peter Leone/18.09.2016/Futura Press/Estadão Conteúdo ![]() Suplicy em confusão formada após PM retirar isopor de ambulante Renato S. Cerqueira/18.09.2016/Futura Press/Estadão Conteúdo Manifestantes fazem neste domingo (18) um novo ato em contra o governo do presidente Michel Temer na avenida Paulista. O total de pessoas no ato é visivelmente menor do que nos organizados nos últimos dois finais de semana, quando ao menos 30 mil pessoas foram à ruas. Logo no começo da manifestação, houve um princípio de tumulto após policiais militares retirarem uma geladeira de isopor de uma vendedora ambulante. Pessoas que participavam da manifestação se aglomeraram em volta dos policiais. O o ex-senador e candidato a vereador Eduardo Suplicy (PT), que discursava no alto de um palanque, desceu tentou falar com os policiais, mas foi empurrado e afastado com gás de pimenta. Jornalistas também foram agredidos com golpes de cassetetes por policiais. Segundo o comandante da Polícia Militar, Rogério Caramit, ninguém foi preso durante a confusão. Ele disse que a operação de fiscalização de vendedores ambulantes na avenida Paulista foi suspensa para evitar novas confusões. "Pelo que soube, eles foram fazer uma apreensão dos equipamentos de uma senhora. Se houve agressão, será apurado. Mas já orientei para cessarem essas ações porque é um ambiente de manifestação é difícil", disse. Período eleitoral O ato é organizado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, que reúne movimentos como MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), além de centrais sindicais como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Intersindical. Segundo Raimundo Bonfim, coordenador-geral da Central dos Movimentos Populares e integrante da Frente Brasil Popular, a menor concentração está relacionada à proximidade com o período de eleições municipais. "Eu acredito que é porque estamos em momento eleitoral: muita militância e muitas pessoas estão, cada dia mais, voltadas para as eleições. E também teve uma constante mobilização, a cada três ou quatro dias. Mas o importante é manter as mobilizações", disse. Sem caminhada Ao contrário dos atos anteriores, que tiveram início na Avenida Paulista, não há previsão de caminhada neste domingo (18). Os organizadores disseram que pretendem permanecer na Avenida Paulista, com a apresentação de artistas e músicos. De acordo com Bonfim, o ato de hoje é uma preparação para a manifestação marcada para o dia 22 de setembro, e que deve reunir centrais sindicais e movimentos sociais em várias partes do País. Endireita Brasil também faz ato Ao mesmo tempo em que ocorria o ato no vão livre do Masp, um outro protesto ocorria próximo ao Top Center, também na Avenida Paulista. O ato foi chamado pelo Movimento Endireita Brasil e contava com a participação de aproximadamente 30 pessoas, que caminharam até o Parque Ibirapuera em defesa do projeto uma Escola Sem Partido. Jornalistas tentaram conversar com os manifestantes, que não quiseram dar entrevistas. Michel Temer enfrenta protesto nos EUA O presidente Michel Temer embarcou neste domingo (18) para Nova York, onde abrirá a 71ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Conforme tradição iniciada em 1947, cabe ao Brasil abrir a assembleia na terça-feira (20). Em frente ao hotel onde o presidente passará a noite, o Plaza Athénée, um grupo de cerca de 20 pessoas fez um outro protesto. Segurando faixas, cartazes e com muitos apitos, o grupo recebeu o peemedebista na chegada na cidade com gritos de "Fora Temer" e "Golpista". Temer desceu do carro sorrindo, mas não falou com a imprensa e entrou direto no hotel. Os manifestantes prometem uma série de protestos durante os dias da viagem do presidente. Batizado de "Defend Democracy in Brazil", o grupo já havia realizado atos na cidade na cidade contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. |
Veja a agenda dos candidatos à prefeitura de Salvador para esta segunda-feira (19) Posted: 18 Sep 2016 01:36 PM PDT ![]() Agendas estão seguindo a ordem alfabética dos candidatos registrados no TRE Montagem R7 BA Veja as agendas: ACM Neto (coligação "Orgulho de Salvador") Ás 10h, o candidato fará caminhada no Calafate, com ponto de Encontro na entrada do Bairro, próximo a avenida San Martins. Ás 10h30, a caminhada chega a Fonte do Capim. Mais tarde, outra caminhada está prevista para Marechal Rondon, ás 17h, e no bairro de Santo Inácio, ás 17h30. Por fim, está agendado para 20h um evento de candidato a vereador, no Espaço Quinta da Madragoa, Largo da Madragoa, Ribeira. Alice Portugal (coligação "Sim para Salvador!") Logo ás 06h15, a candidata irá conceder entrevista ao Balanço Geral. Depois, ás 9h, haverá um café da manhã com lideranças do Movimento Sindical em um hotel na Barra, seguido de caravana em Capelinha de São Caetano com Concentração no final de linha. Às 14h, Alice participa de plenária do Movimento Negro com Leci Brandão, na Associação Baiana Capoeira Angola, localizada no Terreiro de Jesus. Por fim, às 19h ocorre o Jantar de Adesão de Alice/Maria no restaurante Sal e Brasa, em Pituaçu. Célia Sacramento (PPL) Por volta das 11h, candidata visita ambulantes. À tarde, às 14h, segue para entrevista com pesquisadores e depois cumpre agenda administrativa, a partir das 15h. Claudio Silva (coligação "Salvador merece mais") Às 11h30, o candidato participa de rodada de entrevistas na TVE para os programas Multicultura, da rádio Educadora e TVE Revista. Pela tarde realiza caminhada por diversos pontos da cidade. Já a noite, o candidato participa, ás 19h, do Projeto Encontro com Prefeituráveis na UNIFACS, no auditório do Campus Tancredo Neves. Da Luz (PRTB) Da Luz começa o dia concedendo entrevista a uma rádio. Pela tarde, estará ao vivo no Facebook, às 13hs, e concederá entrevista ao site Bahia.ba. À noite, às 20h30, o candidato volta a responder as perguntas dos eleitores em sua rede social. Fábio Nogueira (coligação "Agora é com a gente") Pela Manhã, está agendada uma panfletagem na Contax do cabula, às 6hs, com a candidata Elaíne. Depois, concede entrevista à Rádio Tudo Fm, das 8hs às 9hs, com André Spinola, no Salvador Prime. Ás 11h, o candidato será entrevistado na Rede Bahia e, ás 14h, participa de almoço com a coordenação de campanha. Está agendado ainda uma panfletagem em frente ao Shopping Iguatemi, às 15:30hs e um bate-papo na Faculdade Mauricio de Nassau, na Pituba, às 19hs, além da participação na plenária de mobilização, às 20:30hs, na sede do Psol. Pastor Sargento Isidório (coligação "Agora é a vez do povo") Durante a manhã, ás 8h, o candidato estará presente em uma entrevista para o programa Balanço Geral, da Rádio Sociedade. Às 11h30, a entrevista será para a Tv Câmara de Vereadores. Pela tarde, ás 14h30, participa de gravação do programa eleitoral gratuito de rádio e tv e, ás 18h, participa de entrevista na rádio Vida FM. |
Governador amplia segurança em Nova York e diz que explosão foi ato terrorista Posted: 18 Sep 2016 01:10 PM PDT ![]() Bill de Blasio estende a mão a policial em local de explosão Reuters As autoridades de Nova York ampliaram as medidas de segurança em toda a cidade após uma explosão no bairro de Chelsea deixar 29 feridos na noite do último sábado. A segurança foi ampliada nas estações ferroviárias, nos aeroportos, nas linhas de metrô e de ônibus, informou o chefe de Polícia, James O'Neill. O governador de Nova York, Andrew Cuomo, explicou que um contingente extra de dez mil agentes de segurança irá patrulhar as ruas da cidade nos próximos dias. "Vamos encontrar quem fez isso e eles serão levados à Justiça", disse, acrescentando que se trata de um ato de terror, mas que não existem provas de ligação com grupos internacionais. Pânico O prefeito da cidade, Bill De Blasio, por sua vez, pediu para que a população esteja "vigilante" e que qualquer pista sobre a autoria do crime seja entregue à Polícia. Uma testemunha informou que a explosão "parecia um vulcão". O forte barulho causou pânico na cidade e muitas vidraças foram quebradas. De acordo com a imprensa local, uma das vítimas foi hospitalizada em estado grave, mas não corre risco de morte. Investigações preliminares indicam que o artefato teria explodido dentro ou nas proximidades de uma lixeira em Chelsea, no coração de Manhattan. Horas mais tarde, foi encontrada um segunda bomba caseira – uma panela de pressão ligada a um celular por alguns fios – ainda em Chelsea, a poucos quarteirões da primeira explosão. |
Congresso vai tentar votar LDO em sessões marcadas para esta semana Posted: 18 Sep 2016 10:21 AM PDT Maia reconheceu o esvaziamento da Câmara dos Deputados para votar a LDO Luis Macedo/22.08.2016/Câmara dos Deputados A praticamente duas semanas das eleições municipais, deputados e senadores tentam vencer as sessões esvaziadas em um último esforço concluir a votação dos destaques da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2017. Diante da possibilidade da ausência expressiva de parlamentares, o presidente do Senado, Renan Calheiros convocou duas sessões do Congresso Nacional para esta segunda-feira (19), às 19h, e terça-feira (20), para tentar fechar a votação. Nas duas sessões, o Congresso vai tentar terminar a votação da LDO, analisar vetos e projetos de abertura de créditos suplementares para ministérios. O texto principal foi aprovado em agosto, mas ainda é preciso analisar três destaques. Porém, antes da conclusão da votação, deputados e senadores precisam se debruçar sobre sete vetos que trancam os trabalhos. Entre eles, além de vetos a reajustes salariais para diversas categorias do funcionalismo público, está o que proibiu a ampliação para 100% a possibilidade de participação de capital estrangeiro nas empresas aéreas brasileiras. A medida foi vetada pelo presidente Michel Temer, ainda interino no cargo, após a aprovação da MP (Medida Provisória) sancionada como Lei 13.319/2016. Leia mais notícias sobre Brasil e Política Renan chegou a marcar uma sessão na última terça-feira (13), mas teve que cancelá-la diante da possibilidade de não conseguir quorum, especialmente de deputados federais, que estão envolvidos com as eleições municipais. A sessão havia sido marcada com o argumento de aproveitar a presença dos parlamentares que compareceram na sessão que cassou o mandato do então deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), realizada na segunda (12). Mas na hora em que foi lida a convocação, líderes partidários protestaram contra a realização de sessão sem acordo prévio. O argumento é que os deputados voltariam para suas bases a fim de atuar nas eleições municipais de outubro. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reconheceu o esvaziamento e disse que convocou uma sessão para votação de projetos para a amanhã, às 14h, com o intuito de garantir o quórum. "Marquei a sessão para a próxima semana para garantir o quórum. Acho que vai ser possível concluir a votação da LDO na próxima semana. Estamos fazendo um esforço para tal, mas depois de terça sabemos que só vamos ter quórum após as eleições", disse. A LDO é a lei que traz as regras para elaboração da proposta orçamentária, incluindo as emendas de deputados e senadores, e a meta fiscal do ano seguinte. O texto aprovado autoriza o governo federal a fechar o ano com um deficit primário total de R$ 143,1 bilhões, em 2017. Destes R$ 1,1 bilhão são de estados, Distrito Federal e municípios e R$ 3 bilhões para as estatais. |
Moreira: acusações de Cunha 'não merecem resposta' Posted: 18 Sep 2016 06:40 AM PDT Moreira Franco se esquivou das acusações feitas por Eduardo Cunha sobre obras no RJ Estadão Conteúdo O secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, não comentou as acusações do deputado cassado Eduardo Cunha, sob a alegação de que "não merecem resposta". No caso das obras de Porto Maravilha, Cunha foi citado em duas delações: na do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto e na do empresário Ricardo Pernambuco, da Carioca Engenharia. Cleto afirmou que o então deputado o orientou a segurar, por três semanas, um voto que liberaria o aporte do FI-FGTS na obra. O objetivo da espera seria cobrar propina de empreiteiras. Pernambuco disse que o suborno custou R$ 52 milhões. |
Apenas brancos disputam em 45% das cidades do país Posted: 18 Sep 2016 06:12 AM PDT Em apenas 8% das cidades brasileiras são encontrados concorrentes negros Divulgação Nascida no ciclo do ouro de Minas Gerais, a cidade de Santa Luzia, na Grande Belo Horizonte, já teve na exploração da mão de obra escrava um de seus pilares econômicos. Hoje em dia, sete em cada dez moradores do município são pardos ou pretos. Os brancos, porém, dominam a política: todos os seis candidatos a prefeito deste ano assim se declararam à Justiça Eleitoral. A ausência de diversidade constatada em Santa Luzia está longe de ser exceção: em 2.512 municípios brasileiros (45% do total), todos os candidatos a prefeito são brancos. Dois terços dos candidatos a prefeito têm essa cor de pele, embora a parcela dessa raça na população seja bem menor: 48%, segundo o Censo 2010. É possível encontrar ao menos um representante dessa cor de pele em nove de cada dez disputas municipais. Já os concorrentes negros são muito mais raros: eles estão em apenas 8% das cidades. A sub-representação indica que o mundo político impõe barreiras para a integração dos negros. Essa é a primeira vez que os brasileiros poderão saber a cor da pele dos candidatos nos 5.568 municípios de todo o País. Desde as eleições nacionais de 2014, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) adicionou um campo de cor/raça à lista de informações que devem ser fornecidas pelos concorrentes na hora de inscrever sua candidatura. O objetivo é justamente possibilitar que seja medido o fosso racial que separa políticos e eleitorado. Há dois anos, foi possível observar que houve proporcionalmente mais candidatos brancos do que na população como um todo: 56%. Além disso, eles também se elegeram em porcentual maior do que os de outras raças — 75% dos eleitos eram brancos. Essa proporção foi ainda maior para cargos mais importantes, como deputado federal (80%) e senador (82%). Leia mais notícias sobre Brasil e Política Não é improvável que esse fenômeno se repita neste ano. Em média, a campanha de um candidato a prefeito branco arrecadou 65% a mais do que a de um pardo ou negro até a semana passada: R$ 33,1 mil contra R$ 20 mil. Como há relação direta entre receita e chances de vitória, a tendência é de que a proporção de não brancos entre os eleitos seja ainda menor do que entre os candidatos. Diversidade Na lista das 2.512 cidades onde só brancos concorrem às prefeituras, há vários municípios em que a maioria absoluta da população tem essa cor de pele. Um exemplo é Três Arroios, no Rio Grande do Sul, onde apenas 24 dos seus 3 mil habitantes em 2010 não eram brancos, segundo o Censo. Mas há também cidades como Mirinzal, no Maranhão, ou Jandaíra, na Bahia, onde mais de 90% da população é formada por pretos e pardos, mas, mesmo assim, um branco tomará posse como prefeito em 2017. Entre as cidades dessa lista com mais de 200 mil habitantes, Santa Luzia, em Minas Gerais, é a que tem em sua população — ou seja, é onde a disparidade racial entre eleitores e candidatos é mais evidente. E esse fenômeno não é só de hoje. Nas paredes da Câmara Municipal, uma galeria de fotos dos 39 ex-presidentes do Legislativo desde 1892 mostra que apenas seis (15%) foram negros ou pardos, em uma cidade em que esses dois grupos raciais são mais de 70% da população. Para o superintendente municipal de Cultura da cidade, Tom Nascimento, que é negro, o que explica a exclusão é o racismo. — Verificamos isso aqui na nossa cidade e em todo o Brasil. Para ele, o que predomina no município e no País é o que chama de "branquitude". — O ser humano de referência é o branco, de cabelos lisos e traços finos. Também negro, o vereador Pastor Josué (PTC) discorda. Para ele, não é o racismo que faz com que inexistam candidatos não brancos na cidade. — Trato isso como algo natural, sem a interferência de outros fatores. Ele lembrou que Santa Luzia já teve um prefeito negro e um pardo nos últimos 30 anos. |
Cunha diz que com investigação, será difícil Moreira ficar Posted: 18 Sep 2016 05:54 AM PDT Cunha fará livro sobre impeachtment Antonio Cruz/14.07.2016/Agência Brasil O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acusou o secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, homem forte do governo Michel Temer, de estar por trás de irregularidades na operação para financiar obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Ao classificar Moreira como "o cérebro" da gestão Temer, Cunha disse que o novo plano de concessões "nasce sob suspeição" e deu sinais de que pode atingir o presidente. "Na hora em que as investigações avançarem, vai ficar muito difícil a permanência do Moreira no governo", afirmou, na primeira entrevista exclusiva após perder o mandato. Ex-presidente da Câmara, Cunha é suspeito de ter cobrado da empreiteira Carioca Engenharia R$ 52 milhões de propina em troca da liberação de verbas do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS) para o Porto Maravilha, projeto de revitalização da região portuária. Ele chama a denúncia de "surreal" e aponta o dedo para Moreira. Cunha também criticou Temer, por "aderir ao programa de quem perdeu a eleição". E prometeu revelar bastidores do processo de impeachment de Dilma Rousseff em livro que lançará no fim do ano. "Vai ser um presente de Natal". O governo avalia que a denúncia da Lava Jato contra o ex-presidente Lula, na última semana, enfraquece as manifestações "Fora, Temer". O sr. concorda? Tudo depende do que está motivando a sociedade para o "Fora, Temer". Mas temos um problema: o Michel foi eleito com a Dilma com um programa que ela não cumpriu. E ele também não está cumprindo. Por outro lado, ele aderiu ao programa do PSDB e do DEM, que perderam a eleição. Que o Brasil precisa de reforma previdenciária, trabalhista, não tenho dúvida. Mas é difícil fazer uma coisa muito radical, no meio de um mandato, com alguém sem a legitimidade de estar discutindo isso debaixo de um processo eleitoral. O sr. acha que o presidente Temer não tem legitimidade? Ele tem legitimidade. Eu disse que talvez não tenha para um programa radical, contrário àquilo que foi colocado no processo eleitoral. A população aplaudiu porque tirou a Dilma, mas não está satisfeita. O sr. está dizendo que não queriam Dilma, mas também não querem Temer... Não querem porque não se sentem representados. Me preocupa um jovem virar para mim na rua, me cumprimentar e dizer: "Parabéns, a gente queria tirar essa mulher, queria tirar o PT, mas não tem por que entubar esse vice". E o que ele deve fazer? Acho que tem de ser uma coisa mais light, tentando recuperar aquilo que a Dilma descumpriu, sem movimentos radicais. Uma vez o próprio Michel disse o seguinte: "A presidente não vai conseguir se aguentar com esses índices de popularidade". Só que ele está (em situação) semelhante. Dilma precisava recuperar popularidade. Ele precisa ganhar, porque não tem. O Michel tem de tomar cuidado porque, no fundo, o PSDB quer jogar a impopularidade no colo dele para depois nadar de braçada. Mas quem manda no governo é o Moreira Franco. Por que o sr. chamou Moreira Franco de eminência parda? Ele é muito mais do que eminência parda. Moreira Franco, que se diz sociólogo, é o cérebro do governo. Foi ele que articulou a candidatura do genro, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para ser presidente da Câmara, atropelando a base aliada. Dilma dizia que o sr. era quem mandava no governo interino. Fica claro hoje que não era. O Moreira Franco era vice-presidente (de Fundos e Loterias) da Caixa, antes do Fábio Cleto, que fez a delação falando de mim. Quem criou o FI-FGTS na Caixa foi o Moreira Franco. Toda a operação no Porto Maravilha foi montada por ele. No programa de privatização, dos R$ 30 bilhões anunciados, R$ 12 bilhões vêm de onde? Do Fundo de Investimento da Caixa. Ele sabe de onde tirar dinheiro. Esse programa de privatização começa com risco de escândalo. Nasce sob suspeição. Delatores dizem que o sr. recebeu propina na obra do Porto Maravilha. E Fábio Cleto era ligado ao sr., seu braço-direito na Caixa. Fábio Cleto era ligado à bancada do PMDB e eu desminto qualquer recebimento de vantagem indevida. Acho engraçado quando você pega e fala de delação, citando Porto Maravilha, quando quem conduziu toda a negociação e abertura de financiamento, em conjunto com o prefeito do Rio (Eduardo Paes), foi o Moreira. E agora aparece uma denúncia e é contra mim? Isso é surreal. Quem comandava e ainda comanda o FI (Fundo de Investimento) chama-se Moreira Franco. E lá tem muitos financiamentos concedidos que foram perdas da Caixa. Na hora em que as investigações avançarem, vai ficar muito difícil a permanência do Moreira no governo. De que perdas o sr. fala? Uma de que me lembro foi da Rede Energia. Outra foi da Nova Cibe. O uso de energia, na época, teve escândalo grande. O sr. tem provas em relação a Moreira Franco? Estou levantando suspeição, em minha defesa, por uma razão muito simples. Há um inquérito instaurado com uma delação do Fábio Cleto em cima de uma operação que foi feita quando Moreira era vice-presidente da Caixa. Na última semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, relator da Lava Jato, autorizou a remessa para a Justiça Federal do Paraná da ação em que o sr. é acusado de corrupção por manter contas na Suíça para recebimento de propina da Petrobrás. O sr. tem medo de ser preso? Medo? Nenhum. Não há provas contra mim. Só se for uma motivação de natureza política. Não se pediu prisão na denúncia apresentada contra o Lula. Por que fariam em relação a mim? O Ministério Público diz que Lula é o "comandante máximo" da corrupção na Petrobrás, mas o sr. também foi acusado de ser chefe do esquema de propina... Eu não sei se ele é ou não o comandante máximo, mas o que sempre me deixou estarrecido foi quererem me carimbar como se eu fosse o chefe do esquema. Isso é ridículo. Naquele período de 2006, até 2007, eu estava no grupo do vagabundo daquele (Anthony) Garotinho, numa linha contra o Lula. O sr. está escrevendo um livro sobre os bastidores do impeachment. Vai revelar conversas comprometedoras? Não sei se são comprometedoras. Vou contar as reuniões, os diálogos, tudo, doa a quem doer. A conclusão será de quem lê. Quero lançar no fim do ano. Vai ser um presente de Natal. O sr. sempre foi amigo de Temer, mas agora tem feito ameaças. Auxiliares dele dizem que são bravatas... Estou ameaçando quem? O distanciamento que existe é porque eu quero. Houve muita hipocrisia. Não há razão para eu manter convivência com um governo que me cassou. Na sua avaliação, o presidente termina o mandato? Espero que termine. Desejo sucesso a ele, mas vejo muita dificuldade. Há ainda o risco do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral, que pode cassar a chapa. Se levar a julgamento, vai cassar. As provas são irrefutáveis. Pergunto: por que o PSDB não desistiu da ação? Para deixar uma faca no pescoço. Então o sr. avalia que o PSDB teria de deixar o governo? Não acho que tenha de colocar o PSDB e o DEM para fora, mas esses dois partidos não podem querer tomar conta do governo na mão grande. É isso que solidifica o discurso do golpe. O País ainda não entrou numa estabilidade política. E vai entrar? Acho que vamos nessa situação de empurrar com a barriga até a eleição de 2018. O que o sr. não faria novamente, se pudesse voltar atrás? Talvez eu devesse ter sido mais Renan (Calheiros, presidente do Senado) e menos Eduardo Cunha. Renan é jogador, é falso, é dissimulado. Eu meço menos o que vou fazer. Outro erro do qual me arrependo foi ter anunciado o rompimento com o governo Dilma. Eu deveria ter rompido na prática, mas não no verbo. O sr. vai sair do PMDB? Por que vou sair do PMDB? Minha guerra não está perdida. Ainda está só começando. |
Doria põe filho no controle acionário das empresas Posted: 18 Sep 2016 05:50 AM PDT Doria tem um patrimônio declarado de quase R$ 180 milhões R7 Preocupado com eventual acusação de conflito de interesses se eleito, o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, João Doria, vai mudar a estrutura de seus negócios e do Lide (Grupo de Líderes Empresariais). Com 1.700 empresas filiadas, o Lide — entidade fundada por ele e da qual está afastado — atua em parceria com instituições privadas e governos. O tucano decidiu passar para o filho, João Doria Neto, de 22 anos, o comando acionário das empresas que compõem o Grupo Doria, e para o economista Roberto Giannetti da Fonseca a liderança política da associação empresarial. Os dois já estão sendo "preparados" para os cargos. Em caráter reservado, Doria disse recentemente a amigos que quer evitar questionamentos sobre sua atuação como empresário caso seja eleito. Dono de um patrimônio declarado de quase R$ 180 milhões, o tucano construiu no Brasil uma bem-sucedida indústria do network. Leia mais notícias sobre Brasil e Política Os eventos promovidos por ele reúnem políticos, empresários, celebridades e jornalistas em ambientes sofisticados. O principal faturamento da organização, porém, decorre da venda de cotas de patrocínios em 133 eventos realizados ao longo do ano. Em alguns casos, o patrocínio vem do poder público.os Estados de Goiás e Mato Grosso — que são governados por tucanos — patrocinaram um evento do Lide em Nova York. Os governadores Marconi Perillo (GO) e Pedro Taques (MT) indicaram que pretendem repetir a parceria em 2017. Segundo o ex-ministro de Desenvolvimento Luiz Furlan, que assumiu o principal posto executivo do Lide após o início da campanha, Doria terá muita atenção sobre ele se eleito. Furlan comandou a pasta na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. — Vamos estabelecer um perímetro. Se ele chegar à Prefeitura, ficará sob um holofote muito intenso. João tem interesse de colocar essas fronteiras. Doria tem prometido levar para o Executivo municipal um modelo de gestão empresarial.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. |
Para Janot, Lula tenta tumultuar investigações Posted: 18 Sep 2016 05:42 AM PDT Janot afirmou que Lula tenta tumultuar as investigações sobre sua suposta participação no esquema da Petrobrás Agência Brasil O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que o ex-presidente Lula tenta tumultuar as investigações sobre sua suposta participação no esquema na Petrobrás. A crítica consta de parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal na última sexta-feira (16), no qual contesta argumentos da defesa do petista para suspender inquéritos que tramitam na 13ª Vara de Curitiba, sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro, e na 10ª Vara Federal de Brasília. Leia mais notícias sobre Brasil e Política Janot endossa o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, de que Lula tem apresentado "tentativas" para "embaraçar as apurações". A afirmação de Teori foi feita no dia 6; na quarta-feira, porém, ele disse ter usado termo inadequado e determinou que "embaraçar as apurações" fosse retirado do texto original. A defesa de Lula alega que os inquéritos em Curitiba e no DF devem ser "sobrestados", já que os mesmos fatos em apuração são objeto do inquérito que verifica a participação de Lula e outros políticos em "organização criminosa". Para a defesa, Moro "usurpa" competência da Corte. Em nota divulgada no sábado (17), a defesa do petista disse que trabalha "com a observância de todos os preceitos legais e éticos". |
Países vizinhos esperam reação da economia brasileira para aliviar desconfiança com Temer Posted: 18 Sep 2016 05:41 AM PDT Temer terá de convencer vizinhos na condução econômica BBC Brasil Duas semanas após o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e a posse de Michel Temer (PMDB) na Presidência, políticos, empresários e analistas de países vizinhos continuam de olho na crise política brasileira e no comportamento da economia do país ─ considerado fundamental para o desempenho econômico regional. Enquanto setores e governos mais à esquerda no continente já descrevem Temer como "inimigo externo", analistas destacam que o novo presidente ainda é desconhecido por grande parte da população, e terá na condução da economia peça-chave para a imagem que criará de agora em diante na região. Para os vizinhos, é difícil permanecer indiferente ao que ocorre no Brasil, maior país da América Latina. Muitos deles, como a Bolívia, dependem do Brasil. Nos últimos dias, por exemplo, a discussão sobre a saída de Dilma e a chegada de Temer ao poder provocou divisões na base governista uruguaia e até seminários em escolas do ensino médio de Buenos Aires. A Argentina tem no Brasil o principal destino de suas exportações, e a Bolívia exporta seu principal produto ─ o gás ─ ao país, e está prestes a negociar um novo acordo para venda do produto, lembra o analista econômico Javier Gomez, do Centro de Estudos para o Desenvolvimento Trabalhista e Agrário, de La Paz. No caso argentino, a polarização verificada no Brasil se projeta no cenário político local. O kirchnerismo, grupo político que governou o país de 2003 a 2015, critica Temer como "golpista", lembra Andrés Kozel, professor de Ciência Política da Universidade de San Martín. Recentemente, Nestor Pitrola, deputado do partido esquerdista Polo Obrero, disse no plenário do Congresso argentino que Temer é um político "muito impopular" que fará "um ajuste contra os trabalhadores". Incógnita Para a maioria da população argentina, contudo, Temer ainda é uma "incógnita", afirma o economista Dante Sica, da consultoria ABECEB. "Até o momento, o que vemos é uma indefinição. Ele (Temer) também tem envolvimento em suspeitas de corrupção. Mas é fundamental saber como a economia brasileira reagirá para vermos os efeitos no Brasil, Argentina e região", disse. Em 2016, segundo estimativa da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), o PIB da Argentina deverá cair 1,5% - e o do Brasil, 3,5%. Ex-presidente da União Industrial Argentina, o deputado federal José Ignacio de Mendiguren, opositor do governo Mauricio Macri, afirmou que o "principal" para a Argentina, independentemente da luta política, é que o Brasil se recupere economicamente. Presidente da Argentina, Maurício Macri; novo presidente brasileiro ainda é 'incógnita' para vizinhos "Nossa dependência é muito grande. Quando o Brasil vai mal, vamos mal também. E pior: o Brasil tenta aumentar exportações para nosso mercado quando não está bem. O melhor é que o Brasil se recupere logo", disse o parlamentar, que defende interesses dos exportadores argentinos. O presidente da Fiat na Argentina, Cristiano Rattazzi, disse que o ideal, "seja qual for o presidente", é que o Brasil volte a crescer e "abra sua economia" ─ para ele, uma das "mais fechadas no mundo". O peruano Carlos Aquino, professor de economia internacional da Universidade de San Marcos, lembra que o governo Temer já mostrou que se afastará de antigos aliados políticos do Brasil, como a gestão de Nicolás Maduro na Venezuela. A expectativa maior no Peru, porém, segundo ele, é que Temer "faça algo para reativar a economia". Aquino diz que a nova gestão é vista como um governo de transição, em meio a um sistema político que demonstra "precariedade" com representantes que mudam de lado por "interesses pessoais. Juan Pablo Lohlé, ex-embaixador da Argentina no Brasil, afirmou que a visita de Temer a Buenos Aires em outubro será um gesto importante para a Argentina. Disse esperar que o peemedebista "cumpra o processo institucional de terminar o mandato com plenos poderes em 2018". Laços fracos O professor de Ciência Política da Universidade Autônoma do Chile Ricardo Israel lembra que Temer ainda precisa construir "laços" com líderes do país andino, algo que os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e inclusive Dilma Rousseff fizeram. O presidente brasileiro é visto no Chile, diz Israel, como "um político experiente, mas sem carisma e voo internacional". Presidente do Chile, Michelle Bachelet, e ex-presidente Dilma; Temer ainda precisará construir boas relações pessoais com líderes chilenos, avalia professor, citando histórico de ex-presidentes brasileiros nessa área "Será a economia que irá legitimar ou afundar Temer, mas antes disso é preciso ver como ficará a situação política e judicial dos casos de corrupção que estão em pleno processo, depois da destituição de (Eduardo) Cunha", disse. Temer tem sido citado em artigos de opinião na imprensa uruguaia e observado com atenção especial na Bolívia, onde foi alvo de críticas duras do presidente Evo Morales. "Evo aproveitou a saída de Dilma para encontrar um novo inimigo externo (Temer) e distrair (a população) dos problemas internos", disse o analista boliviano Javier Gomez. Para Gomez, porém, a política deverá abrir espaço ao pragmatismo econômico pois a Bolívia depende da exportação de gás ao Brasil. "O governo sabe que a relação comercial com o Brasil é mais importante e terá que negociar com Temer o novo contrato do gás", afirmou, por e-mail. Cautela No Uruguai, país onde o Brasil costuma ser descrito como "gigante do norte", a cúpula da coalizão governista Frente Amplio declarou na semana passada que o governo de Temer é "ilegítimo". Alguns integrantes da frente, porém, não assinaram a declaração, sob justificativa de que a posse teve respaldo constitucional. Em comunicado divulgado após a queda de Dilma, a Presidência do Uruguai afirmou que "apesar da legalidade argumentada o governo uruguaio considera uma profunda injustiça a destituição (de Dilma)". Horas depois da divulgação, no entanto, o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Rodolgo Nin Novoa, afirmou a uma rádio local que o Uruguai "reconhece o governo do presidente Michel Temer e não questiona sua autoridade". "Para nós é uma situação muito difícil. Porque mesmo sendo contra a posse de Temer não podemos romper com o governo brasileiro. Isso é impossível. Seria dar um tiro no pé. Somos 'muy chiquititos' (pequenos)", disse um parlamentar governista, sob condição de anonimato. |
Receita vai cobrar R$ 10 bi por sonegação na Lava Jato Posted: 18 Sep 2016 05:22 AM PDT Força-tarefa terá agentes da Polícia Federal e do MPF Estadão Conteúdo A Receita Federal vai cobrar mais de R$ 10 bilhões dos investigados na Operação Lava Jato - força-tarefa do Ministério Público Federal, Polícia Federal e da própria Receita que apura esquema de cartel e corrupção na Petrobrás. A investida dos agentes federais de Curitiba levou o órgão do Ministério da Fazenda a estimar o montante sonegado em tributos da União e fraudes fiscais. A maior parte desse valor refere-se a impostos não recolhidos, entre 2010 e 2014, por 28 empreiteiras acusadas de corrupção, acrescidos de juros e multas. "Tínhamos a previsão de que os lançamentos tributários atingiriam R$ 1 bilhão, mas, em apenas um ano de apuração, esse valor já foi superado. Possivelmente superaremos um crédito tributário (impostos, juros e multas) total constituído de mais de R$ 10 bilhões", afirmou ao Estado o coordenador-geral do Setor de Investigação da Receita, Gerson D'Agord Schaan. O foco são os tributos sonegados em movimentações de propinas, lançadas oficialmente como despesas de assessorias ou consultorias - muitas delas empresas de fachada, como as do doleiro Alberto Youssef (MO Consultoria, GFD Investimentos e Rigidez Empreiteira). Desde que foi deflagrada, em março de 2014, a Lava Jato relacionou pelo menos 34 empresas suspeitas de serem de fachada ou "noteiras" - criadas somente para emitir notas - que movimentaram, no mínimo, R$ 2,5 bilhões, em sua maioria provenientes de empreiteiras com contratos com a Petrobrás. Executivos, políticos, agentes públicos e operadores financeiros são alvo dessas ações fiscais da Receita desde 2015. O rombo foi rastreado pela Receita em investigação conjunta com policiais federais e procuradores por meio da identificação de serviços fictícios, uso de notas frias, contas secretas no exterior e bens em nome de terceiros ou empresas offshores. O trabalho é resultado das descobertas de fraudes financeiras na Petrobrás - um prejuízo para a estatal estimado, entre 2004 e 2014, em R$ 42 bilhões, de acordo com a PF. "O tipo mais recorrente que gerou os maiores valores de autuação até aqui foi o pagamento de contratos de serviços fictícios, despesa indedutível e pagamento sem causa", afirmou o chefe do Escritório de Investigação da Receita, em Curitiba, Roberto Leonel de Oliveira Lima. "As empresas contabilizavam pagamentos por serviços jamais executados, sob diversas denominações, como assessoria, consultoria, engenharia, para dissimular efetivos pagamentos de vantagens indevidas ou propinas", disse Lima. Nesses casos, as empreiteiras são cobradas em 35% do Imposto de Renda retido na fonte sobre o valor pago sem causa e mais 150% de multa por fraude e juros. A cooperação entre Receita, Ministério Público Federal e Polícia Federal sustenta os trabalhos de investigação da força-tarefa. "A Operação Lava Jato é um marco histórico pela forma integrada na qual desenvolvemos a investigação, cada qual na sua área", afirmou Schaan. Só da Receita são 75 auditores fiscais destacados para a Equipe Especial de Fiscalização da Lava Jato. Ações fiscais Os auditores trabalham atualmente em 480 ações fiscais. Foram eles que identificaram, por exemplo, pagamentos milionários de empreiteiras à JD Assessoria e Consultoria, empresa do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu. De acordo com os investigadores da Lava Jato, os negócios ocultaram repasses de propinas. Dirceu teria recebido parte da cota do PT no esquema, comandado também por PMDB e PP. Até o início deste ano, cerca de R$ 1,5 bilhão em créditos tributários, referentes apenas a 2010, já haviam sido lançados pela Receita. Desse montante, 90% são cobrados de empreiteiras como Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht. "Temos pela frente, praticamente, mais quatro anos de grande trabalho", afirmou Schaan, enquanto a força-tarefa caminha para a conclusão das ações na esfera criminal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. |
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