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segunda-feira, 23 de maio de 2016

#Brasil

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Previsão de rombo de R$ 170,5 bilhões nas contas do governo é votada nesta terça-feira

Posted: 23 May 2016 08:15 PM PDT

Sessão mista do Congresso está marcada para acontecer às 11h Getty Images

O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), garantiu que votará nesta terça-feira (24) a nova meta fiscal enviada pelo governo, que prevê um rombo de R$ 170,5 bilhões nas contas públicas deste ano. A sessão mista, com deputados e senadores, está marcada para acontecer às 11h.

Para articular a respeito da aprovação do Orçamento, o presidente interino, Michel Temer, visitou o Congresso nesta segunda-feira (23) para entregar pessoalmente o projeto documento. Ao chegar na Casa. Após receber Temer, Renan antecipou a votação e afirmou que a aprovação da meta entregue pelo presidente "não é interesse do governo, é interesse nacional".

— O Congresso vai tratar o novo governo do mesmo jeito que tratou o anterior, aprovando matérias que interessam ao Brasil. A ninguém interessa colocar esse governo na ilegalidade.

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Na visita de Temer ao Congresso, parlamentares da oposição fizeram diversos discursos anunciando que vão trabalhar contra a votação da nova meta fiscal.

Para que o novo Orçamento seja aprovado, é necessária a maioria simples dos votos de parlamentares. Hoje, o projeto de Lei do Congresso Nacional enviado pela presidente afastada, Dilma Rousseff, indica a alteração da meta fiscal para R$ 96,7 bilhões.

Na hipótese de o Congresso Nacional não aprovar a meta fiscal até o dia 30 de maio, seria necessário um corte extra de R$ 137,9 bilhões, de acordo com o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do segundo bimestre, elaborado pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

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Ministro da Fazenda anuncia medidas de ajuste econômico nesta terça-feira 

Posted: 23 May 2016 08:10 PM PDT

Meirelles afirma que o foco é divulgar ações que não serão alteradas, que progridam e sejam aprovadas pelo Congresso Leonardo Benassatto/Futura Press/Estadão Conteúdo

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anuncia nesta terça-feira (24) as medidas de ajuste fiscal. De acordo com o ministro, o foco do governo é divulgar ações que não serão alteradas, que progridam e sejam aprovadas pelo Congresso Nacional.

— Em resumo, tudo bem negociado, bem estruturado, de maneira que possamos ter medidas que possam fazer efeito em prazo relativamente rápido e que revertam a trajetória de dívida que estamos vendo hoje e estamos todos preocupados. [...] O País inteiro está preocupado com a situação fiscal e da economia, e nós temos que reverter isso o mais rápido possível.

No final de semana, Meirelles afirmou que as equipes técnicas que tratam das medidas fiscais trabalharam durante os últimos dias para definir o plano.

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Governo Temer anuncia previsão de rombo de R$ 170,5 bilhões nas contas do governo federal

O anuncio inicial das medidas estava marcado para acontecer na segunda-feira (23), mas a ida do presidente interino, Michel Temer, ao Congresso Nacional para defender o novo Orçamento de 2016 adiou a apresentação.

Impostos

Meirelles também já afirmou que as medidas a serem anunciadas não incluem o aumento de impostos nas medidas que serão divulgadas neste momento.

— Não estamos descartando, dizendo que nunca será aumentado imposto. O que estamos dizendo que no momento não estamos contemplando aumento de impostos.

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O ministro Meirelles afirma que as medidas a serem reveladas são as consideradas pelo Poder Executivo como as mais relevantes para o atual cenário econômico brasileiro. Meirelles garante que as medidas "não vão esgotar tudo aquilo que está em estudo e que poderá ser anunciado posteriormente".

— Vamos anunciar as medidas que hoje consideramos mais importantes e que serão implementadas imediatamente, no sentido de, ou serem medidas administrativas e que podem ser simplesmente executadas, ou medidas a serem propostas ao Congresso Nacional no devido tempo.

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Serra diz esperar que Jucá volte a ser ministro: 'É meu sincero desejo'

Posted: 23 May 2016 07:39 PM PDT

Serra havia citado o peemedebista especialmente em seu discurso de posse no Itamaraty Beto Barata/17.03.2016/Agência Senado

Durante visita à Argentina, o ministro José Serra (Relações Exteriores) afirmou esperar que o colega Romero Jucá volte ao governo.

Sob pressão após a repercussão de gravações em que diz ser necessário "estancar a sangria" da Operação Lava Jato, Jucá anunciou que deixará o Ministério do Planejamento nesta terça (24).

Nos áudios divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo, ele fala a Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, sobre um possível "pacto nacional" para "delimitar" as investigações. Em entrevistas, ele negou que fosse esse o contexto da conversa, mas mais tarde acabou anunciando que se licenciaria do cargo.

Em Buenos Aires para reuniões com a chanceler Susana Malcorra, o ministro da Fazenda Alfonso Prat-Gay e o presidente Mauricio Macri, Serra elogiou a atuação de Jucá, apontado como um dos homens fortes do presidente interino Michel Temer.

Defesa de Jucá pede acesso aos áudios da conversa com Sérgio Machado

"O senador Romero Jucá vinha tendo excelente desempenho como ministro. O que espero é que ele resolva os problemas que o levaram a pedir licença e volte [a ser ministro]. É meu sincero desejo", disse a jornalistas na embaixada do Brasil na capital Argentina.

Serra havia citado o peemedebista especialmente em seu discurso de posse no Itamaraty, na semana passada.

Protestos

Após realizar um protesto em frente à embaixada no domingo, dia da chegada do tucano a Buenos Aires, manifestantes voltaram a fazer barulho nesta segunda no local e no Palácio San Martín, sede do Ministério das Relações Exteriores argentino.

O esquema de segurança foi reforçado, e o chanceler entrou e saiu pelas entradas laterais do palácio.

O grupo de manifestantes, formado por brasileiros e argentinos, portava bandeiras da agremiação política La Campora, vinculada ao kirchnerismo, que governou o País entre 2003 e 2015, e entoava gritos de "Fora, golpista".

Cartazes traziam o rosto de Serra, em preto e branco, e a frase "Se busca José Serra canciller de Brasil. Golpista" ("Procura-se José Serra, chanceler do Brasil. Golpista", na tradução do espanhol).

A presidente afastada Dilma Rousseff era próxima de Cristina Kirchner, que foi sucedida em dezembro por Macri, seu opositor. Mas, apesar de se chamarem publicamente de "amigas", elas mantinham "pouco diálogo", segundo fontes dos dois países.

Questionado sobre o significado da manifestação, que podia ser ouvida de algumas áreas do salão onde estava, Serra respondeu: "Protesto? nenhum significado".

Ao falar sobre os governos e setores da América Latina que criticaram o afastamento de Dilma, ele voltou a afirmar que existe "desinformação" sobre o que ocorreu no País.

Em conversa gravada, ministro de Temer sugere "pacto" para barrar a Lava Jato

"Acho que existe uma onda de desinformação sobre o Brasil. O que ocorreu foi um processo traumático, mas absolutamente dentro da legalidade e da Constituição. E qualquer um que vai ao Brasil sabe que o País vive a mais perfeita normalidade democrática. E nós dentro na medida do possível esclarecemos tudo isso quando somos perguntados", declarou.

Segundo Serra, um impeachment não é "realmente não é um processo confortável".

Em meio à revelação das gravações de Jucá sugerindo um "pacto nacional" que incluiria o STF (Supremo Tribunal Federal), o chanceler elogiou a atuação da corte.

"Nunca foi considerado partidário ou coisa desse tipo", afirmou, antes de acrescentar que as votações na Câmara e no Senado, que levaram à admissibilidade do processo de impeachment, ocorreram "dentro da legalidade".

Região

O ministro disse que "não está programado" conversar com os governos da Bolívia, do Equador e da Venezuela, que criticaram o processo político brasileiro, antes da reunião do Mercosul, prevista para julho no Uruguai.

O tom das notas do Itamaraty em resposta às críticas foi considerado duro e dividiu opiniões entre os diplomatas brasileiros.

"Não está programado, mas não excluo a possibilidade. As questões de relações exteriores estão ligadas ao conjunto de interesses da nação e do País."

Serra voltou a defender a "flexibilização" do bloco, para que seus integrantes possam realizar acordos de livre comércio.

Questionado sobre uma previsão para as medidas serem implementadas, considerando que o governo é interino, respondeu que seu objetivo é "trabalhar e trabalhar e trabalhar", independentemente do prazo limite de 180 dias para que Dilma fique afastada aguardando julgamento.

Segundo o tucano, a Argentina será o primeiro país que Temer deverá visitar. Fontes diplomáticas afirmam que ele e Macri ainda não se falaram desde sua posse como presidente interino.

Venezuela

Serra contou que a crise venezuelana foi um dos temas abordados com as autoridades argentinas.

"A crise é gravíssima e procuramos definir de forma conjunta a situação mais adiante", disse. Pouco depois de deixar o salão, acrescentou aos jornalistas que "algo precisa ser feito" para "encontrar um caminho de conciliação" para evitar que ocorra o
desencadeamento de um processo de "violência generalizada" no país presidido por Nicolás Maduro.

De acordo com o chanceler, o governo interino não assinou o comunicado conjunto de Argentina, Uruguai e Chile, no qual é defendido um "diálogo urgente" na Venezuela, devido ao momento vivido pelo próprio Brasil.

"O Brasil não assinou o comunicado pelas questões particulares [que vive]. Pela maneira como o governo da Venezuela fez referência ao governo brasileiro. Isso naturalmente exigiu uma posição mais de análise antes de tomar atitude".

PF diz que só falta depoimento de Renan para concluir inquérito contra o presidente do Senado

Posted: 23 May 2016 06:19 PM PDT

Defesa de Renan pediu que ele pudesse enviar as explicações por escrit REUTERS/Ueslei Marcelino

Em manifestação enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal), a PF (Polícia Federal) afirmou que falta apenas o depoimento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para concluir as investigações de um dos nove inquéritos no qual o peemedebista é alvo no âmbito da Operação Lava Jato.

A defesa do presidente do Senado pediu que ele pudesse enviar as explicações por escrito, mas a Procuradoria-Geral da República se manifestou contrária à solicitação.

Caberá ao ministro Teori Zavascki, relator dos processos que apuram o esquema de corrupção da Petrobras, decidir como será o depoimento de Renan.

O inquérito investiga suposto pagamento de propina em acordo da Petrobras com o do Sindicato dos Práticos, categoria de profissionais que atua em portos.

O deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) também é alvo da investigação, que surgiu a partir da delação do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. Os dois são investigados por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Tanto a defesa de Renan quanto de Aníbal negam envolvimento no caso.

Na Argentina, Serra defende "negociações mais flexíveis" no Mercosul

Posted: 23 May 2016 05:53 PM PDT

Para Serra, é preciso trabalhar para "conseguir negociações mais flexíveis" Moreira Mariz/26.04.2016/Agência Senado

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, esteve na Argentina nesta segunda-feira (23), onde defendeu que o Mercosul se concentre no propósito de uma área de livre comércio, depois que a entrada da Venezuela em 2012 transformou o bloco aduaneiro em um fórum para políticas de esquerda.

É preciso trabalhar para "conseguir negociações mais flexíveis" que permitam ao Mercosul concretizar acordos bilaterais, disse Serra em uma entrevista coletiva em Buenos Aires.

— Nossa estratégia é a de criar mecanismos que agilizem, facilitem e flexibilizem a possibilidade de negociação com terceiros. [...] Então vamos investir na velocidade e flexibilidade.

O Mercosul é composto por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, tendo Bolívia e Chile como associados. A Argentina, principal destino dos produtos manufaturados brasileiros, é essencial para o Brasil em sua retomada comercial.

Em relação às negociações comerciais paralisadas entre o bloco sul-americano e a UE (União Europeia), afetadas pela crise política no Brasil e a relutância da França, o chanceler afirmou: "Eu não acho que haja algo tão crucial nos próximos seis meses" nessa tratativa.

Petrobras conclui emissão de bônus de US$6,75 bi

Posted: 23 May 2016 05:26 PM PDT

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras concluiu nesta segunda-feira a oferta de 6,75 bilhões de dólares em títulos no mercado de capitais internacional, com vencimentos de 5 e 10 anos, informou a estatal.

A demanda aproximada foi 2,75 vezes e 3 vezes superior ao volume final para os prazos de 5 e 10 anos, respectivamente, com participação de 629 investidores dos Estados Unidos, Europa, Ásia e América Latina, disse a petroleira, em comunicado.

A companhia disse que pretende utilizar os recursos líquidos da emissão para a operação de recompra de títulos e para propósitos corporativos em geral.

A Petrobras captou 5 bilhões de dólares com a venda do bônus com prazo de 5 anos e cupom de 8,375 por cento ao ano, ao preço de 99,002 por cento do valor de face, garantindo aos investidores um rendimento de 8,625 por cento. Foram emitidos 1,75 bilhão de dólares em títulos de 10 anos e cupom de 8,75 por cento, que foi vendido a 98,374 por cento, com rendimento de 9 por cento.

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(Por Juliana Schincariol)

Defesa de Jucá pede acesso aos áudios da conversa com Sérgio Machado

Posted: 23 May 2016 05:16 PM PDT

Conversas entre Jucá e Sérgio Machado ocorreram semanas antes de a abertura do processo de impeachment Fábio Rodrigues Pozzebom/29.03.2016/Agência Brasil

Os advogados do ministro licenciado Romero Jucá pediram à Procuradoria-Geral da República para ter acesso às gravações entre o peemedebista e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Eles também querem saber se o procurador-geral, Rodrigo Janot, vai determinar a abertura de um inquérito por conta do conteúdo dos áudios divulgados nesta segunda-feira (23).

Na peça, a defesa afirma que as conversas "certamente foram gravadas sem o conhecimento" de Jucá e afirmam que não há "absolutamente qualquer ilegalidade nos referidos diálogos".

Na gravação divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo, o peemedebista diz a Machado que a chegada do vice Michel Temer à Presidência poderia levar a um pacto para conter o avanço das investigações da Operação Lava Jato. As conversas ocorreram semanas antes de a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff ser aprovada na Câmara.

Com a repercussão do episódio, Jucá anunciou que se licenciaria do cargo até que o Ministério Público ou o STF (Supremo Tribunal Federal) se posicionassem sobre o caso e afirmassem se houve ou não crime na conversa.

— Não fiz nada, mas não adianta opinar agora.

Oficialmente, a Procuradoria-Geral da República não confirma que o ex-presidente da Transpetro esteja negociando uma delação premiada. Para advogados que acompanham a Lava Jato, no entanto, os áudios que vieram à tona nesta segunda fazem parte do acordo de colaboração. Caso a delação seja realmente efetuada pela PGR, ela ainda terá que ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal.

Temer oficializa recriação do Ministério da Cultura

Posted: 23 May 2016 03:20 PM PDT

Ministério da Cultura será assumido por Marcelo Calero Faria Garcia Reprodução/ Facebook

O presidente interino, Michel Temer, editou a Medida Provisória 728, que recria o Ministério da Cultura e cria as Secretarias Especiais dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Publicada em edição extra do DOU (Diário Oficial da União), disponibilizada no início desta noite pelo governo, a MP revoga o dispositivo que extinguia a pasta da Cultura.

A decisão de recriar a pasta da Cultura foi anunciada no último sábado (21), depois de a fusão do ministério com a Educação ter sido alvo de protestos de parte dos artistas e de servidores. Na MP, fica declarada a recriação dos cargos de ministro de Estado da Educação e ministro de Estado da Cultura.

Além disso, com a MP, o governo cria os cargos de natureza especial de secretário especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Ministério da Justiça e Cidadania e de secretário especial do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ministério da Cultura. A MP é assinada pelo presidente em exercício Michel Temer e pelo ainda ministro do Planejamento, Romero Jucá.

Na mesma edição extra do DOU, são nomeados para o ministério da Educação, José Mendonça Bezerra Filho, que havia sido nomeado anteriormente para a pasta de Educação e Cultura; e Marcelo Calero Faria Garcia, para o ministério da Cultura.

Temer diz que Jucá continuará auxiliando governo fora do ministério

Posted: 23 May 2016 03:13 PM PDT

Áudios apontam que Jucá estaria articulando um "pacto" para tentar barrar a Operação Lava Jato Reuters

O presidente interino Michel Temer disse que o ex-ministro do Planejamento Romero Jucá, afastado hoje (23), continuará auxiliando o governo no Congresso após deixar o cargo.

Em nota divulgada no começo da noite, Temer agradeceu Jucá pelo trabalho desempenhado no ministério, para o qual havia sido nomeado no último dia 12.

"Registro o trabalho competente e a dedicação do ministro Jucá no correto diagnóstico de nossa crise financeira e na excepcional formulação de medidas a serem apresentadas, brevemente, para a correção do déficit fiscal e da retomada do crescimento da economia. Conto que Jucá continuará, neste período, auxiliando o governo federal no Congresso de forma decisiva, com sua imensa capacidade política", disse o presidente interino na nota.

Depois de 11 dias à frente da pasta, Jucá pediu hoje para deixar o Ministério do Planejamento após a divulgação, pelo jornal Folha de S.Paulo, de uma conversa dele com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em que o ex-ministro sugere um "pacto" para tentar barrar a Operação Lava Jato.

Jucá negou a intenção de obstruir as investigações e disse que o pacto para "conter a sangria" citado na conversa se referia aos problemas econômicos do país e não às investigações da Lava Jato.

Tomei a decisão de deixar o cargo sem consultar Temer, diz Jucá

Posted: 23 May 2016 03:03 PM PDT

Jucá disse ainda que espera que a comissão vote ainda hoje a alteração da meta fiscal que permite um rombo de R$ 170,5 bilhões Geraldo Magela/05.05.2015/Agência Senado

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, que anunciou seu afastamento do cargo hoje, afirmou nesta segunda-feira (23) que voltará ao Senado amanhã se o presidente em exercício, Michel Temer, permitir.

Jucá disse ainda que tomou a decisão de se licenciar sem consultar o presidente e frisou que estava indo conversar com Temer para decidir o melhor caminho.

— Tomei a decisão de deixar o cargo sem consultar Temer, vou falar com ele agora — afirmou ao deixar a reunião do colegiado da Comissão Mista de Orçamento (CMO), antes de falar que irá ao Ministério Público questionar se sua fala com Sérgio Machado é "algum crime".

— Entendo que não há crime em tudo que eu fiz.

Jucá disse ainda que espera que a comissão vote ainda hoje a alteração da meta fiscal que permite um rombo de R$ 170,5 bilhões nas contas do governo ao final desse ano, mas caso o colegiado não vote hoje, o Congresso votará a matéria amanhã.

— Se não votarem meta fiscal até 11 horas de amanhã, ela vai direto ao Plenário.

Vou ajudar o governo Temer como ajudei Dilma, diz Renan sobre votação da meta

Posted: 23 May 2016 02:50 PM PDT

A revisão da meta fiscal prevê um déficit de R$ 170,5 bilhões Antonio Cruz/26.04.2016/Agência Brasil

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que vai trabalhar para votar a revisão da meta fiscal - que prevê um déficit de R$ 170,5 bilhões - nesta terça-feira (24) no Congresso Nacional. De acordo com Renan, ele dará ao presidente em exercício, Michel Temer, o mesmo suporte que deu à Dilma.

"Eu vou ajudar o governo Temer da mesma forma que ajudei o governo Dilma. Não é o Michel, é o Brasil, é o interesse nacional. Acho que, mais do que nunca, precisamos que o governo diga quais são as mudanças que vai fazer. E no que for possível o Congresso Nacional vai ajudar. Hoje o Temer é o Brasil", disse Renan.

Ele confirmou que a sessão do Congresso foi adiantada para 11h, com o intuito de facilitar que a revisão da meta seja apreciada ainda no mesmo dia.

Regimentalmente, a sessão do Congresso deve analisar primeiramente os vetos presidenciais. Dessa vez, constam 24 vetos na lista.

Além disso, a oposição, agora liderada pelo PT, prometeu fazer obstrução da sessão. Renan afirmou que a obstrução é regimental e que ele não irá atropelar o regimento, mas vai colaborar com o que puder para votar a meta.

Associação dos delegados da PF manifesta 'preocupação' com diálogo de Jucá sobre Lava Jato

Posted: 23 May 2016 02:31 PM PDT

Romero Jucá Pedro França/11.jul.2013/Agência Senado

A ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) afirmou, nesta segunda-feira (23), ver com "preocupação" os diálogos nos quais Romero Jucá sugere um pacto no governo para deter as investigações da Operação Lava Jato.

Após a divulgação da conversa pelo jornal Folha de S.Paulo, Jucá anunciou que se afastará do cargo de ministro do Planejamento do governo interino de Michel Temer até que o Ministério Público emita um parecer sobre as gravações.

"A entidade já havia alertado para as repetidas tentativas de interferência política no trabalho da Polícia Federal e repudia qualquer ato no sentido de impedir a continuidade de uma das mais importantes investigações em curso no Brasil", afirma a ADPF em nota.

No texto, a ADPF defende a aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 412/2009, em tramitação no Congresso Nacional, que estabelece a autonomia para a Polícia Federal.

"A ADPF também defende que o governo escolha o novo diretor-geral da Polícia Federal com base na lista tríplice em elaboração pelos delegados federais", diz a nota. "A indicação por meio da lista é essencial para o fortalecimento da PF e para garantir a independência das investigações atualmente em curso."

"É preciso ainda que o diretor-geral tenha mandato de três anos, com possibilidade de uma recondução", defende a ADPF. "A votação nos nomes que integrarão a lista acontece em 30 de maio. Em 1º de junho, a Associação entregará a lista ao presidente Michel Temer e ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes."

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Jucá se licencia após escândalo de gravações; Entenda processos e acusações contra homem forte de Temer

Posted: 23 May 2016 02:05 PM PDT

Romero Jucá EBC

Romero Jucá, ministro do Planejamento e homem forte do governo interino de Michel Temer, anunciou seu licenciamento do cargo após a divulgação de gravações em que fala sobre um possível "pacto nacional" para barrar as investigações da Operação Lava Jato.

"Caberá ao presidente me reconvidar ou não. [...] Meu gesto é que somos transparentes e nada temos a esconder", disse Jucá a jornalistas.

Revelados pela Folha de S.Paulo, os áudios contêm diálogos entre Jucá — um dos principais aliados de Temer no processo que o levou ao poder interino — e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

"Tem que resolver essa p*. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria", diz Jucá em um trecho da gravação de março passado, segundo a Folha. Ele fala também em um pacto nacional "com o Supremo, com tudo. [...] Delimitava onde está, pronto", em suposta referência às investigações.

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (23) após a divulgação do áudio (mas antes de se licenciar), Jucá disse que se referia "à sangria da economia", e não à operação anticorrupção na Petrobras, e que "sempre apoiou e defendeu" a Lava Jato.

"Quero repelir a interpretação feita pela Folha de S. Paulo. [...] Eu falava em estancar a paralisia do Brasil, estancar a sangria do desemprego, separar [os políticos] que têm culpa dos que não têm culpa", disse Jucá, negando que pretenda renunciar.

"Reafirmo meu compromisso no Ministério do Planejamento e vou exercer [o cargo] enquanto entender que tenho a confiança do presidente."

Jucá sempre foi um dos nomes certos para o ministério do presidente interino. Ainda assim, o anúncio dele para a pasta do Planejamento foi um dos mais criticados, já que o peemedebista é um dos investigados pela Lava Jato.

Jucá é citado mais de uma vez como uma das pessoas que supostamente recebeu propina no esquema de corrupção da Petrobras. Ricardo Pessoa, empreiteiro da UTC Engenharia, afirmou em delação que o peemedebista teria pedido R$ 1,5 milhão à empresa em doação para a campanha eleitoral de 2014, em que seu filho era candidato a vice-governador de Roraima.

A doação teria vindo em forma de propina pela contratação da UTC para a construção da usina nuclear Angra 3.

Há um inquérito em curso para investigar a participação do senador no escândalo - algo que ele nega veementemente. "Não tenho nenhum temor em ser investigado", reafirmou Jucá na coletiva desta segunda.

"Se tivesse telhado de vidro não teria assumido a presidência do PMDB. [...] Considero a Lava Jato uma mudança positiva na política brasileira, tanto que no Senado votei pela recondução (do procurador-geral da República) Rodrigo Janot e acho que o Ministério Público Federal deve ter autonomia para investigar."

Mas Jucá não é alvo somente da Lava Jato. O senador é suspeito de ter participado também do esquema de corrupção investigado na operação Zelotes, que investiga aparentes interferências em julgamentos realizados no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), beneficiando empresas endividadas com o Fisco.

Uma das delações de um ex-servidor da Receita Federal, João Gruginski, inclui a informação de que o lobista Alexandre Paes dos Santos teria mencionado um pagamento a Jucá e outros políticos, que seria relacionado a um esquema de venda de medidas provisórias favoráveis aos interesses de montadoras de veículos.

O pagamento total seria de R$ 45 milhões, dos quais R$ 15 milhões seriam para "RJ", a sigla que designava Romero Jucá. O senador, porém, nega a participação no esquema — mas ainda é investigado por ele em inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal).

Acusações passadas

Antes de seu partido romper com o PT em março deste ano, Romero Jucá foi um dos grandes aliados do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também de Dilma Rousseff.

Em 2005, inclusive, chegou a ser nomeado ministro da Previdência Social de Lula, mas não ficou muito tempo no cargo. Após quatro meses, o senador deixou a pasta devido ao desgaste causado pelas acusações de que teria oferecido ao Basa (Banco da Amazônia) fazendas inexistentes como garantia de empréstimo feito pelo banco à empresa Frangonorte em 1996 - da qual Jucá foi sócio entre 1994 e o final de 1996.

O ministro disse à época que as denúncias eram "levianas" e atribuiu as informações às disputas políticas no Estado de Roraima.

Em 2008, a Procuradora-Geral da União arquivou o caso, apesar de ter identificado irregularidades, porque ele já havia prescrito.

Com a crise política se acirrando no início desse ano, Jucá foi apontado como um dos principais articuladores dentro do PMDB favoráveis ao rompimento do partido com a presidente pelo impeachment.

Em 29 de março, como vice-presidente do partido, ele anunciou a saída da base dizendo: "Estamos vivendo um momento histórico".

No mesmo dia, em entrevista à BBC Brasil, Jucá disse que o partido tinha de "representar a vontade do povo brasileiro".

"As condições de governabilidade se exauriram. O Brasil é maior que qualquer entendimento político e qualquer partido tem que representar a vontade do povo brasileiro."

Quase dois meses depois do rompimento, o impeachment foi aprovado no Senado, Dilma Rousseff foi afastada, e Jucá se tornou uma das pessoas mais próximas ao novo presidente.

Em vídeo divulgado no perfil da presidente afastada Dilma Rousseff no Facebook, Ricardo Berzoini, ex-ministro-chefe da secretaria de governo, afirmou que conversa entre Jucá e Machado "mostra um pretendente a ministro do golpe conversando com uma pessoa que estava sendo investigada e eles tentando tramar para encontrar no impeachment a forma de refrear as investigações e a apuração dos crimes praticados".

Berzoini disse ainda que é preciso pedir exigir "demissão de Romero Jucá e investigar a relação de Michel Temer com esse diálogo".

Renan antecipa sessão de apreciação da meta fiscal de 16h para 11h

Posted: 23 May 2016 02:04 PM PDT

Romero Jucá, ministro do Planejamento que pediu afastamento, conversa com o presidente do Senado, Renan Calheiros Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Depois de receber do presidente em exercício Michel Temer o projeto do governo que propõe a elevação do déficit primário para R$ 170,5 bilhões neste ano, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou na tarde desta segunda-feira (23) que Temer pediu para o Congresso agilizar a análise da "redução do déficit". A sessão que vai apreciar amanhã a matéria foi antecipada das 16h para as 11h.

Em meio a tumulto no Congresso, em razão de manifestantes que protestavam contra o presidente em exercício Michel Temer e o ministro do Planejamento, Romero Jucá, Calheiros afirmou ainda que há uma "exigência nacional" para que o Congresso vote esta matéria.

"O governo não pode repetir o governo anterior", disse Calheiros, em relação à gestão das contas públicas, principal motivo apontado para o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República. Ele garantiu que o Senado vai tratar o governo de Temer da mesma forma como tratou o governo de Dilma.

Romero Jucá se afasta do Ministério do Planejamento após divulgação de conversa sobre a Lava Jato

Posted: 23 May 2016 01:00 PM PDT

Romero Jucá se afastou de Ministério REUTERS/Ueslei Marcelino

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) decidiu se afastar do Ministério do Planejamento nesta segunda-feira (23), após a divulgação de gravação em que ele sugere um acordo para barrar o avanço da Operação Lava Jato.

O anúncio foi feito pelo próprio Jucá. Ele afirmou que nesta segunda-feira ainda acompanhará os assuntos do Ministério, mas que, a partir de amanhã, permanecerá licenciado até que o Ministério Público se manifeste a respeito da gravação.

— A partir de amanha eu vou entrar no Ministéiro Público pedindo uma manifestação. Não quero servir de massa de manobra.

Em entrevista coletiva, Jucá voltou a se defender:

— Tenho certeza que não cometi nenhuma irregularidade em relação à Lava Jato, que eu apoio e sempre apoiei.

Questionado se volta ao ministério após a manifestação do MP, Jucá afirmou:

— Não sei.

Como ministro licenciado, Jucá volta a ocupar sua cadeira no Senado.

O teor da conversa entre o senador e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, foi publicada nesta segunda-feira (23) pelo jornal Folha de S.Paulo.

Os diálogos foram gravados em março, poucas semanas antes da votação na Câmara dos Deputados que deflagrou o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

Na gravação, Machado afirma que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, "está a fim de pegar vocês [do PMDB]. E acha que eu sou o caminho".

Jucá então sugere uma saída "política" para encontrar uma solução. Eles então falam abertamente sobre o impeachment, Eduardo Cunha, Michel Temer e Renan Calheiros para parar a "sangria".

No final da manhã de hoje, Jucá se defendeu e afirmou que não se referia à Lava Jato, mas à crise econômica.

Veja trechos da conversa publicada pela Folha:

"MACHADO - Acontece o seguinte, objetivamente falando, com o negócio que o Supremo fez [autorizou prisões logo após decisões de segunda instância], vai todo mundo delatar.

JUCÁ - Exatamente, e vai sobrar muito. O Marcelo e a Odebrecht vão fazer.

MACHADO - Odebrecht vai fazer.

JUCÁ - Seletiva, mas vai fazer.

MACHADO - Queiroz [Galvão] não sei se vai fazer ou não. A Camargo [Corrêa] vai fazer ou não. Eu estou muito preocupado porque eu acho que... O Janot [procurador-geral da República] está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho.

JUCÁ - Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. [...] Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra... Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria
[...]

MACHADO - Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer].

JUCÁ - Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. 'Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha'. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.

MACHADO - É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.

JUCÁ - Com o Supremo, com tudo.

MACHADO - Com tudo, aí parava tudo.

JUCÁ - É. Delimitava onde está, pronto".

Na conversa sobrou também para o PSDB, principal aliado do governista PMDB. O presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), é citado seis vezes na conversa. Segundo Jucá, "caiu a ficha" de que a Lava Jato também chegaria nos tucanos. Além de Aécio, ele menciona o agora ministro das relações exteriores, José Serra (PSDB-SP), e os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Tasso Jereissati (PSDB-SP).

"MACHADO - A situação é grave. Porque, Romero, eles querem pegar todos os políticos. É que aquele documento que foi dado...
JUCÁ - Acabar com a classe política para ressurgir, construir uma nova casta, pura, que não tem a ver com...

MACHADO - Isso, e pegar todo mundo. E o PSDB, não sei se caiu a ficha já.

JUCÁ - Caiu. Todos eles. Aloysio [Nunes, senador], [o hoje ministro José] Serra, Aécio [Neves, senador].

MACHADO - Caiu a ficha. Tasso [Jereissati] também caiu?

JUCÁ - Também. Todo mundo na bandeja para ser comido."

O advogado do ministro do Planejamento, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que seu cliente "jamais pensaria em fazer qualquer interferência" na Lava Jato e que as conversas não contêm ilegalidades.

Jucá é formalmente investigado no âmbito da Operação Lava Jato. Ele é investigado no inquérito 3989, ao lado de dezenas de outros políticos, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), o ex-ministro Mário Negromonte e o atual presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA).

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Pressão sobre STF e outras possíveis consequências de novo escândalo envolvendo Jucá

Posted: 23 May 2016 12:44 PM PDT

Romero Jucá , ministro do Planejamento Fábio Rodrigues Pozzebom/29.03.2016/Agência Brasil

Menos de duas semanas depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff, o governo interino de Michel Temer foi atingido por sua primeira bomba relacionada à operação Lava Jato.

O jornal Folha de S. Paulo divulgou nesta segunda-feira trechos de conversas entre o ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, que sugerem o uso do impeachment como forma de trocar o comando do país para conter as investigações de corrupção.

O trecho mais grave das conversas relevadas pelo jornal é o momento em que Jucá diz que "tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria". Segundo a reportagem, a fala se refere à Lava Jato, que investiga os dois interlocutores da conversa, Jucá e Machado. Jucá negou as acusações, dizendo que falava não de uma interferência na Lava Jato, mas sim em estancar "a paralisia do Brasil, estancar a sangria do desemprego, separar (os políticos) que têm culpa dos que não têm culpa".

No entanto, a Folha de S. Paulo divulgou os áudios apontando que Jucá não falava sobre economia na conversa.

Além disso, a conversa sugeriria a necessidade de realizar um "pacto", inclusive com o Supremo Tribunal Federal, para delimitar o alcance da operação.

Segundo a Folha, os diálogos foram gravados de forma oculta, em março, portanto antes de a abertura de processo de impeachment contra Dilma ter sido autorizada pela Câmara, em 17 de abril, e confirmada pelo Senado, em 12 de maio. A reportagem diz que os áudios estão em posse da Procuradoria-Geral da República (PGR) - a assessoria da instituição informou que não comentaria o assunto.

Entenda abaixo os trechos mais importantes da conversa entre Jucá e Machado e quais seu significados e possíveis consequências políticas.

Em determinado trecho da conversa revelada pela Folha, Jucá diz que "tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria", em aparente referência à operação Lava Jato. Os trechos transcritos pela reportagem indicam que essa fala foi dita quando ambos discutiam o risco de novas delações premiadas que poderiam comprometer o PMDB.

Em outro trecho, Jucá acrescenta que um eventual governo Michel Temer deveria construir um pacto nacional "com o Supremo, com tudo". Machado então responde: "aí parava tudo". "É. Delimitava onde está, pronto", resume o ministro, a respeito das investigações.

Para Renato Perissinoto, professor de ciência política da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a revelação desses diálogos pode aumentar a pressão para que o STF julgue o mérito do processo de impeachment, ou seja, se manifeste sobre se há fundamento jurídico para a cassação de Dilma. Até o momento, a maioria dos ministros tem sinalizado que a Corte deve se limitar a interferir para garantir a legalidade do rito do processo.

"Claro que isso torna esse governo, do ponto de vista da legitimidade, ainda mais fraco", afirma o professor.

Segundo Rafael Cortez, analista político da Consultoria Tendências, a conversa de Jucá e Machado certamente será usada pelos apoiadores do retorno de Dilma como forma de questionar a legitimidade do impeachment. No entanto, considera que "ainda não há evidência de que isso por si só vai reverter o apoio (à cassação de Dilma)", já que o novo governo "gerou toda uma expectativa nos grandes agentes econômicos e em parte relevante da sociedade".

No último dia 12, 55 senadores votaram pela abertura do processo de afastamento da presidente. Será preciso que 54 votem por sua condenação para que a petista seja definitivamente cassada.

Para Cortez, o fato de a conversa de Jucá ter vindo à tona "é um sinal de que a votação final do impeachment não está garantida", ainda que ele opine que a absolvição da presidente ainda seja o cenário menos provável.

E se conversa tivesse sido divulgada antes?

Na avaliação dos dois cientistas políticos, se a divulgação dessas conversas tivesse ocorrido antes das votações da Câmara e do Senado sobre o impeachment de Dilma, poderia ter influenciado o destino da petista.

"Se essas gravações tivessem saído antes do processo de impeachment, o constrangimento de tirar uma presidente contra quem não se tinha nenhuma acusação (de favorecimento pessoal por corrupção) para colocar no lugar um governo com sete ministros citados na Lava Jato seria ainda maior", opina Renato Perissinoto, da UFPR.

Para Cortez, o impacto das gravações seria mais relevante se elas tivessem sido reveladas antes, pois agora que Temer chegou ao poder "tem mecanismos na mão", como nomeações de cargos, para limitar impacto das gravações no meio político.

"Enquanto era uma coalizão fora do governo (defendendo o impeachment) e o status quo era o governo Dilma, certamente a gravação teria impacto mais relevante", disse.

PSDB

Em outro momento da conversa, Jucá e Machado falam sobre como políticos do PSDB podem ser atingidos pela Lava Jato.

No trecho mais comprometedor revelado pela Folha, Machado diz que "o primeiro a ser comido vai ser o Aécio (Neves, senador e presidente do PSDB)". Em seguida, as transcrições indicam que teria havido um "esquema" para eleger Aécio presidente da Câmara dos Deputados. O mineiro presidiu a Casa entre 2001 e 2002, no final do governo Fernando Henrique Cardoso.

"(Sussurrando) O que que a gente fez junto, Romero, naquela eleição, para eleger os deputados, para ele ser presidente da Câmara?", pergunta Machado, segundo a Folha.

Pouco depois, Machado continua: "O Aécio, rapaz... O Aécio não tem condição, a gente sabe disso. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB...".

Jucá apenas responde: "É, a gente viveu tudo".

Para Cortez, a referência a Aécio traz instabilidade para a aliança política que dá base ao governo Temer no Congresso.

"Isso indica que a coalizão (pró-impeachment) não vai necessariamente se traduzir numa ampla janela de (aprovação de) reformas (no Congresso). O PSDB vai dar o apoio (ao governo Temer) mas ao mesmo tempo vai procurar se descolar".

Já Perissinoto observa que esse é mais um episódio que tende a enfraquecer Aécio, que já vinha enfrentando o desgaste de ter sido citado em delações da Lava Jato, por exemplo como suposto beneficiário de um esquema de corrupção em Furnas, estatal do setor elétrico, o que o senador nega.

Jucá e Machado comentam que Aécio não teria mais chances de vencer eleição, aparentemente em referência à próxima disputa presidencial em 2018.

"Curiosamente, embora o PSDB tenha sido uma das lideranças no processo de impeachment, esse processo o enfraqueceu", diz Perissinoto, citando o fato de a Lava Jato ter "transbordado para todos os partidos".

Cunha

Jucá e Machado também conversam sobre a situação de Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara dos Deputados sob acusação de usar seu cargo para atrapalhar investigações.

Para o ministro do Planejamento, o deputado "está morto". Em aparente referência a Cunha, ela também indica a necessidade de que algum político seja punido para diminuir a pressão popular.

"Tem que ser um boi de piranha, pegar um cara, e a gente passar e resolver, chegar do outro lado da margem", disse a Machado. Na entrevista coletiva desta segunda-feira, Jucá disse que não se referia a um bode expiatório, mas sim em "punir os culpados" pela corrupção.

Para Perissinoto, a estratégia de eventualmente usar Cunha como bode expiatório não funcionaria. "Eu acho que é um erro de cálculo, porque se tem um cara que não se deixa matar tranquilamente é o Cunha. Porque ele tem não sei quantos deputados na mão dele, conhece o podre de meio mundo. Se ele cai, vai cair um castelo de cartas com ele".

STF e militares

Em outro momento do diálogo, Jucá diz que teria conversado com ministros do STF e militares sobre apoio ao processo de impeachment.

"(Em voz baixa) Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem 'ó, só tem condições de (inaudível) sem ela (Dilma). Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca'. Entendeu? Então... Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar", disse Jucá, segunda a transcrição da Folha.

Na avaliação de Cortez, essas afirmações tendem a fazer com que o Supremo atue para "reforçar esses sinais de que ele não está associado a partidos políticos e que tampouco é partidário do movimento de minimizar os efeitos da Lava Jato".

"É usual que lideranças políticas encontrem canais de diálogos com ministros de Supremo. Evidentemente, a insinuação de que esses contatos deveriam representar desvios aumentam o incentivo do Supremo de reforçar os sinais de que ele de fato é independente do processo político", observa.

Temer convoca Padilha para definir ainda hoje o destino de Jucá

Posted: 23 May 2016 12:28 PM PDT

A expectativa é que até o fim do dia Temer defina o futuro de Jucá REUTERS/Ueslei Marcelino

O presidente em exercício, Michel Temer, convocou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, para uma conversa na tarde desta segunda (23) no Palácio do Jaburu. Temer está sendo pressionado por aliados a afastar o ministro do Planejamento, Romero Jucá, para que o desgaste ocorrido com a divulgação da gravação em que ele conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado sugerindo que a mudança de governo poderia estancar a Operação Lava Jato, não contamine seu governo, que está começando e precisa se fortalecer para aprovar medidas econômicas no Congresso.

Um dos temores do governo é que apenas parte da gravação de uma hora foi divulgada e não se sabe o que existe no resto dela. A expectativa é que até o fim do dia Temer defina o futuro de Jucá.

O ideal, para o presidente em exercício, era que Jucá pedisse afastamento. Mas o ministro do Planejamento não deu nenhum sinal de que poderia fazer este gesto. O governo Temer não quer se deixar prejudicar pela fala de Jucá, no momento em que está encaminhando as primeiras propostas ao Congresso.

Os desdobramentos do episódio poderão até mesmo mudar a disposição de Temer de ir ao Congresso se reunir com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nesta tarde. Mas, até agora, a ida estava confirmada. Da mesma forma, poderá ser suspensa a participação de Jucá na entrevista, marcada para amanhã, para o anúncio das medidas econômicas.

Na manhã desta segunda-feira, Temer conversou com Jucá e vários aliados para avaliar os problemas para o governo com a divulgação das gravações. Temer mandou que Jucá se explicasse e, depois, avisou que iria aguardar o desenrolar dos acontecimentos e as repercussões da entrevista para decidir o que faria. Mas as primeiras reações não foram boas, com forte influência no mercado. Da mesma forma, no Congresso, já há partidos, como o PDT, pedindo a cassação de Jucá e até mesmo aliados condenando o ministro do Planejamento e defendendo seu afastamento.

PSOL protocola representação pedindo a prisão de Jucá

Posted: 23 May 2016 12:01 PM PDT

Ivan Valente, deputado do PSOL pelo Estado de São Paulo Roosewelt Pinheiro/27.out.2009/Abr

O líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), disse na tarde desta segunda-feira (23) esperar que o ministro do Planejamento, Romero Jucá, não só seja afastado do governo como preso. Para o parlamentar, o tom da conversa entre o peemedebista e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, evidencia uma tentativa de acelerar o impeachment da presidente Dilma Rousseff e abafar o andamento da Operação Lava Jato, principalmente os alvos do PSDB e PMDB.

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo revelou nesta segunda que, em uma conversa com o ex-presidente da Transpetro, Jucá sugere a existência de um pacto para obstruir a operação Lava Jato e diz que é preciso "estancar a sangria". O PSOL decidiu protocolar nesta tarde uma representação junto à Procuradoria Geral da República (PGR) com pedido de prisão preventiva por atrapalhar as investigações da Justiça.

Valente disse que o conteúdo da gravação é uma "verdadeira bomba atômica", que mostra que toda a cúpula do PMDB e possivelmente o PSDB do senador Aécio Neves (MG) "têm muito a prestar contas à sociedade". O líder do PSOL acredita que é o caso de se fazer uma analogia com o ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), preso por tentativa de obstrução à Justiça.

A expectativa do líder é que o Supremo Tribunal Federal (STF) dê uma resposta à altura porque Jucá também mencionou ministros da Corte. "Isso deve irritar muito os ministros do STF. Eles são os fiadores da Lava Jato", declarou.

O deputado ressaltou que a "sangria" ao qual se referiu Jucá é, na verdade, a sangria política provocada pelo vazamento da gravação e que os argumentos apresentados por Jucá são frágeis. Valente afirmou que a cúpula do poder que se instalou no governo tem "podridão grande", o que será uma decepção para quem apostou que a corrupção acabaria com o impeachment de Dilma.

O líder do PSOL disse que o próprio presidente em exercício Michel Temer deve estar com "muito medo" dos desdobramentos do vazamento, já que Jucá virou um articulador do "golpe" e alguém "poderoso na política econômica". Ele considera que a partir de agora vai crescer o "fora Temer".

A gravação, disse Valente, mostra toda a "ilegitimidade" política do governo Temer. "As gravações mostraram que todo o processo de impeachment foi contaminado por articulações pretendendo livrar da Lava Jato a cúpula do PMDB e do PSDB", concluiu. Ele enfatizou que o processo de impeachment de Dilma ainda está em andamento no Senado e as revelações devem gerar pressão da sociedade civil sobre o Parlamento.

Reação lenta a acidentes anteriores pode prejudicar busca por avião da EgyptAir

Posted: 23 May 2016 11:59 AM PDT

Por Tim Hepher e Ahmed Aboulenein

PARIS/CAIRO (Reuters) - As equipes que procuram as caixas-pretas com os registros de voo de um avião desaparecido da empresa aérea EgyptAir que caiu na semana passada com 66 pessoas a bordo estão enfrentando limitações técnicas que especialistas em aviação estão culpando cada vez mais a uma reação regulatória lenta a desastres anteriores.

No momento em que uma busca de três anos pelo voo MH370, da Malaysia Airlines, em água profundas do oceano Índico chega perto do final sem que a aeronave tenha sido encontrada, outra começa no mar Mediterrâneo, mas sem que as lições de acidentes passadas já tenham sido postas em prática.

As equipes de resgate têm cerca de 30 dias até o esgotamento das baterias de dois sinalizadores marinhos concebidos para levá-los às caixas-pretas, enquanto vasculham 17 mil quilômetros quadrados de mar ao norte da cidade portuária egípcia de Alexandria.

Depois de acidentes anteriores em pleno mar, organismos reguladores concordaram em aumentar o período de transmissão e o alcance dos sinalizadores para também aumentar as chances de se encontrar indícios e evitar novas tragédias.

As mudanças, que aumentam a vida útil dos aparelhos para 90 dias, foram recomendadas pelos reguladores franceses pela primeira vez no final de 2009, seis meses após a queda de um avião da Air France no oceano Atlântico durante voo Rio-Paris.

Mas elas não entrarão em vigor antes de 2018: tarde demais para ajudar a encontrar o voo 804 da EgyptAir.

Investigadores franceses disseram que a aeronave egípcia enviou alertas indicando a detecção de fumaça a bordo. Os sinais não indicavam o que causou a fumaça, e especialistas em aviação não descartaram sabotagem deliberada ou falha técnica. O Egito enviou um robô submarino para auxiliar as buscas.

É a segunda vez em pouco mais de um ano que operações marítimas dependem da tecnologia das caixas-pretas, que já tem décadas, depois que um avião da AirAsia caiu no mar de Java.

Os atrasos na implementação das mudanças nos sinalizadores para aumentar a vida útil de suas baterias e aprimorar as chances de se localizar as caixas-pretas foram criticados por vários especialistas, incluindo o ex-diretor do Escritório de Pesquisas e Análises Para a Segurança da Aviação Civil da Franca (BEA, na sigla em francês), que está auxiliando a procura pelo avião da Egyptair.

CORREÇÃO-Reação lenta a acidentes anteriores pode prejudicar busca por avião da EgyptAir

Posted: 23 May 2016 11:25 AM PDT

(Remove referência ao voo MH370 no 6º parágrafo)

Por Tim Hepher e Ahmed Aboulenein

PARIS/CAIRO (Reuters) - As equipes que procuram as caixas-pretas com os registros de voo de um avião desaparecido da empresa aérea EgyptAir que caiu na semana passada com 66 pessoas a bordo estão enfrentando limitações técnicas que especialistas em aviação estão culpando cada vez mais a uma reação regulatória lenta a desastres anteriores.

No momento em que uma busca de três anos pelo voo MH370, da Malaysia Airlines, em água profundas do oceano Índico chega perto do final sem que a aeronave tenha sido encontrada, outra começa no mar Mediterrâneo, mas sem que as lições de acidentes passadas já tenham sido postas em prática.

As equipes de resgate têm cerca de 30 dias até o esgotamento das baterias de dois sinalizadores marinhos concebidos para levá-los às caixas-pretas, enquanto vasculham 17 mil quilômetros quadrados de mar ao norte da cidade portuária egípcia de Alexandria.

Depois de acidentes anteriores em pleno mar, organismos reguladores concordaram em aumentar o período de transmissão e o alcance dos sinalizadores para também aumentar as chances de se encontrar indícios e evitar novas tragédias.

As mudanças, que aumentam a vida útil dos aparelhos para 90 dias, foram recomendadas pelos reguladores franceses pela primeira vez no final de 2009, seis meses após a queda de um avião da Air France no oceano Atlântico durante voo Rio-Paris.

Mas elas não entrarão em vigor antes de 2018: tarde demais para ajudar a encontrar o voo 804 da EgyptAir.

Investigadores franceses disseram que a aeronave egípcia enviou alertas indicando a detecção de fumaça a bordo. Os sinais não indicavam o que causou a fumaça, e especialistas em aviação não descartaram sabotagem deliberada ou falha técnica. O Egito enviou um robô submarino para auxiliar as buscas.

É a segunda vez em pouco mais de um ano que operações marítimas dependem da tecnologia das caixas-pretas, que já tem décadas, depois que um avião da AirAsia caiu no mar de Java.

Os atrasos na implementação das mudanças nos sinalizadores para aumentar a vida útil de suas baterias e aprimorar as chances de se localizar as caixas-pretas foram criticados por vários especialistas, incluindo o ex-diretor do Escritório de Pesquisas e Análises Para a Segurança da Aviação Civil da Franca (BEA, na sigla em francês), que está auxiliando a procura pelo avião da Egyptair.