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sábado, 28 de maio de 2016

#Brasil

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Mega-Sena acumula e promete pagar R$ 6 milhões no próximo sorteio

Posted: 28 May 2016 05:39 PM PDT

Sorteio premiou 23 apostas com a quina e 1.885 com a quadra Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

Sem ninguém acertar todas as seis dezenas sorteadas pela Mega-Sena neste sábado (28), o prêmio da loteria acumulou e promete pagar R$ 6 milhões na próxima quarta-feira (1º).

As dezenas sorteadas pelo concurso 1.822 da loteria, realizado no Caminhão da Sorte situado em Alto Jequitibá (MG), foram: 01 — 22 — 26 — 43 — 50 — 53.

Apesar de ninguém ter levado o prêmio principal da loteria, 23 bilhetes foram preenchidos com cinco dos números sorteados e levaram R$ R$ 61.876,99 cada. Outras 1.885 apostas cravaram a quadra e têm o direito de receber R$ 1.078,56 cada.

Para concorrer ao prêmio de R$ 6 milhões da próxima quarta-feira, basta ir a uma casa lotérica e marcar de 6 a 15 números do volante, podendo deixar que o sistema escolha os números para você (Surpresinha) e/ou concorrer com a mesma aposta por 2, 4 ou 8 concursos consecutivos (Teimosinha).

Cada jogo de seis números custa R$ 3,50. Quanto mais números marcar, maior o preço da aposta e maiores as chances de faturar o prêmio mais cobiçado do País.

Outra opção é o Bolão Caixa, que permite ao apostador fazer apostas em grupo. Basta preencher o campo próprio no volante ou solicitar ao atendente da lotérica. Você também pode comprar cotas de bolões organizados pelas lotéricas.

Neste caso, poderá ser cobrada uma Tarifa de Serviço adicional de até 35% do valor da cota. Na Mega-Sena, os bolões têm preço mínimo de R$ 10. Porém, cada cota não pode ser inferior a R$ 4. É possível realizar um bolão de no mínimo 2 e no máximo 100 cotas.

'O Congresso chegou ao fundo do poço', afirma ministro da Defesa

Posted: 28 May 2016 03:46 PM PDT

"Político que enriquece na política só tem um jeito: roubou" , afirma Jungmann José Cruz/ Agência Brasil

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que um dos maiores problemas do governo do presidente interino Michel Temer para tirar o Brasil da crise "é que parte do Congresso é de réus".

Também deputado federal licenciado (PPS-PE), o ministro complementou: "Se há inteligência no Congresso, e eu acho que há todos sabem que chegou ao fundo do poço". Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o ministro também apontou como solução que a Operação Lava Jato vá às últimas consequências, sem interferências.

— A Lava Jato não se incluirá em nenhum pacto político — e nem pode, e nem deve.

Jungmann não quis comentar, no mérito, sobre as gravações recentemente publicadas em que o senador e presidente do PMDB Romero Jucá — agora ex-ministro do Planejamento — defendia a criação de um pacto para "estancar a sangria" da Lava Jato.

— Não quero prejulgá-lo; [...] A regra que o presidente Temer estabeleceu, na primeira reunião com o Ministério, é de que todo aquele que colocar em risco a imagem, a atuação, a linha política do governo, independente ou não de julgamento, não tem por que continuar.

Olhando para os dois gravadores que registraram a entrevista, o ministro da Defesa anunciou, a tantas, uma "frase definitiva". E a disse: "Político que enriquece na política só tem um jeito: roubou. Eu estou dizendo isso aqui, gravado".

Jungmann administra, no Ministério da Defesa, este ano, um orçamento de R$ 82 bilhões — 77% comprometidos com o pagamento de 340 mil funcionários da Aeronáutica, da Marinha e do Exército. Na última terça-feira (24), Temer convidou o ministro e os três comandantes militares para um jantar informal no Palácio Jaburu. A conversa, diz, foi boa, e, segundo Jungmann, "apontou horizontes".

Antipetista desde que botou o pé no Congresso Nacional - em 2003 depois de dois ministérios no governo Fernando Henrique Cardoso -, Jungmann foi proponente e protagonista da chamada CPI do Mensalão, o começo do inferno petista, e, depois, da CPI dos Sanguessugas.

Esteve na linha de frente da articulação que levou ao pedido de impeachment e ao afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff. "O Senado é soberano, claro, mas não acredito que ela (Dilma) volte", afirmou.

Jungmann também acusou a presidente afastada de "irresponsável" e/ou de "estar prevaricando", por denunciar o processo de impeachment como um golpe sem tomar providências institucionais a respeito, como denunciar os golpistas, com nome aos bois, ao Ministério Público.

— Não tem coragem de fazer isso porque sabe que será uma desmoralização.

Mais da metade das cidades brasileiras vão terminar 2016 no vermelho

Posted: 28 May 2016 12:39 PM PDT

Com arrecadação mais fraca desde o ano passado, as prefeituras têm sido afetados pela queda nos repasses públicos Thinkstock

Num efeito dominó, o rombo dos orçamentos públicos chegou ao elo mais fraco: as prefeituras. Com caixa mais apertado e pouca capacidade de arrecadação, os prefeitos têm lançado mão de várias medidas para fechar as contas: a lista do ajuste municipal inclui desde a demissão de funcionários até a redução do horário de expediente dos órgãos públicos. O malabarismo, porém, não deve ser suficiente: mais de 60% das prefeituras vão terminar o ano no vermelho, segundo pesquisa da CNM (Confederação Nacional dos Municípios).

A deterioração das contas dos municípios, assim como vem ocorrendo com os governos estaduais, tem como pano de fundo a grave crise fiscal que assola o Brasil. No caso dos Estados, o problema foi agravado pela combinação entre aumento da dívida e crescimento das despesas com pessoal.

Nas prefeituras, o nó está na alta dependência das verbas da União. Com arrecadação mais fraca desde o ano passado, os prefeitos têm sido afetados pela queda nos repasses públicos. Hoje apenas 10% dos 5.570 municípios do País têm arrecadação própria suficiente para bancar suas despesas.

Na maioria dos casos, a principal fonte de recursos é o FPM (Fundo de Participação dos Municípios), composto pela arrecadação do IR (Imposto de Renda) e IPI (Imposto sobre Produto Industrializado). E qualquer corte nesse fundo faz um estrago enorme nos cofres dos municípios.

Com a recessão econômica, que derrubou a arrecadação dos governos federal e estaduais depois de quase uma década de alta ininterrupta, os repasses começaram a minguar. No ano passado, o FPM teve queda real (descontada a inflação) de 2,3% e, neste ano de 13,7% até abril. Enquanto isso, as despesas com pessoal — principal gasto das prefeituras — e custeio continuaram a crescer. Só o piso salarial dos professores subiu 11,36%.

O resultado dessa equação não tem sido positivo: falta dinheiro para pagar salário, fazer obras de infraestrutura, comprar remédios, abastecer os veículos e garantir a merenda escolar, conforme avalia o consultor em contas públicas Raul Velloso.

— Ao contrário dos Estados, que têm elevado endividamento, o problema dos municípios está mais associado à queda de arrecadação e ao aumento de gastos. Eles não têm para onde correr para se financiar.

A situação é tão grave que entrou no conjunto de prioridades do presidente interino, Michel Temer. Em seu primeiro discurso, ele falou da necessidade de uma reformulação do pacto federativo que hoje provoca desequilíbrio entre as três esferas públicas na repartição dos tributos.

— Estados e municípios precisam ganhar autonomia verdadeira sobre a égide de uma federação real, não sendo uma federação artificial, como vemos atualmente.

Marina Silva diz que eleição de 2014 foi "fraudada" e afirma que Dilma cometeu crime

Posted: 28 May 2016 12:23 PM PDT

Marina disse que "ainda não sabe" se concorrerá à Presidência pela terceira vez Eduardo Enomoto - 28/09/2014 - R7

A ex-ministra Marina Silva (Rede) afirmou que as recentes revelações com base em gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado mostram que partidos "convergem" no esforço de enfraquecer a Operação Lava Jato.

Em entrevista concedida ontem na capital gaúcha, ela também voltou a defender a cassação da chapa da presidente da República afastada, Dilma Rousseff, pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por entender que há elementos trazidos pela própria Lava Jato que indicam que a eleição de 2014 "foi fraudada" pelo uso de dinheiro oriundo do esquema de corrupção em contratos da Petrobrás.

Embora defenda novas eleições, Marina disse que "ainda não sabe" se concorrerá à Presidência pela terceira vez.

De acordo com Marina, o impeachment não pode ser classificado como golpe porque está previsto na Constituição e porque, segundo ela, houve crime de responsabilidade cometido por Dilma.

— Mais de R$ 60 bilhões foram usados em operações de crédito sem autorização do Congresso, sem que nós tivéssemos lastro necessário para essas operações.

Para a fundadora da Rede Sustentabilidade, no entanto, embora seja um processo legal o impeachment não alcança a finalidade desejada de "passar o Brasil a limpo", uma vez que mantém o PMDB no poder, na figura do agora presidente interino Michel Temer.

— As cúpulas desses partidos indicaram juntas as diretorias da Petrobrás. Havia uma coordenação para a distribuição dos recursos da propina, e esses segmentos estavam operando politicamente para o enfraquecimento da Lava Jato.

Sérgio Moro manda soltar empresário preso na Lava Jato

Posted: 28 May 2016 11:08 AM PDT

Ao assinar o alvará de soltura do empresário, Moro aceitou bloquear o valor da fiança em uma conta do irmão do acusado Leonardo Benassatto/Futura Press/Estadão Conteúdo

O juiz federal Sérgio Moro mandou soltar o empresário Marcelo Rodrigues, preso na 26ª fase da Operação Lava Jato, identificada como Operação Xepa, deflagrada em março. Moro atendeu a um pedido de feito pela defesa para converter a prisão em medidas cautelares, como o pagamento de fiança de R$ 300 mil. A decisão foi assinada nesta sexta-feira (27).

Rodrigues é réu na investigação sobre as atividades do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira Odebrecht, seção da empresa responsável por pagamentos de propina, segundo apuração da força-tarefa de procuradores que atua na Lava Jato.

De acordo com as investigações, Rodrigues atuava como um dos operadores financeiros supostos pagamentos ilegais, por meio da empresa JR Graco Assessoria e Consultoria Financeira.

Ao assinar o alvará de soltura do empresário, Moro aceitou bloquear o valor da fiança em uma conta do irmão do acusado, Olívio Rodrigues Júnior, que também é investigado. A defesa de Marcelo afirmou que ele não tem dinheiro para pagar o valor.

Após a deflagração da operação, a Graco Corretora de Câmbio S/A afirmou que o antigo sócio Olívio Rodrigues Júnior está totalmente desvinculado da corretora desde 2007, assim como Marcelo Rodrigues. A empresa diz que é absolutamente independente e não tem qualquer relação comercial ou vínculo com a JR Graco Assessoria e Consultoria Financeira.

Cármen Lúcia, vice do STF, diz que caso de estupro coletivo é inadmissível

Posted: 28 May 2016 10:38 AM PDT

A vice-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, divulgou uma nota de repúdio ao caso de estupro coletivo denunciado por uma adolescente de 16 anos no Rio de Janeiro. No texto, a magistrada afirma que a violência contra a mulher é "inadmissível, inaceitável e insuportável" e diz que o crime depõe contra a civilização e a humanidade.

— O gravíssimo delito praticado contra essa menor - mulher e, nessa condição, sujeita a todos os tipos de violência em nossa sociedade - repugna qualquer ideia de civilização ou mesmo de humanidade. É inadmissível, inaceitável e insuportável ter de conviver sequer com a ideia de violência contra a mulher em nível tão assustadoramente hediondo e degradante.

O texto foi divulgado neste sábado (28) em redes sociais, por assessores da ministra. No comunicado, ela afirma que, em crimes como este, todas as mulheres são vítimas. "Não pergunto o nome da vítima: é cada uma e todas nós mulheres e até mesmo os homens civilizados, que se põem contra a barbárie deste crime, escancarado feito cancro de perversidade e horror a todo o mundo".

Operação da PM tenta identificar suspeitos de estupro coletivo em comunidade; homem é detido na ação

Em depoimento, suposto namorado de adolescente nega estupro coletivo e cita presença de outra garota

Para Cármen Lúcia, o crime contra a jovem atinge a todas as mulheres, sendo necessário que as autoridades trabalharem para que outros casos como este não se repitam. "Não é a vítima que é apenas violentada. É cada ser humano capaz de ver o outro e no outro a sua própria identidade. A nós mulheres não cabe perguntar quem é a vítima: é cada uma e todas nós."

No comunicado, a ministra se põe no lugar da vítima da violência no Rio e cobra uma resposta das autoridades. "Nosso corpo como flagelo, nossa alma como lixo. É o que pensam e praticam os criminosos que haverão de ser devida e rapidamente responsabilizados", diz a nota.

Não é a primeira vez que Cármen Lúcia assume postura a favor das mulheres. Coordenadora nacional da campanha Justiça pela paz em casa, encampada pelo Poder Judiciário, a ministra levanta a bandeira feminista desde que assumiu o cargo no STF.

Em 2007, ela foi a primeira mulher a usar calças na Corte. O traje, proibido às frequentadoras do plenário do STF, foi liberado em 2000, mas, até então, nenhuma ministra havia rompido com o protocolo. Na época, o ato simbólico da ministra foi interpretado como a quebra de uma tradição considerada machista. (Gustavo Aguiar)

Confira a nota de Cármen Lúcia na íntegra:

"O gravíssimo delito praticado contra essa menor - mulher e, nessa condição, sujeita a todos os tipos de violência em nossa sociedade - repugna qualquer ideia de civilização ou mesmo de humanidade.

É inadmissível, inaceitável e insuportável ter de conviver sequer com a ideia de violência contra a mulher em nível tão assustadoramente hediondo e degradante. Não é a vítima que é apenas violentada. É cada ser humano capaz de ver o outro e no outro a sua própria identidade.

A luta contra tal crueldade é intensa, permanente, cabendo a cada um de nós - mais ainda juízes - atuar para dar cobro e resposta à sociedade contra tal chaga da sociedade.

O que ocorreu não é apenas uma injustiça a se corrigir; é uma violência a se responsabilizar e a se prevenir para que outras não aconteçam.

Repito: a nós mulheres não cabe perguntar quem é a vítima: é cada uma e todas nós. Nosso corpo como flagelo, nossa alma como lixo. É o que pensam e praticam os criminosos que haverão de ser devida e rapidamente responsabilizados.

Ministra Cármen Lúcia - STF".

Para deputado, criticar projetos de mudanças nas delações premiadas é "defender barbárie"

Posted: 28 May 2016 05:41 AM PDT

De acordo com Damous, os dois projetos têm como objetivo aperfeiçoar a legislação e garantir direitos fundamentais Lucio Bernardo Jr./02.12.2015/Câmara dos Deputados

Sem citar o juiz Sérgio Moro, o deputado Wadih Damous (PT-RJ), autor dos projetos de lei criticados pelo magistrado em palestra na quinta-feira, classificou como "leviana" a interpretação dada às propostas. Os projetos de lei em tramitação na Câmara propõem mudanças nas delações premiadas e na prisão de réus condenados em segundo grau.

De acordo com o deputado, os dois projetos têm como objetivo aperfeiçoar a legislação e evitar que garantias fundamentais sejam violadas. Para Damous, posicionar-se de forma contrária significa defender a "barbárie".

"Esses projetos foram amplamente debatidos por juristas, advogados e magistrados e protocolados bem antes da publicação dessas gravações (feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado). Nada têm de coniventes com o crime. Os que defendem tese contrária defendem, na verdade, a barbárie e o desrespeito a direitos e garantias fundamentais", diz Damous, em nota.

O deputado alega que, embora parte da população aborde o assunto tendo em mente a impunidade de políticos corruptos, é preciso levar em conta que a lei se aplica a todos, inclusive cidadãos pobres, mais sujeitos a erros judiciais.

Renan diz que foi contra reconduzir Janot ao cargo de procurador-geral

Posted: 28 May 2016 05:35 AM PDT

Renan é alvo de pelo menos nove inquéritos no STF já havia chamado Janot de mau-caráter em outra conversa com Machado Ricardo Botelho/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo

Em conversa gravada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), admitiu ter atuado contra a recondução do atual procurador-geral da República ao cargo, aprovada no ano passado pelo Senado.

Renan, que é alvo de pelo menos nove inquéritos no Supremo Tribunal Federal por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, já havia chamado Janot de mau-caráter em outra conversa gravada por Machado.

O cargo de procurador-geral tem mandato de dois anos. A indicação é prerrogativa do presidente da República, mas deve ser aprovada pelo Senado. Indicado pela presidente afastada Dilma Rousseff, Janot foi reconduzido ao cargo em 2015 após conseguir 59 votos a favor contra 12 e uma abstenção no plenário do Senado. Na ocasião, Renan disse que a recondução demonstrava a "isenção" da Casa.

O áudio do diálogo de Renan com Machado foi revelado ontem pelo Jornal Hoje, da TV Globo. Na conversa, o ex-presidente da Transpetro inicia o assunto ao afirmar que o Senado não deveria ter aprovado a recondução do procurador-geral da República. "Hoje, eu acho que vocês não poderiam ter reconduzido esse b..., não. Aquele cara ali…", diz Machado no áudio.

Renan pergunta sobre a quem ele estava se referindo. "Ter reconduzido o Janot. Tinha que ter comprado uma briga ali", responde o ex-presidente da Transpetro. Renan, então, afirma que tentou barrar a recondução. "Mas eu estava só", conclui o presidente do Senado.

Delação. Temendo que seu caso fosse enviado para a primeira instância e ficasse nas mãos do juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, o ex-presidente da Transpetro acabou aceitando fazer um acordo de delação premiada, entregar os áudios e contar o que sabe à Procuradoria-Geral da República.

A delação premiada de Machado foi homologada pelo ministro relator da Lava Jato no Supremo, Teori Zavascki. A partir de agora, Janot pode decidir quais serão os próximos passos das investigações e solicitar a abertura de novos inquéritos.

Não é a primeira vez que políticos investigados na operação criticam o procurador-geral. O ex-presidente e também senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) já lançou vários xingamentos a Janot. O parlamentar foi denunciado pelo procurador, teve sua mansão revistada pela Polícia Federal e até seus veículos de luxo chegaram a ser apreendidos. Janot acusa Collor de acumular o patrimônio com dinheiro de propina.

À TV Globo, que divulgou as gravações, Renan afirmou ter agilizado a recondução de Janot ao cargo. Na época, o presidente do Senado afirmou: "Do ponto de vista do cargo que exerço, tão logo a presidente indique o nome, seja quem for, eu despacharei para a Comissão e Constituição e Justiça. Vou combinar com os líderes para nós apreciarmos no plenário do Senado no mesmo dia que ele for apreciado pela comissão". Procurado por meio de sua assessoria, Janot não comentou o caso.

Política brasileira precisa da corrupção para funcionar, diz pesquisador

Posted: 28 May 2016 03:17 AM PDT

Para americano, é preciso reduzir o número de partidos no Legislativo brasileiro Cassiano Ferraz/Futura Press/Estadão Conteúdo

Professor de ciência política da Universidade de Pittsburgh (EUA), o americano Barry Ames diz que o sistema político brasileiro não só favorece a corrupção, mas depende dela para seu funcionamento.

Segundo Ames, que pesquisa a evolução das instituições brasileiras desde a ditadura militar, não há possibilidade de que o governo consiga apoio majoritário do Congresso sem oferecer cargos e obras públicas para aliados, o que abre o caminho para desvios.

A solução, diz ele, passa por reduzir o número de partidos no Legislativo, diminuir os distritos eleitorais - para que os eleitores exerçam maior controle sobre os eleitos - e quebrar o oligopólio no setor de construção civil, que facilita conluios entre governo e empreiteiras.

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Ele já havia feito parte do diagnóstico em Os entraves da democracia no Brasil (FGV, 2003). Ames afirma que, após o fim da ditadura, imaginava que a corrupção cairia mais no país. "É problemático que, embora seja mais arriscado roubar, as pessoas continuem a fazê-lo".

Confira a entrevista.

BBC Brasil - A corrupção no Brasil hoje é maior que no passado?

Barry Ames - Acho que a escala da corrupção envolvendo a Petrobras é certamente maior do que era em 2000. Mas minha aposta é que a quantidade roubada no período militar era ainda maior que a roubada hoje. Muitos daqueles generais ficaram ricos.

Barry Ames: sistema eleitoral facilita a corrupção

A grande diferença é que, numa democracia, os jornais e outros tipos de mídia estão muito engajados em expor a corrupção e, na Nova República (após o fim da ditadura, em 1985), há agências de controle fiscal que são muito ativas, como o Tribunal de Contas da União.

O Judiciário se tornou muito independente e atuante. O nível de corrupção pode ser substancialmente menor que nos anos 70 e 80, mas nada disso era exposto.

O problemático é que, embora seja mais arriscado roubar, as pessoas continuem a fazê-lo. Elas continuam a correr os riscos. Eu achei que a corrupção diminuiria mais.

BBC Brasil - Por que ela não diminuiu mais?

Ames - Precisamos voltar ao argumento que fiz no meu livro há 12 anos sobre as instituições eleitorais, o voto em lista aberta, com distritos eleitorais grandes e a facilidade para a entrada de partidos. Essas instituições facilitam a corrupção.

Outro fator é a importância dos empreiteiros e o oligopólio no setor de construção civil. Em 1992, no escândalo dos Anões do Orçamento, as mesmas empreiteiras estavam envolvidas na compra de votos de deputados para aprovar emendas que lhes dariam contratos.

Leia também: Suspender regalias de Cunha é "inviável", segundo STF

Com uma Petrobras enorme, com tantos contratos para distribuir, e com esse oligopólio organizado no setor de construção, é muito fácil para as empresas se coordenarem com os caras na burocracia para que aceitem uma oferta muito alta.

E, claro, alguns congressistas de partidos políticos saberão o que está acontecendo e você terá de pagá-los. Isso torna o conluio importante e fácil de fazer.

Especialista diz acreditar em "limpeza" nas próximas eleições

BBC Brasil - Por que o conluio se torna importante?

Ames - É muito difícil de manter um sistema presidencial multipartidário coeso sem algum tipo de clientelismo. Carlos Pereira (cientista político da Fundação Getúlio Vargas) acha que o sistema só funciona por causa do clientelismo, mesmo quando os presidentes têm mais habilidades políticas que Dilma.

Imagino que a sociedade civil estará monitorando cuidadosamente para garantir que os eleitos não sejam envolvidos em corrupção

Barry Ames

Quando a economia não vai bem, é muito difícil manter essa coalizão unida. Se não houver clientelismo, obras públicas e nomeações, como manter esses partidos apoiando o governo? Não há a possibilidade de obter a maioria absoluta no Legislativo.

Esses partidos não têm políticas, mas você pode sempre comprar o apoio do PMDB com clientelismo. Ao mesmo tempo, quando há agências de controle observando com cuidado, fica difícil manter as coalizões funcionando.

BBC Brasil - A prisão de executivos das maiores empreiteiras do país na Operação Lava Jato não muda o jogo?

Ames - Acho que sim. No escândalo de 92, nenhuma daquelas pessoas foi presa, nem os deputados. Portanto, isso traz esperança, sim.

Não acho que essas pessoas no Judiciário vão sumir, tenham alguma agenda política ou não. A questão crítica é se vão manter essa vontade para caçar os corruptos, independentemente de serem do PT, PSDB, PMDB ou outro partido. Se puderem fazer isso, o desfecho será positivo.

Operação Lava Jato deve produzir mudanças no país, avalia Ames

BBC Brasil - Quais ações seriam prioritárias numa reforma política no Brasil?

Ames - O sistema atual é hiperdemocrático no sentido de que qualquer grupo de eleitores com um número pequeno de seguidores consegue eleger um deputado. Por exemplo, monarquistas podem ter um deputado, embora a ampla maioria do povo rejeite a monarquia. O problema desse tipo de sistema é que ele obstrui a governabilidade.

Os partidos deveriam agrupar interesses, mas os partidos brasileiros são tão diversos quanto aos interesses de seus membros que a maioria deles não consegue elaborar algum tipo de programa.

Primeiro, seria desejável reduzir o número de partidos no Legislativo. O número atual é tão alto que eleva o preço - em termos de obras públicas e cargos políticos - da construção de coalizões, e reduz a velocidade do processo legislativo.

Segundo, criar um sistema eleitoral em que haja laços reais entre eleitores e seus representantes. O sistema atual enfraquece esses laços e torna os deputados muito independentes da liderança do partido.

Terceiro, reduzir o tamanho dos distritos eleitorais. Isso ajudaria os eleitores a conhecer seus deputados e vigiá-los.

Eleições de 2018 devem levar muita gente nova ao Congresso, diz professor

BBC Brasil - Os políticos que se projetaram nesse sistema teriam algum interesse em aprovar uma reforma que poderia prejudicá-los?

Ames - É difícil, mas a rotatividade no Congresso brasileiro sempre foi alta. Eles podem aceitar reformas que não entrem em vigor imediatamente, mas num futuro próximo, talvez na eleição de 2022. E se a sociedade civil se mobilizar em torno desse tema, os políticos saberão que se opor à reforma é muito arriscado.

A próxima eleição deverá levar muita gente nova para o Congresso. E imagino que a sociedade civil estará monitorando cuidadosamente para garantir que os eleitos não sejam envolvidos em corrupção. Acho provável que haja uma limpeza da casa.

BBC Brasil - Como compara a corrupção no Brasil com a nos EUA?

Ames - De certa maneira, o que o sistema americano fez foi legalizar algumas coisas que nós podemos considerar corruptas: cidadãos privados podem dar quantias enormes de dinheiro para campanhas políticas sem ter suas identidades reveladas.

A Suprema Corte decidiu que isso é liberdade de expressão. Tecnicamente não é corrupção, ainda que as pessoas achem que corrompe o sistema.

Por outro lado, no processo de contratações e licitações, temos muito menos corrupção que no Brasil. Em geral, o modelo de compras é tão descentralizado e tem tantas pequenas construtoras que o sistema se torna mais rigoroso e honesto. E as obras são realizadas, enquanto no Brasil há atrasos enormes nos projetos, com muito desperdício.

As instituições políticas não podem ser separadas das instituições econômicas. O Brasil precisa de um sistema mais transparente de concorrências e licitações para projetos do governo. Não sei se isso pode ser feito sem desmembrar as empreiteiras, mas só um sistema transparente cortará o fluxo de dinheiro corrupto para burocratas e políticos.

BBC Brasil - Acha que o Brasil caminha para um sistema similar aos dos EUA em relação ao financiamento de campanhas, com a "legalização" da corrupção?

Ames - Acho que não. Os brasileiros são mais sensatos. A maioria dos americanos acha que isso é uma loucura, mas seria necessária uma emenda constitucional para mudar a natureza do financiamento de campanhas aqui. Há discussões sobre isso, mas é um longo caminho.

No Brasil, o Tribunal Superior Eleitoral tem sido muito ativo e criou regras sobre doações a partidos que são razoáveis. A direção é a correta.

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