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sábado, 27 de agosto de 2016

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Fúria no futebol: torcedores invadem treino do São Paulo

Posted: 27 Aug 2016 08:44 AM PDT

Em péssimo momento na temporada, após derrota em casa para o Juventude por 2 a 1 pela Copa do Brasil, o São Paulo enfrentou a fúria de sua torcida. Na manhã deste sábado, torcedores irritadíssimos invadiram o centro de treinamento do time na Barra Funda para cobrar os jogadores e a comissão técnica por resultados. Integrantes do time foram agredidos – verbal e até fisicamente. E objetos como camisas e materiais dos atletas teriam sido furtados durante a confusão.

Durante aproximadamente duas horas, uma grande multidão de torcedores, composta por cerca de 100 pessoas que haviam marcado o protesto por meio das redes sociais, se aglomerou em frente ao CT do tricolor. Após negociações com a diretoria, eles tiveram sua entrada no treino autorizada.

Sob gritos de “respeito à camisa tricolor”, os torcedores revoltados cobraram e ameaçaram os jogadores são-paulinos. O veterano Diego Lugano, ídolo da equipe, tentou apaziguar os ânimos conversando com diversos participantes do protesto.

Alvos de grande parte das cobranças, o volante Wesley e o meio-campista Michel Bastos foram retirados de campo pelas lideranças tricolores. O presidente Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, e o diretor-executivo Gustavo de Oliveira também foram muito criticados. Ao menos quatro jogadores – Wesley, Bastos, Carlinhos e Wellington – chegaram ser alvo de violência por parte dos invasores.

O técnico do São Paulo, Ricardo Gomes, foi poupado pelos torcedores – que foram retirados de campo aproximadamente às 11h30, mas continuaram o protesto do lado de fora do CT. “Ooooô, muito respeito com a camisa tricolor”, gritavam os invasores, emendando com um sonoro palavrão.

(com Gazeta Press)

Gabinetes do PT viram bunker para documentaristas no impeachment

Posted: 27 Aug 2016 08:34 AM PDT

O Partido dos Trabalhadores é recorrente em moldar a história à luz do que lhe convém. Tentou reduzir o escândalo do mensalão a um esquema de caixa dois de campanha eleitoral. Tentou estampar o discurso de perseguição política quando o ex-presidente se viu às voltas com a justiça batendo à porta. No esforço do momento, tenta diuturnamente martelar a tese de que o processo de impeachment contra Dilma Rousseff é um "golpe" contra a democracia. Na reta final do julgamento que deve confirmar a saída definitiva da presidente do Palácio do Planalto, o PT resolveu agora abrigar equipes de documentaristas em gabinetes de senadores do partido. Ícones máximos da tropa de choque de Dilma, Lindbergh Farias (PT-RJ) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) transformaram seus locais de trabalho em verdadeiros bunkers para os times de filmagem. Nos gabinetes, parte das equipes de documentaristas pede comida, guarda equipamentos, faz reuniões e discute os próximos takes e planos de sequência.

Os dois senadores também foram pessoalmente pedir ao presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) "passe livre" para cinegrafistas, produtores e roteiristas dos documentários. Tiveram sucesso. Os documentaristas adquiriram o status de "intocáveis" nos corredores do Senado. Oficialmente os filmes são produções independentes. A diretora Petra Costa revelou em entrevista a VEJA que, no caso dela, o filme é autofinanciado na fase de produção e tenta captar recursos em fundos internacionais de financiamento. Nos corredores do Senado, no entanto, as equipes são jocosamente chamadas de "os documentaristas do PT". "Apenas cedi o espaço porque pediram", rebate Gleisi.

Petra Costa tem contrato para produzir um mini documentário para o jornal The New York Times. O material bruto de todo o processo de impeachment será editado também para a produção de um longa-metragem.

Embora tanto Petra quanto a documentarista Maria Augusta Ramos, que também tem captado imagens do processo de impeachment e base de apoio no gabinete de Gleisi, afirmem que pretendem sopesar todos os lados do procedimento contra a presidente afastada Dilma Rousseff, segundo o relato de senadores algumas perguntas dirigidas a eles pelas equipes de produção tinham um "tom inquisitorial" e remetiam à cantilena petista de que o processo constitucional de impeachment era antidemocrático. "O senhor apoia o golpe?", questionaram a um senador aliado do presidente interino Michel Temer.

Em uma coletiva do peemedebista, nova referência ao conveniente discurso do PT. Um dos cinegrafistas relatou sua avaliação do que acontecia no momento em que gravava imagens para o documentário e repassou aos demais integrantes da produção em um aplicativo de mensagens instantâneas: "Temer está justificando o golpe".

Senadores ouvidos por VEJA também reclamaram do assédio dos produtores e do que classificam como "invasão de privacidade". Em alguns casos, microfones eram "escondidos" em áreas interditadas para a imprensa para captar confidências de assessores e estratégias parlamentares. Câmaras eram dispostas estrategicamente para captar trocas de mensagens em celular. Assessores e congressistas flagraram ainda tentativas de leitura labial.

Para tentar se aproximar de Antonio Anastasia, relator do impeachment na comissão especial do Senado, por exemplo, os documentaristas alegaram que precisavam entrevistá-lo sobre um tema totalmente alheio à denúncia de crime de responsabilidade. Queriam que o tucano discorresse sobre reforma agrária. Ele negou a entrevista tanto sobre questões agrárias quanto sobre o andamento do processo contra Dilma.

A fim de convencer outras autoridades a gravar depoimentos, a equipe da documentarista Petra Costa chegou a propor uma espécie de cláusula de edição, em que políticos como o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ministro de Relações Exteriores José Serra (PSDB) teriam direito a moldar as declarações deles como achassem necessário. O staff de Petra tinha preparado contratar um advogado para redigir os termos do acordo. Nem Cunha nem Serra aceitaram em dar declarações.

A professora Janaína Paschoal, uma das signatárias da denúncia contra Dilma por crime de responsabilidade, foi uma das personagens do impeachment que concordaram em assinar um termo autorizando os documentaristas a usar as imagens dela na produção. No Senado, Ronaldo Caiado (DEM-GO), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Simone Tebet (PMDB-MS) e Ana Amélia Lemos (PP-RS), por exemplo, se recusam a gravar para os documentários. Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), aliados de Michel Temer, assim como parlamentares ligados à Dilma Rousseff, depuseram, sem problemas, diante das câmeras. O ponto alto das gravações, no entanto, ainda não chegou: será na próxima segunda-feira, quando Dilma Rousseff irá ao Senado para se defender na etapa final do processo, e seu padrinho político, o ex-presidente Lula, acompanhará o discurso de dentro do Congresso.

Jady Duarte sobre a noite com Usain Bolt: “Me fiz de difícil”

Posted: 27 Aug 2016 08:18 AM PDT

Como começou o flerte com o maior velocista do mundo? Eu estava com amigos, curtindo a night num camarote, quando um segurança me convidou para o camarote dele.

Você foi? Não fui de primeira, né? Eu me fiz de difícil. Teve um momento em que ele levantou a camisa e as mulheres se atiraram. Não dei confiança. Quando estava indo embora, de táxi, Bolt me chamou. Entrei no táxi dele e fomos até a Vila Olímpica. Ele estava com mais dois amigos. Foram todos simpáticos e me trataram bem.

Foi fácil entrar na Vila Olímpica sem credencial? Sim. Entramos normal. Andamos um pouco e pegamos o transporte da Vila. Quando vi, estava no quarto com Bolt, ouvindo Work, da Rihanna. Coloquei até a camisa dele. Foi bom.

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Como é o homem mais rápido do mundo na intimidade? Daria medalha de ouro. Ele merece. É gente boa. Se na corrida é rápido, naquele momento não foi tão rápido assim. Ficamos quase três horas no quarto. Saí de manhã. Ele pagou 100 euros pelo táxi de volta. Bolt foi gentil.

Seu relacionamento anterior foi com o traficante Diná Terror, morto em março? Diná não foi meu marido nem meu namorado. Conheci ele na balada, porque ele saía normal. Fui duas vezes na comunidade. Disseram que é pai dos meus dois filhos. O povo inventa. Meus filhos são muito branquinhos, pô. Falar que namorou, o.k. Mexer com meus filhos, não aceito. Deus que me perdoe.

O caso com Bolt expôs muito a sua vida pessoal. Vale a pena ter sua intimidade na boca do povo? Por um lado é bom, porque pode me proporcionar trabalhos e fotos. Por outro, tenho recebido muitas críticas. Dizem que não presto, que arrumei homem com namorada. Como é que eu ia saber que ele tinha namorada, gente? Bati boca com alguns. Tem uns chatos que disseram que eu não tinha vergonha do que fiz. Aí, respondi: "Vergonha de quê?".

Sua vida mudou? Está bem tumultuada. Passei até mal quando vi que as fotos tinham se espalhado. Mandei as fotos só para um grupo de amigas de Campo Grande: "Meninas, só se vocês não acompanharam a Olimpíada não vão saber quem é". Quando acordei, tinha foto em tudo que é lugar. Em Campo Grande, Realengo, Barra. Meu celular travou de tanta ligação. Minha mãe achou engraçado porque é fã dele. O meu filho mais velho viu na TV e pediu a foto, mas não dei.

Julgamento de Dilma Rousseff no Senado Federal – 3º dia

Posted: 27 Aug 2016 07:51 AM PDT

 

Mensagem de SOS salva casal em ilha deserta

Posted: 27 Aug 2016 07:49 AM PDT

À maneira das histórias clássicas sobre náufragos, um casal em apuros numa ilha deserta no meio do Oceano Pacífico foi resgatado graças a uma mensagem escrita na areia.

Ao sobrevoar a ilha de East Fayu, na última quinta-feira, um helicóptero da marinha dos Estados Unidos avistou uma mensagem de significado inequívoco escrita em letras garrafais na areia: “SOS”.

Linus e Sabina Jack, ambos  americanos na faixa dos 50 anos, estavam havia uma semana perdidos na ilha desabitada, depois de enfrentarem problemas com sua embarcação. No período, os dois vinham sobrevivendo em situação precária e temiam pelo fim de seus suprimentos. Após serem resgatados, eles foram levados para Guam, base militar americana mais próxima do local.

(da Redação)

Lula é o padrinho mais micado na eleição em São Paulo

Posted: 27 Aug 2016 07:07 AM PDT

A associação a padrinhos políticos traz mais prejuízos do que vantagens aos candidatos que disputam as eleições à prefeitura de São Paulo, revela pesquisa do instituto Datafolha publicada neste sábado pelo jornal Folha de S.Paulo. De todos os caciques, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é, de longe, o mais micado: 73% dos eleitores ouvidos na pesquisa afirmam que não votariam de jeito nenhum no candidato apoiado pelo petista – no caso, o atual prefeito e candidato à reeleição Fernando Haddad.

Mas a rejeição aos nomes do presidente interino Michel Temer (PMDB) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB) também tem forte potencial repelente. O apoio de Temer – cujo partido, o PMDB, tem como candidata a senadora Marta Suplicy – afastaria o voto de 65% dos eleitores. Outros 51% não escolheriam o nome endossado pelo governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB) – que faz campanha pelo tucano João Doria.

A pesquisa, realizada em 23 e 24 de agosto, ouviu 1.092 pessoas. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Lava Jato

A pesquisa aponta que os escândalos vindos à tona na Operação Lava Jato minaram o efeito positivo dos apoios políticos em geral. Não à toa, o deputado Celso Russomanno (PRB), que não tem nenhum padrinho político, é o líder na corrida pela prefeitura da capital paulista, com 31% das intenções de voto.

De acordo com o Datafolha, não mais que 7% dos eleitores votariam “com certeza”no nome escolhido por Temer, enquanto outros 23% “talvez” seguissem a sua indicação. O apoio de Lula levaria 11% dos paulistanos a certamente escolher o candidato e 14% estudariam a possibilidade. Alckmin convence 16% e faz 28% examinarem o nome que ele endossar.

(da Redação)

 

Sessão do impeachment ouve últimas testemunhas; assista

Posted: 27 Aug 2016 06:25 AM PDT

Após ouvir cinco depoimentos, o julgamento final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff entra no seu terceiro dia com os depoimentos do ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa e do professor de direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Ricardo Lodi Ribeiro.

As duas testemunhas falarão em defesa de Dilma; Barbosa como testemunha e Lodi Ribeiro como informante. Os depoimentos têm início previsto para as 10h. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que preside o julgamento, acatou pedido de senadores contrários ao impeachment e aceitou o horário com a condição de que não haja pausa nos depoimentos para almoço, como ocorreu nos dias anteriores.

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Com as últimas testemunhas sendo ouvidas neste sábado, o julgamento do impeachment será retomado na segunda, com o depoimento de Dilma.

Depoimentos anteriores

Ontem, sexta-feira, foram ouvidos o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o professor de direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Geraldo Luiz Mascarenhas Prado e o ex-secretário-executivo do Ministério da Educação Luiz Cláudio Costa. Antes, na quinta-feira, foram colhidos os depoimentos do procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo de Oliveira e o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Antônio Carlos Costa D’Ávila Carvalho.

Uma das testemunhas de defesa, a ex-secretária de Orçamento Esther Dweck, foi dispensada pela defesa, após polêmica em torno da suspeição do procurador Júlio Marcelo, que de testemunha depôs como informante, depois que o advogado de defesa, José Eduardo Cardozo questionou a participação de Júlio Marcelo em uma manifestação pela rejeição das contas de Dilma, logo no primeiro dia.

No segundo dia do julgamento, a advogada de acusação Janaína Paschoal, que também é uma das autoras da denúncia que motivou o processo contra Dilma, colocou em suspeição a ex-secretária de Orçamento sob o argumento de que a mesma foi nomeada assessora “por uma parlamentar que é uma das mais ferrenhas defensoras de Dilma”, no caso, a senadora Gleisi Hoffmann.

Dilma e Lula

Após o encerramento das oitivas das testemunhas, o julgamento final do impeachment terá, nesta segunda-feira, o dia mais aguardado com a presença de Dilma Rousseff, que enfrentará as perguntas dos senadores.

Dilma chegará acompanhada de ex-ministros, presidentes de partidos aliados, assessores diretos e pessoas próximas a ela, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Devem comparecer, por exemplo, os ex-ministros Aloízio Mercadante, Jaques Wagner, Patrus Ananias e Miguel Rosseto, dentre outros. Também estarão presentes os presidentes do PT, Rui Falcão, do PCdoB, Luciana Santos, e do PDT, Carlos Lupi.

(Com Agência Brasil)

 

Terremoto: presidente e premiê da Itália vão a funeral de vítimas

Posted: 27 Aug 2016 05:51 AM PDT

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, e o primeiro-ministro, Matteo Renzi, participam neste sábado, em Ascoli Piceno, do funeral de algumas das 290 vítimas do terremoto que atingiu a região central do país na última quarta-feira.

Ambos, acompanhados por outras autoridades, participam desde às 11h25 locais (6h25 em Brasília) do ato organizado em um ginásio poliesportivo ao lado do Hospital Mazzoni, onde estão os caixões de 35 mortos na tragédia.

O primeiro ato oficial após o luto nacional pela catástrofe de dias atrás, acontece horas depois do novo balanço da tragédia, onde subiu para 290 os mortos por conta do terremoto.

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A maior parte das mortes, 230, aconteceu em Amatrice, na região do Lácio, e que foi a cidade mais afetada pelo terremoto de magnitude 6 graus na escala aberta de Richter.

O funeral de é presidido pelo bispo Giovanni D’Ercole e participam dele familiares das vítimas e algumas das milhares de pessoas que participam do resgate e assistência às vítimas.

D’Ercole falou os nomes dos 35 mortos que estão sendo velados no funeral. Renzi e sua esposa, Agnese Landini, estavam visivelmente emocionados durante a cerimônia religiosa.

O bispo, em sua homilia, afirmou que os campanários das localidades atingidas pelo terremoto “caíram e não tocam mais”. Mas garantiu que eles “voltarão a tocar e recuperarão o som da manhã da Páscoa”.

(Com agência EFE)

Animais são tirados do ‘pior zoo do mundo’ na Faixa de Gaza

Posted: 27 Aug 2016 04:41 AM PDT

 

Nas capitais, 250 candidatos vêm de templos evangélicos

Posted: 27 Aug 2016 04:20 AM PDT

Em disputas eleitorais, sobretudo a cargos nas esferas do Legislativo, é comum que candidatos direcionem suas propostas a apenas uma demanda social, como saúde, educação e segurança, para atrair os votos dos eleitores que a tem como prioridade. Além desta estratégia eleitoral, há candidatos que busquem logo em seus nomes de campanha, antes mesmo do conteúdo, alguma identificação com determinados setores da sociedade. Daí tantos candidatos cujos nomes são precedidos, entre outros, por "professor", "Dr.", patentes policiais e das forças armadas e funções em igrejas, sobretudo evangélicas, denominação que cresceu 61% no país entre 2000 e 2010, segundo o último censo demográfico do IBGE.

Um levantamento feito pelo site de VEJA entre os postulantes aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador de todas as capitais brasileiras na eleição deste ano encontrou 250 candidatos que levam em santinhos, adesivos e à urna eletrônica, junto de seus nomes, suas funções hierárquicas evangélicas. São 195 candidatos-pastores, 33 missionários, 14 bispos, sete apóstolos e um presbítero.

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A capital que mais concentra candidatos do gênero é Belo Horizonte (MG), com 26 no total: 19 pastores, quatro missionárias e três bispos. A seguir vêm Manaus (AM), com 21, e Salvador (BA), que tem 18, entre os quais o candidato a prefeito Pastor Sargento Isidoro (PDT), conhecido na cidade por um jingle que diz "o doido está buscando a paz, a união, drogas jamais".

Cuiabá (MT), que tem nesta condição apenas Pastora Janda, é a capital brasileira onde há menos candidatos evangélicos até no nome. Porto Alegre (RS), com dois postulantes, Florianópolis (SC), Palmas (TO) e Macapá (AP), todas com três candidatos, também estão entre as capitais com os menores números no levantamento.

Além de Salvador, outras quatro capitais têm pastores na eleição majoritária, que envolve prefeitos e vice-prefeitos. Em Porto Velho (RO), Pastor James Melo (PR) concorre a vice na chapa encabeçada por Dr. Ribamar Araújo (PR) e tem como adversário Pastor Severino (DEM), vice de Pimentel (PMDB). A disputa em Campo Grande (MS) tem a Pastora Márcia Mega (PROS) como candidata a vice de Luiz Pedro (PROS); em Boa Vista (RR), Pastor Frankembergen (PSC) é vice de Sandro Baré (PP); já em Aracaju (SE) Pastor Antonio (PSC) é candidato a vice na chapa de Valadares Filho (PSB).

Embora uma capital do Sudeste seja a que mais conta com opções claramente evangélicas nas eleições, o Nordeste é região do país onde há mais delas. Nas capitais dos nove estados nordestinos, há, no total, 83 sacerdotes evangélicos disputando o pleito municipal: 67 pastores, 10 missionários, quatro bispos e dois apóstolos. Salvador (18), Recife (15) e Aracajú (12) lideram neste quesito.

O sul é a região com o menor número de concorrentes vindos de algum templo evangélico nas eleições deste ano. Em Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, eles são 16, divididos entre 13 pastores, dois bispos e uma missionária.

Confira abaixo o quadro que detalha os números de candidatos-sacerdotes evangélicos em cada uma das capitais brasileiras:

Erundina e a TV: duas perguntas em dez segundos

Posted: 27 Aug 2016 03:00 AM PDT

10 segundos apenas dura o programa de Luiza Erundina no horário eleitoral gratuito

2 perguntas aparecem nesse tempo: "Cadê a Erundina? Cadê a democracia?", com uma montagem que mistura John Travolta perdido e o debate da Band ao fundo, sem a sua presença

IMPERDÍVEL: Frank Ocean volta a fascinar com novo disco ‘Blonde’

Posted: 27 Aug 2016 02:00 AM PDT

Frank Ocean é uma figura fora da curva na música pop americana. Recluso, avesso ao excesso de exposição das redes sociais e um dos poucos rappers gays assumidos, o cantor é até difícil de ser classificado. Uns dizem que o americano de 28 anos faz rap alternativo, outros gritam que é R&B indie, ou apostam no gênero hip-hop experimental. Com seu novo trabalho, Blonde, Ocean volta a confundir os especialistas, mistura todas as referências citadas (e outras mais), enquanto entrega uma bela experiência sensorial. Não existe caixa onde o rapaz possa ser encaixado.

Para começar, Blonde — resumido na capa do disco por Blond — sucede o elogiado disco de estreia do rapper, channel ORANGE, de 2012, e o álbum visual Endless, exibido em streaming pela Apple Music no dia 19 de agosto, que serviu como um "esquenta" para o novo trabalho, que chegou ao iTunes dois dias depois.

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São muitos os destaques do disco, mas algumas faixas merecem ser ressaltadas. Nike, que abre o álbum, é uma delas. Com um vocal distorcido e uma batida marcante, a canção faz uma alusão ao consumismo, em um "funk ostentação" invertido. Ivy e Pink + White, que seguem Nike, respectivamente, entram em um campo mais pop e melódico. A terceira, aliás, conta com vocais de Beyoncé, amiga do rapper.

Capa do disco 'Blonde', de Frank Ocean

Capa do disco ‘Blonde’, de Frank Ocean

A quarta faixa, Be Yourself, não é uma música, mas diverte ao trazer a voz da mãe do cantor ao longo de pouco mais de um minuto, dando conselhos ao filho, em uma gravação de secretária eletrônica. Ela pede para que ele não se incline para a opinião alheia e, definitivamente, não use drogas – indicações que, como dá para perceber, serão quebradas ou questionadas pelo músico ao longo de suas demais letras.

Skyline To’ (com Kendrick Lamar), Solo, Self Control e Godspeed (com a ótima cantora gospel Kim Burrell) são outros pontos altos.

Porém, se apenas uma canção do disco tivesse que ser salva de um incêndio, seria uma tarefa difícil, mas White Ferrari seria a escolhida. A faixa já ganhou analises exclusivas de críticos musicais. Tentando resumir, Ocean é fascinado por carros, item já poetizado por ele no passado. Aqui, a canção romântica fala sobre dois amantes, juntos na Ferrari branca, que enxergam a vida de modo distinto. O veículo possui uma função simbólica na composição, que é embalada por um tom que presta homenagem aos Beatles. Complicado? Sim. Delicioso? Também. E este é Frank Ocean.

IMPERDÍVEL: Scorpions celebra aniversário em turnê no Brasil

Posted: 27 Aug 2016 01:45 AM PDT

A banda alemã Scorpions completa 50 anos de formação em 2016 e, para comemorar, promove a turnê 50th Aniversary World Tour, que visitará três capitais brasileiras no início de setembro. Os músicos prometem um repertório repleto dos maiores sucessos do grupo ao longo do último meio século.

A turnê passa por São Paulo, no Citibank Hall, em 1, 3 e 4 de setembro; Fortaleza, na Arena CFO, no dia 8; e no Rio de Janeiro, no Metropolitan, em 10 de setembro. Ainda há ingressos disponíveis para todas as apresentações.

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Na capital paulista, as entradas vão de 700 a 200 reais, na carioca, de 680 a 380 reais. Em ambas as cidades há a possibilidade de meia-entrada para estudantes, idosos e professores. Os ingressos podem ser adquiridos no site da Tickets For Fun (www.ticketsforfun.com.br), ou em bilheterias autorizadas, dispostas também no site.

Já em Fortaleza, os ingressos são vendidos no Bilheteria Virtual, no Quiosque do Shopping Del Paseo ou do Shopping Iguatemi. O valor varia de 100 a 600 reais.

Formado pelos músicos Klaus Meine, Rudolf Schenker, Matthias Jabs, Paweł Mąciwoda e James Kottak, o Scorpions determinou toda uma geração de rock, atuando como influência para outros grandes grupos do gênero, como Iron Maiden, Bon Jovi e Metallica. Ainda, a banda foi uma das primeiras ocidentais a explorar mercados musicais ideologicamente fechados durante a Guerra Fria, como a China e o Leningrado.

IMPERDÍVEL: ‘Nerve’ põe em xeque excessos do mundo virtual

Posted: 27 Aug 2016 01:30 AM PDT

Em um mundo virtual dominado por haters — e um mundo real onde Pokémons podem ser caçados pelas ruas —, o thriller Nerve cai como uma luva e ainda consegue alfinetar o espectador com a reflexão: quais os limites das ações feitas na internet e suas implicações fora dela? Vendido como um "novo Jogos Vorazes", caso de muitos outros filmes jovens do momento, Nerve se supera ao entrar com vigor e competência nos excessos da vida virtual. A obsessão desmedida por likes, a exposição pessoal, o cyberbullying, e o ódio exercido com o aval da identidade protegida fazem parte da trama em cartaz no Brasil.

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Em um futuro bem próximo, a história acompanha a jovem Vee (Emma Roberts), uma garota tranquila intimidada por sua melhor amiga, a chamativa e ousada Sydney (Emily Meade). É ela quem apresenta à Vee o jogo online Nerve. O game, impossível de ser derrubado de seus múltiplos servidores, é alimentado por dois tipos de pessoas: quem observa e quem joga. O primeiro tipo paga pela assinatura, o segundo recebe dinheiro na conta quando completa desafios propostos pelos espectadores.

As provas são variadas e começam inocentes, como comer comida de cachorro ou pagar micos em público – tudo filmado e transmitido ao vivo pelo celular do competidor. Em um círculo, os mais populares, que conquistam numerosas visualizações e curtidas, também provocam seus fãs a lhe oferecerem desafios maiores e cada vez mais perigosos.

Vee aceita o papel de jogadora. Quando ela clica no link que a conduz pelo jogo, o filme mostra, literalmente por trás da tela do computador, as muitas informações da moça que são captadas pelo game – desde seu livro favorito, listado no Facebook, até seus dados bancários e de cartões de crédito.

Logo em seu primeiro desafio, Vee conhece Ian (Dave Franco), outro jogador que se torna seu parceiro. A relação dos dois evolui para um romance muito apreciado pelos observadores. Na primeira metade do filme, a paixonite adolescente é divertida, sensual e inocente ao mesmo tempo. O clima muda quando os desafios pedidos colocam em risco a vida dos jogadores mais populares, o que leva Vee a dedurar o esquema à polícia, quebrando assim a principal regra do game. A partir do terceiro ato, a tensão toma conta da história, que ganha contornos mais violentos e simbólicos.

As tolices joviais da produção são compensadas pela energia de seus diretores, Henry Joost e Ariel Schulman, ambos com 34 anos. Os jovens cineastas conduzem a história por pouco mais de 1h30 em um ritmo crescente, em que seus personagens começam na inocência dos corredores de uma escola para terminar em uma arena online de ameaças legítimas.

A dupla, vale lembrar, é a criadora da série da MTV Catfish, um reality show em formato documentário, que se propõe a desvendar perfis falsos de pessoas na internet envolvidas em relacionamentos virtuais. O sucesso do programa fez a MTV Brasil produzir uma versão nacional da atração, que estreia na próxima semana.

Desvendar perigos (e babacas) online virou uma especialidade dos diretores. E os jovens em busca de diversão fora da internet agradecem.

IMPERDÍVEL: Coleção pop de Roger Wright chega à Pinacoteca

Posted: 27 Aug 2016 01:15 AM PDT

Começa na Pinacoteca de São Paulo no sábado, 27, a exposição de longa duração Vanguarda Brasileira dos Anos 1960 – Coleção Roger Wright. As 80 peças expostas são assinadas por artistas da explosão colorida do pop nas décadas 1960 a 1970, como Cildo Meireles, Nelson Leirner, Raymundo Colares e Carlos Zilio.

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A exposição é fruto do comodato entre a família de Wright, a Pinacoteca, a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e a Associação Cultural Goivos, que cedeu 178 obras de arte ao museu. Roger morreu em 2009, junto a sua família em um acidente de bimotor. Seu irmão, Christopher, e sua mãe, Ellen Mouravieff-Apostol, decidiram emprestar a coleção à Pinacoteca pelos próximos 10 anos. Se a exposição corresponder às expectativas da família, ela intenciona renovar a parceria.

A mostra fica em cartaz até 26 de agosto de 2019 no 1º andar da Pinacoteca – Praça da Luz, aberta a visitação de quarta a segunda-feira, das 10h às 17h30. O valor do ingresso é de 6 reais (inteira) e 3 reais (meia), com entrada franca para crianças com menos de 10 anos e idosos com mais de 60. Aos sábados, a entrada é gratuita para todos os visitantes.

IMPERDÍVEL: ‘Pets’ não é Pixar, mas diverte pra cachorro

Posted: 27 Aug 2016 01:00 AM PDT

Imaginar o que se passa na cabeça de uma criaturinha que não fala – mesmo que se intua que na realidade não se passa lá muita coisa – é um bom ponto de partida para um filme. Isso explica o sucesso de uma comédia boba como Olha quem Está Falando, sobre os pensamentos de um bebê, que foi lançada em 1989 e já no ano seguinte ganhou a primeira de suas duas sequências – a outra é de 1993. Foi esse o caminho tomado pelo estúdio Illumination Entertainment em Pets: A Vida Secreta dos Bichos, animação que chega ao Brasil depois de um enorme sucesso nos Estados Unidos, onde fez 349 milhões de dólares em bilheteria neste verão.

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Animações dominam bilheteria no Brasil e nos EUA

Pets imagina o que fazem os animais domésticos, e em especial os cachorros, quando seus donos não estão em casa com eles. E, para os roteiristas Cinco Paul, Ken Daurio e Brian Lynch, a resposta é muito mais do que tirar uma soneca e ansiar pela chegada de alguém. Eles fazem de tudo: pulam a janela e saem de casa para passear no parque, correr atrás de bolinhas, visitar amigos, dançar e até namorar. A vida é uma festa para bichos como o terrier mestiço Max (no Brasil, dublado por Danton Mello, nos EUA por Louis C.K.), que no entanto vê sua boa vida e sua ótima relação com a dona ser ameaçada pela chegada de Duke (Tiago Abravanel), um vira-lata grandalhão adotado no canil, de onde sai com maus modos, à semelhança de um pequeno ladrão que sai da cadeia convertido em mestre do crime.

A partir daí, uma incrível sucessão de piadas e de cenas de ação se desenrola, em sequências com dezenas de personagens felinos e caninos — além de um gavião e do amalucado (e cruel) coelho Bola de Neve (Luís Miranda). O roteiro é dinâmico e mantém o sorriso no rosto do espectador. É impossível passar pela sessão incólume. O que falta à animação, em especial aos olhos do espectador adulto, é aquilo em que as produções da Pixar se diferenciam: profundidade emocional. Há mais de uma oportunidade perdida de trabalhar temas dolorosos como abandono e solidão, mas o filme prefere apenas divertir – divertir o tempo todo, sem parar. Não que isso seja um problema, mas Pets seria ainda melhor se tivesse esse voo pelos terrenos obscuros que a Pixar explora tão bem.

Fetullah Gülen, o inimigo preferido

Posted: 26 Aug 2016 07:04 PM PDT

Para Recep Erdogan, presidente da Turquia, Fetullah Gülen, líder do Hizmet (O Serviço, em turco), é o culpado pela tentativa de golpe de Estado que deixou 300 mortos em 15 de julho passado. O Hizmet é um movimento islâmico com atuação em mais de 180 países. Para os seguidores de Gülen, os gülenistas, esse senhor de pés inchados e voz baixa, que diz passar a maior parte do tempo entre orações e estudos religiosos, é um democrata que prega a modernização da Turquia. Aos 77 anos, Gülen resiste, nos Estados Unidos, a um pedido de extradição que, se concedido, resultaria em prisão perpétua acrescida de 1 900 anos, segundo exigem promotores turcos. Avesso a entrevistas, ele concordou em responder às perguntas de VEJA por escrito e depois recebeu a reportagem para uma rara conversa no seu retiro simples e bem cuidado, cercado por jardins e pequenos lagos, no interior da Pensilvânia, onde vive desde 1999. A seguir, sua entrevista.

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O senhor e seus seguidores estiveram envolvidos no golpe de julho? Enquanto a tentativa de golpe estava em progresso, eu a condenei fortemente. Considero traição à unidade de um país engajar-se em uma atividade que resultará na morte de seus cidadãos. Os envolvidos nesse evento horrível devem ser levados à Justiça. Mas, em vez de perseguir individualmente os oficiais responsáveis pela perda de vidas, Erdogan está indo atrás de um movimento social inteiro, encarcerando jornalistas, acadêmicos, funcionários civis e fechando hospitais e escolas.

Por que Erdogan o acusa diretamente de liderar a quartelada? Não é a primeira vez que ele faz isso. Quando ocorreram os protestos no Parque Gezi, em junho de 2013, ele pôs a culpa num certo "interesse lobista internacional", em conjunto com o embaixador americano, e polarizou a sociedade para solidificar sua base eleitoral. Além disso, intimidou donos de meios de comunicação que não eram subservientes a ele. Em dezembro de 2013, quando vieram à tona evidências de corrupção em seu governo, Erdogan apontou o dedo para mim e para meus simpatizantes e aproveitou para subjugar o Judiciário. Agora, está usando a tentativa de golpe para deixar os militares sob seu comando. Com o objetivo de justificar o controle da mídia, do Judiciário e dos militares, Erdogan precisa de um inimigo, de um bode expiatório. Por isso está focando em mim e em meus simpatizantes. Metade da população na Turquia não votou em seu partido. Assim como na sociedade em geral, uma grande parcela do Judiciário, da burocracia estatal e dos militares é contrária ao seu governo autoritário. Ele reprime o Hizmet por motivos pragmáticos, até maquiavélicos. O mesmo método foi usado por líderes fascistas no passado para justificar o acúmulo de poder.

O senhor teme ser extraditado? Até o momento, não há sinal de que o governo americano pretenda atender ao pedido de extradição. Por outro lado, o governo turco está insistindo nisso e até inventou siglas e codinomes (Organização Terrorista Fetullah Gülen, por exemplo) para se referir ao nosso movimento. Parece- me que, ao culpar e acusar nosso movimento, o governo turco está tentando encobrir os próprios atos. Duas ou três delegações turcas já vieram aos Estados Unidos e afirmam ter entregado muitos documentos. Mas as pessoas que viram esses arquivos dizem que eles não fazem o menor sentido. São documentos confusos, sem lógica. Não creio que os Estados Unidos vão consentir numa exigência sem base em provas reais ou legalmente aceitáveis. Sei disso por declarações públicas do governo americano e também pelo que me contam meus advogados, que pediram para ver todos os documentos que a Turquia enviou. Recebo informações de várias fontes. Nenhuma delas, por si só, tem dados muito extensos, mas juntando tudo consigo pintar um quadro bastante completo da situação.

A disputa em torno da sua extradição pode se tornar um problema diplomático e geopolítico para os Estados Unidos? Acredito que o governo turco esteja blefando. Duvido que chegue a ponto de realmente fechar a base aérea de Incirlik ou outras bases americanas em seu território (usadas nos bombardeios contra o Estado Islâmico, na Síria) só por causa da recusa dos Estados Unidos em me extraditar.

Faz sentido a suspeita de que o próprio Erdogan teria armado um falso golpe de Estado? Assim como foi errado Erdogan me culpar apressadamente sem nenhuma evidência, seria um equívoco se eu o culpasse sem prova. Não sei quem planejou e tentou executar o golpe. Somente uma investigação apropriada, na qual as pessoas não temam a tortura, e um julgamento justo poderiam revelar os verdadeiros idealizadores e os participantes voluntários. Uma coisa está muito clara. As ações do governo de Erdogan após o golpe têm como objetivo expandir seus poderes, eliminar qualquer um que não seja um legalista, segundo a classificação do governo, e intimidar os grupos civis independentes da sociedade. Mesmo que Erdogan não tenha orquestrado o golpe, ele está tirando total vantagem do episódio para acumular mais poder e redesenhar as Forças Armadas, a última instituição que ainda resistia ao seu controle.

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Exclusivo: a delação que Janot jogou no lixo

Posted: 26 Aug 2016 07:03 PM PDT

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tomou a decisão mais controversa da Operação Lava-Jato na semana passada. Diante da repercussão da reportagem de capa de VEJA, Janot informou que as negociações de delação do empreiteiro Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, estão encerradas. O vasto material produzido ao longo de cinco meses de tratativas entre a Procuradoria e o empreiteiro foi enviado para o incinerador, eliminando uma das mais aguardadas confissões sobre o escândalo de corrupção na Petrobras.

Para quem vive atormentado desde 2014, quando surgiu a Lava-­Jato, a decisão de Janot representa um alívio ou até a salvação. Léo Pinheiro se preparava para contar os detalhes de mais de uma década de simbiose entre o poder e a corrupção. Em troca de uma redução de pena, o empreiteiro ofereceu aos investigadores um calhamaço com mais de setenta anexos. São capítulos que mostram como a corrupção se apoderou do Estado em diversos níveis.

VEJA teve acesso ao conteúdo integral de sete anexos que o procurador-­geral decidiu jogar no lixo. Eles mencionam o ex-­presi­den­te Lula, a campanha à reeleição da presidente afastada Dilma Rousseff e, ainda, dois expoentes do tucanato, o senador Aécio Neves e o ministro José Serra. A gravidade das acusações é variável. Para Lula, por exemplo, as revelações de Léo Pinheiro são letais. Lula é retratado como um presidente corrupto que se abastecia de propinas da OAS para despesas pessoais. O relato do empreiteiro traz à tona algo de que todo mundo já desconfiava, mas que ninguém jamais confirmara: Lula é o verdadeiro dono do famoso tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo — comprado, reformado e mobiliado com dinheiro de uma conta em que a OAS controlava as propinas devidas ao PT.

O tríplex do Edifício Solaris é o tema de um dos anexos que narram crimes praticados pelo ex-presidente. O empreiteiro conta que, em 2010, soube, por intermédio de João Vaccari, então tesoureiro do PT, que Lula teria interesse em ficar com o imóvel no prédio. Vaccari, que está preso, pediu ao empreiteiro que reservasse a cobertura para o ex-presidente. Não perguntou o preço. E quem pagou? Léo Pinheiro responde: "Ficou acertado com Vaccari que esse apartamento seria abatido dos créditos que o PT tinha a receber por conta de propinas em obras da OAS na Petrobras". Ou seja: dinheiro de propina pagou esse pequeno luxo da família Lula. Para transformar o que era um dúplex em um tríplex mobiliado, a conta, segundo a perícia, ficou em pouco mais de1 milhão de reais. Pinheiro esclarece até mesmo se Lula sabia que seu tríplex era produto de desvios da Petrobras. "Perguntei para João Vaccari se o ex-presidente Lula tinha conhecimento do fato, e ele respondeu positivamente", diz o anexo.

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Procurador reage e nega ter livrado Dilma de pedaladas

Posted: 26 Aug 2016 06:48 PM PDT

Em meio às discussões e debates entre senadores e testemunhas no processo de impeachment, o procurador da República Ivan Cláudio Marx reagiu nesta sexta-feira ao ser reiteradamente citado por petistas como a autoridade que supostamente eximiu a presidente afastada Dilma Rousseff de ter praticado as chamadas pedaladas fiscais. O nome de Marx foi invocado por parlamentares aliados à petista, em uma interpretação enviesada sobre o arquivamento de parte das investigações de um procedimento criminal, como mais uma tentativa de desqualificar a denúncia de que a presidente cometeu crime de responsabilidade. Diante das sucessivas invocações a seu nome, Marx disse que “está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos aos senadores que decidirão o pedido de impeachment, não havendo necessidade de serem feitas ilações sobre seu pensamento”.

Em julho, o procurador considerou que a equalização de taxas devidas ao BNDES referentes ao Programa de Sustentação dos Investimentos (PSI) não pode ser considerada uma operação de crédito e nem uma prática criminosa. Ainda assim, Marx afirmou que a prática tem indicativos de improbidade administrativa. “Conforme esclarecido no decorrer da investigação no inquérito civil, o objetivo da União nunca foi o de se financiar por meio do BNDES, do que é inclusive credor, mas sim o de maquiar o resultado fiscal”, afirmou o procurador Marx. “Essa maquiagem, muito embora não configure o crime referido, configura improbidade administrativa e a devida definição das responsabilidades segue sendo apurada no inquérito civil", disse ele no despacho de julho.

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Com base nessa decisão específica do BNDES e do PSI, senadores aliados à presidente Dilma sustentaram, ao longo dos debates do impeachment na quinta e na sexta, que o Ministério Público havia concluído que não houve crime por parte de Dilma. O problema, destacou Ivan Cláudio Marx nesta sexta, é que as conclusões que tomou não abarcam a situação de Dilma Rousseff, e sim de ex-ministros, servidores e diretores de bancos públicos. "A improbidade administrativa apontada se refere apenas aos atos ocorridos até o ano de 2014. A investigação ainda segue para definir quem, entre os investigados, foram os responsáveis pelos atos", disse hoje o Ministério Público.

E mais: no processo de impeachment são analisados fatos apenas do ano de 2015. A denúncia contra Dilma Rousseff por crime de responsabilidade leva em consideração o fato de ela ter maquiado as contas públicas ao assinar decretos de liberação de crédito extraordinário, sem aval do Congresso, para garantir recursos e burlar a real situação de penúria dos cofres do governo. Ela também é acusada de ter atrasado deliberadamente repasses para o Banco do Brasil, enquanto a instituição financeira era obrigada a pagar incentivos agrícolas do Plano Safra 2015. O processo de impeachment em tramitação no Congresso não inclui irregularidades do BNDES ou do PSI.

A advogada Janaína Paschoal, uma das signatárias da denúncia contra a presidente Dilma por crime de responsabilidade, chegou a defender ao longo do processo que os parlamentares analisassem pedaladas específicas levadas a cabo por meio do Programa de Sustentação de Investimentos (PSI), conhecido como “Bolsa Empresário”. O programa, já encerrado pelo governo, foi aniquilado com um passivo de mais de 200 bilhões de reais, sendo que boa parte do valor, ou cerca de 180 bilhões de reais, entrou na contabilidade da União como dívida pública.

Suzane von Richthofen, 14 anos depois

Posted: 26 Aug 2016 06:32 PM PDT

Suzane von Richthofen continua quase tão bonita quanto era aos 19 anos de idade, quando planejou e participou do assassinato de seus pais, Manfred e Marísia von Richthofen. Pelo crime, foi condenada a 39 anos de prisão. Levada no dia 8 de novembro de 2002 para o xadrez do 89º Distrito Policial de São Paulo, desde então praticamente não saiu mais da cadeia. A foto acima mostra a última vez em que isso aconteceu. Foi no início deste mês, quando ela obteve autorização para deixar a Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé, para passar o Dia dos Pais em liberdade. Todo preso que está em regime semiaber­to, já cumpriu um sexto da pena e apresentou "boa conduta carcerária" tem direito ao benefício das saídas temporárias. No quesito bom comportamento, Suzane parece imbatível, como mostram os depoimentos colhidos por VEJA. Paulo José da Palma, o promotor responsável pelo acompanhamento de sua pena, por exemplo, diz que a jovem "foi elogiada em todas as prisões por que passou". A diretora da Penitenciária de Tremembé, a quem Suzane chama de "mãe", costuma caminhar pelo pátio de braços dados com ela. A forma como a jovem parece ter se adaptado à vida no cárcere chamou também a atenção do criminologista Alvino Augusto de Sá, integrante de um grupo que recentemente conduziu uma entrevista com ela na cadeia. "Suzane nos recebeu com um sorriso bem aberto. Estava tão à vontade no ambiente que pediu que nos sentássemos." A jovem que ajudou a matar a pauladas os próprios pais, segundo essas descrições, é dócil, meiga e gentil. Não é uma opinião unânime.

Há dois anos, quando conquistou o direito ao regime semiaberto, Suzane passou por um teste psicológico que concluiu que ela é dotada de "egocentrismo elevado" e "agressividade camuflada", além de ser "manipuladora, insidiosa e narcisista". A conclusão é semelhante ao que dizem, com outras palavras, algumas das pessoas com quem Suzane conviveu na cadeia. Um agente penitenciário que trabalha há dez anos em Tremembé, por exemplo, conta que a jovem costuma modular o tom de voz conforme o interlocutor. "Fala com as detentas de um jeito e faz voz de menininha quando está na frente de um carcereiro ou de alguém de quem ela quer alguma coisa." Uma presa que convive diariamente com ela diz que foi por pragmatismo e nenhum outro motivo que Suzane se envolveu em 2014 com Sandra Ruiz, veterana de Tremembé conhecida como Sandrão, famosa por sua força física e disposição de violar as regras da prisão (chegou a regredir do semiaberto para o fechado em 2011 por desafiar agentes penitenciárias). "A Suzane nunca gostou de mulher. Ela jogou charme para o Sandrão para virar a primeira-dama da cadeia e ser protegida e respeitada." A própria Sandra Ruiz, ou Sandrão, disse a VEJA ter dúvidas sobre as motivações que levaram a ex-namorada a se aproximar dela — e também a deixá-la: "A Su é um enigma. Nunca se sabe o que está sentindo de verdade". Recém-promovida ao regime aberto, Sandra Ruiz é lacônica ao falar da ex. "Digo só que ela desgraçou a minha vida."

Suzane fez outras vítimas. Em 2009, a jovem relatou a uma juíza que o promotor Eliseu José Gonçalves, da Vara do Júri e de Execuções Penais de Ribeirão Preto, havia mandado buscá-la duas vezes na cela a pretexto de tratar de uma denúncia de maus-tratos por agentes penitenciárias. Numa das ocasiões, afirmou, ele ordenou que lhe trouxessem um lanche e a cumprimentou com dois beijinhos no rosto. Suzane disse que se sentiu assediada, e a denúncia foi parar na Corregedoria. A colegas, Gonçalves, que acabou punido com suspensão de 22 dias, garantiu que foi a jovem quem se insinuou para ele. A VEJA, disse apenas: "Prefiro ouvir falar do diabo mas não quero ouvir o nome dessa moça".

O promotor Luiz Marcelo Negrini, que cuidava da execução da pena de Suzane quando ela estava no regime fechado, diz que a "capacidade de manipulação" é um traço marcante da detenta. "Isso fica evidente nas relações pessoais que cria. Uma hora ela é homossexual, outra hora assume o papel de hétero. E assim vai se envolvendo com as pessoas e descart­ando-as, de acordo com o que lhe convém."

Sandrão agora é passado. Suzane está noiva do marceneiro Rogério Olberg e já marcou a data do casamento: abril de 2017, quando deverá conseguir nova autorização para saída temporária, no feriado da Páscoa. Foi para encontrar o noivo que ela se arrumou toda no Dia dos Pais — maquiada e com o tom loiro dos cabelos reforçado por tintura, vestia top azul, jeans colado ao corpo e casaco, como aparece na foto que abre esta reportagem. Olberg, irmão de uma colega de cela de Suzane, é a sua única referência no mundo exterior. Desde que, em 2014, por motivos não esclarecidos, ela rompeu com seu advogado e tutor, Denivaldo Barni, não recebeu mais visitas na cadeia. Com o irmão mais novo, Andreas, não fala há dez anos.

Na saída do Dia dos Pais, Suzane passou a maior parte dos cinco dias de liberdade na casa do noivo, em Angatuba (SP), cidadezinha de 20 000 habitantes. Quando se aventurou na rua (tomou sorvete e comprou roupas novas), foi sempre de óculos escuros. Sua pena termina em abril de 2040. Mas bem antes disso ela pode passar para o regime aberto. No ano que vem, essa possibilidade voltará a ser discutida. Se for libertada, diz a amigos, pretende ter filhos, montar uma confecção, aproveitando a experiência da cadeia (ela trabalha na oficina de costura), e viver uma vida anônima. Para isso, terá de torcer para que o mundo esqueça o que um dia foi capaz de fazer uma linda menina de olhar angelical e voz — às vezes — muito meiga.

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