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quarta-feira, 23 de março de 2016

#Brasil

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Mega-Sena acumula e promete pagar R$ 9 milhões no próximo sábado

Posted: 23 Mar 2016 05:18 PM PDT

Sorteio premiou cinco apostas com a quina e 6.229 com a quadra Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

Ninguém acertou as seis dezenas sorteadas pela Mega-Sena nesta quarta-feira (23). Com isso, o prêmio acumulou e pode pagar R$ 9 milhões no próximo sábado (25), segundo a Caixa Econômica Federal.

Nesta quarta-feira, as dezenas sorteadas pelo concurso de número 1802 da loteria foram: 02 — 06 — 13 — 14 — 17 — 44.

Apesar de nenhum apostador faturar o prêmio principal, cinco bilhetes foram preenchidos com cinco dos números sorteados e levaram R$ 17.256,89 cada. Outras 6.229 pessoas cravaram a quadra e têm o direito de receber R$ 391,81 cada.

Para concorrer ao prêmio de R$ 9 milhões do próximo sábado, basta ir a uma casa lotérica e marcar de 6 a 15 números do volante, podendo deixar que o sistema escolha os números para você (Surpresinha) e/ou concorrer com a mesma aposta por 2, 4 ou 8 concursos consecutivos (Teimosinha).

Cada jogo de seis números custa R$ 3,50. Quanto mais números marcar, maior o preço da aposta e maiores as chances de faturar o prêmio mais cobiçado do País.

Outra opção é o Bolão Caixa, que permite ao apostador fazer apostas em grupo. Basta preencher o campo próprio no volante ou solicitar ao atendente da lotérica. Você também pode comprar cotas de bolões organizados pelas lotéricas.

Neste caso, poderá ser cobrada uma Tarifa de Serviço adicional de até 35% do valor da cota. Na Mega-Sena, os bolões têm preço mínimo de R$ 10. Porém, cada cota não pode ser inferior a R$ 4. É possível realizar um bolão de no mínimo 2 e no máximo 100 cotas.

Aécio Neves diz ser “inaceitável o que está acontecendo” e recebe críticas na web

Posted: 23 Mar 2016 04:03 PM PDT

Reprodução/Twitter

O senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), usou sua conta no microblog Twitter para mostrar insatisfação com o atual momento político brasileiro. No entanto, a reação dos internautas provavelmente não foi a esperada por ele.

No tweet, publicado às 13h19 desta quarta-feira (23), o ex-candidato à presidência da República disse que "é inaceitável o que está acontecendo", em referência a um discurso realizado pela presidente Dilma Rousseff a embaixadores que compareceram ao Palácio do Planalto. Segundo Aécio, o grupo ouviu "um discurso alarmista e distante da realidade".

— A presidente não tem mais argumentos para se defender das acusações e busca criar um Estado golpista no Pais, o que é inaceitável. O Brasil não está prestes a sofrer um golpe. O Brasil está cumprindo a Constituição.

Até o início desta noite, a publicação já havia sido compartilhada por mais de 3.000 vezes e recebido, além de críticas, diversos comentários bem-humorados.

Veja algumas reações:

 

Reprodução/Twitter
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Reprodução/Twitter

 

 

Citados na lista da Odebrecht se defendem sobre valores recebidos de empreiteira

Posted: 23 Mar 2016 03:59 PM PDT

A imprensa brasileira divulgou nesta quarta-feira (23) uma "superplanilha" com doações da empreiteira Odebrecht, investigada na Lava Jato, a políticos brasileiros durante as eleições regionais de 2012 e gerais de 2014. Essa é a maior relação de políticos (ao menos 200) e partidos associada a pagamentos de uma empreiteira até agora. No início da tarde, o juiz federal Sérgio Moro decretou sigilo sobre a lista da Odebrecht. O magistrado pediu ao Ministério Público Federal que se manifeste sobre 'eventual remessa' da documentação ao STF (Supremo Tribunal Federal).

A lista, porém, não permite afirmar se se trata de doações legais de campanha eleitoral ou caixa 2. Mesmo assim, políticos usaram as redes sociais e emitiram notas para se defender.

Em uma curta nota divulgada à tarde, o vice-líder da oposição na Câmara, deputado Raul Jungmann (PPS-PR), confirmou ter recebido R$ 100 mil de empresas da empreiteira Odebrecht.

"Este valor foi apresentado na prestação de contas ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), devidamente aprovada sem restrições", declara o deputado.

O candidato a vereador do Recife em 2012, Jarbas Filho (PMDB), filho do deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), disse também em nota que todas as doações que recebeu em sua campanha foram declaradas e aprovadas: "Todas as doações de campanha que recebi em 2012, quando tentei uma vaga para a Câmara de Vereadores do Recife, foram declaradas e aprovadas. Dentro dessa prestação, existem doações de empresas privadas, pessoas físicas e dos diretórios estadual e nacional do PMDB, meu partido. Tudo formalizado, seguindo as orientações legais e disponibilizado no site do Tribunal Superior Eleitoral".

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta quarta-feira (23) que todos os pagamentos a integrantes de seu partido feitos pela construtora Odebrecht foram doações legais de campanha. Nomes como o de próprio Aécio e do senador José Serra (SP).

A deputada estadual Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), usou seu perfil no facebook para se defender. Ela se disse "surpresa" com sua inclusão na lista, já que não recebeu doações da Odebrecht em 2012. "Tive uma campanha dura, resultando em mais de 600 mil reais de dívidas na conta nominal de minha candidatura e mais de 150 mil reais em dívidas no comitê financeiro de meu partido. Sou a maior interessada em conhecer esse material divulgado pela imprensa. Para isso, irei requerer judicialmente acesso à documentação para ter acesso às informações; recebi em todas as minhas campanhas contribuições de empresas, essa era a lei brasileira nas eleições de 2004, 2006, 2008, 2010, 2012 e 2014. Todas as doações que recebi foram lícitas, todas as prestações de contas foram aprovadas. Entretanto, NÃO RECEBI DOAÇÃO DE NENHUMA EMPRESA DO GRUPO ODEBRECHT PARA A CANDIDATURA de 2012. Especulo - a partir da impressão que fiz das listas disponibilizadas para a imprensa - que a Odebrecht - munida das pesquisas de opinião - fez projeções de contribuições à minha candidatura a partir de meu favoritismo pré-eleitoral. Com a queda vertiginosa que tive nas pesquisas (fui derrotada no primeiro turno das eleições), tais doações não aconteceram. (...) Parece evidente que, se tivesse recebido os valores que constam na lista, o resultado de minha prestação de contas não seria tão negativo. Sobre o apelido dado na tal planilha, talvez evidencie que os autores dos documentos apreendidos sequer tenham me visto num processo eleitoral duro e estressante quanto o de 2012, ao qual muitas vezes me referi como o pior de minha vida".

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), afirmou que todas as doações recebidas por ele em período eleitoral foram legais. Em nota, ele diz que "todas as doações às suas campanhas eleitorais — sejam aquelas feitas diretamente a ele ou via diretórios municipal, estadual e nacional do partido — ocorreram de forma oficial e legal e foram declaradas à Justiça Eleitoral".

O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), afirmou que não recebeu doações "para minha campanha eleitoral da Odebrecht ou de suas subsidiárias". Leia a noita: "Na campanha eleitoral de 2012, quando fui candidato à reeleição, declarei todos os gastos e todas as arrecadações ao TRE conforme manda a legislação. No site do TSE é possível ver a lista de todos os doadores da minha campanha. Essa prestação de contas já foi devidamente aprovada. Afirmo com convicção que, nem na campanha eleitoral de 2012, e em nenhuma outra campanha que participei, recebi qualquer doação da empresa Odebrecht ou de suas subsidiárias. Na eleição de 2012, minha campanha recebeu a doação de R$ 3.562.500,00 do Diretório Nacional do PT, R$ 290.000,00 do Diretório Regional do PT e o restante conforme listado na prestação de contas do TSE. O Município de Goiânia, sob a minha administração, nunca teve nenhum serviço contratado junto a essa empresa. Reafirmo mais uma vez que todas as despesas de minha campanha foram as declaradas ao TRE. Não pratiquei na campanha de 2012 e em nenhuma outra quaisquer atos ilícitos".

O deputado Arthur Maia (PPS-BA) afirmou que recebu doações da Odebrecht que foram documentadas e realizadas conforme a legislação: "Em 2010, recebi da empresa uma doação de R$ 40 mil, depositados em conta corrente de campanha, aberta com CNPJ específico para minha candidatura a Deputado Federal, conforme, inclusive, consta no documento divulgado hoje.As minhas contas de campanha foram aprovadas pelo TRE/BA. Em 2012, os valores foram depositados pela Odebrecht na conta corrente do PMDB Nacional e repassados, pelo Partido, a campanhas eleitorais por mim indicadas no Estado da Bahia. Tudo documentado e realizado conforme a legislação".

O atual secretário estadual de Desenvolvimento Urbano do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que foi candidato à Prefeitura de Curitiba, usou sua página no Facebook para se manifestar: "Quero ressaltar que estou de acordo e apoio, incondicionalmente, as investigações da Polícia Federal, Ministério Público Federal e da Justiça. Além disso, sou a favor que sejam julgados e punidos todos os partidos e candidatos que, eventualmente, tenham recebido doações ilegais".

O deputado federal Celso Russomanno (PRB-SP), que está em viagem oficial no Japão, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que pretende se lançar novamente candidato à Prefeitura de São Paulo. Ele declarou que todas as doações recebidas foram legais e declaradas à Justiça Eleitoral.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse desconhecer o motivo pelo qual foi lhe atribuído o apelido de "Atleta": "Não vi. Olha, mais uma vez, nunca cometi impropriedade. Essas citações, do ponto de vista da prova, não significa nada, absolutamente nada. Sempre me coloquei à disposição, sempre tomei iniciativa para pedir qualquer investigação que cobram. Acho que a diferença é exatamente essa, é você ter as respostas".

O senador Romero Jucá (PMDB-RJ) também rechaçou, por meio da assessoria de imprensa, ter recebido cerca de R$ 150 mil, segundo consta de anotação à mão de planilha. O documento apreendido cita Jucá com o apelido de "cacique": "A assessoria de imprensa do senador Romero Jucá informa que o TSE aprovou, sem ressalvas, todas as doações de campanhas do parlamentar".

O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse, por meio da assessoria de imprensa, que a citação na planilha parece fazer menção às eleições municipais de 2012, quando o parlamentar disputou a prefeitura de Recife (PE). O documento menciona um repasse de R$ 300 mil ao petista, apelidado de "Drácula": "Como consta da prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral, não houve qualquer doação da Odebrecht à campanha de Humberto daquele ano. O que pode ter ocorrido — se efetivamente houve a doação — é que ela tenha sido feita diretamente ao PT Nacional, que repassou cerca de R$ 1,7 milhão para contribuir com a campanha do senador em 2012, conforme registrado na mesma prestação de contas".

A senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) também rechaçou qualquer repasse irregular. O nome da senadora aparece acompanhado do seu marido, o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo, constando o valor de R$ 1,5 milhão em repasses: "Esses recursos devem ser referentes a doações para as campanhas eleitorais municipais de 2012, que foram repassados pelo Diretório Nacional do PT ao Diretório Estadual e aos Diretórios Municipais. O Grupo Odebrecht fez doações via Diretório Nacional".

A senadora Vanessa Grazziottin (PCdoB-AM), apelidada como "Ela", mencionada em duas páginas da lista com valores atribuídos que somariam R$ 5 milhões, disse em nota que todos os recursos que recebeu nas campanhas eleitorais que participou "foram legais, registrados e todas as prestações de contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral": "Estranhei o aparecimento de meu nome numa lista que não sei como surgiu".

Em nota, a senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que as doações que recebeu da Odebrecht se referem à Braskem, subsidiária do grupo empresarial e com "atuação conhecida" no Rio Grande do Sul. Ela disse ter recebido a doação por meio do Diretório Nacional do partido, o qual repassou para a conta da campanha dela ao Senado em 2010. Os valores de doações, disse, giraram em torno de R$ 400 mil: "As doações estão devidamente registradas no Tribunal Regional Eleitoral com a prestação de contas aprovada, sem nenhuma ressalva, e constam no portal da transparência do Tribunal Superior Eleitoral".

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), chamado na planilha de "Lindinho" e atribuído a ele o valor de R$ 500 mil, não se pronunciou até o momento, conforme a assessoria de imprensa. Os demais senadores contatados que aparecem na planilha ainda não responderam: José Serra (PSDB-SP), Ciro Nogueira (PP-PI), Fernando Bezerra (PSB-PE) e Jader Barbalho (PMDB-PA).

O deputado federal Heráclito Fortes (PSB-PI) também afirmou que as doações foram legais, por meio de sua assesosria de imprensa: "A planilha mostra o CNPJ, ou seja, é doação oficial, tudo dentro do que determina a lei, inclusive está na prestação de contas encaminhada à Justiça Eleitoral, portanto, não há irregularidade".

O ex-deputado federal e ex-candidato a vice na chapa presidencial da ex-senadora Marina Silva, Beto Albuquerque (PSB), disse que toda doação recebida da empreiteira Odebrecht está "devidamente" declarada e afirmou que a generalização nestas circunstâncias "só serve para premiar os verdadeiros criminosos".

O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), também divulgou nota na qual afirma que todas as doações recebidas em suas campanhas constam nas prestações de contas entregues e aprovadas pela Justiça Eleitoral.

O ex-líder da oposição na Câmara, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), afirma que as citações a seu nome na lista são referentes às campanhas eleitorais de 2010 e 2012. Segundo ele, os valores de 2010 foram doados a sua conta de campanha para deputado federal. Já as de 2012, disse, são referentes a valores recebidos por seu partido e repassados "oficialmente" a candidaturas a prefeito em Pernambuco.

O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) afirmou em nota que a campanha de 2012 do prefeito de Maringá (PR), Roberto Pupin (PP) seu aliado político, não recebeu "doação direta" de empresas do grupo Odebrecht. O nome de Barros aparece ao lado do nome "Maringá", em referência à campanha de Pupin de 2012.

O deputado federal licenciado Nelson Pelegrino (PT-BA) afirma, em nota, que as doações recebidas pela empreiteira para campanhas eleitorais aconteceram "rigorosamente dentro dos parâmetros legais". Pelegrino disse ainda que as doações foram declaradas ao TRE-BA (Tribunal Regional Eleitoral da Bahia), que, segundo ele, analisou e aprovou as contas. Na lista da Odebrecht, o deputado licenciado é apelidado de "Pele".

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, disse que todas as doações à sua campanha eleitoral de 2012, para prefeito de Belo Horizonte, foram recebidas por meio das instâncias partidárias e que as contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. Na mensagem, o ministro, que é filiado ao PT, também reforçou que é contra o financiamento empresarial de campanhas eleitorais.

O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, confirmou que sua campanha à reeleição em 2012 recebeu da Odebrecht uma doação de R$ 500 mil. Segundo ele, no entanto, o aporte se deu por intermédio do diretório nacional do PDT.

O líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Daniel Almeida (BA), confirmou ter recebido doações legais do grupo Odebrecht nas eleições de 2014. No campo da tabela "valor total", ao lado do nome de Almeida, consta R$ 150,00. Como todos os outros valores do documento, a quantia deve ser multiplicada por mil, chegando a R$ 150 mil em repasses. "Todas as doações da minha campanha foram legais e estão na prestação de contas. Fora disso, é especulação", comunicou o parlamentar.

OAB apresentará novo pedido de impeachment contra Dilma

Posted: 23 Mar 2016 03:30 PM PDT

Caso Cunha aceite o novo pedido, uma nova comissão de deputados precisará ser eleita para analisá-lo Wilson Dias/16.03.2016/Agência Brasil

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) irá protocolar na segunda-feira (28), na Câmara dos Deputados, um novo pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff em que inclui as acusações feitas contra a petista pelo senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.

A delação do ex-líder do Senado foi considerada como fundamental para o apoio da Ordem à cassação do mandato de Dilma. Segundo Delcídio, a presidente teria tentado interferir nas investigações da Operação Lava Jato em ao menos três vezes. O pedido da entidade também trará as denúncias sobre as pedaladas fiscais e a renúncia fiscal autorizada para a realização da Copa do Mundo de 2014.

Caberá ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, decidir se aceita ou não o pedido formulado pela OAB. Caso isso aconteça, uma nova comissão de deputados precisará ser eleita para analisá-lo, o que possivelmente só aconteceria após o resultado dos trabalhos da primeira comissão.

Conheça os deputados que vão compor a comissão do impeachment

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As declarações do ex-líder do governo no Senado haviam sido anexadas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao processo que já tramita na Casa contra a presidente. No entanto, a comissão do impeachment decidiu retirá-las do processo por considerar que a inclusão da delação deveria ter sido feita por Miguel Reale Júnior, Hélio Bicudo e Janaína Paschoal, autores do pedido.

No pedido dos três juristas, que foi aceito por Cunha no ano passado, foram citadas apenas as denúncias referentes às pedaladas fiscais de 2014 e a assinatura de decretos de abertura de crédito sem autorização do Congresso. A oposição na Câmara havia manifestado interesse em incluir no processo as denúncias de Delcídio. Mas, para evitar que o assunto fosse judicializado, a bancada optou por abrir mão do depoimento do senador e estuda incluí-lo em um novo pedido a ser apresentado a Cunha.

As escutas telefônicas envolvendo Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que revelam suposta manobra da presidente para interferir no Judiciário, foram deixadas de lado pela OAB. A entidade reconheceu haver dúvidas sobre a legalidade da quebra de sigilo das conversas.
Na terça-feira, 22, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal) devolveu sigilo às gravações e determinou o envio de todo o material à Suprema Corte.

Dilma me chamou para ser ministro em agosto de 2015 e eu não aceitei, diz Lula

Posted: 23 Mar 2016 03:11 PM PDT

Lula disse que a princípio não queria aceitar o cargo na Casa Civil porque sabia que seria acusado de estar "atrás de privilégio" Ricardo Stuckert/12.02.2016/Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da SIlva disse nesta quarta-feira (23) que a presidente Dilma Rousseff já tinha feito o convite para ele ser ministro em agosto do ano passado.

—  A companheira Dilma já tinha me chamado em agosto do ano passado, eu não quis. Eu não quis aceitar porque não cabe dois presidentes no mesmo espaço e na mesma sala.

Lula afirmou também que não queria aceitar o convite para ser ministro-chefe da Casa Civil neste ano porque sabia que iria ser acusado de estar "querendo privilégio".

— Quando foi agora com a crise política e com a crise mundial não se resolvendo e os adversários cada vez mais apertando a Dilma, ela falou: "Presidente eu preciso de você, quero que você venha me ajudar" e eu fui lá pra dizer em alto em bom som que eu não venho. Não venho porque se eu vier vão dizer que eu estou vindo aqui porque eu quero privilégio.

O ex-presidente disse que só mudou de ideia quando percebeu que poderia ajudar a Dilma com o que disse mais saber fazer: conversar.

— Aceitei porque eu tenho plena consciência de que eu posso ajudar a Dilma com o que eu mais sei fazer na vida que é conversar. Conversar com o mais pobre, conversar com o mais rico, conversar com o a favor conversar com os contra, ouvir as pessoas.

O ex-presidente participou de um encontro com sindicalistas promovido pela CUT, CTB, UGT, Força Sindical, CSB e Nova Central chamado "Plenária Nacional de Sindicalistas em defesa da democracia, do Estado de Direito e contra o golpe".

Lula elogiou a Operação Lava Jato, disse que é "uma necessidade para o Brasil", mas criticou a condução coercitiva solicitada pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da operação, no dia 4 de março. O ex-presidente disse que Moro não mandou qualquer ofício ou fez telefonema para pedir que Lula prestasse um depoimento à Policia Federal.

— Moro poderia ter me ligado ou mandando um ofício "Lula você não quer prestar um depoimento?" eu iria porque não tenho medo de depoimento. Se algum deles ou dessas pessoas que estão falando de mim e de minha familia for mais honesto do que eu, desisto da vida política deste País.

O petista também aproveitou para comentar a divulgação de gravações telefônicas e disse estar "enojado" com o comportamento de alguns meios de comunicação brasileiros.

— Este momento eu estou enojado com o comportamento de determinado meios de comunicação com a divulgação de falas particulares minhas no telefone. É um desrespeito a ética e a pessoa humana. Eu não farei o jogo rasteiro que eles fazerm comigo, o tempo vai se encarregar de dizer quem estava certo.

Impeachment

Lula chamou a tentativa de impeachment de Dilma Rousseff de golpe e disse que "não vai aceitar" qualquer tentaiva de tirar Dilma da Presidência.

— Não tentem dar golpe na Dilma que nós não vamos aceitar golpe nesse País. Não existe nenhuma razão para o impeachment. Se vocês juntarem 800 jurtistas vocês vão ver que não tem nenhuma razão que justifique. — A plateia formada por dirigente sindicais e aplaudiu Lula com o coro "Não vai ter golpe".

Ex-presidente pediu seis meses "de paciência" para o governo.

— Dêem para gente seis meses de paciência que nós vamos provar que esse País vai voltar a ser o País da alegria.

Política Econômica

O petista criticou a política ecônomica aos sindicalistas e disse que o Brasil não pode continuar com uma política econômica que aumenta o desemprego e que "vai levar muito tempo para o País viver aquele tempo que viveu".

— Nós não podemos continuar com a política econômica que não permite a geração de emprego com geração de crescimento econômico.

Com a colaboração de Victor Labaki, estagiário do R7

Sindicato dos Advogados de SP entra com representação no CNJ contra Moro

Posted: 23 Mar 2016 03:03 PM PDT

Fabio Rodrigues Pozzebom/09.09.2015/Agência Brasil

O Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo protocolou nesta quarta-feira (23) uma representação no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) contra o juiz federal Sérgio Moro. A iniciativa ocorre no mesmo momento em que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki, determinou a Moro que envie à Corte investigações envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incluindo os áudios interceptados pela força-tarefa da Lava Jato.

"Estamos pedindo ao Conselho que apure responsabilidades, a nosso ver uma infração disciplinar cometida pelo juiz Sérgio Moro", disse o presidente do Sindicato dos Advogados, Aldimar de Assis.

Para ele, o magistrado cometeu "ato ilegal" ao divulgar conversas grampeadas não apenas entre Lula e a presidente Dilma Rousseff, mas também envolvendo advogados.

— Ao levantar o sigilo das interceptações telefônicas, o juiz tornou públicos até mesmo diálogos de advogados com seus clientes e invadiu a vida privada das pessoas. Há fatos ali que nada têm a ver com o processo. Não podemos aceitar isso.

No mais duro discurso contra o processo de impeachment, Dilma afirmou, na terça-feira, que magistrados não podem se transformar em "militantes partidários".

Mesmo sem citar o nome de Moro, a presidente não deixou dúvidas sobre a quem se dirigia.

"A democracia é afrontada e ameaçada quando um encarregado de executar a Justiça opta por descumprir as leis e a Constituição", afirmou ela, no Palácio do Planalto, durante encontro com juristas.

— Um executor da Justiça não pode assumir como meta condenar adversários, ao invés de fazer justiça.

Mulher de Cunha entregou passaporte à Justiça, diz defesa

Posted: 23 Mar 2016 02:57 PM PDT

Cláudia Cruz Dida Sampaio/05.11.2015/Estadão Conteúdo

A defesa da mulher do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que Claudia Cruz tomou uma série de medidas para "demonstrar o seu comprometimento com a investigação" que está sob a responsabilidade do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba.

Entre as medidas, ela teria colocado à disposição da Justiça o seu passaporte e informado que a conta na Suíça, além de estar bloqueada, já foi declarada ao Banco Central.

PF grampeia conversa entre Lula e Dilma

Na nota, o advogado Pierpaolo Bottini diz ainda que a Claudia "acredita na seriedade das autoridades públicas, dedicadas a apurar os fatos com a imparcialidade que sempre pautou a Justiça".

A manifestação acontece depois dos advogados da mulher e da filha de Cunha, Danielle Dytz, terem entrado com um pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) para suspender as investigações contra elas que estão nas mãos de Moro.

Mulher e filha de Cunha recorrem ao STF para não serem julgadas por Moro

Lava Jato chega ao futebol: vice do Corinthians, Itaquerão e bar do Inter na mira da Justiça

As defesas alegam que as apurações que envolvem as duas devem ser paralisadas na primeira instância enquanto o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, não julgar o recurso impetrado pela defesa para reverter essa decisão. O habeas corpus ficou sob a relatoria do ministro Celso de Mello.

No último dia 15, Teori decidiu enviar os processos das duas para a primeira instância. A determinação atendeu a uma manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sob a justificativa de que elas não têm foro privilegiado para serem investigadas pelo Supremo.

"Passivo", "Nervosinho", "Viagra" e "Manquinho". Veja quem é quem na planilha da Odebrecht

Encontro em Lisboa entre Mendes, Temer e apoiadores do impeachment “assusta políticos portugueses"

Posted: 23 Mar 2016 02:42 PM PDT

Evento é organizado pelo IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), que tem o ministro Gilmar Mendes como sócio Carlos Humberto/05.11.2015/SCO/STF

No dia 29 de março, quando o PMDB deve formalizar seu desembarque do governo Dilma Rousseff em meio ao processo de impeachment, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) estará reunido, em Portugal, com alguns dos principais defensores do impedimento de Dilma. O encontro vai acontecer durante um seminário promovido pelo IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), que tem o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes como sócio-fundador. Integrantes do governo têm tratado o encontro como um prenúncio do arranjo político para derrubar a presidente. Já em Portugal, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, cotado para encerrar o evento, deve cancelar sua participação.

O IDP realiza entre os dias 29 e 31 de março, em parceria com a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, o "IV Seminário Luso-Brasileiro de Direito". O tema é: "Constituição e Crise – A Constituição no contexto das crises política e econômica".

Segundo o site do IDP, estão confirmadas as presenças de Temer, dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serra (PSDB-SP), do presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz, do também ministro do STF Dias Toffoli, além do próprio Gilmar Mendes.

Lideranças petistas e governistas avaliam, segundo a Agência Estado, que o evento é um pretexto encontrado por Mendes para reunir alguns dos principais líderes do movimento pró-impeachment em um momento de extrema fragilidade de Dilma. Os únicos governistas convidados são o senador Jorge Viana (PT-AC) e o ex-advogado-geral da União Luiz Inácio Adams.

De acordo com o jornal português Público, em reportagem publicada em seu site nesta quarta-feira (23), juristas e políticos portugueses estão "assustados" com o encontro em Lisboa.

O constitucionalista Jorge de Miranda, presidente do Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Universidade de Lisboa, afirmou ao jornal que "pode haver algum aproveitamento" do seminário para objetivos políticos.
Já o vice-presidente do instituto português, Carlos Blanco de Morais, rejeitou a ideia. "Não é verdade que isto seja algo de conspirativo", afirmou.

Em meio à polêmica, alguns nomes de peso do governo português que haviam confirmado participação no seminário estão desistindo de participar alegando problemas de agenda.

O presidente português Marcelo Rebelo de Sousa, que encerraria o evento, está "quase certo" de que não participará.

"O Presidente não sabe ainda se poderá participar. Mas será de certeza muito difícil…", informou uma fonte da Presidência ao Público.

O ex-primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho, anunciado como orador do seminário, também não irá comparecer, diz o jornal, por "razões de agenda".

Símbolos

Entre os patrocinadores do evento estão a Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), entidade que tem dado apoio às manifestações pela saída de Dilma, a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o Sistema "S" do Rio de Janeiro e a estatal Itaipu Binacional.

Em uma rede social fechada, uma liderança petista ironizou o fato de uma empresa estatal estar patrocinando o "golpe" contra a presidente.

Integrantes do governo chamam a atenção para a data do encerramento do seminário, 31 de março, dia do golpe militar de 1964.

"Esse enredo do golpe está na boca dos petistas. Não há golpe algum. Trata-se de um encontro institucional entre duas nações amigas", afirmou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), líder da oposição na Câmara.

Um dos temas de discussão do seminário é "Remédios institucionais para bloqueios críticos do sistema político" e terá como palestrantes Dias Tófoli e Cedraz, do TCU.

MPF diz que negociações para delação com a Odebrecht não foram iniciadas

Linha sucessória de Dilma tem três citados na Lava Jato

MPF diz que negociações para delação com a Odebrecht não foram iniciadas

Posted: 23 Mar 2016 02:21 PM PDT

MPF disse que a vontade da companhia de celebrar acordos de delação e leniência não tem consequência jurídica J.F.Diorio/Estadão Conteúdo

O MPF (Ministério Público Federal) afirmou em nota nesta quarta-feira (23) que "não existe sequer negociação iniciada" para um eventual acordo de delação premiada com executivos da Odebrecht e de leniência com a empreiteira.

A empresa disse nesta terça-feira (22), que havia decidido fazer uma "colaboração definitiva" com a Operação Lava Jato.

Na nota, o MPF disse também que a simples manifestação da vontade da companhia de celebrar acordos de delação e leniência por meio da imprensa não tem consequência jurídica, fere o sigilo exigido em lei para a realização do acordo e "não tem o condão de descaracterizar a contínua ação do Grupo Odebrecht em obstruir as investigações em andamento".

O que a delação da Odebrecht pode esclarecer?

"Passivo", "Nervosinho", "Viagra" e "Manquinho". Veja quem é quem na planilha da Odebrecht

— O Ministério Público Federal mantém o entendimento de que acordos de leniência e de colaboração premiada somente são possíveis com o completo desvelamento, por parte dos envolvidos, dos fatos criminosos que já são investigados, além da revelação plena de outras ilegalidades que tenham cometido e que ainda não sejam de conhecimento das autoridades, e da reparação mais ampla possível de todas essas ilegalidades.

Na noite de terça-feira a Odebrecht disse em nota que havia decidido "por uma colaboração definitiva com as investigações da operação Lava Jato".

De acordo com o advogado da empreiteira, o acordo incluiria uma "cláusula de abrangência de seus funcionários e executivos que queiram e que tenham com que colaborar com as investigações".

O ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, já foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão em ação penal da Lava Jato por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

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Linha sucessória de Dilma tem três citados na Lava Jato

Posted: 23 Mar 2016 02:15 PM PDT

Pela constituição, depois do vice, presidente da Câmara e do Senado podem assumir presidência AP Reuters AFP

Os três políticos na linha sucessória de um possível cenário de fim prematuro do mandato de Dilma Rousseff estão entre os citados na operação Lava Jato.

Pela lei brasileira, o vice-presidente, o presidente da Câmara dos Deputados e o presidente do Senado, nesta ordem, assumem a Presidência em uma possibilidade, teórica, de "efeito dominó" no principal cargo do país.

"Não vai ser uma mudança política que vai arrefecer o ímpeto dos investigadores da Lava Jato", diz à BBC Brasil Rogério Arantes, professor de Ciências Políticas da USP.

"Mas tudo vai depender dos desdobramentos das investigações. E também de como articulação política vai se dar nesse caso, ou seja, se uma eventual destituição da presidente virá acompanhada de uma blindagem do vice", ressalva ele.

Milton Lahuerta, cientista político da Unesp de Araraquara, acredita que deva haver "uma acomodação das forças políticas" em um eventual governo de Temer.

A BBC Brasil listou as principais acusações que pesam contra as três personalidades políticas da linha sucessória de Dilma: o vice-presidente, Michel Temer, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, todos do PMDB.

Na impossibilidade de esses três assumirem, o quarto na linha de sucessão seria o presidente do Supremo Tribunal Federal, cargo atualmente ocupado pelo ministro Ricardo Lewandowski.

1) Michel Temer

O vice-presidente Michel Temer, que assumiria a Presidência da República em caso de impeachment ou renúncia da presidente Dilma Rousseff, foi citado nos desdobramentos da operação Lava Jato.

Na delação premiada que firmou com o Ministério Público Federal, o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) afirmou que o vice articulou a indicação de Jorge Zelada para o cargo de diretor da área internacional da Petrobras e de João Augusto Henriques para a BR Distribuidora.

Zelada, apontado como o elo do PMDB no esquema, foi condenado a 12 anos de prisão.

Temer disse que não participou das indicações, e o PMDB nega ter participação no caso.

"As indicações foram feitas pela bancada do PMDB de Minas Gerais. O vice-presidente não tinha nenhum contato com essas duas pessoas", afirmou a assessoria de imprensa de Temer na ocasião.

As denúncias feitas na delação de Delcídio ainda precisam ser investigadas.

Em agosto do ano passado, Temer também foi citado pelo lobista Júlio Camargo, um dos principais delatores do esquema e ex-consultor da empresa Toyo Setal.

Camargo afirmou que o lobista Fernando Soares era conhecido por representar o PMDB, o que incluiria Cunha, Calheiros e Temer.

Segundo as investigações, Soares, mais conhecido como Fernando Baiano, teria sido responsável por intermediar o pagamento de propina combinada com Camargo para facilitar um contrato de aquisição de navios-sonda pela Petrobras com a coreana Samsung Heavy Industries Co.

Temer nega conhecer Baiano e Camargo.

Além disso, segundo indícios reunidos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Temer teria recebido R$ 5 milhões do dono da construtora OAS, José Adelmário Pinheiro, conhecido como Leo Pinheiro, um dos empreiteiros condenados pelo escândalo da Petrobras.

A menção ao pagamento está em uma troca de mensagens entre Pinheiro e Eduardo Cunha. Nela, o Cunha se queixa de que o empreiteiro fez o repasse a Temer, mas não a outros líderes peemedebistas.

Temer nega ter se beneficiado de "qualquer recurso de origem ilícita".

2) Eduardo Cunha

Segundo na linha de sucessão, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), assumiria a Presidência interinamente caso Dilma e Temer deixem o poder.

Se isso acontecer até dezembro deste ano, novas eleições diretas teriam de ser convocadas em 90 dias, como manda a Constituição - ou seja, um novo presidente seria escolhido pela população.

Passado esse prazo, o pleito seria indireto e teria de ser realizado em 30 dias. Nesse caso, o Congresso escolheria um novo mandatário para o país.

Mas a possibilidade de Cunha assumir a Presidência é remota, ressaltam analistas.

"Processos de cassação costumam demorar muito tempo no TSE (onde a chapa Dilma-Temer é questionada pela oposição). Além disso, Cunha já não mais será presidente da Câmara no ano que vem (o mandato dele termina em fevereiro)", pondera o cientista político Ricardo Ismael, da PUC-Rio, à BBC Brasil.

"E não podemos descartar que ele pode vir a ser cassado", completa.

Cunha é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro pelo suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.

De acordo com as investigações, ele teria recebido propinas para viabilizar obras na estatal e mantido contas não declaradas no exterior.

No início deste mês, Cunha se tornou réu no STF. Foi a primeira ação aberta pela corte na operação Lava Jato. Como deputado, Cunha tem foro privilegiado e só pode ser julgado pelo Supremo.

A decisão aumenta o potencial de ele ser afastado do comando da Câmara e até perder o mandato, ainda que ele conte com grande apoio entre os deputados.

A acusação principal é de que Cunha teria recebido US$ 5 milhões em propina de contratos de navios-sonda da Petrobras.

A propina teria sido contrapartida por dois contratos, no valor de US$ 1 bilhão, entre a Petrobras e as empresas Samsung Heavy Industries e a japonesa Mitsui. Ao todo, segundo a PGR, foram acertados US$ 40 milhões a políticos e funcionários da estatal. O dinheiro teria abastecido contas secretas de Cunha no exterior.

Na Câmara, o peemedebista enfrenta uma representação apresentada pelo PSOL e pela Rede por quebra de decoro parlamentar.

Os partidos acusam Cunha de ter mentido à CPI da Petrobras quando, em março do ano passado, afirmou não ter contas no exterior. Documentos do Ministério Público da Suíça apontaram, no entanto, a existência de contas ligadas a ele naquele país.

Cunha nega todas as acusações e diz que não era titular de contas, mas era apenas beneficiário de um trust (estrutura criada para administrar recursos) no exterior.

3) Renan Calheiros

Terceiro na linha sucessória de Dilma, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também está citado nas investigações da Lava Jato.

Há duas semanas, a Procuradoria-Geral da República pediu ao STF a abertura do sétimo inquérito para investigar Calheiros.

A Procuradoria quer saber se o senador cometeu crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em razão de suspeitas apontadas pelo delator Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará.

Para o órgão, há suspeita de repasse, "de forma oculta e disfarçada, de vantagem pecuniária indevida ao parlamentar".

Na delação, Ceará afirmou que outro doleiro, Alberto Youssef, teria prometido dar R$ 2 milhões a Calheiros para evitar a instalação de "uma CPI da Petrobras".

Entre janeiro e fevereiro de 2014, acrescentou o delator, Youssef disse a ele para pegar R$ 1 milhão em Recife (PE) e levar para Calheiros em Maceió. O dinheiro seria parte de dívida da construtora Camargo Corrêa com Youssef.

Youssef negou que tenha dito que o dinheiro era para o senador. Em nota, Calheiros negou conhecer o doleiro ou Ceará.

O senador também é alvo de outros seis inquéritos na Lava Jato e de uma denúncia envolvendo uma ex-amante.

Ele é suspeito de peculato (desvio de dinheiro público), uso de documento falso e falsidade ideológica por supostamente ter apresentado notas fiscais falsas para comprovar ter renda suficiente para pagar as despesas de uma filha que teve fora do casamento. As suspeitas são de que esses valores teriam sido pagos, na verdade, por uma empreiteira.

A denúncia, que foi liberada para julgamento pelo ministro do STF Luiz Edson Fachin, ainda aguarda para ser colocada na pauta do plenário pelo presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski. Se for aceita, Calheiros viraria réu. O pedido corre sob segredo de Justiça, e o senador diz já ter dado todas as explicações sobre o caso.

Mercedes-Benz inaugura fábrica de Iracemápolis e começa a produzir o sedã de luxo Classe C

Posted: 23 Mar 2016 01:50 PM PDT

Sedã Classe C será o primeiro modelo a ganhar nacionalização Diogo de Oliveira/R7
Geraldo Alckmin foi a Iracemápolis acompanhar a solenidade Diogo de Oliveira/R7
Fábrica inicialmente só montará kits trazidos da Europa (CKD) Diogo de Oliveira/R7

A Mercedes-Benz inaugurou nesta quarta-feira (23) sua nova fábrica de automóveis em Iracemápolis, município vizinho a Campinas, no interior paulista. A unidade começou a operar após apenas 19 meses do início das obras — a pedra fundamental foi lançada em fevereiro de 2015. As máquinas foram simbolicamente acionadas por executivos da montadora e autoridades, dentre eles o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que fez discurso neutro, sem comentar os últimos acontecimentos políticos — como a nova fase da operação Lava-Jato e o processo de Impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff.

Na sequência, dezenas de colaboradores subiram ao palco acompanhados da primeira unidade do sedã de luxo Classe C produzida na linha de montagem. A fábrica de Iracemápolis recebeu mais de R$ 600 milhões em investimentos e estreia gerando cerca de 500 novos postos de trabalho, com capacidade instalada para entregar até 20 mil modelos por ano. O primeiro a ser nacionalizado é o Classe C, e, a partir de agosto, entra em linha o SUV compacto GLA. Segundo Markus Schäfer, membro da alta cúpula da montadora, a missão é produzir carros com o mesmo padrão de qualidade dos europeus, porém configurados para o público brasileiro.

— Vamos enfatizar três pilares: conectar nossas fábricas ao redor do mundo, produzir carros modernos e enfrentar este difícil momento econômico no mundo de forma conjunta. Para tanto, teremos um time altamente capacitado e capaz de driblar as adversidades, entregando veículos de elevado nível de qualidade e sofisticação. Assim será nossa forma de celebrar os 60 anos da Mercedes-Benz no Brasil. Essa unidade conta com as mais modernas inovações e tecnologias de montagem da atualidade. Nós entregaremos excelentes carros sob medida para o consumidor. São feitos no Brasil para os brasileiros.

Por enquanto, só CKD

Durante a visita às instalações, vimos uma linha de montagem ainda em processo de implementação. Na prática, a unidade de Iracemápolis funcionará neste início apenas em esquema de CKD (Completely Knock-Down), que consiste na montagem das peças, que chegam da Europa pré-montadas e separadas em kits. As partes já vêm inclusive pintadas, e não há robôs de soldagem da carroceria. No entanto, apesar de operar com certa simplicidade, a montadora investiu em outros aspectos. A unidade produz, por exemplo, 50% da energia elétrica que consome por meio de processos considerados ecológicos.

A fábrica de Iracemápolis é a terceira da Mercedes-Benz no Brasil, porém a única a produzir automóveis — as outras duas unidades, São Bernardo do Campo (SP) e Juiz de Fora (MG), produzem caminhões, vans e ônibus. Sua estreia ocorre no ano em que a montadora alemã completa 60 anos de atividades no País. O primeiro veículo nacional da marca foi montado em 1956. A princípio, apenas o Classe C e o GLA serão nacionalizados. A razão é simples: os dois respondem por 50% das vendas da marca. O sedã é o best-seller, enquanto o SUV se tornou estratégico diante do sucesso do segmento, que tem "ignorado" a forte crise.

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Menções ao PSDB na lista da Odebrecht foram doações legais de campanha, diz Aécio

Posted: 23 Mar 2016 01:14 PM PDT

Aécio Neves disse que é preciso "diferenciar o joio do trigo" Dida Sampaio/15.03.2016/Estadão Conteúdo

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta quarta-feira (23) que todos os pagamentos a integrantes de seu partido feitos pela construtora Odebrecht foram doações legais de campanha. Nomes como o de próprio Aécio e do senador José Serra (SP) aparecem em relação apreendida pela Operação Lava Jato na residência do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Júnior, no Rio de Janeiro.

Em rápida declaração sobre o assunto, Aécio afirmou que é preciso "diferenciar o joio do trigo", mas não mencionou nomes de partidos ou de outros parlamentares também citados na relação.

A devassa da Polícia Federal na residência de um dos executivos-chave do esquema de propinas na empreiteira rendeu um total de sete arquivos onde aparecem inúmeras planilhas e tabelas, algumas separadas por Estados e regiões do Brasil e outras por partidos, com nomes dos principais políticos do País.

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"Passivo", "Nervosinho", "Viagra" e "Manquinho". Veja quem é quem na planilha da Odebrecht

Também há inúmeras anotações manuscritas fazendo referência a repasses para políticos e partidos, acertos com outras empresas referentes a obras e até documentos sobre "campeonatos esportivos", que lembram documentos semelhantes já encontrados na Lava Jato e revelaram a atuação de cartel das empreiteiras em obras na Petrobras.

Repatriação

Aécio avaliou também que há "possibilidade real" de os vetos da presidente Dilma Rousseff à lei da repatriação serem derrubados pelo Congresso Nacional, na sessão marcada para a próxima terça-feira (29).

A lei foi aprovada pelo Congresso no ano passado e sancionada por Dilma em janeiro. O texto permite o retorno de dinheiro não declarado pelos contribuintes brasileiros ao exterior. 

Por solicitação do Ministério do Planejamento, a presidente vetou três itens: o parcelamento do imposto em até 12 vezes, a possibilidade de "laranjas" serem beneficiados no programa de repatriação e a autorização para que joias, pedras preciosas e obras de arte também sejam repatriadas.

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PF marca depoimento de ex-amante de FHC para investigar repasses de dinheiro

Posted: 23 Mar 2016 01:07 PM PDT

Mirian Dutra e FHC se relacionaram do fim dos anos 1980 ao começo dos anos 1990 e tiveram um filho Flickr do senador Aécio Neves e reprodução Youtube

A Polícia Federal marcou para o dia 7 de abril o depoimento da jornalista Mirian Dutra, que teve um relacionamento extraconjugal com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nas décadas de 1980 e 1990. Ambos tiveram um filho. Mirian acusa o ex-presidente de usar uma empresa com contratos com o governo federal para enviar dinheiro para ela.

Mirian mora em Madri, na Espanha, mas o depoimento vai acontecer em São Paulo.

O inquérito da PF foi aberto no final de fevereiro e tem como base uma entrevista de Mirian ao jornal Folha de S.Paulo, publicada no dia 18 de fevereiro.

Ela afirma que a empresa Brasif S.A. Exportação e Importação foi o canal usado por FHC para enviar dinheiro ao exterior, por meio da assinatura de um contrato fictício de trabalho, assinado em dezembro de 2002 — quando FHC era presidente do Brasil — e com validade até dezembro de 2006.

Mirian afirma que Tomás é fruto de seu relacionamento com FHC nos anos 1990. Exames de DNA, porém, não confirmaram a paternidade do ex-presidente.

A empresa apontada por Mirian como favorecedora do esquema do tucano é a Brasif S.A. Exportação e Importação. Mirian chegou a mostrar um documnto que mostra a contratação dela pela empresa.

Segundo Mirian, ela tinha um contrato de US$ 3.000 (R$ 12 mil) com a empresa, mas não prestava qualquer tipo de serviço. O acordo foi costurado por FHC para complementar a renda dela e do filho. Á época, Mirian era jornalista contratada da Rede Globo, mas teve os vencimentos reduzidos.

No mesmo dia em que a reportagem da Folha foi publicada, FHC admitiu a existência de um contrato "há mais de 13 anos" com a Brasif S.A., mas disse não ter condições de se manifestar sobre os detalhes da relação entre Mirian e a empresa.

— Desconheço detalhes da vida profissional de Mirian Dutra. Com referência à empresa citada no noticiário de hoje (ontem), trata-se de um contrato feito há mais de 13 anos, sobre o qual não tenho condições de me manifestar enquanto a referida empresa não fizer os esclarecimentos que considerar necessários.

FHC afirmou ainda que os recursos destinados à jornalista "provieram de rendas legítimas" do seu trabalho.

— Depositadas em contas legais e declaradas ao IR, mantidas no Banco do Brasil em NY/ Miami ou no Novo Banco, Madri, quando não em bancos no Brasil.

A Brasif nega que tenha feito a contratação a pedido de FHC. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo publicada no último sábado (19), o ex-presidente afirmou que nunca remeteu divisa por meio da Brasif e que considera "bom" o andamento do inquérito.

— Eu acho bom [a investigação], para acabar com as suspeitas que foram lançadas por uma única pessoa, sem nenhum documento, nem nada.

Mulher e filha de Cunha recorrem ao STF para não serem julgadas por Moro

Posted: 23 Mar 2016 12:57 PM PDT

Cláudia (foto) e Danielle são investigadas com o Cunha no Supremo Dida Sampaio/05.11.2015/Estadão Conteúdo

Os advogados da mulher e da filha do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recorreram ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que elas não sejam julgadas pelo juiz federal Sérgio Moro, da Justiça Federal em Curitiba.

Segundo a defesa, apesar de não terem foro por prerrogativa de função no STF, Cláudia Cruz e Danielle Cunha, mulher e filha de Cunha, devem responder às acusações na Corte, devido à ligação dos fatos.

No último dia 15, o ministro Teori Zavascki atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e desmembrou a investigação, deixando somente a parte do inquérito referente ao presidente da Câmara no Supremo.

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Conta de mulher de Cunha na Suíça pagou academia de tênis e cursos no exterior

De acordo com a denúncia apresentada neste mês contra o presidente da Câmara, Cláudia e Danielle, que também são investigadas com Cunha no Supremo, foram beneficiadas pelos recursos que estavam depositados em contas na Suíça atribuídas a Cunha. Com a decisão, somente Cunha reponderá às acusações no STF.

Pela denúncia, US$ 165 mil foram encontrados em uma conta na Suíça atribuída à mulher de Cunha. De acordo com as investigações, parte do valor foi usada para pagar despesas do cartão de crédito de Danielle Cunha.

O pedido será julgado pelo ministro Celso de Mello.

Suíça bloqueia conta que teria Cunha como beneficiário

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PF aponta R$ 21,5 milhões da Odebrecht a marqueteiro após reeleição de Dilma

Posted: 23 Mar 2016 12:40 PM PDT

João Santana e a mulher estão presos em Curitiba desde fevereiro jeso.carneiro/Flickr

A PF (Polícia Federal) apontou no relatório de indiciamento do marqueteiro do PT João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, que o casal recebeu pelo menos R$ 21,5 milhões entre outubro de 2014 e maio de 2015 — período pós reeleição da presidente Dilma Rousseff - do "departamento de propina" da Odebrecht.

No documento encaminhado na noite desta terça-feira (22) ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato em Curitiba, a PF listou todos os repasses lançados na planilha controlada pela ex-secretária da Odebrecht Maria Lucia Tavares, que fez acordo de delação premiada, em nome do codinome "Feira". O termo era usado, segundo ela confessou, para identificar João Santana e a mulher, que são da região de Feira de Santana, na Bahia.

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"Passivo", "Nervosinho", "Viagra" e "Manquinho". Veja quem é quem na planilha da Odebrecht

João Santana e a mulher estão presos em Curitiba desde 23 de fevereiro, desde que foram alvo da 23ª fase da Lava Jato — batizada de Operação Acarajé. Para o delegado Márcio Anselmo, que apresentou relatório de indiciamento do casal, a "inserção de codinomes é claro indicativo de que trata-se de operação à margem da contabilidade da empresa, buscando 'mascarar' pagamentos não contabilizados de forma oficial". Há ainda o registro de senhas que eram usadas pelos entregadores do dinheiro.

Santana foi o marqueteiro da campanha de reeleição de Dilma Rousseff, em 2014, da campanha de 2010 e da campanha de reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.

Em depoimento à PF, Mônica Moura — que assumiu cuidar da parte financeira dos negócios — afirmou que os pagamentos da Odebrecht recebidos em conta secreta na Suíça, entre 2012 e 2013, num total de US$ 3 milhões foram por serviços prestados fora do Brasil.

Lava Jato chega ao futebol: vice do Corinthians, Itaquerão e bar do Inter na mira da Justiça

O casal foi indiciado pela PF por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa, acusada de desvios na Petrobras. O Ministério Público Federal denunciará formalmente Santana e a mulher ao juiz Sérgio Moro na próxima semana.

Defesa

A defesa do marqueteiro do PT diz que João Santana é inocente. O advogado Fábio Tofic sustenta que os recebimentos da Odebrecht alvo do inquérito foram por serviços fora do Brasil. Mônica Moura trocou seu advogado no mês passado e tenta um acordo de delação premiada com a Lava Jato.

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Filha de José Dirceu é contratada para trabalhar na Arena Corinthians

Posted: 23 Mar 2016 12:09 PM PDT

Joana Saragoça atua na área financeira da Arena Corinthians Reprodução/Facebook

A filha do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, Joana Saragoça foi contratada para trabalhar na área financeira da Arena Corinthians. de acordo com informação publicada pela coluna Painel FC, assinada por Marciel Rizzo.  

Segundo a colina do jornal Folha de S.Paulo, Joana foi indicada para o cargo pelo ex-presidente do Corinthians e atual deputado federal, Andrés Sanches (PT-SP). A publicação afirma ter entrado em contato com profissionais próximos à filha de Dirceu que dizem que ela tem desempenhado bem suas funções e ganhado confiança no setor.

Preso preventivamente desde agosto do ano passado na Operação Lava Jato, Dirceu também foi condenado no processo do mensalão.

Em 2014, o governo do DF, comandado pelo PT, providenciou um carro oficial para que Joana pudesse visitar o pai na cadeia sem ter que ficar na fila formada pelos familiares dos demais detentos.

Com a carona, Joana não enfrentou a longa fila de familiares de presos, de carro ou a pé, que começa a ser formada no final da tarde do dia anterior na entrada do presídio. Ela chegou ao local e passou direto pela entrada de funcionários. A Justiça investiga se Dirceu é beneficiário de regalias na prisão.

Nesta segunda-feira (22), a Lava Jato chegou ao futebol e prendeu o vice-presidente do Corinthians, André Luiz de Oliveira, conhecido como André Negão. Ele foi preso em flagrante por porte ilegal de armas.

Itaquerão vira alvo da Justiça por pagar propina na Lava Jato

O nome de André Negão apareceu na planilha de contabilidade secreta de propinas da Odebrecht, sob o codinome 'Timão' ao lado da palavra 'Alface'. A planilha foi apreendida na casa da secretária dos altos executivos da empreiteira, Maria Lucia Tavares. A empreiteira é responsável pelas obras do Itaquerão, estádio do Corinthians, que sediou a abertura da Copa do Mundo 2014.

Na planilha, André Luiz de Oliveira está ligado a 'uma anotação de um possível pagamento' no endereço Rua Emilio Mallet, em São Paulo, 'a ser liquidado na data de 23 de outubro de 2014, no valor de R$ 500 mil, com a anotação do telefone'.

"Em consulta a banco de dados restrito, obtém-se a informação de que André Luiz de Oliveira reside no mesmo endereço da entrega, tratando-se muito provavelmente, portanto, do ANDRÉ mencionado na planilha", aponta relatório da Polícia Federal. "André Luiz de Oliveira é dirigente do Corinthians, o que justificaria, portanto, a utilização do codinome 'Timão'."

O documento da PF destaca ainda Antonio Roberto Gavioli, diretor de Contrato na Odebrecht Infraestrutura, vinculado à obra da Arena do Corinthians. "Segundo a planilha, ele era o contato para o pagamento ao codinome "TIMÃO", em evidente alusão à obra do Corinthians. Foi requisitado o pagamento de R$ 500 mil", sustenta a PF.

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Moro põe sob sigilo superplanilha da Odebrecht

Posted: 23 Mar 2016 11:46 AM PDT

O juiz federal Sérgio Moro decretou nesta quarta-feira (23) sigilo sobre a superplanilha da Odebrecht que cita dezenas de políticos e partidos como supostos destinatários de valores da empreiteira.

O magistrado pediu ao Ministério Público Federal que se manifeste sobre 'eventual remessa' da documentação ao STF (Supremo Tribunal Federal).

A superplanilha foi apreendida em fevereiro na Operação Acarajé, desdobramento da Lava Jato, na residência do empresário Benedicto Barbosa da Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura.

O documento aponta uma longa sucessão de transferências para deputados, senadores, prefeitos, governadores e agremiações políticas.

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"Passivo", "Nervosinho", "Viagra" e "Manquinho". Veja quem é quem na planilha da Odebrecht

Inicialmente, a Acarajé estava sob sigilo. Depois que a operação foi deflagrada, em fevereiro, o magistrado afastou o sigilo dos autos, como tem feito desde o início da Lava Jato.

Nesta quarta-feira, ao constatar que a lista contém 'registros de pagamentos a agentes políticos', Moro restabeleceu o sigilo nos autos.

"Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos", argumentou o juiz.

"De todo modo, considerando o ocorrido, restabeleço sigilo neste feito e determino a intimação do Ministério Público Federal para se manifestar, com urgência, quanto à eventual remessa ao Egrégio Supremo Tribunal Federal para continuidade da apuração em relação às autoridades com foro privilegiado".

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'Barracas pró-impeachment' viram ponto turístico na avenida Paulista

Posted: 23 Mar 2016 10:48 AM PDT

Simpatizantes do protesto param para fotografar barracas na Fiesp Caroline Apple/ R7

Um motorista diminui a velocidade enquanto passa em frente ao prédio da Fiesp, que ironicamente está localizado no número 1.313 da avenida Paulista. Então, ele decide pegar o celular e fotografar as cerca de 45 barracas espalhadas pela calçada que fazem parte de um protesto pró-impeachment que começou na última quarta-feira (16).

Quem observa a movimentação no acampamento Resistência Paulista nota que a cena é comum. Motoristas e pedestres param a todo o momento para tirarem fotos e fazerem selfies com o cenário que inclui frases de apoio ao juiz Sérgio Moro, um boneco do Lula, muito verde e amarelo e cartazes com frases de efeito.

O produtor de eventos Junior de França, de 28 anos, ganhou status de organizador, por ser um dos primeiros a chegar no acampamento. França conta que a ideia era chamar a atenção para a causa, mas confessa que as pessoas pararem para fotografar foi uma surpresa.

— Quando montamos as barracas, o objetivo era mesmo chamar a atenção, mas não esperávamos que conseguiríamos virar atração turística. Tem gente que quer tirar foto com a gente, além dos 'gringos', que param para fotografar também.

Ato

O grupo está acampado na frente da Fiesp desde a última quarta-feira (16) para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Na sexta-feira (19) aconteceu um ato pró-democracia que reuniu milhares de manifestantes que se dividiam entre apoiadores do governo e pessoas apartidárias. Para que a manifestação acontecesse sem intercorrência, os acampados foram retirados pela Polícia Militar com jatos de água e bomba de efeito moral.

Lava Jato acha 'superplanilha' da Odebrecht com valores para vários políticos

Posted: 23 Mar 2016 10:37 AM PDT

A Lava Jato encontrou na residência do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Junior, no Rio de Janeiro, a maior relação de políticos e partidos associada a pagamentos de uma empreiteira até agora. Apesar de já estar publicada na internet, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato, decretou o sigilo da planilha nesta quarta-feira (23).

A lista, porém, não permite depreender se consistem em doações legais de campanha eleitoral ou caixa 2 (veja abaixo todas de planilhas).

As buscas fazem parte da 23ª fase da Lava Jato, a Acarajé, que teve como alvo o casal de marqueteiros João Santana e Monica Moura que atuaram nas campanhas de Lula (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014) e também o executivo da Odebrecht, apontado pelos investigadores como o canal de Marcelo Odebrecht para tratar de doações eleitorais e repasses ilícitos a políticos.

A devassa da Polícia Federal na residência de um dos executivos-chave do esquema de propinas na empreiteira rendeu um total de sete arquivos onde aparecem inúmeras planilhas e tabelas, algumas separadas por Estados e regiões do Brasil e outras por partidos, com nomes dos principais políticos do País.

Exemplo de planilha apreendida pela força-tarefa da Lava Jato com executivo da Odebrecht Reprodução

Também há inúmeras anotações manuscritas fazendo referência a repasses para políticos e partidos, acertos com outras empresas referentes a obras e até documentos sobre "campeonatos esportivos", que lembram documentos semelhantes já encontrados na Lava Jato e revelaram a atuação de cartel das empreiteiras em obras na Petrobras.

Em meio aos avanços da Lava Jato, os executivos da empreiteira anunciaram nesta terça-feira (22) que vão fazer uma "colaboração definitiva" com as investigações. Nos documentos, contudo, não há nenhum indicativo que os pagamentos sejam irregulares ou fruto de caixa 2 e tampouco a Polícia Federal teve tempo para analisar a vasta documentação.

Era na Odebrecht Infraestrutura que funcionava o setor de "Operações Estruturadas", que as investigações revelaram ser o departamento da propina na empresa, no qual funcionários utilizavam um moderno software de gerenciamento de contratos e pagamentos para fazer a "contabilidade paralela" da empresa, que incluía entregas no Brasil e também transferências em contas no exterior.

Diferente das planilhas encontradas naquele setor, contudo, os documentos que estavam na residência de Benedicto não possuem codinomes para se referir a políticos.

Veja aqui todas as planilhas da Odebrecht:

Planilha 1

Planilha 2

Planilha 3

Planilha 4

Planilha 5

Planilha 6

Planilha 7

 

Planilhas não permitem concluir se doações foram legais para campanhas políticas ou se fazem parte de caixa 2 Reprodução
Investigações revelaram que o setor de "Operações Estruturadas" era o departamento de propina da Odebrecht Reprodução

 

Defesa dos políticos

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), afirmou que todas as doações recebidas por ele em período eleitoral foram legais. Em nota, ele diz que "todas as doações às suas campanhas eleitorais — sejam aquelas feitas diretamente a ele ou via diretórios municipal, estadual e nacional do partido — ocorreram de forma oficial e legal e foram declaradas à Justiça Eleitoral".

Em uma curta nota divulgada à tarde, o vice-líder da oposição na Câmara, deputado Raul Jungmann (PPS-PR), confirmou ter recebido R$ 100 mil de empresas da empreiteira Odebrecht.

"Este valor foi apresentado na prestação de contas ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), devidamente aprovada sem restrições", declara o deputado.

O candidato a vereador do Recife em 2012, Jarbas Filho (PMDB), filho do deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), disse também em nota que todas as doações que recebeu em sua campanha foram declaradas e aprovadas: "Todas as doações de campanha que recebi em 2012, quando tentei uma vaga para a Câmara de Vereadores do Recife, foram declaradas e aprovadas. Dentro dessa prestação, existem doações de empresas privadas, pessoas físicas e dos diretórios estadual e nacional do PMDB, meu partido. Tudo formalizado, seguindo as orientações legais e disponibilizado no site do Tribunal Superior Eleitoral".

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta quarta-feira (23) que todos os pagamentos a integrantes de seu partido feitos pela construtora Odebrecht foram doações legais de campanha. Nomes como o de próprio Aécio e do senador José Serra (SP).

A deputada estadual Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), usou seu perfil no facebook para se defender. Ela se disse "surpresa" com sua inclusão na lista, já que não recebeu doações da Odebrecht em 2012. "Tive uma campanha dura, resultando em mais de 600 mil reais de dívidas na conta nominal de minha candidatura e mais de 150 mil reais em dívidas no comitê financeiro de meu partido. Sou a maior interessada em conhecer esse material divulgado pela imprensa. Para isso, irei requerer judicialmente acesso à documentação para ter acesso às informações; recebi em todas as minhas campanhas contribuições de empresas, essa era a lei brasileira nas eleições de 2004, 2006, 2008, 2010, 2012 e 2014. Todas as doações que recebi foram lícitas, todas as prestações de contas foram aprovadas. Entretanto, NÃO RECEBI DOAÇÃO DE NENHUMA EMPRESA DO GRUPO ODEBRECHT PARA A CANDIDATURA de 2012. Especulo - a partir da impressão que fiz das listas disponibilizadas para a imprensa - que a Odebrecht - munida das pesquisas de opinião - fez projeções de contribuições à minha candidatura a partir de meu favoritismo pré-eleitoral. Com a queda vertiginosa que tive nas pesquisas (fui derrotada no primeiro turno das eleições), tais doações não aconteceram. (...) Parece evidente que, se tivesse recebido os valores que constam na lista, o resultado de minha prestação de contas não seria tão negativo. Sobre o apelido dado na tal planilha, talvez evidencie que os autores dos documentos apreendidos sequer tenham me visto num processo eleitoral duro e estressante quanto o de 2012, ao qual muitas vezes me referi como o pior de minha vida".

O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), afirmou que não recebeu doações "para minha campanha eleitoral da Odebrecht ou de suas subsidiárias". Leia a noita: "Na campanha eleitoral de 2012, quando fui candidato à reeleição, declarei todos os gastos e todas as arrecadações ao TRE conforme manda a legislação. No site do TSE é possível ver a lista de todos os doadores da minha campanha. Essa prestação de contas já foi devidamente aprovada. Afirmo com convicção que, nem na campanha eleitoral de 2012, e em nenhuma outra campanha que participei, recebi qualquer doação da empresa Odebrecht ou de suas subsidiárias. Na eleição de 2012, minha campanha recebeu a doação de R$ 3.562.500,00 do Diretório Nacional do PT, R$ 290.000,00 do Diretório Regional do PT e o restante conforme listado na prestação de contas do TSE. O Município de Goiânia, sob a minha administração, nunca teve nenhum serviço contratado junto a essa empresa. Reafirmo mais uma vez que todas as despesas de minha campanha foram as declaradas ao TRE. Não pratiquei na campanha de 2012 e em nenhuma outra quaisquer atos ilícitos".

O deputado Arthur Maia (PPS-BA) afirmou que recebu doações da Odebrecht que foram documentadas e realizadas conforme a legislação: "Em 2010, recebi da empresa uma doação de R$ 40 mil, depositados em conta corrente de campanha, aberta com CNPJ específico para minha candidatura a Deputado Federal, conforme, inclusive, consta no documento divulgado hoje.As minhas contas de campanha foram aprovadas pelo TRE/BA. Em 2012, os valores foram depositados pela Odebrecht na conta corrente do PMDB Nacional e repassados, pelo Partido, a campanhas eleitorais por mim indicadas no Estado da Bahia. Tudo documentado e realizado conforme a legislação".

O atual secretário estadual de Desenvolvimento Urbano do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que foi candidato à Prefeitura de Curitiba, usou sua página no Facebook para se manifestar: "Quero ressaltar que estou de acordo e apoio, incondicionalmente, as investigações da Polícia Federal, Ministério Público Federal e da Justiça. Além disso, sou a favor que sejam julgados e punidos todos os partidos e candidatos que, eventualmente, tenham recebido doações ilegais".

O deputado federal Celso Russomanno (PRB-SP), que está em viagem oficial no Japão, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que pretende se lançar novamente candidato à Prefeitura de São Paulo. Ele declarou que todas as doações recebidas foram legais e declaradas à Justiça Eleitoral.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse desconhecer o motivo pelo qual foi lhe atribuído o apelido de "Atleta": "Não vi. Olha, mais uma vez, nunca cometi impropriedade. Essas citações, do ponto de vista da prova, não significa nada, absolutamente nada. Sempre me coloquei à disposição, sempre tomei iniciativa para pedir qualquer investigação que cobram. Acho que a diferença é exatamente essa, é você ter as respostas".

O senador Romero Jucá (PMDB-RJ) também rechaçou, por meio da assessoria de imprensa, ter recebido cerca de R$ 150 mil, segundo consta de anotação à mão de planilha. O documento apreendido cita Jucá com o apelido de "cacique": "A assessoria de imprensa do senador Romero Jucá informa que o TSE aprovou, sem ressalvas, todas as doações de campanhas do parlamentar".

O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse, por meio da assessoria de imprensa, que a citação na planilha parece fazer menção às eleições municipais de 2012, quando o parlamentar disputou a prefeitura de Recife (PE). O documento menciona um repasse de R$ 300 mil ao petista, apelidado de "Drácula": "Como consta da prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral, não houve qualquer doação da Odebrecht à campanha de Humberto daquele ano. O que pode ter ocorrido — se efetivamente houve a doação — é que ela tenha sido feita diretamente ao PT Nacional, que repassou cerca de R$ 1,7 milhão para contribuir com a campanha do senador em 2012, conforme registrado na mesma prestação de contas".

A senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) também rechaçou qualquer repasse irregular. O nome da senadora aparece acompanhado do seu marido, o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo, constando o valor de R$ 1,5 milhão em repasses: "Esses recursos devem ser referentes a doações para as campanhas eleitorais municipais de 2012, que foram repassados pelo Diretório Nacional do PT ao Diretório Estadual e aos Diretórios Municipais. O Grupo Odebrecht fez doações via Diretório Nacional".

A senadora Vanessa Grazziottin (PCdoB-AM), apelidada como "Ela", mencionada em duas páginas da lista com valores atribuídos que somariam R$ 5 milhões, disse em nota que todos os recursos que recebeu nas campanhas eleitorais que participou "foram legais, registrados e todas as prestações de contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral": "Estranhei o aparecimento de meu nome numa lista que não sei como surgiu".

Em nota, a senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que as doações que recebeu da Odebrecht se referem à Braskem, subsidiária do grupo empresarial e com "atuação conhecida" no Rio Grande do Sul. Ela disse ter recebido a doação por meio do Diretório Nacional do partido, o qual repassou para a conta da campanha dela ao Senado em 2010. Os valores de doações, disse, giraram em torno de R$ 400 mil: "As doações estão devidamente registradas no Tribunal Regional Eleitoral com a prestação de contas aprovada, sem nenhuma ressalva, e constam no portal da transparência do Tribunal Superior Eleitoral".

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), chamado na planilha de "Lindinho" e atribuído a ele o valor de R$ 500 mil, não se pronunciou até o momento, conforme a assessoria de imprensa. Os demais senadores contatados que aparecem na planilha ainda não responderam: José Serra (PSDB-SP), Ciro Nogueira (PP-PI), Fernando Bezerra (PSB-PE) e Jader Barbalho (PMDB-PA).

O deputado federal Heráclito Fortes (PSB-PI) também afirmou que as doações foram legais, por meio de sua assesosria de imprensa: "A planilha mostra o CNPJ, ou seja, é doação oficial, tudo dentro do que determina a lei, inclusive está na prestação de contas encaminhada à Justiça Eleitoral, portanto, não há irregularidade".

O ex-deputado federal e ex-candidato a vice na chapa presidencial da ex-senadora Marina Silva, Beto Albuquerque (PSB), disse que toda doação recebida da empreiteira Odebrecht está "devidamente" declarada e afirmou que a generalização nestas circunstâncias "só serve para premiar os verdadeiros criminosos".

O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), também divulgou nota na qual afirma que todas as doações recebidas em suas campanhas constam nas prestações de contas entregues e aprovadas pela Justiça Eleitoral.

O ex-líder da oposição na Câmara, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), afirma que as citações a seu nome na lista são referentes às campanhas eleitorais de 2010 e 2012. Segundo ele, os valores de 2010 foram doados a sua conta de campanha para deputado federal. Já as de 2012, disse, são referentes a valores recebidos por seu partido e repassados "oficialmente" a candidaturas a prefeito em Pernambuco.

O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) afirmou em nota que a campanha de 2012 do prefeito de Maringá (PR), Roberto Pupin (PP) seu aliado político, não recebeu "doação direta" de empresas do grupo Odebrecht. O nome de Barros aparece ao lado do nome "Maringá", em referência à campanha de Pupin de 2012.

O deputado federal licenciado Nelson Pelegrino (PT-BA) afirma, em nota, que as doações recebidas pela empreiteira para campanhas eleitorais aconteceram "rigorosamente dentro dos parâmetros legais". Pelegrino disse ainda que as doações foram declaradas ao TRE-BA (Tribunal Regional Eleitoral da Bahia), que, segundo ele, analisou e aprovou as contas. Na lista da Odebrecht, o deputado licenciado é apelidado de "Pele".

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, disse que todas as doações à sua campanha eleitoral de 2012, para prefeito de Belo Horizonte, foram recebidas por meio das instâncias partidárias e que as contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. Na mensagem, o ministro, que é filiado ao PT, também reforçou que é contra o financiamento empresarial de campanhas eleitorais.

O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, confirmou que sua campanha à reeleição em 2012 recebeu da Odebrecht uma doação de R$ 500 mil. Segundo ele, no entanto, o aporte se deu por intermédio do diretório nacional do PDT.

O líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Daniel Almeida (BA), confirmou ter recebido doações legais do grupo Odebrecht nas eleições de 2014. No campo da tabela "valor total", ao lado do nome de Almeida, consta R$ 150,00. Como todos os outros valores do documento, a quantia deve ser multiplicada por mil, chegando a R$ 150 mil em repasses. "Todas as doações da minha campanha foram legais e estão na prestação de contas. Fora disso, é especulação", comunicou o parlamentar.

Bélgica identifica irmãos como homens-bomba, importante suspeito está foragido

Posted: 23 Mar 2016 10:33 AM PDT

BRUXELAS (Reuters) - O procurador federal da Bélgica identificou nesta quarta-feira dois irmãos como os homens-bomba que mataram pelo menos 31 pessoas no mais mortal ataque da história de Bruxelas, mas disse que um outro suspeito está foragido.

Os ataques de terça-feira na cidade, sede da União Europeia e da Otan, chocou a Europa e o resto do mundo, levando autoridades a reverem a segurança de aeroportos e transportes públicos. Os ataques também reacenderam o debate sobre a cooperação europeia sobre segurança e falhas na vigilância policial.

O procurador disse em uma entrevista coletiva que Ibrahim El Bakraoui, 29 anos, um dos dois homens que se explodiram no aeroporto de Bruxelas, deixou um testamento em um computador que foi abandonado em uma lata de lixo perto do esconderijo dos militantes.

No testamento, ele se descreveu como um homem "sempre fugindo, sem saber mais o que fazer, procurado em todo lugar, sem estar mais seguro e, se ficasse esperando mais tempo, correndo o risco de terminar ao lado de alguém em uma cela", em referência ao suspeito dos ataques de Paris Salah Abdeslam, que foi preso na semana passada.

Seu irmão, Khalid El Bakraoui, 27 anos, se explodiu em um vagão do metrô de Bruxelas na estação de Maelbeek, perto da sede da Comissão Européia, disse o procurador Frederic Van Leeuw em uma coletiva de imprensa.

Os dois irmãos, nascidos na Bélgica, tinham antecedentes criminais por roubo à mão armada, mas os investigadores não os tinham ligado aos militantes islâmicos até a prisão de Abdeslam preso, quando a polícia começou uma corrida contra o tempo para rastrear seus supostos cúmplices.

Aparentemente isso pode ter apressado o ataque na Bélgica, de acordo com o testamento encontrado no computador.

Um segundo homem-bomba no aeroporto ainda não foi identificado, e um terceiro homem, que o procurador não identificou pelo nome, deixou a maior bomba no terminal e fugiu antes da explosão.

Pelo menos 31 pessoas morreram e 271 ficaram feridas nos ataques, disse o procurador. O número pode aumentar ainda mais, porque algumas das vítimas da bomba no metro Maelbeek foram estraçalhadas, dificultando a identificação. Vários sobreviventes ainda estão em estado crítico.

Durante uma busca no bairro de Schaerbeek, em Bruxelas, na noite de terça-feira, a polícia encontrou 15 quilos de explosivos, 150 litros de acetona, 30 litros de água oxigenada, detonadores, uma mala repleta de parafusos e pregos e outros materiais, como caixas plásticas, necessários para embrulhar os explosivos.

(Por Alastair Macdonald e Julia Fioretti)